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“É o povo na arte
É a arte no povo
E não o povo na arte
De quem faz arte com o povo.”
(Chico Science & Lúcio Maia)
4
SUMÁRIO
Índice de Tabelas....................................................................................... 5
Resumo...................................................................................................... 6
1.Introdução............................................................................................... 7
2. A cultura como identidade de um povo .......................................... 8
2.1 Folkcomunicação................................................................... 8
2.2 A formação cultural de uma região.............................................. 12
2.3 O Histórico dos veículos de comunicação ......................................... 14
2.4 O Jornalismo Cultural................................................................... 15
3. A mídia regional no Alto Tietê e seus produtos................................ 16
4. Considerações Finais.............................................................................. 29
5. Anexos.................................................................................................... 30
6. Referências Bibliográficas...................................................................... 46
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1...................................................................................................... 17
Tabela 2...................................................................................................... 18
Tabela 3...................................................................................................... 19
Tabela 4...................................................................................................... 20
Tabela 5...................................................................................................... 20
5
Tabela 6..................................................................................................... 21
Tabela 7.................................................................................................... 22
Tabela 8.................................................................................................... 24
Tabela 9.................................................................................................... 26
Tabela 10.................................................................................................. 27
Tabela 11.................................................................................................. 28
Resumo
1. Introdução
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Este trabalho tem como tema “A representatividade da cultura popular na mídia regional
Diário do Alto Tietê e TV Diário”. Debruçamo-nos sobre a representatividade da cultura popular
em meios de comunicação da região do Alto Tietê por entendermos que a relação folclore e a
mass media encontra-se no âmago de algumas questões fundamentais para a Comunicação Social
em sua contemporaneidade. Vivenciamos um momento onde a presentificação da notícia, ou seja,
o aqui e o agora encontra-se na ordem do dia dos programas jornalísticos, sendo estes balizados
pelos números da audiência que instantaneamente são atualizados em pleno estúdio e ao vivo.
Num outro extremo, temos agentes populares que cultivam manifestações que comunicam o seu
ethos social, através das artes populares e técnicas tradicionais que sintetizam o nosso folclore.
Esta análise quantitativa e classificatória propiciará também contato com o perfil ou perfis do
jornalismo praticado na região, qual o tipo de abordagem e o aprofundamento com que se trata
este assunto. Os objetos são uma TV afiliada de uma emissora com projeção nacional e um jornal
diário impresso de um grupo tradicional em comunicação nesta região.
Esta é pesquisa hipotética-indutiva, pois parte da análise quantitativa e classificatória dos
objetos.
Os métodos mais adequados para essa pesquisa são: o exploratório, por sua flexibilidade
em agrupar vários tipos de captação de informação; o descritivo, pois determina o papel de cada
elemento dentro da pesquisa, favorecendo a análise das variáveis e o explicativo, fornecendo
dados comprobatórios através da observação que explicará literalmente a ocorrência do
fenômeno.
Por termos como ponto central um estudo sobre a cultura regional, faz-se necessário o
estudo de caso para que por meio deste, obtenhamos um elevado grau de conhecimento que nos
sirva como fio condutor. Nossa pesquisa se valeu ainda da Internet, por sua indispensável no
tocante à agilidade no contato com as referências sobre o assunto; a TV por ser um dos objetos
estudados. Por fim, a pesquisa bibliográfica, que nos referenciará teoricamente. E tem como
objetivos compreender como a Cultura do Alto Tietê é retratada na mídia regional (TV Diário e
Diário do Alto Tietê), tendo como ponto de partida a observação desses meios de comunicação
durante um período específico de tempo, comparando seus conteúdos e entender qual é o
processo de divulgação e seus critérios, saber se eles estão ligados à realidade cultural da região
ou vinculados a interesses econômicos e políticos.
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2.1 Folkcomunicação
cenário é coroado pela vileza da imposição de padrões onde não há representação efetiva dos
opositores e nem mesmo espaço para os feios, deficientes, indesejados ou minorias. O que se
apresenta é uma pasteurização estética em função de uma mídia distorcida essencialmente
proselitista, Keates apontava “a beleza é a verdade a verdade é a beleza”. Desfechando a
professora comenta que atualmente só é visto como “cultura” aquilo que é propalado pela
Indústria Cultural, alertando que certamente saberemos a verdade, dificilmente trabalharemos
com ela.
Retomemos o questionamento sugerido por Ribeiro sobre a globalização e o seu auxílio à
Indústria Cultural onde o professor e historiador Mário Sérgio de Moraes nos explica que em seu
atual estágio nunca o capitalismo fora tão capitalismo tendo a sua representação mais vivaz na
maneira diferente de acumulo do capital, pois ele não vive mais do trabalho e sim de um mercado
financeiro especulativo, este se mostra fundamentalmente internacional e desconhece a
autonomia dos paises com as suas inexpugnáveis transnacionais. E são muitas as novidades
geradas por essa sociedade do computador dentre elas a priorização da informação em detrimento
ao conhecimento, Moraes ressalta ainda que temos uma cultura de legenda, apenas voltada para a
superfície dos fatos noticiados, ficando perigosamente expostos no campo da manipulação onde
as imagens que exercem importante influencia sobre a nossa realidade, só que a imagem não é a
realidade e sim apenas a representação desta.
Quem ventila “uma outra globalização” é outro brasileiro cônscio de seu papel social, o geógrafo
Milton Santos, ele, valendo-se, de Ortega y Gasset em la rebelion de las masas de 1937, nos diz
que sendo a base da globalização perversa a unicidade técnica -esta servindo evidentemente a
classe dominante- ainda assim essa mesma unicidade técnica poderia servir a outros objetivos, se
posta a atender outros fundamentos sociais e políticos. Preconizando indicativos de uma nova
história, que se apresentou na reconfiguração geopolítica mundial no final do século XX, Santos
afirma algo que em primeiro contato parece-nos contraditório, a produção de uma população
diversificada, racial, cultural, filosoficamente, mesmo esta, aglomerada em áreas cada vez
menores em todos os continentes, permitiria um maior dinamismo em suas relações, graças aos
progressos da informação e a mistura de idéias; apresentar-se-ia nesse contexto a
sociodiversidade muito mais importante no nosso processo histórico que a própria biodiversidade
e o mais contundente seria a emergência de uma cultura popular apoderando-se de meios técnicos
outrora exclusivos da cultura de massa. Santos fala aqui em revanche e até em vingança para
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salientar a perspectiva de tamanho feito, dessas classes tidas como subalternas em relação aos
senhores dos meios de produção cultural.
Deparamo-nos iniciados, ou melhor, iniciandos, nos estudos dos processos comunicacionais com
o universo arrebatador de Luiz Beltrão denominado por ele folkcomunicação: que trata da
mediação entre o popular (folk) e o mercado onde os bens culturais são midiatizados pelo
massivo, este massivo midiático comunicacional; que segundo a Professora Doutora Cristina
Schmidt, está inserido no atual contexto da revolução digital, que sobrepuja em importância a
industrial, pois ela traz o conhecimento como a sua principal característica. Lidamos agora com
os desafios da “Sociedade do Conhecimento”, que promove em nível global uma conectividade
sem precedentes na história, nos é reclamado então, por sua própria natureza tecnológica, que
nos tornemos indivíduos capazes de reconhecer esses novos caminhos por onde transitam a
informação; esta que oportunamente se desprende em todo esse processo, das hegemônicas
versões verticais ideologizadas ou ideologizantes para se refugia num outro ambiente muito mais
amistoso, sobretudo no que tange a interatividade promovendo - em contraposição - a
horizontalização do processo informativo, este que se dá de forma mais solidária congregando as
diversidades e diversificando aquilo que é local. Neste contexto contribui não apenas a
informática o estudo da Folkcomunicação nos ensina, que são suportes para a divulgação das
idéias e das mensagens de determinadas comunidades, a sua própria manifestação em si: a dança
dos B. Boys, a poesia rimada de improviso dos Happers e mesmo o grafite, portam informações
detalhadas de posturas e filosofias que atraem simpatia ou se chocam com aqueles que tomam
contato. Isto é a Folkmídia que lega aos populares também a comunicação com arte, favorecendo
sobejamente a compreensão e identificação do que é cultura popular em seus diversos
desdobramentos. Seguimos com Beltrão para afirmar que ele é um verdadeiro instigador da
pesquisa dos processos comunicacionais em nosso país, modulando a sua distinta verve para nos
transmitir o quão relevante é cuidarmos do privilegio da dinâmica de tantas expressões culturais
presentes apenas em nosso quotidiano, torna-se dever enquanto comunicólogos conhecê-lo,
difundi-lo e discuti-lo.
Defendido pelo notório historiador mogiano Isaac Grinberg (1979), como povoador
daquela que se chamou villa de Sant'anna e esta que teve a sua emancipação reconhecida no
despacho de Don Luis de Souza Governador Geral de São Paulo aos 17 de Agosto de 1611,
Gaspar Vaz que viria a ser o capitão da ditosa e - por ocasião da cerimônia de sua elevação á I de
Setembro daquele corrente ano - festiva, via junto ao pelourinho, indispensável para aquela
ocasião tanto quanto a cadeia e a capela, um importante e conseqüente passo que o auxiliaria na
consecução do mandato outorgado uma década antes por Don Francisco de Souza, pai do
despachante, que falecera pouco antes do desfecho destes relevantes acontecimentos. Por aquela
época sumira da documentação municipal paulistana uma destacada figura que chegara a
almocete e juiz, para desempenhar fundamental empreitada: abrir estrada entre São Paulo e o que
mais tarde seria Mogi das Cruzes; este intento nascido na convicção de Don Francisco das
riquezas minerais brasileiras refratava as bandeiras de André de Leão e de Nicolau Barreto
rechaçadas violentissimamente pelos Tamoios da Paraíba, que deparados com os invasores,
segundo Grinberg (1979), fustigaram até mesmo as muralhas que protegiam os paulistas. As
motivações para o feito de Vaz e os que o acompanhavam premia pela possibilidade de serem
proprietários das terras, a crença pungente que este novo núcleo localizava-se no ambicionada
“Caminho das Minas” e a estratégica proximidade com o litoral. No decorrer de sua história esta
região desbravada por Bandeirantes tornou-se cafeeira e escravocrata amalgamando fazendeiros
donos de muitas terras, o catolicismo emblemático do colonizador português ressalte-se aqui a
presença dos da Ordem Carmelita desde Mogi ainda Vila, Grimberg(1979), o elemento africano
desnaturalizado violentamente que resistia em suas Senzalas como afirma o Professor Josemir
Campos em interessante versão para A festa do Divino em suas manifestações tradicionais: “ Por
ocasião da Festa do Divino Espírito Santo existiam duas manifestações a Cavalhada que veio de
Portugal junto com a própria festa, que era tão somente a representação das batalhas entre
Mouros e Cristão da península Ibérica e sem dúvida pertenciam a elite aqui existente de senhores
de terras e escravos. A outra manifestação acontecia na Senzala onde os negros cultivavam as
suas danças e batuques oriundas de sua respectivas tribos em África e se encontramos figuras
como reis e rainhas sendo coroados esta é a representação do que acontecia na região centro
africana do Congo”.
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Este trabalho analisou dois veículos de comunicação da região o Diário do Alto Tietê
(DAT) e a TV Diário.
O Diário do Alto Tietê é um jornal do grupo Mogi News, que circula diariamente (exceto
às segundas-feiras) nas 10 cidades da região do Alto Tietê. Com 66 mil leitores diários e com
tiragem de 16 mil exemplares o DAT circulou pela primeira vez no dia 7 de Março de 2006 e
reúne em suas páginas um mix de informações sobre trabalho e emprego, cultura, comércio e
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indústria, segurança, transporte e habitação com o objetivo de mostrar de forma dinâmica todas
as versões que envolvem os acontecimentos mais importantes
A TV Diário do Grupo Diário de comunicação entrou no ar pela primeira vez dia 1º de
Maio de 1998, Afiliada da rede globo tem como dever mostrar os acontecimentos da região para
que se tenha uma afiliada em alguma região do estado esta tem que atender alguns requisitos:
“Tem que ser uma região quente de notícias e muito populosa para que desperte o interesse de se
manter uma equipe ali”, diz Valéria Siguinolfi Diretora de reportagem da TV Diário.
Valéria Siguinolfi
E a região do Alto Tietê tem todos esses requisitos principalmente na cultura nas
palavras de Valéria é possível medir a importância da cultura na consolidação da TV Diário:
“aqui na região a cultura popular é muito forte são cidades muito antigas que têm muitas coisas
tradicionais e também muitas misturas uma das maiores representações sem dúvida é a Festa do
Divino”.
p.11), o intento subjacente à publicação da Spectator era: “[...] tirar a filosofia dos gabinetes,
bibliotecas, escolas e faculdades e levá-la para clubes e assembléias, casas de chá e café”.
Teoricamente, essa vertente do jornalismo propicia o criticismo e a conscientização acerca
da multiplicidade das manifestações artísticas, sejam elas seculares ou contemporâneas. Ademais,
esse gênero pode agregar aspectos históricos sobre determinado tema, contextualização, além de
permitir ao leitor conhecer determinado bem cultural e algumas de suas peculiaridades.
Todavia, a consolidação hegemônica da indústria cultural fez corroborar uma prática de
jornalismo cultural caracterizada pelo servilismo aos anseios mercadológicos. A imediaticidade
(delineada, mormente, pela cobertura em que o elemento basilar é a efeméride) oblitera a
diversidade intrínseca à cultura. No regime de comunicação midiática em vigor, prepondera a
homogeneização das manifestações de cultura, em detrimento da variedade.
Outro ponto relevante correlacionado a essa modalidade jornalística é a definição do que é
cultura e de que maneira o profissional abordará a questão: ele interpretará ou explicará a obra?
Caso a primeira opção seja a implementada, há o risco da deturpação do conteúdo, pois juízos de
valor poderão corromper o significado genuíno do bem cultural.
É patente a sucumbência das pautas ao fenômeno da “ibopização”, por conseguinte, é
comum jornalistas defrontarem-se com um antagonismo oriundo da mercantilização de cultura,
isto é, a cultura de massa: devem-se priorizar os valores culturais ou de mercado? Parece que o
jornalismo cultural está contaminado por uma visão reducionista e espúria, a qual não reputa a
identidade e a legitimidade de um bem cultural, simplificando-o a um mero produto comercial.
através da análise e seleção das edições diárias, de maneira que a representatividade cultural foi
mensurada em centímetros quadrados.
Nos veículos estudados, o conceito de efeméride ficou evidente principalmente no mês de
maio, no qual há a realização da Festa do Divino, uma das maiores e mais notórias festas da
região. Por conseguinte, a cobertura sobre cultura neste mês foi mais expressiva, ainda que com
poucas matérias sobre o evento no DAT, como se pode verificar nas tabelas a seguir.
Por ser ano do centenário da imigração japonesa, nota-se na tabela a presença do Nikkey News
(um suplemento do jornal Diário do Alto Tietê sobre a cultura nipônica). Essa mais uma
evidência da presença do conceito efeméride e da superficialidade na abordagem do tema, em
decorrência do fenômeno da presentificação, o que, por sua vez, acarreta na formação de
telespectadores e leitores acríticos. “Se o Povo não tem formação cultural satisfatória, não terá
consciência crítica para combater e descartar o que lhe apresentam[....]” (Bonini 2008).
Na segunda quinzena do mês de maio, nota-se uma queda abrupta na quantidade de
matérias sobre cultura, com a presença de apenas uma reportagem com tais características, como
fica visível na tabela seguinte.
Esta tendência de queda permanece nas duas próximas tabelas, com o jornal apenas
divulgando festas e shows e mais uma vez através do suplemento Nikkey News, divulgando a
cultura nipônica.
O Jornal, porém, faz apenas a divulgação de eventos como a expo100 (em
comemoração ao centenário da imigração Japonesa no Brasil), sem pormenorizar os elementos
que constituem a cultura do Japão, privando seus leitores de um conhecimento mais aprofundado
sobre o tema.
Esta tabela mostra a patente diminuição das coberturas culturais conforme ocorre o
distanciamento das efemérides, o que corrobora a preponderância da mentalidade sazonal do
DAT.
Tabela 5- 1ª quinzena de julho-DAT
Data Matéria Página Espaço
1/7/2008 n/c n/c n/c
2/7/2008 n/c n/c n/c
3/7/2008 n/c n/c n/c
4/7/2008 Demonios da Garoa 5 126 cm²
inauguram centro
cultural
5/7/2008 n/c n/c n/c
6/7/2008 n/c n/c n/c
8/7/2008 n/c n/c n/c
9/7/2008 Imigração Japonesa 4 1950 cm²
10/7/2008 Dia da pizza 6 997,5cm²
11/7/2008 n/c n/c n/c
12/7/2008 Presidente do Bunkyo 7 885,5 cm²
espera 25 mim pessoas
na festa da cerejeira
13/7/2008 n/c n/c n/c
15/7/2008 n/c n/c n/c
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Esta tabela demonstra o mais uma vez o vonceito efemérides presente no jornal já que as
matérias são sempre em alusão a algum dia de comemoração ou então para divulgação de algum
evento sem se aprofundar na questão cultural
Na 2ª quinzena não houve acorrencia de matérias logo a respectiva tabela não se encontra
presente
Nesta primeira tabela da TV no mês de maio nota-se a grande presença da festa do divino
espírito santo uma festa muito tradicional na região porém as matérias não se aprofundam muito
no contexto cultural da festa.
Donizete
Okinori Nakatani ceramista (processo 06:00''
artesanal) Selene Miha Nakatani ceramista e
pintura em cerâmica afirma busca uma
mescla entre a cultura brasileira e japonesa
26/5/2008 ( Mogi). M
n/c T n/c
27/5/2008 n/c M/T n/c
Exposição contexto centenário Nerival
Rodrigues: ”contribuição da cultura rural
com a cultura artística rural” bras. e Jap.
28/5/2008 Nyoko Fukogawa. M 3:00"
n/c T n/c
29/5/2008 Marcelo Rubens Paiva em Suzano M 3:00"
Agenda cultural: Primeiro festival de música
do Alto Tietê com Xavier Filho (Mogi).
30/5/2008 Fernandes Júnior citou o hip-hop. M 9:30"
31/5/2008 Terra da gente M n/c
Diário Ecologia M n/c
I festival de música do Alto Tietê, Vital de
Souza e Mariana Duque M 3:00"
A segunda quinzena do mês de Maio a virada cultural ganha destaque com participações de
Mateus Sartori divulgando o evento
A matéria sobre o hiip-hop do dia 13/6/2008 destaca-se por ser a única vez em que realmente
foram citados elementos verdadeiramente da cultura popular mesmo o foco da matéria tenha sido
outro
26
A segunda quinzena de Junho é marcada ainda pelo contexto do centenário de imigração japonesa
Na matéria do dia 25/6/2008 temos uma mostra de como acontece a miscigenação da cultura
brasileira que foi citada por Darcy Ribeiro quando é mostrada os gatos da sorte japoneses ícones
da cultura oriental junto com a padroeira do Brasil Nossa Senhora Aparecida típica da nossa
cultura popular e como a mídia se apropriou dessa miscigenação
Na primeira quinzena nota-se uma queda brusca nas matérias sobre cultura que ficam restritas
apenas as agendas culturais de cada dia
Assim com em outras se nota nesta tabela o forte apelo da religião católica na região e a mídia
regional se apropria também tem um destaque maior a divulgação de peças de teatro na região
4. Considerações finais
5. Anexos
A arte popular vem das tradições folclóricas do interior e do litoral brasileiro. Ela se caracteriza
como popular, mais pelos costumes, tradições, mitos e lendas que nascem, com raízes ingênuas e
caipiras do cotidiano e do imaginário popular.
Vem sempre ornada de formas e expressões simples em sua leitura estética devido à formação
primitivamente ingênua de seus criadores autodidatas. Em nível nacional podemos citar alguns
exemplos como, os bonecos gigantes do carnaval de rua de Olinda, as carrancas dos artesões das
margens do Rio São Francisco, as peças em barro de Mestre Vitalino. Podemos classificar nessa
categoria popular, as cantigas improvisadas dos repentistas do nordeste, a literatura de cordel, as
xilogravuras com traços ingênuos, as pinturas primitivistas de caráter bem ingênuos; além das
danças e festas religiosas de características folclóricas, como as festas juninas (de São João), a
Festa do Divino, as Congadas e Marujadas, os Folguedos de Moçambique e o tradicional Bumba-
meu-boi.
Temos também as danças e artes marciais como; a capoeira, a Timbalada, o frevo, a ciranda, o
maracatu, o xaxado, etc.
Aqui no sul e sudeste temos a música caipira tradicional de raízes em São Paulo e Paraná e Minas
Gerais especialmente, as do Vale do Jequitinhonha.
Alguns grupos de música considerados de cultura popular do nordeste são: Banda de Pífanos de
Caruaru, Banda de Pau e de Corda, Quinteto Violado, Quinteto A*, além dos cantadores*, Téo
Azevedo, Xangai, Elomar, Vital Faria que fazem um trabalho nativista com raízes e instrumentos
renascentistas e medievais. Isso tudo e enquadra nos padrões convencionais das chamadas arte
popular. São, apenas alguns casos citados entre os mais conhecidos do Brasil.
Nos seus mais diversos elementos lingüísticos de tradição primitivamente ingênuos, a arte
popular se incorpora no mundo gestual embrionário de formação da identidade cultural de cada
povo ao redor do mundo, seja ele de aspecto tribal nativo, ou seja ele de formação “civilizada”
como nação politicamente estruturada. É dessa cultura popular que se formou desde os
primórdios à história da civilização.
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Publicado no início da década de 1980 este livro com 146 paginas, cuida das manifestações de
cultura popular em Mogi das Cruzes, o autor nos introduz ao assunto definindo o termo folclore
atribuindo-o ao arqueólogo inglês William John Thoms. Este nascido ao principiar o século 17
interessou-se desde muito moço pelo estudo das tradições populares inglesas e editou por pouco
mais de vinte anos entre 1849-1872 a revista “Notas e Perguntas” destinada à discussão e difusão
do tema, logo depois e em outra revista, Thoms sugeriu a adoção do termo Folclore enquanto
pedia para aquela apoio para a realização de levantamento de dados sobre usos, tradições, lendas
e baladas regionais de todo o seu país. Entretanto oficializou-se a palavra em 1878 quando criada
a Sociedade de Folclore em Londres, importante salientarmos que tinha por objetivo a
conservação e a publicação das tradições populares, baladas lendárias, provérbios locais, ditos
vulgares, superstições e antigos costumes e as demais matéria concernentes. Grinberg ainda nesta
fase recorre à Rossini Tavares de Lima que alega “ o Folclore estuda a cultura como
manifestação do sentir, pensar, agir e reagir do homem de uma sociedade” e nos explica que
enquanto “ a cultura erudita procede do ensinamento direto ministrado através das organizações
intelectuais, universidades, escolas, igrejas, imprensa, cinema”, a cultura espontânea é aprendida
de maneira informal na vivência do homem com o seu semelhante do nascimento à morte”. O
autor deixa claro ainda o caráter ilimitado do Folclore afirmando que este não se limita,
sobretudo nesta cidade, as Congadas ou Moçambiques as quais imediatamente nos remetemos ao
tratarmos deste assunto e descreve como tal a linguagem falada ou gestual própria de
determinadas comunidades, exemplifica as locuções consagradas pelo uso ou frases feitas, assim
como as inscrições nos para-choques, apelidos, adivinhas, travalínguas e réplicas explicando
didaticamente cada uma delas; acrescenta-se neste universo as brincadeira de criança
devidamente enumeradas e descritas assim como as cantorias que as animavam e ordenavam. O
historiador lembra-se dos tempos de outrora quando ele próprio se divertia nas tranqüilas ruas de
uma Mogi saudosa, e mesmo quando homem feito testemunhou essas mesmas brincadeiras numa
cidade que começava inexoravelmente a se emancipar, guardando porém, espaço para os
pequenos comungarem a sua infância, desde após a janta e jantava-se cedo, por volta das 18
horas até pouco antes das 22 horas quando incontinentes os pais ordenavam que se recolhessem.
Ele aventa ainda por ocasião da época em que escreve 1983, a implacável invasão de jogos
eletrônicos afastando as brincadeiras da ordem do dia infantil, eu que coincidentemente tinha 11
32
anos me recordo que estes jogos tinham ainda um caráter coletivo, pois num quarteirão ou dois
somente uma criança tinha tal brinquedo o que agregava a todos que por ali se conheciam,
sobremodo, não demorava muito a novidade esmaecer e voltávamos a ciranda de roda, estilingue,
cabra-cega ou taco, vale o registro, em ruas sem asfalto e nem com excessivo movimento. Cabe
continuar este diálogo com o autor citando o ambiente definitivamente opressivo dos tempos
atuais e a excessiva individualidade dos agora pré-adolescentes com seus celulares que embutem
toda sorte de funcionalidade. Voltando ao conteúdo do livro que está disposto em capítulos
verificamos a sua objetividade em textos organizados de maneira a nos iniciar na compreensão e
identificação dos elementos que compõem o folclore, estes sempre em franco desenvolvimento.
Ressalto o capítulo 10 Pesquisa Folclórica onde há dicas para se obter os melhores resultados
nesse intento, desde o método a ser utilizado até a postura para melhor coleta das informações.
Os capítulos se debruçam ainda sobre as lendas de Mogi das Cruzes como as da Escada, das
Cruzes, de Santo Ângelo, a do escravo Sebastião, da Biquinha entre outras. Superstições e
Crendices é um capítulo complementar assim como os que versam sobre a medicina e a culinária
folclórica e aquele que define claramente Congada, Moçambique e Marujada o desfecho do livro
faz o mesmo com a indispensável Festa do Divino e apresenta por fim os festeiros e capitães de
mastro desde 1919 até o ano de sua publicação.
Esta obra de 435 paginas é dividida em cinco grandes capítulos: O novo mundo, Gestão Étnica,
Processo Sociocultural, os Brasis na História e Destino Nacional, todos eles apresentam tópicos
que convidam o leitor desde o primeiro contato a uma reflexão sobre a imensa gama de
elementos que cooperaram e ainda cooperam para a nossa formação . Nesta obra o antropólogo
Darcy Ribeiro fala do processo de criação do povo brasileiro desde a intervenção lusitana que não
se resumiu ao descobrimento, ou como querem alguns, o achamento ou ainda invenção das terras
que ulteriormente se chamariam Brasil, e se propôs com a nova conquista e de maneira muito
pouco amistosa uma fusão étnica que ecoa até os tempos atuais. Os portugueses romanizados
como toda a Europa continental na época das grandes navegações traziam consigo culturalmente
o velho mundo de línguas latinizadas, conceitos filosóficos em franca transição como o
geocentrismo, a influência de séculos das culturas semitas (árabes e judeus) determinantes para a
ventura ultra-mar e talvez a mais caras justificativas ideológicas como a expansão do monopólio
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mercantil e a não menos expúria a difusão indiscriminada do catolicismo. Deste choque primeiro
dos nativos locais estupefatos com a visão das naus que julgavam eles portarem, segundo Darcy,
o retorno de seus ancestrais ficou a pior impressão possível, pois os navegantes depois de meses
no mar fediam , tinham barba hisurta - algo absolutamente exógeno para eles - e muitos pelo
escorbuto, tinham a cara totalmente escalavrada por feridas que os desfiguravam. Logo adiante o
autor descreve o a prática do cunhadismo instituição social praticada por algumas tribos que
consistia em oferecer uma moça nativa, quando do aceite por parte do estranho estabelecia-se
laços fortíssimos vinculando-o não somente aos parentes diretos da nubente pais e irmãos, a
mesma consideração seria compartilhada pelos demais tribais; esta prática em sua nova função
civilizatória foi a responsável pela mestiçagem que definitivamente tomou conta de todo o Brasil.
Ribeiro deixa claro já no prefácio que este livro talvez não seja considerado -nem mesmo por ele
próprio- o livro de sua vida, assegura, porém, que este é o livro de uma vida dedicada, sobretudo
no âmbito político na incansável compreensão dos anseios de um povo surpreendente: que
mesmo diante do constrangimento institucional legado pelas classes dominantes principalmente
as latifundiárias que o deformaram, este ainda assim, promove ininterruptamente a congregação
dos mais variados povos do mundo. Imigrantes com pouco mais de cem anos ou até menos
comprovam isto não só integrados socialmente, continuam a mestiçagem com indivíduos de
outras origens e com os próprios brasileiros. Essa é a essência do ele chama nova Roma lavada
em sangue Ameríndio e Africano, completamente diferente das civilizações transplantadas
promovidas pelos Anglo-Saxões na América do Norte, África e Oceania. Chega-se muito antes do
fim deste volume a conclusão de ele se faz indispensável, não só pela clareza com que aborda
temas anteriormente repisados pelo preconceito como a própria história do nosso país, a proposta
do O povo brasileiro revigora o desejo em repensarmos o que chamamos civilização.
“ O batalhão representa uma dança africana e o nosso foi funda em 11 de novembro de 2004. Tem
4 anos que estamos com a congada. E a congada em minha vida vem de geração em geração,
primeiro minha avó depois minha mãe e eu desde criança. Na congada tem vários instrumentos,
caixa de guia, caixa de centro, tarole e os bastões. Tem também o rei-congo as rainhas e as
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princesas. A letra já vem de origem, mas tem composição nova eu mesma fiz uma que é um
dobrado”:
Mulato. Já os passos de nossa dança são os passos de preto véio que faz parte do cruzamento, as
cantigas são de louvação aos santos e marinheiros assim como a Santa Efigênia e ao Divino. E os
grupos Folclóricos daqui de Mogi todos tem relação com a Umbanda, todos estes congada,
Moçambique, marujada, vieram da Angola, assim como o jongo e o candombé todos mexem com
espiritualidade. E eu quero cantar uma cantiga que meu pai cantava para o avô dele”:
Capitão Edinho
- “ A nossa Congada Marujada foi fundada em 1957 pelo meu tio e padrinho José da Silva já
falecido e eu participo desde os meus 10 anos hoje tenho 64. E agente se apresenta em outras
festividades não só no Divino, como na festa da nossa padroeira Nossa Senhora do Rosário em
quermesses e até em escolas. As cores da nossa roupa é as cores de nossa bandeira que é azul e
branca, só que a gente usa também essas faixas para enfeitar um pouco mais. Por que a nossa
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Santa é muito bonita e agente acompanha. E nós temos a musica da Marujada mesmo que é
assim”:
-” Eu participo do Moçambique desde 1987 quando me convidaram para dançar, lembro que da
primeira vez eu não fui, porque fiquei meio acanhado, com vergonha. Mas o pessoal insistiu e
minha mãe ligou essa dança com uma promessa que ela tinha feito e não foi cumprida, dai'o
mesmo mestre me chamou então eu fui. E é uma dança religiosa que me fez muito bem, todos os
pedidos que eu fiz foram atendidos, por isso eu sou muito agradecido a esse mestre que me
chamou para o Moçambique e também ao falecido mestre orlando já falecido que tocava o grupo
dele na mesma capela que a nossa da Santa Cruz do Botujuru. E nós continuamos nessa mesma
luta participando da festa do Divino, é bom porque os grupos folclóricos cantam invocando o
nome de Deus e se vocês quiserem eu canto um ramo para vocês”:
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-” E eu gostaria de deixar um pedido para os mais jovens, para eles procurarem os mestres de
dança folclórica porque além de ser uma dança é uma cultura, não é para ter vergonha tem que
participar mesmo, pois é muito bom! Hoje a gente vai para as festas como a do Divino e os
mestres ficam preocupados se vai fazer feio pelo número reduzido de participantes, mas eu digo
derrepente vem uma luz divina que diz: “Se com 20 a gente faz bonito, se for com 4 a gente faz
bonito do mesmo jeito!”
-” Sou residente em Mogi há 60 anos e eu aprendi a dançar o Moçambique com 14 anos e foi
atravás do meu pai que eu encontrei essa cultura negra que é minha, eu tenho hoje 81 anos. O
Moçambique é uma dança folclórica e eu diria que é 30% folclórico e 70% catolicismo. Eu sou o
coodenador geral deste Moçambique poderia até tocar instrumento também, mas tenho dois
instrumentistas que levam as toadas, nós temos várias músicas e eu vou cantar umas para vocês:
Mogi das Cruzes de Antigamente - Isaac Grinberg- Saraiva (1964), 240 páginas.
Este volume apresenta os causos da Cidade de Mogi das Cruzes e romanceados pelo historiador
Isaac Grinberg, morador desta cidade e que por certo ter convivido com o contar destas em suas
variadas versões sentiu o desejo em compila-las e o fez. Decerto, a sua intenção desde o início
não é pretensamente deter ou apresentar um a versão definitiva delas, e sim, mais uma vez
compartilha-las.
Este volume apresenta as lendas e os fatos consagrados nesta cidade desde que ela enquanto
povoado recém elevado passou a chamar-se singelamente Vila de Sant’anna, até meados dos anos
sessenta do século XX, organizado em capítulos não numerados que se sucedem e trazem nos
seus sugestivos títulos: Os Velhos Lampiões, Lenda de Santo Ângelo, Pelourinho, Mogianos
Fundadores de Cidades, Rádio Club e Aviação em Mogi entre outros o teor do tema abordado,
contando ainda com ilustrações á nanquim que criam, ou melhor, recriam os ambientes e as
personagens com traços expressivos que apesar de primarem pela simplicidade nos abrigam na
sua pura intenção, creditam-nas á Messias sem maiores detalhes sobre o artista no decorrer do
livro.
Grinberg que é conhecido por sua maestria em relatar os fatos com estilo e precisão, demonstra
mais uma vez nesta obra uma inegável paixão por Mogi, traduzindo dedicação e pesquisa no
cuidado em partilhar a relevância da produção cultural e histórica de uma comunidade
Luis Beltrão referência inconteste neste assunto para todos os pesquisadores que versaram neste
volume e também para o professor emérito da universidade de São Paulo José Marques Melo, já
na introdução intitulada, De volta ao futuro: Da Folkcomunicação à Folkmídia e de subtítulo
revelador, Apropriação tardia da cultura popular pelas indústrias midiáticas brasileiras, ele nos
conta que; em suas pesquisas Beltrão identificou a necessidade de uma decodificação para as
massas populares das mensagens oriundas de uma mídia elitista por esta apoiar-se em valores da
cultura erudita, este processo de tradução de tais conteúdos midiáticos, o celebre pesquisador
denominou Folkcomunicação. O professor Melo em análise afirma que mesmo com o apogeu
informático propulsor dos meios de comunicação que propõem numa mídia vigorosa e agressiva
a Folkcomunicação encontra-se robustecida pela inesgotável capacidade de adaptação popular em
manifestar as suas idéias e mensagens.
Neste âmbito temos a folkmídia que literalmente ocupa e por que não dizer subverte os espaços
disponíveis apropriando-se deles e transformando-os em suporte para divulgação destas idéias em
mensagens, através das danças de rua como o break e na figura do B. Boy esta fusão de bailarino
e acrobata suburbano, que se autodidata em desafios empolgantes nas praças com os seus iguais,
embalados é claro, pelo ritmo e poesia de seus repentes modernos e Dj’s, completa
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especificamente esta tríade os grafiteiros que em muros registram não apenas a sua criatividade,
expõem ali uma visão estética popular transferida e compartilhada de alcance indiscutível.
Esta obra de 316 paginas da Ductor editora apresenta quatro partes: Teoria e Metodologia,
Gêneros e Formatos, Política e Contemporaneidade Festividades e Turismo, conta ainda com um
instrutivo posfácio da Doutora em comunicação Maria Cristina Gobbi que se debruça
profusamente sobre Luis Beltrão, numa breve biografia e principalmente em sua vida de
pesquisador e obras, aliás alguns de seus livros são apresentados demonstrando assim a sua
contribuição outras áreas da comunicação social.
Para estes que não participam da propalada e as vezes indevidamente festejada Aldeia Global
preconizada por McLuhan que entendia que a panacéia seria um dia a informática, alguns de
seus críticos dizem que ele se esquecera de levar em conta quem deteria esse monopólio. Numa
análise ousada, Santos afirma que mesmo neste cenário dramático de mecanismos que asseguram
o desprivilegio dos desprivilegiados, - estes a margem de todos os benefícios que garantem a
dignidade humana - é justamente nesse indivíduo popular que se aproxima com muita dificuldade
da tecnologia e com mais dificuldade ainda dos meios de comunicação que está uma
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possibilidade senão de reversão, mesmo que a longo prazo deste painel, pelo manos de uma
relevante discussão mais consciente e concientizadora, sobretudo, por levar em consideração a
pluralidade dos ajuntamentos humanos nas cidades, cada grupo ou mesmo indivíduos que os
represente assimilará e transmitirá a sua filosofia, a sua língua e os seus costumes numa dinâmica
jamais vista, suplantando quem sabe essa atual homogeneização cultural compulsória.
Grinberg consolida a sua posição com farta documentação que acompanha o volume em
apêndice, destacam-se inúmeras atas que relatam por sua vez, e em sua maioria, traslados de
terras em que trazem a assinatura de figuras proeminentes daqueles tempos como, por exemplo,
Francisco Vaz Coelho de origem judaica, cristão novo por essa contingência e que segundo o
autor fora uma das primeiras autoridades enquanto vereador da villa de Sant’anna juntamente
com Gaspar Collaço e Brás de Pina e Antonio da Paz para juizes ordinários e para procurador
Antonio Fernandes.
Engloba a maioria dos documentos pesquisados pelo historiador o importantíssimo Foral salvo da
certa deterioração pelo prefeito da época Coronel da Força Pública de Segurança Eduardo
Lejeune, que deplorou o estado em que se encontravam os documentos da municipalidade e
incumbiu o professor Emílio Ferreira que em abnegado esforço em avaliar todos aqueles
alfarrábios compreendeu a importância do dito Foral , este servira para firmes conclusões
segundo Grinberg inclusive restabelecer a data original do município a I de setembro em 1935,
anteriormente comemorada a no terceiro dia deste mês.
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Dividido em nove capítulos de agradável e instigante leitura Gaspar Vaz fundador de Mogi das
Cruzes, conta ainda com um portentoso apêndice proporcional em quantidade aos capítulos
trazendo transcrições de documentos que atribuem um aspecto formal a este volume de 142
paginas da São Paulo Indústria Gráfica e Editora S/A.
Em outras palavras os autores perguntam-se neste volume por que não se fez o projeto Iluminista
da Razão que aventava o individuo emancipado a partir desta, o cenário do pós-guerra 1939-1945
forneceu uma imagem deveras catastrófica de nossa humanidade: só não nos emancipamos como
deploravelmente retornamos a um estado de absoluta barbárie.
Nesse estudo observaram que o desenvolvimento da razão iluminista voltou-se mais a seu lado
instrumental preocupada com a técnica e os meios, deixando de lado a esfera reflexiva, a nossa
ciência moderna nessa sobrevaloração atrofia a face dialética da razão. Esta analise tem como
horizonte a teoria crítica já que busca que busca no presente histórico e na mutabilidade das
relações sociais - neste caso a II guerra mundial – um elo visceral com a teoria.
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Este livro editado pela Jorge Zahar conta com 254 paginas divididos em dois Excursos que em
sua proposta requer muita dedicação do leitor devido ao seu elevado nível filosófico, no entanto
instiga ainda mais a busca pelo conhecimento da contemporaneidade nos instruindo a um
pensamento crítico em busca da ética tão escassa em nossa sociedade e nos meios de
comunicação atuais.
É bem simples funciona como departamento de vendas: Visitamos potenciais clientes e fazemos a
seguinte proposta: Interessa um anúncio de 30 segundos a um minuto dentro da nossa
programação uma vez que ela tem uma abrangência regional reconhecida e isso pode representar
efetivamente um crescimento de faturamento. É assim, como o departamento de vendas de uma
empresa, ás vezes são os clientes que espontaneamente se aproximam com a intenção de
anunciar.
A nossa postura é sazonal, nós não colocaríamos, por exemplo, a Festa do Divino em novembro,
e isso não se dá apenas com questões de cunho cultural, mas todas as matérias. Tendemos a
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apresentá-las em períodos que consideramos mais propícios. Não jogaríamos para o telespectador
uma matéria de natal na época de carnaval.
4. O quanto foi importante, na consolidação desses dez anos de TV Diário, a cultura popular
regional?
A cultura regional é uma coisa importantíssima de ser abordada, ela assina as características de
uma região, temos como exemplo a Festa do Divino aqui em Mogi das Cruzes, a nossa
participação é imensa e não só jornalisticamente, nos envolvemos diretamente com o evento,
vestimos o avental, servimos o afogado... É fundamental valorizar a cultura de uma região não
importando se é daqui de Mogi, Itaquaquecetuba... Isso mostra que Mogi das Cruzes não é só
mais uma cidade brasileira, e sim uma cidade brasileira com um Festa do Divino espetacular e
isso pode ser referência para o Brasil todo. E não só a TV Diário, mas entendo que todos os
veículos de comunicação devem dar destaque para essas questões culturais.
*Constatamos de ambas as partes uma reciprocidade pelo menos no tocante a Festa do Divino e a
TV Diário, é assim de fato?
Eu diria que partiu da relação dos próprios donos da TV, os empresários que investiram para
implantação da TV, eles já tinham uma ligação muito forte com a Festa do Divino eles
difundiram entre os funcionários essa afeição.
tamos na cidade. E o trabalho da TV é este de mostrar essa miscigenação, essa cultura destes
grupos que preservam essas manifestações.
Se não existe essa população esse público a TV também não existe. Nós não fazemos a TV só
para políticos, autoridades e policiais a gente faz pelo povo e são esssas pessoas que nos mantém
nos trazendo informações e noticias através de seus problemas e essa relação é que ajuda na
consolidação da nossa TV.
Uma empresa de televisão é uma empresa como outra qualquer visa lucro, tem funcionários e
estes tem que ser pagos, primeiro a área de atuação comercial. Antes de tudo a ANATEL tem
delimitar uma conseção para aquela cidade e isso é uma questão política e por isso há muitos
donod de televisão que são políticos, eles lutam para conseguir as televisões para as suas
respectivas cidades para uso político , mas quando a parte comercial começa a dar retorno a
emissora torna-se uma emissora de verdade e não só para estes fins políticos. Muitas afiliadas
começaram assim. Hoje temos 11 afiliadas no interior de SP, a capital não tem condições de
cobri-lo por inteiro e caberiam outras, pois a cidades são muito distantes uma das outra e isso
como falei caresse de um tramite.
A parte economica é a principal porque se for uma região fraca a TV não se desenvolve, não se
vende comerciais e não se consegue manter-la. Mas também se for uma região fraca de noticias,
qual o empresário que vai querer investir numa ciddade que dará uma noticia por semana ou por
mês, tem de ser uma região quente de noticias e muito populosa que desperte o interesse em se
manter uma equipe ali.
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6. Referências bibliográficas
LIMA, Angelita. Jornalismo e cultura: Uma pauta a ser recriada. Disponível no site:
http://www.cultura.gov.br/programas_e_acoes/cultura_e_pensamento/acervo/textos/index.php?p=
31516&more=1. Acesso em 28 Set 2008;
PINTO, Virgilio Noya: Comunicação e cultura brasileira, São Paulo, Ática, 2007;
RIBEIRO, Darcy: O Povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil, São Paulo: Companhia
das Letras, 2003;
SCHMIDT, Cristina (org.). Folkcomunicação na arena global, 1.ed, São Paulo Ductor, 2006;