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27/10/2008 – Le Monde

As microalgas podem constituir a fonte ideal para os biocombustíveis do


futuro

Pierre Le Hir

São plantas microscópicas, que pululam nos oceanos, nos lagos e nos rios. Elas
crescem em decorrência do processo de fotossíntese e, para tanto, não precisam de
quase nada, apenas de sol, de água e de gás carbônico. Sobretudo, elas são ricas
em lipídios. . . Por todas essas razões, as microalgas talvez constituam a principal
reserva existente dos biocombustíveis que serão utilizados no futuro.

Os biocombustíveis de primeira geração, que são extraídos dos vegetais terrestres -


milho, trigo, beterraba e cana-de-açúcar para a produção do bioetanol; colza, soja e
girassol para o biodiesel - já não gozam mais do prestígio que tinham pouco tempo
atrás. Isso se deve ao fato de que eles entraram em concorrência com as culturas
de gêneros alimentícios, além de constituírem uma das causas principais dos
desmatamentos e da deterioração dos solos.

Já, os biocombustíveis de segunda geração, que valorizam a totalidade das plantas -


madeira, folhas, palha, resíduos agrícolas -, prometem ser mais vantajosos.
Contudo, no que diz respeito à categoria mais avançada desta geração, que visa a
produzir bioetanol a partir da celulose e da linina da madeira (uma substância
orgânica também chamada de acromatina que impregna as células, as fibras e os
vasos da madeira), os rendimentos que foram obtidos até agora permanecem
reduzidos; além disso, os seus custos seguem elevados e as tecnologias
empregadas, complexas.

Com isso, a alternativa mais promissora poderia provir das microalgas, que já foram
qualificadas pelos cientistas como fonte de biocombustíveis de terceira geração. "A
produção em grande escala de biodiesel a partir de algas vai acontecer muito mais
rapidamente do que imaginam", prevê Juan Wu, da sociedade de consultoria em
biotecnologias Alcimed. Este especialista acredita que a sua comercialização seja
possível "dentro de três a seis anos, e com um preço competitivo em relação ao
diesel produzido a partir do petróleo".

Já, o responsável do programa de pesquisas francês Shamash - do nome da


divindade solar do império da Babilônia -, Olivier Bernard, do Instituto Nacional de
Pesquisas em Informática e em Automatismo (cuja sigla em francês é Inria), com
sede em Sophia Antipolis (sudeste), se mostra mais prudente a respeito do
biocombustível a base de algas. "Em teoria, o potencial das microalgas é enorme e
justifica os meios importantes que lhes são dedicados no plano da pesquisa.
Contudo, nós ainda não passamos do estágio do laboratório", pondera. "Ainda falta
muito para que uma produção em grande escala possa ser iniciada. Isso só irá
ocorrer dentro de pelo menos cinco anos, e mais provavelmente dentro de dez
anos".

Petrosun, o pioneiro americano


Muitos pesquisadores e industriais estão voltando as suas atenções para esta nova
jazida de energia. Uma centena de projetos já foi deslanchada não só nos Estados
Unidos, como também na Austrália, na China ou em Israel. Na Europa, cerca de
quinze programas de pesquisas estão sendo desenvolvidos. Um dos pioneiros, a
companhia americana Petrosun, anunciou no segundo trimestre deste ano a
criação, em Rio Hondo (Texas), de uma fazenda de microalgas marinhas, instalada
numa superfície de 450 hectares de lagoas de água marinha, e de outra fazenda
similar, perto do golfo do México, de 1.100 hectares.

A sociedade israelense Algatech, que vem elaborando desde 1999, no deserto do


Neguev, derivados de algas para fins medicinais e alimentícios, já está se
preparando para produzir um combustível à base de algas. Por sua vez, a
GreenFuel, uma empresa fundada por engenheiros do Massachusetts Institute of
Technology (MIT), já está comercializando sistemas de cultura das algas. As
companhias petroleiras Shell e Chevron também resolveram lançar-se nesta
aventura. Inúmeras empresas start-up estão florescendo no mercado. Nelas,
importantes investidores de capital de risco andaram injetando milhões de dólares.
..

"As microalgas podem acumular entre 60% e 80% do seu peso em ácidos
gordurosos", explica Olivier Bernard. Isso permite esperar uma produção anual, por
hectare, de cerca de trinta toneladas de óleo. Ou seja, um rendimento trinta vezes
superior ao das espécies oleaginosas terrestres como a colza. Contudo, ainda falta
muito para que os procedimentos de fabricação sejam totalmente dominados.

Entre as várias centenas de milhares, e até os milhões de espécies de microalgas


presentes na natureza, nem todas revelam ser tão promissoras. Portanto será
preciso selecionar - ou obter por maio de manipulação genética - as variedades cujo
crescimento for mais rápido e aquelas que se mostrarão mais aptas a armazenarem
lipídios. Então, numa segunda etapa, os pesquisadores deverão comparar o
desempenho de diferentes formas de cultura, seja dentro de piscinas de água do
mar ou de água doce; ou ainda no interior de aquários fechados - chamados de
foto-bioreagentes -, que evitam que as culturas sejam contaminadas por outros
microorganismos e permitem controlar a fotossíntese de maneira mais eficiente,
mas que também custam mais caro.

Então, será necessário encontrar a melhor equação biológica para modificar o


metabolismo das algas e "carregá-las" com ácidos gordurosos, submetendo-as a
certos tipos de stress - tais como uma carência em nitrogênio - e dopando-as com
CO2. Este último processo, a razão de cerca de 2 kg de gás carbônico para 1 kg de
matéria vegetal, poderia ser utilizado para reciclar resíduos industriais. Por fim,
ainda será necessário elaborar um processo eficiente de extração do óleo
armazenado por essas plantas minúsculas. Com efeito, o método atual, por meio de
centrifugação, secagem e uso de um solvente orgânico, requer grandes
quantidades de energia. E para concluir, será então possível transformar este óleo
em combustível diesel.

Vale dizer que enormes progressos ainda estão por serem realizados, até que o
"ouro verde" das microalgas ponha um motor de carro para funcionar.

Uma severa advertência da FAO em relação aos biocombustíveis


Em seu relatório anual sobre a alimentação mundial, que foi publicado no início de
outubro, a Organização das Nações Unidas para a alimentação e a agricultura (FAO)
incluiu uma severa advertência no que diz respeito aos biocombustíveis. Ela fez um
apelo aos países da OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento
Econômicos, que conta 30 países-membros) para que estes operem uma revisão
das suas políticas energéticas e das subvenções que eles alocaram para a produção
de biocombustíveis. Essa mudança das metas destina-se a manter o objetivo de
segurança alimentar mundial e a garantir um meio-ambiente sustentável.

"As oportunidades para os países em desenvolvimento de tirarem um melhor


proveito da demanda de biocombustíveis seriam favorecidas pela supressão das
subvenções agrícolas e das barreiras comerciais que criam um mercado artificial e
que beneficiam atualmente apenas aos produtores dos países da OCDE, em
detrimento dos países em desenvolvimento", denunciou Jacques Diouf, o diretor-
geral da FAO.

Ao alertar para o fato de que a produção de biocombustíveis mais que triplicou


entre 2000 e 2007, e que ela deveria continuar aumentando no decorrer da próxima
década, o que deverá provocar aumentos dos preços dos gêneros alimentícios, a
FAO insiste, em seu relatório, para que os países da OCDE procurem reduzir os
riscos e compartilhem melhor as vantagens proporcionadas pelos biocombustíveis.

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