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PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO
VOLKSWAGEN
ANO 30 • Nº 244
MAIO 2007
ENTREVISTA
Maílson da
Nóbrega
É a vez de um
brasileiro compacto
para os ricos europeus JAPÃO
milenar e
futurista
Recado
SOBRE
ECONOMIA
E O ORIENTE
T rês assuntos relacionados pautam esta edição de Showroom. O crescimento da economia
nacional, considerado bom pelos analistas mas ainda tímido pelo potencial do País, a
oportunidade que o setor automotivo está deixando para os orientais de projetar,
desenvolver e colocar no mercado internacional um “carro verdadeiramente popular” e os
inúmeros interesses que o Japão oferece ao mundo, entre eles, o de ter tirado o primeiro
lugar da GM como o maior fabricante de veículos do mundo. Todos os temas têm um
fundo econômico consistente e aspectos curiosos de conhecer. A intenção foi oferecer
uma leitura agradável com boa dose de informações. O ex-ministro da Fazenda, Maílson
da Nóbrega, é o entrevistado na seção Gente, e fala, com sua conhecida clareza e
simplicidade, por que o Brasil não vai crescer o quanto gostaríamos, mas ainda assim
está otimista em relação ao futuro. Nessa mesma linha de raciocínio caminha a matéria
sobre o setor automotivo. O Brasil tem tudo para colocar no mercado internacional um
veículo verde-amarelo bom e barato. Tem engenharia, mão-de-obra competente e a
bom preço e parque industrial suficiente para criar, desenvolver e produzir em larga
escala um automóvel com a marca Brasil. Segundo o consultor da Ronald Berger, Wim
van Acker, o País está perdendo a chance de sair na frente de países como a China e a
Índia, que têm também condições de fazer isso, mas vêem comprometida, por
enquanto, sua produção ao mercado interno. Exportador conhecido e respeitado, com
capacidade ociosa em suas unidades industriais, o Brasil poderia suprir essa lacuna.
Do oriente também vem o terceiro tema desta edição. Falamos do Japão, esta
superpotência nascida em território pobre, que há tempo é a segunda economia mundial
e exemplo de determinação, disciplina, estudo e perseverança. Entre as inúmeras belezas
exaltadas na seção A Passeio, as qualidades e conquistas do Japão e do povo japonês
sintetizam-se na obtenção do primeiro lugar mundial no ranking de fabricantes de
veículos, posição que vinha sendo ocupada pela estadunidense GM há 73 anos.
Boa leitura.
Conselho Editorial
Cartas
Expediente
PUBLICAÇÃO MENSAL DA
Conselho Editorial
Antonio Francischinelli Jr. , Carlos Alberto Riquena,
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Editoria e Redação
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Tel (11) 5078-5427 / 3825–1980
O ESTETA microempresária, não deixo FÃS DE YASUSHI editoria@tato.com
Muito simpática e oportuna a de checar os sites, blogs ou ARITA Editora e Jornalista Responsável
Silvia Teresa Bella Ramunno (13.452/MT)
entrevista com o ótico Miguel comunidades que “detonam” Aqui em casa somos seis Redação - Rosângela Lotfi (23.254/MT)
Giannini, personalidade das as empresas ou marcas. mulheres e todas somos Projeto Gráfico e Direção de Arte
mais conhecidas e queridas em Antes de cair na boca do fãs do consultor Yasushi Azevedo Publicidade - Marcelo Azevedo
São Paulo (Edição 242 – março povo, é preciso estar Arita. Sempre que possível azevedocom@terra.com.br
2007). Ele mostrou como é preparada para a defesa! assistimos às suas Publicidade
possível manter um negócio Maria Lúcia Mendez Disal Serviços
palestras e lemos seus Maria Marta Mello Guimarães
próspero e digno por mais de Rio de Janeiro – RJ
livros, mas mesmo assim Tel (11) 5078-5480
40 anos, sem ceder às gostaríamos de externar mmello@grupodisal.com.br
pressões da globalização. Além nossa admiração por ele. Impressão Gráfica Itú
disso, ele deu mostras do Lendo o seu artigo Tiragem 6.000 exemplares
grande ser humano que é. “Homem X Mulher – pode
Parabéns pelo exemplo de vida haver igualdade entre Revista filiada à ABERJ
Permitida a reprodução total ou parcial, desde que
pessoal e profissional. diferentes?” na última citada a fonte.
Ricardo Mendonça revista (Edição 243 – Abril As matérias assinadas são de responsabilidade do
autor e não refletem necessariamente a posição da
São Paulo – SP 2007) ficamos ainda mais Assobrav.
Registro nº 137.785 – 3º Cartório Civil de Pessoas
sensibilizadas com sua Jurídicas da Capital de São Paulo.
“A ÍNDIA QUE VEJO” visão feminina e altruísta
Excelente o depoimento do Assobrav
do mundo. Parabéns por Av. José Maria Whitaker, 603
empresário Vittorio Rossi contarem com um CEP 04057-900
Junior (VW Primo Rossi – SP) São Paulo – SP
colaborador como ele.
sobre a Índia (Edição 242 –
POLVO À MODA Suzete, Sônia, Silmara, Selma,
Tel: (11) 5078-5400
assobrav@assobrav.com.br
março 2007). Ele tocou os ANTIGA Solange e Sandra Maranhão
Diretoria Executiva
pontos cruciais que devem São incríveis as receitas São Paulo - SP Presidente: Elias dos Santos Monteiro
levar uma pessoa a conhecer divulgadas pela cozinheira Vice-presidentes: Carlos Roberto Franco de Mattos Jr.,
Evandro Cesar Garms, Heloisa Souza Ribeiro Ferreira,
esse maravilhoso país, sem Isabel Caldeira (Seção Mesa SHOWROOM NAS Luiz Sérgio de Oliveira Maia,
Mauro Pinto de Moraes Filho, Mauro Saddi, Nilo
demagogia e misticismo. Posta, pág 42) na RECEPÇÕES DAS Augusto Moraes Coelho Filho, Rogério Wink e Walter
Paula R. Bastos Showroom. Mesmo CONCESSIONÁRIAS Keiti Yaginuma.
São Paulo - SP parecendo complicadas
Parabéns pela maravilhosa Presidentes dos Conselhos Regionais
numa primeira leitura, elas Região I: Rodrigo Gaspar de Faria
WEB 3.0 e bela publicação mensal Região II: Luiz Alberto Reze
são simplérrimas de fazer, e
Super educativa a matéria de da Assobrav. Tive a Região III: Roberto Petersen
o mais bacana é que fogem Região IV: Carlos Francisco Restier
capa da última Showroom oportunidade de conhecê- Região V: João França Neto
do lugar comum. A última
“Vem aí a Web 3.0” (Edição la e o prazer de ler a Região VI: Ignacy Goldfeld
receita dada por ela “Polvo Região VII: André Luiz Cortez Martins
243 – Abril 2007), edição do mês de março
à moda Antiga” (Edição 243
especialmente porque alerta as 2007. Gostei muito do que Conselho de Ex-Presidentes
– Abril 2007) é Sérgio Antonio Reze, Paulo Pires Simões, João Cláudio
empresas a prestarem mais vi, por isso gostaria de Pentagna Guimarães, Orlando S. Álvares de Moura,
simplesmente divina, basta
atenção aos internautas, ou recebê-la mensalmente. Amaury Rodrigues de Amorim,
ter um bom fornecedor de Carlos Roberto Franco de Mattos,
seja, àquelas pessoas que se Maria do Socorro de Almeida Roberto Torres Neves Osório, Elmano Moisés Nigri e
peixes. Recife - PE Rui Flávio Chúfalo Guião.
comunicam muito pela rede. Ana Georgette
Mesmo sendo uma São Paulo - SP Foto de capa: lafstudio/divulgação
Computação Gráfica: Filipe Azevedo
N.R.: Recordamos que para receber Showroom mensalmente basta solicitar por e-mail
4 (editoria@tato.com) ou carta (Assobrav – A/C Comunicação - Av. José Maria Whitaker, 603
– CEP 04057-900 – São Paulo – SP) o seu envio.
Sumário
A PASSEIO
BANDEIRA
GENTE
3 RECADO máximo sua atuação nas organizações. O festivais que acontecem na primavera e no
A mensagem do Conselho Editorial. objetivo é transformar a área num RH verão, tudo isso é proporcionado ao turista
estratégico cuja atuação esteja alinhada aos com absoluta segurança e seriedade. O
6 QUEM PASSOU POR AQUI planos de negócio. Japão, além de lindo, é um lugar para ser
Amigos e personalidades que visitaram a visto como exemplo.
Assobrav e o Grupo Disal. 16 SETOR
Produzimos e exportamos carros, mas não 36 ADMINISTRAÇÃO
8 GENTE somos reconhecidos como jogadores “O custo de capital de uma empresa é uma
Maílson da Nóbrega, o economista que importantes no comércio mundial de média ponderada dos custos dos recursos
antecipa os fatos sem bola de cristal. veículos. Por quê? Falta ao Brasil promover próprios e de terceiros utilizados pela
Experiência na vida pública, bom senso, a marca ‘carro brasileiro’. É preciso olhar o empresa. É muito importante ter em mente
objetividade e muita análise. Estas são as mercado externo com atenção constante e este número, mesmo sabendo que se trata
ferramentas que o ex-ministro da Fazenda e não só como projeto de curto prazo para de uma aproximação.”
seus sócios na “Tendências” utilizam para ganhar dinheiro quando o mercado interno
continuar acertando nas previsões. Nesta está recessivo. Em outras palavras: urge 38 FREIO SOLTO
edição, Maílson fala da economia brasileira, pavimentar um caminho para inserir, de A opinião, a crítica e a ironia do jornalista
da internacional e de um tema específico: o fato, a indústria automotiva brasileira no Joel Leite.
futuro das cooperativas de crédito no Brasil. mercado global.
40 NOVIDADES
12 CONSULTA SEBRAE 24 BANDEIRA O que há de novo em eletrônica digital,
As dicas e as opiniões dos consultores do A Volkswagen no Brasil e no mundo. periféricos de informática e outras
SEBRAE. utilidades.
30 A PASSEIO
13 RH Japão, a “Terra do Sol Nascente”. Caro, sim, 41 LIVROS&AFINS
Para entender de gente não basta conhecer mas um dos destinos que merecem ser A resenha do livro “A empresa Sustentável”,
umas poucas regras gerais (às vezes, até visitados mesmo que for preciso sacar o lançamento da Campus/ Elsevier, dos
ultrapassadas) e com elas acreditar que se dinheiro da Poupança. O Japão não é só a autores Andrew Savitz e Karl Weber e a
pode obter boa produtividade. segunda economia do mundo, a terra da crítica ao filme “Alpha Dog”, o novo de
tecnologia de ponta e das últimas novidades Nick Cassavetes; uma história real.
14 OUTLOOK em todos os campos do conhecimento. O
Novidades, comentários e lançamentos do Japão é tradição, arte, singeleza; uma 42 VINHOS&VIDEIRAS
setor automotivo. cultura milenar que não deixa indiferente A opinião abalizada de Arthur Azevedo,
nem mesmo quem não curte História. Os presidente da Associação Brasileira de
15 MOTIVAÇÃO castelos, templos e os parques são apenas Sommeliers - SP.
“Atualmente torna-se cada vez mais alguns dos aspectos que levam o turista
necessário à área de Recursos Humanos exigente ao Japão, porque lá também se 42 MESA POSTA
mensurar suas ações através de encontra muita diversão. Nas alucinadas Histórias de receitas e de cozinheiros.
procedimentos que possam respaldar ao noites de Tóquio, nas estações de esqui, nos 5
Quem passou po r aqui Cesar Álvares de
Moura, da VW
Savol (S. André),
em um de seus
irretocáveis
ternos italianos,
para mais um
encontro com os
concessionários
de São Paulo...
Décio
Carbonari de
Almeida,
diretor de
Serviços
Financeiros
(Banco
Volkswagen),
que sempre
passa por
aqui...
O Basy´s man da
Volkswagen,
Daniel Proença,
para mais uma
rodada de
aperfeiçoamento
do sistema...
Cleide Simões
Videira Cozzi,
da VW Marte
(SP),
surpreendida
ao retocar a
maquiagem,
em visita
oficial à
Assobrav...
6
José Roberto
Bacchin, da VW
Morumbi Motor
(SP), correndo
para anotar a
estratégia da
última campanha
de vendas...
O economista Maílson da
Nóbrega, homem cordato,
com levíssimo sotaque
paraibano, é um dos
nomões que formam o
quadro da Tendências
Consultoria Integrada,
uma das mais conhecidas
empresas do País no
segmento e apontada por
boa parte da imprensa
como a que mais acerta
prognósticos.
divulgação
MAILSON DA NÓBREGA
“Se não fosse assim, não seria o Brasil”
V
considerados demandam esforço mútuo, além de
rompimento com a acomodação e os limites auto-
impostos pelos medos que comumente dominam a
árias organizações têm focalizado seus esforços capacidade de enxergar tamanha possibilidade.
em novas aprendizagens e mudanças permanentes na Porém, extrapolar barreiras não é mais uma ousadia
tentativa de manterem-se vivas no mercado por mais meritória de congratulações, mas uma necessidade
um bocado de tempo. Elas se conectam a tudo o que (quiçá uma responsabilidade) a ser empreendida
ocorre ao seu redor, visando ardentemente obter cotidianamente. Hoje, somar conhecimento, técnica,
informações que as alimente para o jogo estratégico do experiência, intuição, lógica e coragem, diz mais
quem-pode-mais-chora-menos, ora avançando mais, respeito a sobreviver do que a revolucionar
ora menos. Para tanto, é o grupo de profissionais, que heroicamente. Estar mais perto dos colaboradores
se assemelha a jogadores bem treinados e motivados, significa compreendê-los mais vivamente e não saber
que torna possível cada lance essencial no tabuleiro de apenas quem são, o que fazem e em que parte do
tais partidas. gráfico dos resultados se situam. As organizações
Os colaboradores se desenvolvem através de novas tendem a caminhar para um estreitamento no
experiências e impressões que formam acerca de si e da relacionamento humano, tanto com seu público
sociedade, fatores que os levam a degraus superiores interno quanto externo, pois a equilibrada conexão
de evolução e ao aumento de sua complexidade entre as pessoas de convívio profissional é capaz de
psíquica, que, a seu turno, torna-se mais exigente e oferecer um fluxo favorável de informações, motivação
demanda maior compreensão a seu respeito. Em suma, e conhecimento acerca de aspectos fundamentais para
para entender de gente não basta conhecer umas a gestão do capital humano, que busca a
poucas regras gerais (às vezes, até ultrapassadas) e produtividade, entre outros fatores.
acreditar que com isso se tenha produtividade. Os
tempos são outros e, portanto, doravante, o caminho Armando Correa de Siqueira Neto é psicólogo e diretor da Self
das pedras é uma via a ser explorada constantemente. Consultoria em Gestão de Pessoas. É professor e mestre em
Contudo, um considerável número de pessoas precisa Liderança pela Unisa Business School.
de orientação e acompanhamento por parte das E-mail: selfcursos@uol.com.br 13
O utloo k
A MARCA
“CARRO
BRASILEIRO”
16
Por trás dos óculos de aro fino, os olhos azuis do holandês Wim van
Acker não escondem uma frustração: quando conversa com seus sócios e
colegas na consultoria Roland Berger todos falam de carros indianos,
chineses e de como (e quando) invadirão as ruas do mundo todo. Só ele
fala dos carros brasileiros.
um estudo mundial da Roland Berger que analisou
todos os mercados do planeta para esses veículos
Por Rosângela Lotfi que impulsionarão o crescimento da demanda
mundial. “O Brasil é um país com boa
representação em carros de baixo custo, mas tem
18
vendidos lá se tiverem boa qualidade e o nome de 2006. “A China está desenvolvendo uma super
marcas famosas. O interessante é que ninguém está capacidade. É uma situação que o Brasil conhece bem,
tentando montar uma estratégia para vender carros pois na década de 1990 viveu um boom de
baratos por lá.” investimentos, de novas fábricas e a demanda não
cresceu tanto quanto deveria. O mesmo está
Qualidade é mesmo muito acontecendo no gigante asiático, o que representa um
importante perigo para a indústria de países como o Brasil”, diz o
Qualidade é importante para aceitação e confiança dos sócio diretor da Roland Berger. Com a estrutura atual,
consumidores no mundo inteiro. A qualidade dos carros poderiam ser produzidos mais de três milhões de
chineses e indianos ainda não é tão boa quanto a dos veículos no Brasil, mas a expectativa é que em 2007 o
carros norte-americanos (quando se fala em qualidade, volume seja de 2,78 milhões de unidades e só em 2010,
os japoneses ocupam o topo da lista) que, por sua vez, nossa indústria alcançará a capacidade instalada, que é a
segundo van Acker, têm qualidade similar aos de abastecer o mercado interno e suprir os embarques.
brasileiros. Em números: 120 problemas em cada 100 A Índia será menos agressiva nas exportações; as
veículos. “Os chineses não chegaram a esse nível. Estão previsões de venda e produção se igualam, ou seja, o
chegando, mas ainda não estão lá. E esse ‘ainda não país precisa da própria capacidade instalada para suprir
chegaram lá’, cria oportunidades para a indústria suas necessidades.
brasileira.”
A China é como o Brasil, diz Win, que morou aqui dez Carros populares são carros de
anos. Não há um só Brasil, há Brasis. Nas diversas US$10 mil?
regiões há pessoas com diferente poder aquisitivo. Na O mercado chinês crescerá nos segmentos de baixo
China tem regiões que são completamente diferentes custo. Já se desenvolveu nos segmentos mais altos, que
também, por isso, não é tão fácil atender esse mercado. hoje estão saturados. Os compactos, segundo
Na China e na Índia a utilização de capacidade e estimativas da consultoria, vão crescer dentro da China
demanda são muito distintas. A agressividade no de 1.2 milhões em 2007 para 2.6 nos próximos seis
mercado mundial das montadoras chinesas e a decisão anos, uma taxa de elevação de 13,4% ao ano. Quanto
firme de atender ao mercado interno e partir para custa para produzir o carro chinês? Tomando como base
exportação não ocorre na Índia. A China já é o terceiro o Chery QQ, a equipe da consultoria chegou a um
maior produtor automotivo mundial, com mais de 5,7 montante entre US$ 4 mil a US$ 5 mil. Para vender em
milhões de unidades em 2006, devendo chegar aos sete outros mercados, com os custos de logística, impostos
milhões em 2007. A Índia espera produzir 2,8 milhões de importação, custos para processos jurídicos, custos
de veículos daqui a três anos, um milhão a mais que em de conversão para homologação de acordo com as leis
lafstudio/divulgação
19
Seto r
Desenvolvendo estratégias
Importante fator de competitividade na disputa
global é desenvolver uma arquitetura de veículo
que será utilizada em ciclos cada vez mais longos,
mas com derivados (diferentes modelos como
SUVs, picapes, state wagons, hatchs, vans e sedans)
que terão ciclos de vida mais curtos. A arquitetura
tem que ser global, o design atrativo, os módulos e
sistemas utilizados os mais baratos possíveis ou já
largamente aprovados para não encarecer o
produto.
O estudo da Roland Berger conclui que o carro de
baixo custo de sucesso venderá no mínimo 260 mil
veículos/ano na Europa (número que o consultor
admite estar subestimado).
Carros de baixo custo competitivos no mundo
todo teriam de custar entre US$ 5 e 7 mil. A
indústria brasileira é muito forte e poderia
competir com qualquer outra indústria do mundo.
A engenharia nacional é adequada para o mercado
interno e para outros países do globo. A praça
doméstica, mesmo menor que a chinesa, se estável,
atrai investimentos, a distância da Europa tanto
para nós quanto para os asiáticos é a mesma, mas
ainda levamos vantagem em um ponto muito
importante: a confiabilidade e a experiência que os
divulgação
Wim van Acker, da Roland Berger parceiros internacionais têm com o Brasil. Vale, e
muito, a história de muitos anos com a Europa,
Estados Unidos e outros mercados. Tudo isso
considerado, a indústria brasileira poderia fazer
de segurança e emissões, custos de marketing e para mais, obter mais êxito do que apenas os 600 mil
estabelecer a rede de revendedores, o carro sairia por carros exportados por ano.
US$ 10 mil. Ou seja, são competitivos, uma ameaça, “Por que os chineses vão aumentar suas
mas...nem tanto.Com este número em mente chega- exportações de centenas de milhares para milhões
se a uma definição: carros de baixo custo são carros por ano e o Brasil não? Quem, como eu, trabalha
de US$ 10 mil ou menos. com o mercado mundial acha muito estranho o
Os mercados locais são muito importantes para as fato de falarem da China, da Índia, da Coréia e não
montadoras locais. É difícil tirar das mãos dos do Brasil. O País já provou sua competência de
chineses e indianos o mercado de seus próprios engenharia e manufatura e tem todas as
países. Outros mercados também crescerão. Um deles montadoras globais instaladas aqui. Não será
é o Brasil: nos próximos seis anos estima-se que cinco possível ganhar mais espaço nos mercados externos
milhões de brasileiros poderão comprar um carro e e impedir que os chineses, que ainda têm que
os veículos de baixo custo desempenharão um provar um monte de coisas, o façam? O Brasil
importante papel no crescimento de 1.5 milhões de poderia ter políticas de exportação consistentes e
unidades nesse período, algo em torno de 3.9% ao abocanhar milhões de dólares, que serão dos
ano até 2012. asiáticos se nada for feito”, questiona van Acker.
As montadoras brasileiras têm posição confortável Não só as montadoras poderiam fazer mais. O
para atender essa demanda. Exceto Índia e China, governo poderia fazer seu papel, estabelecendo
não são só as montadoras locais que ganham espaço uma política industrial consistente, acordos
quando o mercado cresce. No leste europeu, a comerciais e reduzindo impostos. Assim, os colegas
Renault domina com o Logan da marca Dacia e tem de Win van Acker saberiam do que ele está
24% de participação no segmento AB, de baixo custo,
20 falando.
Bandeira
divulgação
Top 10 e
Importados Top 5
A
Atenção total ao cliente resulta em um
atendimento “nota 10”. Este foi o mérito
dos concessionários VW que, como prêmio,
lém da viagem a Dubai e da
hospedagem de 7 dias no Burj Al Arab, o hotel
mais luxuoso do mundo, os campeões ganharão
irão aproveitar as merecidas férias em um um curso de pilotagem em um Lamborghini no
dos lugares mais bonitos do mundo. autódromo local e um safári 4X4 em um Touareg
pelo deserto.
No mês que vem, junho, os 10 Rodeada por desertos, dunas de areia e as
concessionários Volkswagen vencedores da supreeendentes montanhas Hajar, Dubai abriga
inacreditáveis construções de alta tecnologia e
campanha Top 10 e os cinco ganhadores da oferece uma infinidade de coisas para fazer, ver e
Importados Top 5 estarão desfrutando do ouvir. Há desde atrações modernas até as mais
tradicionais, como uma das maiores pistas indoor
conforto e da beleza de Dubai, no oriente de esqui do mundo ou uma visita à casa do Sheik
médio. Esses empresários e suas equipes Saeed Al Maktoum´s e prestigiar uma coleção de
fotografias antigas e históricas. Uma das maiores e
trabalharam arduamente durante o ano, mais lindas mesquitas, a Jamairah, está lá e é um
aperfeiçoando processos e ajustando a rotina moderno exemplo da arquitetura islâmica, inteira
feita de pedras na medieval tradição Iatimid.
do dia-a-dia para atingir os objetivos
propostos pela Montadora.
24
Este é, por enquanto, o hotel mais luxuoso do mundo e
O Burj Al Arab uma das grandes atrações em Dubai. Devido à sua
arquitetura única e original, o hotel é parte de uma ilha
artificial distante 280 metros da praia e seu acesso é feito
por uma via em curva. Ou seja, os visitantes começam a
descortinar a beleza da paisagem paulatinamente.
Já o hotel, é um espetáculo em si mesmo. No hall há uma
fonte de vários lances, dispostos como degraus. Os jatos
d´água fazem uma coreografia sincronizada, iluminada à
noite por luzes coloridas. As paredes são formadas por
aquários altíssimos, com peixes de água salgada, e é por
todo esse luxo que o Burj Al Arab é considerado um “sete
estrelas”. Aliás, sete também é o número dos restaurantes
que o hotel possui. Dentre eles, destacam-se o Al Mahara,
um restaurante submarino, onde além da fantástica
culinária pode-se
apreciar a profundeza
do mar e suas criaturas
fantásticas, como
tubarões, corais e
outras espécies e o Al
Muntaha, um
restaurante panorâmico
semi-suspenso no ar,
com uma vista única
sobre o deserto e que já
se tornou uma
“DOUTORES EM VOLKSWAGEN” referência da cidade.
Carros de luxo
Volkswagen Super Aconteceu de 2 à 6 de
Bora ,
sucesso absoluto na Stock Car
O Volkswagen Bora começou bem – e no pódio - a
sua participação na temporada 2007 da Copa Nextel
Stock Car, a principal competição multimarcas do
Fox
automobilismo brasileiro. A corrida foi realizada dia
21 de abril, domingo de manhã no autódromo de
Interlagos, em São Paulo. Pilotado por Daniel Serra –
filho de Chico Serra, um dos maiores nomes do
Route
O Fox é considerado o modelo da VW do
automobilismo nacional – o sedan largou na pole
Brasil com o maior potencial de penetração
position, apresentou excelente desempenho e
entre os jovens devido às suas
completou a prova em terceiro lugar. Também
características exclusivas em termos de
conquistamos o quarto lugar, com o piloto Hoover
design, espaço interno e versatilidade em
Orsi. O presidente da Volkswagen do Brasil,Thomas
seu segmento.
Schmall assistiu a corrida e participou da festa. Ele
O Fox Route é a primeira série especial do
entregou a taça de terceiro colocado a Daniel Serra.
Fox com foco no público de espírito jovem.
Esse público é em sua maioria guiado pela
imagem e se interessa por novidades
tecnológicas para uso no dia-a-dia.
O Fox Route será ofertado nas
Fox
motorizações 1.0 Total Flex (5Z1HC4) e
1.6 Total Flex (5Z1HE4) e também será
vendido na versão 4 portas, com destaque
Kimono X HDTV
de casas singelas de
madeira com luminárias
de papel de arroz.
Por Paulo Brumus
A potência
O Japão continua sendo a segunda potência
econômica mundial (a maior é a economia
dos Estados Unidos) em decorrência de seu
grande parque industrial. Dentre as
principais atividades estão a indústria
automobilística (o país é sede mundial das
montadoras Toyota, Nissan, Honda,
Mitsubishi, Mazda, Daihatsu, Suzuki,
Subaru, Isuzu e Hino), a indústria eletrônica
e de informática, a siderurgia, a metalurgia, a
construção naval e química, com destaque
para as indústrias com tecnologia de ponta
A origem do país remonta há 30 mil anos, do Japão-grande-potência que nestes setores. A maior parte dessas
no período pré-cerâmico, quando povos conhecemos. Sua derrota na Segunda indústrias concentra-se na faixa litorânea,
caçadores e coletores chegaram às ilhas. A Guerra depois dos bombardeamentos de devido a dependência de matérias-primas,
agricultura do arroz e o desenvolvimento Hiroshima e Nagasaki, e a subseqüente transportadas em grande parte por via
de armas de metal (grande tradição ocupação pelos Estados Unidos até 1952, marítima. As exportações japonesas, em
japonesa) permitiram o surgimento de deram ao Japão motivos suficientes para, geral de produtos industriais, ultrapassam os
pequenos Estados que permaneceram em nas três décadas seguintes, experimentar 320 bilhões de dólares e incluem produtos
guerra durante muito tempo, até serem um grande crescimento econômico, eletroeletrônicos, automóveis, embarcações e
unificados no século IV pelo clã Yamato. movido pela exportação de produtos de maquinário industrial. No entanto, o Japão
Porém, a aristocracia samurai se opôs ao alta tecnologia. possui reduzidos recursos minerais e
poder central nos séculos seguintes e as Embora o Japão tenha um sistema político energéticos. Sua dependência externa em
guerras continuaram, caracterizando o democrático e pluripartidário (há seis relação a esses produtos ultrapassa 90% do
Japão como um país belicoso. grandes partidos políticos, sendo o mais consumo nacional.
O poder do imperador foi restabelecido forte o Partido Liberal Democrata, no As principais atividades econômicas do
apenas em 1868, quando a nação viveu poder desde 1955), o país tem um Japão circulam entre as ilhas de Hokkaido,
um período de desenvolvimento imperador e de acordo com a sua Honshu, Shikoku e Kyushu. O Japão é
econômico e de expansionismo. Após as constituição, o imperador é o símbolo do cortado por uma eficiente malha rodoviária e
vitórias nas guerras sino-japonesa (1894- Estado e da unidade do povo. Ele não ferroviária que liga o país de norte a sul, mas
1895) e russo-japonesa (1904-1905), o possui poderes relacionados ao Governo, apesar do vasto uso das linhas ferroviárias
país conquista a Coréia e as ilhas de mas exerce o “poder da
Taiwan e de Sacalina, mantendo também tradição”, mais um evidente
interesse sobre a Manchúria. sinal da boa convivência
entre o antigo e o novo.
A onipresença do A população japonesa é
Imperador bastante homogênea, sendo
A história moderna já é conhecida por quase toda composta por
todos. Após uma crise econômica na japoneses, mas como se
década de 1920, o país alia-se com a Itália sabe, há um significativo
e a Alemanha na Segunda Guerra numero de estrangeiros.
Mundial, invade a Manchúria, estabelece o Legalmente são cerca de 2
governo de Manchukuo e ataca a base dos milhões e meio e as
Estados Unidos em Pearl Harbor. As principais colônias são as
conseqüências, também de domínio dos coreanos, chineses,
32 público, forjaram a personalidade brasileiros (em torno de 400
Outono em Kioto
para carga, cada vez mais o transporte que se toca, se compra.
rodoviário vem se tornando vital para a Além de serem muito
distribuição de produtos e isto faz com que severos com a higiene,
seja gigantesco o gasto do orçamento em recordo que o país não é
infra-estrutura em transporte. Para fértil e tudo vem de fora,
encurtar a distância entre as ilhas Honshu elevando naturalmente o
e Hokkaido, a engenharia japonesa preço dos produtos.
construiu duas pontes e um imenso túnel Frutas, por exemplo, são
com 54 quilômetros de extensão. A artigos preciosos,
propósito, são inúmeras as pontes no comumente dadas de
Japão: antigas, modernas, grandes e presente a pessoas
pequenas, todas belíssimas e reveladoras convalescentes, tamanho
Portão flutuante de O-torii-Miyajima
da excelência da arquitetura nacional. Para é o seu valor.
apreciá-las basta ir a um dos inúmeros Outro detalhe a observar
parques. Sobre lagos, pedras ou é que as moedas estrangeiras são aceitas pessoa, incluindo duas refeições, gira em
simplesmente para unir pontos, elas apenas em um número limitado de hotéis, torno de 20 ienes, fora o imposto de 5% e
contribuem para um conjunto restaurantes e lojas de souvenires, então, é a taxa de serviço de 10%, o que acaba
extremamente bucólico, relaxante e preciso ter ienes na carteira. Pode-se sendo equivalente aos hotéis de redes
harmonioso, o que faz dos jardins cambiar ienes em bancos, nas agências de internacionais e ocidentais em Tóquio,
japoneses os mais apreciados em todo o câmbio e outros locais autorizados. sem as refeições.
mundo. Travellers checks e cartões de crédito O Japão é lindo todo o ano, mas a
internacionais são aceitos sem problemas. primavera, naturalmente, é a estação mais
Exportador de cultura No paraíso das compras que é o Japão, agradável, não só por causa da
Hoje, o Japão é um dos maiores especialmente no tocante a eletrônicos temperatura, mas pelo fato de as cerejeiras
exportadores do mundo de cultura (zona de Akihabara), cabe uma ressalva: o – árvore símbolo do Japão – estarem em
popular. Os desenhos animados, filmes, preço é bem alto se se tratar de uma flor. Acredite, é algo digno de ver.
literatura, pornografia e música japoneses novidade “made in Japan”. Um produto As cerejeiras florescem primeiro em
conquistaram popularidade em todo o equivalente com o selo “made in China” Kyushu, que é a região mais quente, no
mundo, e especialmente nos outros países pode custar a metade. O mesmo vale para início de março, mas essas lindas árvores
asiáticos, mas há também diversas artes os eletrônicos que “já saíram de moda” podem ser contempladas repletas de flores
tradicionais que merecem a atenção do (tenha presente que a cada minuto surge até maio no nordeste do país.
turista, não só por sua beleza e delicadeza, uma novidade nesse segmento...) “made Já o verão, que começa em junho
mas pela história que revelam. É o caso do in Japan”. trazendo muitas chuvas, é quente e
Noh, o Kyogen, o Raku-go, o Kabuki, o Há várias lojas e shoppings centers onde úmido, mas as praias e montanhas ficam
Yosakoi Soran e o Bunraku no teatro; o se pode gastar dinheiro. Desde lojas cheias de gente, o que proporciona
Shibu, dança com leque que acompanha o especializadas, até de departamentos, diversão garantida. Mesmo porque, esta é
recital de um poema, e o Kembu, dança onde souvenires podem ser adquiridos no a época do plantio do arroz e há muitas
com espada, na dança; o Taiko, Enka, duty free. Para isso, tenha sempre o festas populares, entre elas, a escalada ao
Sankyoku, Joruri e os populares Karaokês passaporte à mão. Com isso, você fica à Monte Fuji.
na música; o Ukiyo-e, Emakimono e Sumi- vontade para escolher os artigos japoneses Agora, se você é um romântico e gosta da
e na pintura e, claro, na estética, os Bonsai, que mais fascinam os ocidentais, como natureza, precisa visitar o Japão no
Origamis, Ikebana e o Shodo, a arte da pérolas, kimonos e obis (faixas), artigos de outono. É quando o arquipélago apresenta
caligrafia. laca, lanternas (de papel produzidas na uma profusão de cores, que vão do
E o bom de conhecer toda essa arte é a província de Gifu), cerâmicas e louças vermelho-dourado ao amarelo pálido. É
comodidade que o metrô e os trens para a cerimônia do chá, seda, artigos de também a estação da colheita, por isso
oferecem. Embora o fluxo de pessoas seja bambu, bonecas e leques, sempre muito rolam inúmeros festivais e campeonatos
grande, o serviço de transporte público é coloridos e atraentes. esportivos. E no inverno, que não é tão
extremamente organizado e absolutamente forte quanto na Europa ou Estados
pontual. Os funcionários não medem Acomodação em estilo Unidos, a dica é esquiar nas regiões
esforços para se fazer entender em inglês e japonês montanhosas, onde a neve é abundante.
o turista é tratado como um rei. Para se ter Pense como pode ser interessante ao invés Diversos esportes são praticados no Japão.
uma idéia, ao comprar a passagem, você já de ficar no arranha-céu do filme de Eles variam desde os tradicionais, como as
sabe onde tem que se posicionar na Sophia Coppola, hospedar-se em um artes marciais, em especial o Judô, o
plataforma. Através de uma sinalização ryokan. Os ryokans existem em Karatê, o Kendo e o Sumo, assim como o
colorida aérea e terrestre, você entende, abundância nas áreas turísticas, basebol. O governo proporciona acesso
sem stress algum, que o seu vagão parará notadamente nas termas. Nesse tipo de a diversas modalidades esportivas a
exatamente à sua frente e no horário habitação, o quarto, a sala de banho e as seus habitantes, entre elas, o tênis,
marcado. Maravilhoso. refeições são no estilo japonês, o que tênis de mesa, vôlei e natação, o que
Se for às compras no supermercado, significa um ambiente forrado com tem garantido aos japoneses
porém, atenção: olhe apenas com os olhos tatamis limpos e macios, decoração sóbria inúmeras medalhas olímpicas e
e não com as mãos, “à brasileira”. Tudo o e de bom gosto. A diária média por recordes ao longo dos anos. Uma
33
A Passeio
Entre os castelos, não
deixe de visitar o Nijo,
construído em 1603 e com
275 mil metros quadrados, para
ser a residência oficial do primeiro
Tokugawa Xogum leyasu. Por isso
ele é representativo da mais elevada
arquitetura Momoyama e é
considerado uma relíquia histórica.
Já o Castelo de Ouro (Kinkaku –ji), Sagano-Kioto
na cidade de Kioto, famosíssimo
mundialmente por ter o pavilhão
recoberto de ouro, chama-se Entre os templos mais antigos e importantes,
verdadeiramente Rokuonji, um templo destaca-se o Kiyomizu-Dera (Templo das
zen que pertence à seita de Shokokuji do Águas), da era Hoki (778 d.C). Conta-se que
Rinzai-shu. O castelo recebeu este nome há mais de 1200 anos, Enchin, um monge de
em razão do seu fundador, Yoshimitsu Nara, teve uma visão onde deveria procurar a
Trem-bala em Osaka Ashikaga (Rokuon-in-den), ter nascido em nascente do rio Yodo. Depois de uma longa
Rokuya-on, local onde Buda orou pela procura, encontrou no monte Otowa, em meio
curiosidade é o crescente interesse dos primeira vez. a uma névoa, uma pequena fonte e lá surgiu o
meninos japoneses pelo futebol, que Kiyomizu-Dera. Mas por falar em Nara, e
ganhou popularidade com a chegada de Novamente as cerejeiras estando lá, não deixe de conhecer o parque,
Zico ao campeonato local que surgia, a J- em flor onde fica o Kofuku-ji, um templo budista dos
League. Desde então, os clubes da liga A melhor época para visitá-lo é na mais antigos do Japão. Localizado logo na
contam com muitos atletas estrangeiros, primavera, quando as cerejeiras que entrada, o templo data de 669 d.C e foi
principalmente brasileiros. Apenas para enfeitam os portões de entrada principal, fundado pela esposa de Fujiwara Katari, um
recordar, em 2002 o país sediou a Copa do estão super floridas. Mas se você for no dos Shogum da grande família Fujiwara que
Mundo em conjunto com a Coréia do Sul, outono não ficará desapontado, pois as comandou o país do VIII ao XII século.
chegando à fase de oitavas-de-final. folhas estarão quase vermelhas. Enquanto o país vivia guerras civis em
O castelo tem três andares e continuação, o templo manteve um exército
Templos e termas aproximadamente 13 metros de altura; de soldados monges para sua proteção. E
O Japão tem centenas de estações de águas reúne também três estilos diferentes: o de enquanto reinava a família Fujiwara,
termais, e há dois mil anos os japoneses palácio propriamente dito no primeiro prosperava também o templo, até começar o
tomam “banhos quentes”. Não surpreende andar, uma casa de samurai no segundo e seu período de declínio, no século XII. Hoje,
que tenham se tornado experts no assunto um templo Zen no terceiro. A estrutura, após séculos de história, de ruínas e
e por isso seus spas são os mais procurados esmerada e nobre, emoldurada por uma reconstruções, o templo Kokufi-ji tem um
do mundo. Eles oferecem uma infinidade lagoa, forma um dos conjuntos significativo acervo de arte, protegido contra
de maneiras para o turista experimentar o arquitetônicos mais bonitos do mundo. fogo e terremotos que merece ser visto.
ato de se banhar (onsen) num balneário de Outro castelo que merece a vista é o
água mineral quente. Ah, sim, há também Nagoia, construído em 1612. Localizado Santuário Futamiura
a tradição de se comer um ovo cozido na cidade de mesmo nome, em meio ao O Santuário de Futamiura fica localizado na
naquela água, que de tanto enxofre deixa a parque Meijo, é um verdadeiro campo praia de mesmo nome, em Ise-shi, Mie-ken,
sua casca preta. Diz a lenda que a cada ovo verde dentro da cidade. Entre as cidade vizinha à famosa Toba (Cidade das
daqueles ingerido, sua vida aumenta sete construções que restaram, a Hommaru Pérolas).
anos. Pelo sim, pelo não, não deixe de Palace conta com painéis pintados pelo Na era Tokugawa, a praia era muito utilizada
provar. O gosto é de um ovo cozido famoso artista da época, Sadanobu Kanou. para o banho, já que suas águas limpíssimas
comum e corrente. Hoje, após várias restaurações, o castelo serviam para purificar-se antes de visitar o
A prática dos banhos quentes tem se tem elevador para facilitar a visita até o templo de Ise.
difundido também entre os jovens e os quinto andar, de onde se tem uma vista O incrível do santuário é que ele é formado
executivos em visita de negócios, o que espetacular da cidade. por duas pedras, amarradas por uma corda. O
tem tornado cada vez mais populares os espetáculo é indescritível, especialmente ao
spas perto de Tóquio, entre os quais nascer do sol, quando o astro sobe entre as
destacam-se os de Hakone, Atami, duas rochas. Para muitos, é o nascer do sol
Tonosawas, Ito, Kinugawa, Nasu, Nikko e mais lindo do planeta. Daí o nome Futamiura.
Shiobara. Futami significa “olhar mais um vez”.
Outro atrativo turístico que enlouquece os Mas em Ise, o interesse do turista curioso por
ocidentais são os castelos e os templos, excentricidades também não será frustrado.
estes, carregados de beleza, paz e história. Uma tradição de 2 mil anos continua: a de
Super bem conservados, não há palavras oferecer aos deuses frutas e verduras
para descrever o impacto que
proporcionam.
34 Apartamento tipo “cápsula” em hotel
de Shinjuku-eki
Jardim do templo
de Kioto
tecnológica. E o mais
bonito: sem perder as
tradições. Eu costumo
dizer que
diferentemente da
Casa típica japonesa Europa, que a cada dia
fica mais “velha” com
Custo de Capital
e suas aplicações
este número, mesmo sabendo que se trata de uma
aproximação.
Espera-se que o retorno obtido pela empresa seja
igual ou superior ao custo de capital da empresa .
Assim, se o retorno obtido for de 20% e o custo
de capital de 18% , a empresa terá obtido lucro
econômico de 2 pontos percentuais . Este é o
conceito de Economic Value Added (EVA) ou
Valor Econômico Adicionado. Só há lucro
econômico após remunerar a totalidade dos
recursos utilizados, sejam eles próprios
ou de terceiros.
O mito da
imparcialidade
Quando o jornal precisa ouvir “o
outro lado” da notícia é porque já
se posicionou, assumiu sua
parcialidade: o “outro lado” não é nada
mais
o “seu”, mas “do outro”. estúpido do
que isso: ora, se é
Por Joel leite preciso ouvir o “outro
lado” é porque existe um lado
A
preferencial da notícia; existe “o seu” lado, que
– se supõe – seja o lado “correto”, o lado que o jornal definiu
como o certo.
prendi na faculdade que jornalista deve ser Não raro o jornal informa que o representante do “Outro Lado”
imparcial. Tentei seguir a cartilha dos meus mestres; não foi ouvido porque “não foi encontrado em casa” ou “não
acreditei mesmo, algumas vezes, que estava sendo retornou a ligação até o fechamento desta edição”. Certamente
imparcial ao dar uma notícia. Com o passar do tempo ele não teve a mesma chance do entrevistado oficial, que
percebi que todos os jornais, todos os veículos de representa “O Lado Certo” da notícia, certo?
comunicação, são parciais. Então resolvi criar o meu A Folha – ou qualquer outro jornal - tem o direito de
próprio jornal. Foi assim que nasceu o “Jornal Parcial”, entrevistar quem quer que seja e desprezar pessoas ou assuntos
um boletim distribuído pela internet para os amigos. que não lhe convém. Mas é preciso deixar claro essa posição
Ora, um jornal igual aos outros? Não, bem diferente: os para o leitor e não fazê-lo acreditar que está tendo uma visão
outros não admitem a parcialidade. Como se fosse “imparcial” do fato.
possível você ter uma visão isenta das coisas. Quem A grande mídia é quem determina os temas discutidos pela
assiste a um acontecimento, o vê a partir da sua sociedade. Ou você acha que algum setor social discutiu a
experiência, do repertório que construiu durante a vida. oportunidade de assistirmos por mais de três meses,
Assim, aquela é uma visão particular e, portanto, parcial. diariamente, a trama do Alemão e os “heróis” nacionais (na
No jornalismo não há problema em selecionar as notícias. análise do cientista social Pedro Bial) na casa do BBB?
O problema é não dizer que seleciona. É fazer o leitor crer A agenda eleita pela mídia é que determina a agenda pública. O
que está recebendo uma informação isenta. País discute o que a mídia quer. Ontem foi o escândalo dos
Lembra-se da história do copo com metade de água? Na sanguessugas, hoje é o apagão aéreo, amanhã será qualquer
visão do primeiro personagem o copo está “meio vazio”. outro assunto que interessa aos donos dos jornais.
Na visão do segundo, está “meio cheio”. Questão de Não é “pecado” deixar de ouvir o “outro lado”. Temos o direito
ponto de vista. de sermos parciais. E somos. Mas é preciso deixar claro a nossa
Assim enxergamos os acontecimentos do mundo: com posição.
absoluta parcialidade. Nas últimas eleições presidenciais, a revista Carta Capital
A imparcialidade não existe. Quando eu olho o mundo já revelou sua preferência por Lula. O Jornal da Tarde assumiu
estou sendo parcial, porque o vejo apenas de um lado; sua feroz campanha contra o então prefeito Paulo Maluf na
vejo o outro, ou as coisas, a partir da minha posição. É década de 70. “Ele (Maluf) é pernicioso para São Paulo”,
impossível estar no lugar do outro. Estou sempre no assumiu o editor Julio Mesquita.
“meu” lugar, tenho a “minha” visão do fato; jamais poderei O que nós jornalistas não podemos fazer é levar o leitor à ilusão
mostrar o mundo a partir da visão do outro. de que está recebendo uma notícia imparcial.
A ilusão da imparcialidade leva jornais e jornalistas ao
ridículo. A campeã dessa estupidez é a Folha de S. Paulo. Joel Leite é jornalista, formado pela Fundação Cásper Líbero, com pós-
graduação em Semiótica, Comunicação Visual e Meio Ambiente. Diretor da
O jornal criou uma coluna chamada “Outro Lado”, para Agência AutoInforme, assina colunas em jornais, revistas, rádio, TV e
dar a sensação ao leitor de que está fazendo um trabalho internet. Não tem nenhum livro editado e nunca ganhou nenhum prêmio de
38 imparcial, ouvindo o “Outro Lado” da notícia. Não há jornalismo. Nem se inscreveu.
No v idades
CRESCIMENTO E
LUCRO
“O assunto
sustentabilidade está na
pauta de todos os
executivos”. A frase é do
novo presidente da
Febraban (a federação dos
bancos), Fábio Colletti
Barbosa, que preside o
Mais uma história real
Banco Real, instituição que ao lado da Natura dá
exemplos de crescimento e lucro.
nas telas do cinema
Lucro com responsabilidade social e ambiental é o “Alpha Dog”, o novo filme de Nick Cassavetes, narra uma
história real: três dias na vida de um grupo de jovens
tema central do livro “A empresa Sustentável”,
californianos. Três dias em que tudo foge do controle e se
lançamento da Campus/ Elsevier, dos autores torna definitivo. No ano 2000, Jesse James Hollywood, terceira
Andrew Savitz e Karl Weber. O primeiro dirige uma geração de uma família de traficantes de maconha, seqüestra e
consultoria independente, a Sustainable Business manda matar um garoto de quinze anos, irmão de outro
Strategies, e o segundo é consultor de gestão vendedor de drogas que lhe devia dinheiro. Com um passaporte
aclamado e autor especializado em negócios, temas falso, foge – advinha para onde? Sim, para o Brasil. O filme
sociais e políticos. Os autores argumentam que as narra as 72 horas finais desses jovens de classe média,
companhias que exploram recursos humanos e isolados em uma vida suburbana, com tempo, grana e drogas à
naturais na sede por lucro são empreendimentos vontade em uma eterna festa. De tanto imitar a vida bandida,
insustentáveis e têm cada vez menos espaço numa ultrapassam a linha tênue, deixam de ser outsiders e vão para
época em que a pressão de acionistas e o outro lado. É um filme violento, sobretudo na linguagem que
investidores por responsabilidade social e ambiental os jovens usam. Agressivos, empregam as 53 variações de uso
da palavra fuck em cada frase.
é cada dia maior. O contrário, aliar atenção aos
Por natureza, a América é permeada pela contracultura e seus
recursos humanos e naturais ao lucro é o desafio heróis são os criminosos; o novo sonho americano dos jovens
dos que buscam prosperar e ainda passar uma boa brancos da classe média é se tornar um deles.
imagem aos seus clientes. No longa, nomes, locais e acontecimentos foram trocados, o
“Organizações e sociedades sustentáveis geram que permanece é a liderança que James Hollywood (no filme
rendimentos como fonte de sobrevivência, em vez Johnny Truelove) exerce sobre o bando. Assemelham-se, de
de consumir o próprio capital. Ou seja, são fato, à matilha a que se refere o nome do filme, macho
empreendimentos duradouros”, defendem os dominante.
autores. Por cinco anos, Hollywood, o bandido mais jovem procurado
O livro propõe que responsabilidade social é um pelo FBI, encabeçou a lista dos mais procurados até ser preso
conceito incompleto e que o mais apropriado seria na praia de Saquarema, na Região dos Lagos (RJ). O processo
sustentabilidade, porque responsabilidade enfatiza ainda tramita no estado da Califórnia. Se condenado por
assassinato, será punido com a pena de morte.
os benefícios para os grupos sociais fora da
O elenco de jovens e consagrados atores traz o promissor ator,
empresa, ao passo que sustentabilidade atribui Emile Hirsch (Heróis Imaginários), o cantor e popstar, Justin
igual importância aos benefícios desfrutados pelas Timberlake, Ben Foster (X-Men 3) e Anton Yelchin (Sociedade
empresas em si. Além disso, o livro traz aos leitores Feroz), além dos veteranos Bruce Willis (Xeque-Mate) e Sharon
informações sobre as ferramentas necessárias e os Stone (Bobby). Estreou 11 de maio.
exemplos reais para alcançar a sustentabilidade,
como o caso da fábrica de chocolate Hershey Foods. Alpha Dog, EUA, 2006
Direção: Nick Cassavetes (Diário de uma paixão; Um ato de
“A empresa sustentável” (Campus/Elsevier), de Andrew coragem) Distribuição: Imagem Filmes
W. Savitz e Karl Weber. Preço sugerido: R$ 69,00 41
Vinhos & Videiras
americana a obter o certificado de
neutralização de carbono, o que evidencia sua
preocupação com o meio ambiente.
Uma das maiores preocupações da equipe de
enologia da Cono Sur é localizar novos locais
Cono Sur, de plantio em todo o território chileno, uma
a excelência da quase obsessão pela descoberta de novos
terroirs. Em alguns locais, tais como o Vale do
PINOT NOIR no Chile Elqui, Bio-Bio e San Antonio, já são cultivadas
Por Arthur Azevedo variedades brancas e as tintas Pinot Noir e a