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• O Mocho
• Clube da Terra
• Incineração de Resíduos
• Direitos dos Animais
• Estagiar-L
Sumário
Vidália 20 2
Editorial
Este segundo número do boletim Vidália, uma tomada de posição, criticando o modo
editado em 2003, tem como tema principal o como o processo decorreu e exigindo o apura-
dos resíduos sólidos urbanos que, sobretudo em mento de responsabilidades. Neste número
São Miguel, é um dos grandes problemas divulgamos o comunicado que, na altura, foi
ambientais sem solução à vista. divulgado pela Comunicação Social.
Por um lado, a qualidade de vida, nesta Por último, achamos importante deixar
sociedade consumista, em que vivemos, é erro- aqui registada a experiência das jovens recém
neamente identificada com quantidade de licenciadas, Luísa Cosme e Rafaela Anjos, que
objectos consumidos (e postos fora) pelo estiveram a estagiar, no âmbito do Programa
homem e, por outro lado, parece que, de propó- Estagiar-L, da Direcção regional da Juventude,
sito, nada de significativo tem sido feito para Emprego e Formação Profissional, de Janeiro a
educar o consumidor e para incentivar a redu- Junho de 2003, na nossa associação.
ção, a reutilização e a reciclagem dos resíduos. TB
3 Vidália 20
Fauna dos Açores
O Mocho
Manuela Livro
ALIMENTAÇÃO:
Alimenta-se essencialmente de ratos, mas
também de insectos e algumas espécies de aves.
REPRODUÇÃO:
Entre Março e Abril o mocho emite sons que
podemos considerar de “grito pré-nupcial”.
Faz o seu ninho geralmente nos bosques, em
buracos de árvores e, às vezes, nos ninhos de
outras espécies de rapinas.
Põe 4 a 5 ovos brancos.
O período de incubação é de 27 a 28 dias e as
crias nascem penugentas.
Vidália 20 4
Pedestrianismo
5 Vidália 20
Clubes Escolares
Clube da Terra
O Clube da Terra da Escola Básica Integra- prática do pedestrianismo; criar hábitos sadios
da/Secundária da Madalena do Pico, criado no de convívio e de contacto com a natureza.
ano lectivo de 1998/1999 e após um ano de Se é fundamental desenvolver a consciên-
interrupção de actividade (2002/2003), prome- cia ambiental na população, não é mais certo
te dar que falar. que a realização, interdisciplinarmente, de acti-
Este ano lectivo, o Clube da Terra, que vidades de promoção do Ambiente, levadas a
conta com a participação de 20 alunos, sob a cabo pelo Clube da Terra, será um contributo
coordenação de uma professora do 8º Grupo A, imprescindível para toda a comunidade.
apresenta um programa bastante diversificado, Paula Tavares
que inclui actividades de ar livre, como pas- Madalena, 13 de Outubro de 2003
seios pedestres, e visitas de estudo e activida-
des artísticas, como a criação do logotipo do
clube, a elaboração de cartazes e textos varia-
dos, alusivos ao Ambiente e ainda a realização
de sketches dramáticos.
Assim, uma das actividades do Clube a
desenvolver nos meses de Outubro e Novem-
bro, em colaboração com a Associação Ecoló-
gica Amigos dos Açores, é a participação no
projecto de âmbito europeu Coastwatch Euro-
pe, que será realizado pela primeira vez numa
escola do Pico.
Atendendo à crescente relevância que o
Ambiente assume nos currículos escolares, o
Clube da Terra tem como objectivos promover
a formação e a educação ambientais, alertando
a comunidade escolar e local para a preserva-
ção dos habitats naturais terrestres e marinhos e
para a conservação e recuperação das zonas
protegidas dos Açores; aprofundar o conheci-
mento da flora e fauna endémicas; estimular a
Contributo Jovem
Vidália 20 6
dos mais diversos pontos de Portugal e Irlanda. longe. Esse tapete nada mais é que cianobacté-
Estes, tendo em comum o interesse pelas temá- rias, microrganismos que consomem toda a
ticas ambientais, funcionaram durante uma matéria orgânica e oxigénio existente na água,
semana como verdadeiros ‘’enviados especiais destruindo assim todos os outros microrganis-
‘‘, percorrendo a ilha de lés a lés e relatando mos presentes na mesma.
tudo aquilo que lhes parecia oportuno. Os dias e os passeios multiplicaram-se, e
Esta aventura começou no dia 13 com a no final da semana, já muito tínhamos visto e
chegada dos participantes à ilha, todos ainda relatado. Num destes passeios tivemos a opor-
um pouco tensos e envergonhados, mas, com o tunidade de visitar aquele que é, sem dúvida,
passar das horas, o gelo foi-se quebrando e, no um dos locais mais bonitos da ilha, a Caldeira
final do dia, já todos estávamos integrados e Velha, onde passamos uma memorável tarde
prontos para aquilo que se iria revelar uma das em pleno contacto com a natureza. Um outro
mais proveitosas e divertidas semanas das nos- momento, que muito dificilmente se apagará
sas vidas. das nossas memórias, é o da observação de
No dia seguinte, logo pela manhã, foi feita cetáceos, a multiplicidade de sensações que
a recepção oficial e pouco depois partimos na sentimos é-me difícil de descrever.
companhia do Dr. Teófilo de Braga, para um Os dias passaram e quase sem nos darmos
percurso pela ilha, que nos introduziu, in loco, conta já estávamos a trocar números de telefo-
as temáticas que iríamos abordar nos dias ne e moradas, mergulhados numa enorme sen-
seguintes. Ao longo de todo o percurso o espan- sação de nostalgia e de dever cumprido.
to pelas belezas da ilha e pelas suas particulari-
dades foi geral, contudo alguns dos problemas
ambientais não tardaram a se fazer notar.
As vertentes das encostas pintadas pelo
amarelo das flores das conteiras foram referi-
das em quase todos os artigos elaborados nessa
noite. Esta planta herbácea é considerada uma
das infestantes mais bem sucedidas de todo o
mundo. Reproduzindo-se sem limitações, esta
espécie (à semelhança de todas as outras inva-
soras) põe em perigo a sobrevivência das espe-
cies indígenas, sobretudo as endémicas, que
são extremamente vulneráveis a perturbações
no seu habitat, razão pela qual as espécies inva- Esta foi, sem dúvida, uma das experiências
soras são, actualmente, uma grave ameaça para mais enriquecedoras com que já fui prendado e
a biodiversidade do planeta. O combate a estas não poderia de forma alguma acabar este artigo
deverá ser entendido como uma prioridade em sem demonstrar o meu mais profundo agrade-
qualquer estratégia de conservação da natureza. cimento a todos aqueles que possibilitaram esta
Outro grave problema ambiental, que não missão, em especial à Secretaria Regional do
passou despercebido, foi o da eutrofização das Ambiente dos Açores e à Associação Ecológica
lagoas, salientando-se o estado avançado deste Amigos dos Açores pelos excepcionais anfi-
processo na lindíssima Lagoa das Setes Cida- triões que demonstraram ser e por todas as
des. A eutrofização é um processo que provoca explicações e material que nos cederam, e claro
a ausência de oxigénio na água, eventualmente está, à Margarida, ao Pedro e à Renata pelo seu
levando à morte das espécies marinhas aí pre- empenho na realização missão, pela sua cons-
sentes. tante preocupação com o nosso bem-estar e
Os despejos de fertilizantes decorrentes das acima de tudo pela sua personalidade e manei-
actividades agro-pecuárias, ricos em matéria ra de estar na vida. A Todos um muito Obriga-
orgânica, levaram à manifestação de um dos do por tudo e espero ter a oportunidade de os
fenómenos científicos mais problemáticos dos voltar a visitar em breve.
últimos anos: as cianobactérias. Quem visita a
Lagoa das Sete Cidades não fica indiferente ao Ricardo Rocha
extenso tapete de algas verdes que se avista ao Samuel Pires
7 Vidália 20
Documento
A INCINERAÇÃO DE RESÍDUOS:
uma tecnologia a desaparecer
Adaptado de um Relatório elaborado pela Aliança Global de Alternativas às Incineradoras
Vidália 20 8
ção por metais pesados tais como o chumbo, nal é inaceitável; segundo, a verificação das
cádmio, arsénico, crómio e berílio. emissões é irregular e bastante imperfeita,
Outros poluentes que causam preocupa- deste modo não são verdadeiramente conhe-
ção incluem hidrocarbonetos halogénicos, cidos os actuais níveis de emissões; terceiro,
gases ácidos, que são percursores da chuva a informação existente indica que as actuais
ácida; partículas que prejudicam as funções incineradoras são incapazes de satisfazer o
pulmonares e gases que provocam o efeito de actual padrão regulamentar.
estufa. Contudo, a caracterização das descar-
gas de poluentes das incineradoras ainda está Quando o equipamento para o controle
incompleta; existem nas emissões gasosas e de poluição funciona, remove os poluentes
nas cinzas, muitos componentes não identifi- do ar, concentrando-os nas cinzas soltas,
cados. criando um fluxo perigoso de resíduos tóxi-
cos, que necessita de um tratamento adicio-
Os operadores das incineradoras afirmam nal. Deste modo o problema da libertação de
muitas vezes que as emissões estão sob con- poluentes não está resolvido; os poluentes
trole, mas as evidências indicam que este não são simplesmente transferidos de um meio
é o caso. (ar) para outro (sólido ou água). As cinzas
A Incineração de Resíduos: Uma libertadas pelas incineradoras são bastante
Tecnologia a Desaparecer, porquê? perigosas e são muitas vezes mal reguladas.
Nem mesmo os aterros sanitários são segu-
Primeiro, para muitos poluentes, tais ros, porque deixam passar subs-
como as dioxinas, qualquer emissão adicio- tâncias perigosas; em alguns C o n t i n u a
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lugares, as cinzas estão expostas ao ambiente des, nos Estados Unidos, endividaram-se
ou até espalham-se por áreas residenciais ou devido às suas incineradoras.
áreas de produção alimentar.
As incineradoras criam, de longe, menos
As incineradora estão, muitas vezes, empregos por tonelada de resíduos do que as
situadas em redor de populações minoritá- tecnologias alternativas e práticas, como a
rias, de baixo rendimento, com a alegação de reciclagem. Geralmente, também, substituem
que estes sectores da população, politica- o trabalho em rede de reciclagem informal, já
mente fracos, serão menos capazes de resis- existente, causando dificuldades adicionais
tir-lhes. Isto é uma violação dos princípios ao mais pobre dos pobres.
básicos da justiça ambiental.
Esta tecnologia é, muitas vezes, conheci-
As incineradoras modernas são, de longe, da como produtora de Energia, visto poder
a abordagem mais dispendiosa para a gestão produzir electricidade. No entanto, uma aná-
de resíduos, só os custos da sua construção lise detalhada do ciclo de actividade revela
podem chegar a centenas de milhões de dóla- que as incineradoras gastam mais energia do
res americanos. Os custos do edifício e do que produzem. Isto porque os produtos, que
funcionamento da incineradora são, inevita- são incinerados, deverão ser substituídos por
velmente, suportados pelos cidadãos. As novos produtos. Extraindo e processando
empresas que disponibilizam as incinerado- materiais virgens, transformando-os em
ras têm inventado vários esquemas complica- novos produtos, gasta-se muito mais Energia
dos de financiamento, para conseguirem o (causando também mais danos ao ambiente)
apoio do governo, em pagamentos a longo do que produzir materiais reciclados.
prazo, o que várias vezes provou ser desas-
troso para os governos locais. Muitas cida- A maior parte da história da Incineração
Vidália 20 10
de resíduos passa-se nos países do Norte. Os Os programas para a gestão de resíduos
contextos dos países do Sul são capazes de municipais devem estar adaptados às condi-
ser ainda mais problemáticos para a imple- ções locais para terem sucesso. Particular-
mentação desta tecnologia. Com efeito, a mente, os programas do Sul não devem
falta de capacidade de monitorizar significa seguir exactamente o modelo dos do Norte,
que no Sul as incineradoras poluirão mais porque existem diferenças nas condições físi-
do que no Norte. Problemas administrativos, cas, económicas, legais e culturais. Especial-
tais como orçamentos incertos e a corrup- mente no Sul, o sector informal (lixeiros ou
ção, podem interferir com a manutenção varredores de ruas) são componentes signifi-
necessária. As diferentes condições físicas, cativas de um sistema para o tratamento do
como o tempo, e as características dos resí- lixo já existente e o melhoramento das suas
duos podem tornar as operações de controle condições de trabalho deve ser a componente
difíceis ou até mesmo impossíveis. central de qualquer sistema municipal para a
gestão de resíduos. Um exemplo de grande
Finalmente, deve ser entendido que as sucesso é o do Zabbaleen, no Cairo, onde
incineradoras são incompatíveis com outras organizaram, por si próprios, um sistema de
formas de gestão de resíduos. Com efeito a recolha e reciclagem de lixo que desvia 85%
incineração subestima a ética de separação do lixo recolhido e, concomitantemente,
na fonte. emprega 40.000 pessoas.
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afastar a maior parte do lixo municipal, para quantidades, uma grande variedade de resí-
longe dos aterros sanitários e da incineração. duos químicos perigosos, incluindo produtos
Muitas comunidades têm alcançado taxas de farmacêuticos. Alguns, tal como o mercúrio,
desvio de 50% e até valores mais elevados, deviam ser eliminados através de mudanças
com o intuito de alcançar o estatuto de Lixo na sua aquisição; outros podem ser recicla-
Zero. dos e o restante deve ser cuidadosamente
recuperado e devolvido ao fabricante. Casos
Os centros de saúde e hospitais são uma estudados mostram como estes princípios
fonte significativa de produção de resíduos. resultam em ambientes bastante variados,
É essencial um sistema rigoroso para a sepa- tais como numa pequena clínica de materni-
ração do lixo, para que a pequena percenta- dade, na Índia ou num grande hospital urba-
gem de resíduos potencialmente infecciosos no nos Estados Unidos.
ou químicos perigosos fiquem separados dos
resíduos gerais. Os resíduos industriais não têm a ten-
dência de ser tão variados como os resíduos
Os resíduos potencialmente infecciosos hospitalares ou municipais, mas muitos des-
necessitam de tratamento e despejo. Para a tes são quimicamente perigosos (tóxicos). A
sua desinfecção, estão disponíveis várias Produção Limpa é uma nova abordagem à
tecnologias. Estas, geralmente não são dis- indústria, que, procura eliminar produtos
pendiosas, são tecnicamente menos compli- secundários tóxicos (perigosos), reduzir
cadas e menos poluidoras do que as incine- totalmente a poluição, criar produtos e sub-
radoras. sequentes resíduos que sejam seguros dentro
dos ciclos ecológicos.
Nestes mesmos locais (hospitais e cen-
tros de saúde), são produzidos, em pequenas Os Princípios da Produção Limpa são:
Vidália 20 12
Princípio da Precaução, o qual invoca a to de base, que anulou mais de 300 propos-
precaução face a uma incerteza científica; tas para incineradoras municipais de resí-
Princípio da Prevenção, que diz que é duos urbanos. Os activistas lutaram por
melhor prevenir o mal do que remediá-lo; padrões de controle mais elevados nas emis-
Principio da Democracia, que diz que sões e na remoção de resíduos, o que, prati-
todos afectados por uma decisão têm o direi- camente, provocou o fecho da indústria inci-
to de participar na sua resolução; neradora, no final do ano de 1990.
Princípio Holístico, que requer uma
abordagem integrada para a tomada de deci- No Japão, o país do mundo onde é mais
sões referentes a questões ambientais. intensa a luta contra as incineradoras, a
resistência à incineração é quase unânime,
Para a implementação da “Produção com centenas de grupos anti-dioxinas, ope-
Limpa”, estão a ser empregues uma varieda- rando em todo o país. Nos últimos anos, a
de de instrumentos como medidas políticas, pressão pública levou ao encerramento de
tais como o direito à informação, a reforma mais de 500 incineradoras.
dos impostos e o apoio das Nações Unidas às
empresas que implementam a Produção Na Europa, a resistência tem sido feita
Limpa. com a implementação de alternativas.
Mesmo com o aumento da população, em
A Produção Limpa não pode responder algumas áreas a produção de resíduos tem
ao problema dos resíduos perigosos já exis- diminuído. Como resultado, na Europa, há
tentes, amontoados ou armazenados, os pouco mercado para novas incineradoras.
quais necessitam, de alguma forma, de trata-
mento. Alguns programas estão a desenvol- Em Moçambique, os cidadãos organiza-
ver tecnologias destinadas a solucionar este ram-se, superando diferenças de classe ou de
problema. Os padrões estabelecidos para cor, e formaram a primeira organização indí-
estas tecnologias são gena ambientalista do país. A organização
- alta eficiência destrutiva; teve êxito na anulação de uma proposta para
- controle de todos os produtos tóxicos; a incineração de pesticidas numa fábrica de
- identificação de todos os produtos tóxi- cimento, situada na vizinhança de uma área
cos; residencial.
- não ocorrência de emissões descontro-
ladas. Noutros locais, os activistas tiveram de
recorrer aos protestos e à acção directa para
parar com a incineração. No entanto, a opo-
Secção 3: Apagar as Chamas sição pública tem vindo a ser cada vez mais
manifesta através da Lei. Em 15 países, a
A Secção 3 discute a crescente rejeição à jurisdição passou a proibir parcialmente a
incineração por todo o globo. A oposição incineração e nas Filipinas a incineração foi
pública tem rejeitado muitas incineradoras totalmente banida.
propostas e já existentes e tem sido incorpo-
rada nas leis locais, nacionais e até interna-
cionais. A resistência popular às incinerado- Elaborado por Neil Tangri
ras é global; centenas de organizações de
interesse público, em vários países, estão GAIA Secretariat
empreendidas na luta contra a incineração e Unit 320, Eagle Court
a favor de alternativas. 26 Matalino St., Quezon City Philippines
Phone: +632-9290376
Nos Estados Unidos, interesses econó- Fax: +632-4364733
micos e a notória crise dos aterros sanitários, E-Mail: manny.gaia@no-burn.org_
em 1980, levou a um aumento súbito da Website: www.no-burn.org
construção de incineradoras. Mas este
aumento súbito gerou um massivo movimen-
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Relatório
Estagiar-L
Luísa Cristina Cosme e Maria Rafaela Anjos
No âmbito do Programa Estagiar- L da vida por João Paulo Constância, dos Amigos
Secretaria Regional da Educação e Cultura, dos Açores), possibilitando assim um melhor
Direcção Regional da Juventude, Emprego e conhecimento deste Património Natural e a sua
Formação Profissional, as Licenciadas Luísa preservação, protecção e valorização, do ponto
Cristina Branco Cosme e Maria Rafaela Bote- de vista turístico e pedagógico.
lho dos Anjos efectuaram o seu estágio nos Procedeu-se igualmente à implantação
Amigos dos Açores – Associação Ecológica. das cavidades vulcânicas em cartas topográfi-
No âmbito do estágio, deu-se início aos cas, de modo a obter-se as respectivas coorde-
trabalhos relativos à gestão do Inventário do nadas geográficas, UTM e altitude, sempre que
Património Espeleológico dos Açores (IPEA), desconhecidas ou incongruentes.
procedendo-se à recolha e organização de todo Foram também realizadas digitalizações
o material bibliográfico (notícias de jornais e dos croquis e das topografias das cavidades,
da Internet, documentos bibliográficos e infor- bem como o tratamento de imagens, de forma a
mativos, topografias e croquis) referente às toda esta informação ser introduzida na Base de
grutas e algares existentes no Arquipélago. Dados.
Fotocopiou-se todo o material e fez-se a res- No âmbito das actividades do GESPEA
pectiva identificação bibliográfica. A informa- (Grupo de Trabalho para o Estudo das Cavida-
ção compilada foi lida e agrupada em pastas, des Vulcânicas dos Açores), participou-se na
correspondentes a cada uma das cavidades vul- Campanha Bioespeleológica PICOSPEL 2003,
cânicas em causa. que decorreu entre 30 de Março e 5 de Abril, na
Finda esta fase, iniciou-se uma leitura ilha do Pico, onde se fez o levantamento topo-
cuidada dos documentos, analisando e interpre- gráfico de grutas recentemente descobertas,
tando toda a informação, de modo a obter-se o sendo posteriormente realizada a respectiva
maior número possível
de dados para o preen-
chimento das Fichas de
Inventário das Cavida-
des Vulcânicas dos Aço-
res.
Com esta pesqui-
sa pretendeu-se actuali-
zar, também, as fichas
existentes para cada
cavidade vulcânica já
conhecida, que depois
de validada e uniformi-
zada foi carregada na
Base de Dados Informá-
tica do IPEA (desenvol-
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topografia e implantação em cartas de detalhe. No decorrer do estágio foi também dada
A equipa de trabalho do Picospel 2003 foi uma contribuição na elaboração do Roteiro dos
constituída pelos membros da comissão execu- vários Percursos Pedestres, que tem por objec-
tiva do GESPEA, os quais foram auxiliados por tivo apresentar nove percursos existentes na
um elemento da Sociedade de Exploração nossa ilha, bem como alguns conselhos úteis a
Espeleológica “Os Montanheiros” (F. Pereira). seguir ao longo dos mesmos.
Foram também efectuadas diversas visi- Visando a realização de acções de sensi-
tas de estudo à Gruta do Carvão, com várias bilização nas escolas, efectuaram-se diversas
escolas e instituições da ilha de São Miguel, apresentações em Power Point, com conteúdos
num total de 273 visitantes, como demonstra a relacionados com a Gruta do Carvão, a Fauna e
tabela abaixo. Flora dos Açores, o Dia Mundial da Energia e
Com estas visitas pretende-se dar a conhe- as Plantas Usadas na Medicina Popular da
cer aos visitantes a importância das cavidades Ribeira Grande.
vulcânicas e suas forma-
ções geológicas, para a
caracterização vulcanoló-
gica e geológica das nos-
sas ilhas, bem como alertar
para questões de educação
ambiental, nomeadamente
a preservação e a protec-
ção destas cavidades.
Com o intuito de pro-
mover actividades de Edu-
cação Ambiental, os Ami-
gos dos Açores
coordenaram, em São
Miguel, o projecto “Coas-
twatch Europe”, integrado
num programa de âmbito europeu que visa a Foi também efectuada uma visita de estu-
caracterização da orla costeira, através do do à Central Geotérmica da Ribeira Grande,
preenchimento de um questionário. Deste com 11 alunos e uma professora da Escola
modo, realizou-se a estatística dos questionários Básica 2,3 de Velas, da ilha de São Jorge.
em causa, bem como a elaboração do relatório A coordenação das actividades do estágio
final do projecto na ilha de São Miguel, tendo foi assegurada por Teófilo Braga e João Carlos
sido publicado um excerto do mesmo no nº19 Nunes.
do Boletim Vidália.
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Direitos dos Animais
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Documento
17 Vidália 20
Publicações e Materiais para Venda
Formulário de Encomenda
Por favor envie as quantidades acima assinaladas para o endereço:
Nome
Rua e nº
Código Postal
Nota: todos os pedidos deverão ser acompanhados do respectivo pagamento em cheque ou vale postal.
Para o estrangeiro ao valor total deverá acrescentado 2
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Novos Sócios
Os AMIGOS DOS AÇORES são uma asso- Porque é fundamental contribuir para a garantia
ciação regional de defesa do ambiente, inde- da existência de uma voz independente e firme
pendente do poder político-económico e aparti- na defesa do ambiente nos Açores, vimos con-
dária, que vem, desde 1985, trabalhando vidá-lo(a) a aderir aos Amigos dos Açores, para
ininterruptamente a favor da conservação da tal basta preencher a ficha que junto enviamos
maior riqueza dos Açores: o seu património e devolvê-la para:
natural.
Mas uma associação como esta, para desempe- AMIGOS DOS AÇORES
nhar ainda melhor o seu papel, tem de conti- Avenida da Paz, 14
nuar a aumentar a sua principal base de apoio: 9600-053 PICO DA PEDRA
os seus associados.
BOLETIM DE INSCRIÇÃO
SÓCIO Nº__ ________ QUOTA ANUAL: 10 ___ Outro valor________ , ____
(quota anual + donativo)
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LOCALIDADE ____________________ CÓDIGO POSTAL ____________________________
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AO BANCO _________________________________
Agência de _______________________________
De V.Exas.
Muito Atentamente
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(nome completo) (assinatura idêntica à existente no Banco)
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HUMOR VERDE