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Tecendo a rede, mas com que paradigma?

Autora: Maria Candida


Moraes

Os cursos de EAD tem se multiplicado nos últimos anos entretanto apesar do seu
potencial vem sendo utilizados de forma superficial fortalecendo o desenvolvimento de
práticas pedagógicas instrucionistas, telcnologicamente sofisticadas mas politica e
pedagogicamente empobrecidas. As novas tecnologias podem ser utilizadas como
ferramentas para o desenvolvimento de novos espaços de aprendizagem, para estimular
os processos cooperativos de produção do conhecimento, para o desenvolvimento do
pensamento reflexivo, da consciência crítica e da resolução de problemas, favorecendo
não só a racionalidade, mas a tomada de consciência e a autonomia. Entretanto, na
maioria das universidades brasileiras, mesmo as mais renomadas, têm explorado de
forma bastante deficiente este potencial, uma vez que continuam aprisionando a mente,
a inteligência e a criatividade do aluno, através da utilização de um sistema
computacional de controle que toma decisões sobre o que, quando e como ensinar,
deixando de levar em conta as reais necessidades dos aprendizes. A grande maioria dos
cursos on line utilizam processos diretivos rígidos, de transmissão de conteúdos de
forma totalmente descontextualizada, voltado para o atendimento de massa, onde a
atuação do aluno é bastante limitada. Portanto, de uma certa forma, promovem um
retorno ao que Paulo Freire chama de educação bancária, produtora de seres incapazes
de pensar, de construir conhecimentos e de se posicionarem de forma autônoma,
responsável, crítica e criativa diante do mundo e da vida. A autora também destaca que
os educadores estão defasados em relação às novas demandas educacionais, e têm
falhado não apenas em encontrar soluções para um maior acesso da população
economicamente desfavorecida, mas também por uma deficiente formação dos
professores no uso destas novas tecnologias. Há uma grande preocupação com a
modernização sem exclusão, pois as novas tecnologias não garantem um mundo
humano e sustentável, sobretudo se elas forem dominadas por aqueles cujo interesse
único é o de aumentar os seus lucros. As novas tecnologias podem servir para o
desenvolvimento da autonomia, da solidariedade, da criatividade, da cooperação e da
parceria, permitindo um reposicionamento do indivíduo diante do mundo e da vida. O
simples acesso à tecnologia em si não é o mais importante, mas sim saber usar essas
ferramentas para a criação de novos ambientes de aprendizagem que estimulem a
interatividade, que desenvolvam a capacidade de formular e resolver questões. A
virtualização de uma comunidade de aprendizagem implica no rompimento de barreiras
temporais e espaciais, ao
mesmo tempo na superação de barreiras disciplinares e curriculares.
Ao mesmo tempo em que estamos preocupados em compreender a potencialidade de
tais recursos na educação e utilizá-la a nosso favor, precisamos também aprender a usar
essas novas ferramentas para o desenvolvimento dehabilidades e competências que
facilitem a vida do homem e da mulher neste planeta, que colaborem para
odesenvolvimento de processos reflexivos que ajudem o indivíduo a afrontar o seu
próprio destino e a se posicionar de um modo diferente diante do mundo e da vida.
Teorias científicas atuais sinalizam que cognição, aprendizagem e vida já nãoestão
separadas. No momento em que estamos cuidando das questões relacionadas à
aprendizagem, estamos também cuidando dos aspectos que preparam o indivíduo para a
vida. Ao mesmo tempo, necessitamos de um modelo educacional que colabore para o
resgate da inteireza humana, para o desenvolvimento da intuição, da imaginação e a
compreensão do papel da emoção em seu constante diálogo com a razão.Hoje, mais do
que nunca, a opção por uma pedagogia menos instrucionista já não é apenas uma
questão de
preferência ou de afinidade intelectual com esta ou aquela teoria. É, sobretudo, uma
condição de sobrevivência humana tanto no plano individual como no coletivo, já que
precisamos desenvolver pensamentos cada vez mais abrangentes, reflexivos e criativos
no sentido de encontrar soluções originais aos problemas que afligem a humanidade.
Certamente, cabe à educação um papel fundamental neste sentido. É necessário
preparar os alunos para construir uma nova fase da história evolutiva humana, onde
prevaleça a solidariedade, a compaixão, a ética, associadas à compreensão de que a
nossa evolução é, sobretudo, de natureza coletiva.Para isso, há necessidade de
transformar o modelo pedagógico vigente, pois a educação não pode ser vista como a
mudança de comportamento pela captação de algo que vem do meio externo,mas é o
indivíduo que seleciona o que é relevante para si. A aprendizagem e desenvolvimento
devem sern processos integrados e que abrangem várias dimensões do ser humano.
Vida, experiência e aprendizagem estão intrinsecamente entrelaçadas, pois vivemos,
experimentamos, aprendemos e conhecemos, portanto o processo de aprendizagem
muito mais rico do que se pensava anteriormente. Surgem as teorias que pregam uma
estrutura paradigmática sistêmica para uma melhor compreensão da realidade e
baseadas no pensamento científico atual. Essas teorias enfatizam os conceitos de
organização e de auto-organização que caracterizam os seres vivos, que são
extremamente complexos, assim como o processo educativo. Essas teorias vão
aproximar cognição, aprendizagem e vida. O conceito de sistema, em sua
fundamentação ontológica pode ajudar a lidar com sistemas de alta complexicidade,
como é a educação, superando a visão cartesiana entre mente e matéria, razão e
emoção, consciente e inconsciente, entre outra dualidades que dificultam a compreensão
do real. A palavra sistema significa um conjunto articulado de fatos, objetos,
acontecimentos ou elementos interligados que apresentam características comuns. Outro
conceito é o de organização, que expressa a funcionalidade e a identidade de qualquer
sistema a partir de um conjunto de componentes e das relaçãoes de produção que o
caracteriza. Um dos parâmetros fundamentais de qualquer sistema é o seu ambiente,
aquele algo maior que o envolve, que pode ser um envoltório material como também um
campo energético onde as interações e relações ocorrem. É o espaço relacional entre o
sistema e o meio, onde ocorrem as trocas materiais, energéticas e informacionais.
Portanto, podemos inferir que somos o que são nossos fluxos, em termos de matéria,
energia e informação. Outro parãmetro sistêmico é a conectividade, que é a capacidade
de as organizações estabelecerem relações, conexões, enlaces, vínculos, que permitem a
interatividade e a interdependência entre o sistema e o meio. É essa conectividade, esse
enredamento que existe entre objetos, eventos, fenômenos e processos que vem
promovendo o reconhecimento de que o mundo vivo é uma rede de relações ou de
conexões dinâmicas, como alguns autores falam, o padrão da vida é um padrão em
rede. Esa visão reticular eliminam as fronteiras que separam o indivíduo de seu grupo, o
homem da natureza, ao mesmo tempo em que derruba as barreiras disciplinares e sócio-
culturais, reintegrando o sujeito ao processo de construção do conhecimento, do qual
participa com toda a sua inteireza humana. Esse padrão aplicado à sociedade indica que
não existe apenas o meu e o seu, mas o nosso, através do qual compartilhamos o
mesmo espaço solidário e os mesmos recursos finitos.
Outra característica dos sistemas é a capacidade de auto-organização, definida como a
capacidade que tem o sistema de produzir os seus próprios componentes, a partir de
suas relações. É o que permite a sua auto-regeneração e a sua auto-transformação.
Esta capacidade de auto-organização implica em autonomia, que é gerada por tudo
aquilo que a organização internaliza ou armazena em sua estrutura. É esta energia/
matéria armazenada que permite que o sistema desenvolva sua autonomia de ser e de
existir. A autonomia implica em relação do ser com o meio exterior, o que não era
possível no paradigma anterior, em que o objeto e o sujeito estavam separados.
A auto-organização implica também na emergência espontânea de novas estruturas, de
novos comportamentos que surgem em sistemas afastados do equilíbrio, e indica que
um sistema é uma unidade complexa, em que o todo não pode ser entendido como
apenas o somatório de suas partes.
A complexidade significa a quantidade de informações que possui um sistema, indicando
uma grande quantidade de interações e de interferências possíveis nos mais diversos
níveis, aumentando com a diversidade de elementos que constituem o sistema.Também
a incerteza, o indeterminismo, o acaso devem ser levados em conta, indicando que a
complexidade surge da intersecção entre ordem e desordem.
Associado ao pensamento sistêmico, está o pensamento ecológico, pois tudo que existe,
co-existe, e que nada existe fora de suas conexões e de suas relações, referindo-se essa
afirmativa nao apenas à natureza, mas também à cultura, à sociedade, à mente e ao
indivíduo e, portanto, a diversos tipos de relações, entre elas a de educadores e
educandos.
Os parâmetros sistêmicos influenciam a visão de como se constroi o conhecimento, e de
como os indivíduos operam mental e emocionalmente, assim como se dá o
funcionamento das organizações, tais como escolas e comunidades virtuais de
aprendizagem. Essas teorias cada vez evidenciam mais a relação entre a vida e a
cognição, transformando a concepção do processo de construção do conhecimento,
provocando ou devendo provocar mudanças nas práticas pedagógicas e nas propostas
curriculares, levando o indivíduo a pensar de forma mais global e integradora e a
compreender mais facilmente que o universo é vivo, criativo, generoso e compassivo e o
mundo físico é um lugar de aprendizagem contínua. Uma aprendizagem que não é
apenas individual, mas, sobretudo, coletiva, pautada pela convivência entre os seres que
compartilham os mesmos espaços e os mesmos recursos finitos.

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