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Contemporâneos
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PROBLEMAS SOCIAIS CONTEMPORÂNEOS
SPECTOR E KITSUSE: É constituido pelo conjunto das acções que indivíduos ou grupos
levam a cabo ao prosseguirem reinvindicações relativamente a determinadas condições
putativas (supostas).
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explicação do comportamento criminal estava em características fisiológicas particulares.
como o tamanho dos maxilares, assimetria facial, orelhas grandes ou a existência de um
número anormal de dedos.
Já no século XX, avançaram-se outras explicações de base psicológica ou biológica, ao
nível da anormalidade cromossomática (um duplo cromossoma Y) ou predisposição
genética para a extroversão que, segundo Eysenk está ligada a comportamentos de violação
de normas (Aggleton 1991; Dias, Andrade 1984).
Na década de 60, os novos patologistas sociais afastaram-se da procura de deficiências nos
indivíduos e centraram-se antes nas deficiências na socialização; os problemas sociais
seriam o resultado da incorporação de valores "errados" pelos indivíduos, fruto de uma
"sociedade doente". Nesse sentido, a solução para os problemas sociais passaria
necessáriamente pela educação moral da sociedade e pela incorporação de valores
moralmente correctos.
A grande crítica que se coloca a esta perspectiva reporta-se à definição de patologia: como
podemos definir o que é patológico? Vytautas Kavolis propôs a conceptualização de
patologia como sendo um comportamento destrutivo ou auto-destrutivo. Para Kavolis a
definição de comportamento destrutivo seria possível em termos absolutos, isto é, igual em
todas as sociedades humanas. A patologia social estudaria os comportamentos destrutivos,
como patologias sociais e, igualmente as condições que causassem ou contribuíssem para a
existência desse comportamento.
Os autores relativistas, como Carl Rosenquist, defendem que é impossível chegarmos a
uma definição objectiva do que é patológico, até porque a "saúde" da sociedade passa
muitas vezes pela "doença" de algumas das suas partes. Para Rosenquist, a única forma de
se estudarem os problemas sociais é passando ao lado do que constitui a sua condição
problemática e aceitar o julgamento social.
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cultural podem modificar-se a ritmos diferentes¹, produzindo um desfasamento no sistema
que origina a desorganização social.
¹ como propõe a teoria da difusão cultural, os traços da cultura material são difundidos e
aceites mais facilmente do que os traços da cultura não material.
Park afirmou que a organização social se baseia nas tradições e nos costumes, e que tudo o
que perturba os hábitos sociais, isto é, a mudança social, tem potenciais efeitos
desorganizadores. Para os autores da Escola de Chicago, a desorganização social e, por
conseguinte os problemas sociais, têm uma distribuição desigual pelas zonas da cidade,
apresentando maior intensidade na zona II², precisamente uma zona de transição, onde se
concentram os migrantes recentes (imigrantes e população vinda das zonas rurais) e onde é
maior a quebra do peso das tradições.
²Relembrando o sitema das zonas concêntricas proposto por Burgess, Park e McKenzie,
começamos por uma zona I que corresponde à área central de negócios onde estão
instalados grandes armazéns, sedes de empresas, escritórios, pequena indústria, espaços
de divertimento e outros serviços; a zona II é a zona de Transição, área deteriorada e de
guettos, habitada principalmente por trabalhadores não especializados e imigrantes;
segue-se a zona III onde habitam trabalhadores mais especializados e a segunda geração
de imigrantes; as zonas IV e V, são áreas de residência das classes mais elevadas,
respectivamente zona de apartamentos e zona de moradias dos trabalhadores pendulares
(commuters).
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f) no seguimento da crítica anterior, ao constatarmos a existência de diferentes formas de
organização social, não podemos inferir que tal situação seja desastrosa para a sociedade,
podendo pelo contrário ser indispensável para a manutenção da coesão social.
Outra crítica é que a perspectiva da desorganização social utiliza frequentemente
explicações circulares para os problemas de desorganização, isto é, o mesmo facto é
considerado indicador e causa de desorganização social (por ex. o desemprego).
ANOMIA:
(Ausência de lei ou de organização; perda de faculdade de contar os objectos e de
reconhecer os números - Dicionário Língua Portuguesa, Porto Editora).
* Ausência de normas (Durkheim).
* Desfasamento entre metas culturais a atingir e os meios que a sociedade proporciona para
o efeito (Merton).
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6. Um indivíduo torna-se delinquente pela razão de encontrar um excesso de definições
favoráveis à violação da lei;
7. A associação diferencial varia em termos de frequência, duração, proximidade e
intensidade;
8. O processo de aprendizagem dos comportamentos criminosos e não criminosos integra
todos os aspectos normalmente envolvidos em qualquer tipo de aprendizagem;
9. As necessidades e os valores gerais (p.e. segurança, riqueza material) que são reflectidos
pelo comportamento criminoso, não explicam este mesmo comportamento, uma vez que
outros comportamentos não criminosos também os reflectem.
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série de fases sequenciais, num processo de interacção dinâmico, a que Becker apelidou de
carreira desviante.
Síntese:
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Constructivismo Processo pelo qual grupos sociais Processo de
social reivindicam que uma dada situação reivindicação
é um problema social
O ESTADO PROTECTOR: Parte da ideia de que o poder não é uma simples capacidade
de obrigar, mas traduz a resultanteda tensão entre tal capaciadade e a vontade de obedecer.
O modelo de estado que daí resultou, privilegiou os fins de segurança e de justiça em
detrimento do fim de bem estar social que por regra, foi remetido para a esfera da sociedade
civil, ainda que por vezes se tenham observado incursões orientadoras dessa actividade, por
parte do poder estatal, não tanto por via directa, ams por intermédio de acções das casas
reais e da aristocracia (ex. criação a partiar do século XV da proliferação do movimento das
Misericórdias).
Para garantir a eficiência do Estado Protector, o príncipe recorreu a dois tipos de pessoas:
os políticos profissionais e semi-profissionais e aos funcionários profissinais.
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comissão de gestão dos assuntos da burguesia; até à afirmação de que poderia
desempenhar, apesar de todas as críticas, algum papel positivo em favor das classes
oprimidas, ou mesmo que poderia ser, quando em situação de ditadura do proletariado,
instrumento de mudança para a sociedade comunista. Parece ser constante o
reconhecimento do importante papel que cabe ao Estado como instrumento da classe
dominante (seja ela a burguesia ou o proletariado), nas funções de regulação e orientação
da sociedade global.
O Terceiro pilar: o relatório Beveridge: é em plena 2a. Guerra Mundial que se lamçam
as bases recentes dos sistemas de segurança social, de acordo com quatro princípios:
a) O princípio da universalidade
b) O princípio da unicidade
c) O princípio da centralização
O relatório Beveridge constituiu um claro avanço relativamente ao conjunto de medidas
estipuladas por Bismark, uma vez que incluia, sob protecção do Estado, diversos grupos
que aquele sistema não contemplara, tais como as mulheres domésticas, as crianças e outros
inactivos.
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A primeira constituição de 1911 mantém a tradição liberal, contudo, assume a educação
como dever do Estado, sendo-lhe dado um realce que as anteriores constituições não
apresentavam;
A constituição de 1933 é intervencionista, num quadro doutrinário corporativista. Ao
Estado competiam diversas funções económicas e sociais, em conjugação com as
corporações, nomeadamente na política de protecção à família e de conciliação dos
interesses laborais. Era permitido e incentivado o papel da Igreja Católica na política social.
A Constituição de 1976 é também intervencionista,mas fortemente influenciada pela
perspectiva marxista, nomeadamente no que respeitava ao controlo da actividade
económica, social e política. Com as sucessivas revisões constitucionais, perdeu a tónica
marxista, aproximando-se das constituições de outros países da Europa Ocidental,
mantendo um cunho intervencionista do Estado em estreita cooperação com a sociedade
civil.
RESUMO:
Constituição de 1822
° Pretende criar instituições liberais e democráticas
° Não passou de um projecto pois o seu suporte social era débil (burguesia mercantil), os
inimigos, muitos e, a secessão do Brasil, uma questão urgente, que remeteu a organização
das FESE para segundo plano.
Constituição de 1838
Mantém a concepção de uma monarquia liberal assente na aliança do Rei com a burguesia
Constituição de 1911
°Não altera a perspectiva liberal das funções do Estado, condimentando-as de laicismo,
anti-clericalismo e municipalismo
°Dá grande realce à política da educação
Constituição de 1933
°Corporativista, apresenta um cariz muito mais intervencionista, pretendendo ser a pedra de
toque em que as FESE são sensivelmente maiores e mais complexas.
°Explicita princípios de protecção à família, incumbências do Estado, organização de
interesses sociais, da empresa e do direito no trabalho
Constituição de 1976
°É influênciada pelas doutrinas marxistas e do Estado-Providência.
°Consolida medidas socializantes das FESE.
°Identifica três sectores da propriedade (público,cooperativo e privado)
°Consagra direitos, liberades e garantias aos democráticos
°Explicita princípios de protecção aos cidadãos e aos trabalhadores em particular, em
diversos domínos das FESE: Educação, Saúde, Segurança Social, Habitação, Trabalho, etc.
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Em Portugal, a grande experiência de Planeamento, no sentido que hoje lhe damos,
parece ter surgido apenas em 1935, com a lei que ficou conhecida como Lei da
Reconstituição Económica. Apesar de quase exclusivamente contemplar aspectos de
natureza financeira, esta lei serviu de base para os planos que se lhe seguiram. Um outro
aspecto de sublinhar foi o facto de permitir estruturar a realização de grandes obras de
infra-estruturas, dado o seu horizonte temporal ser de 15 anos.
Gestão da Água
O encontro de Buenos Aires (1998): Mais alguns passos foram dados, tendo sido
acordado um plano de acção finalizada no ano 2000 e do qual se destacam:
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° Os mecanismos de financiamento para apoiar os países em desenvolvimento
relativamente aos efeitos adversos das alterações climáticas, nomeadamente através de
medidas de adaptação;
° O desenvolvimento e transferência de tecnologias para países em desenvolvimento;
° As actividades implementadas conjuntamente;
° O programa de trabalhos dos mecanismos de Quioto, com prioridade no desenvolvimento
de mecanismos de tecnologias limpas.
Teoria Gaia (Lovelock): A biosfera é uma entidade autoreguladora com capacidade para
manter a saúde do nosso planeta mediante o controlo do equilíbrio químico e físico.
Valorização: Qualquer tratamento dado aos resíduos que lhes atribui valor económico.
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Aterro sanitário: Destino final dos resíduos urbanos, industriais ou peigosos que consiste
em depositá-los de forma controlada de modo a produzir uma degradação natural e lenta
por via biológica até à minelarização da matéria biodegradável.
Ecoponto: Centro equipado com baterias de contentores para produtos específicos: vidro,
papel, cartão, plástico ou metais.
Mortalidade Infantil: Número de óbitos de crianças com menos de um ano por 1000
nados-vivos.
MIGRAÇÕES INTERNAS
Definitivas: Como o êxodo rural (saída do campo para a cidade)
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Sazonais: Como as actividades agrícolas (vindimas, ceifas ou aquelas ligadas ao turismo
ou indústria hoteleira)
Investimento Externo Directo (IED): Todo o fluxo de capital estrangeiro destinado a uma
empresa (residente) sobre o qual o estrangeiro (não-residente) exerce controlo sobre a
tomada de decisão.
PODER:
Coacção: Existe quando o consentimento é baseado na privação física ou a ameaça de
privação física;
Autoridade: Refere-se a consentimento legitimado;
Influência: Consentimento não-legitimado e não coercivo.
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c) duração média da escolaridade da população maior que 25 anos
d) rendimento per capita corrigido.
Em síntese:
A sociedade contemporânea confronta-se com novas necessidades educativas decorrentes
de três processos à escala palnetária:
a) A aceleração da mudança
b) A plenetarização dos problemas sociais
c) A alteração dos sistemas de poder
A=__PD__ *100
K
em que:
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A= é o número total de alcoólicos
P= é a percentagem de mortes por cirrose hepática atribuíveis nessa população ao
alcoolismo.
D= o número total de óbitos declarados nesse ano por cirrose hepática
K= 0,0694 - constante (% de mortes devidas a cirrose hepática, resultado da
verificação de centenas de milhar de autópsias)
Condicinadores do aprendente:
1. Exógenos (situação sócio-económica, grau de instrução, língua materna, etnia, existência
ou ausência de locais de estudo)
2. Endógenos (a sua ambição pessoal, a sua capacidade de se auto-motivar).
Condicionadores do ensinante:
1. Exógenos (coerência curricular, recursos disponíveis na escola e na comunidade
envolvente)
2. Endógenos (competência científica e pedagógica, inteligência emocional)
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Condicionadores da comunicação educacional
1. Materiais educativos de qualidade (escrito, audiovisual e informático)
2. Espaços específicos (laboratórios, bibliotecas, ginásios e salas para as actividades
expressivas) e Polivalentes.
3. Estratégias activas para melhorar a comunicação educacional (programas de
educação intercultural, formação e dotação de meios para fazer face aos alunos com
necessidades educativas especiais)
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Terrorismo: Forma violência física que visa combater o poder instituido, atingindo
indivíduos inocentes que não têm relação pessoal com os terroristas. O objectivo procurado
pode ser de dois tipos: instrumental (o terrorista pretende fundamentalmente chamar a
atenção
opinião pública de um país ou da comunidade internacional. A violência neste caso tende a
ser minimizada pelo próprio terrosista, procurando tratar o melhor possível as vítimas da
violência para obter aquilo que pretende e, granjear simpatia para a sua causa) ou
expressivo (é geralmente mais violento que o anterior, traduzindo a frustração pelo poder
instituido. Esta forma de terrorismo tem sido praticada sobretudo por grupos extremistas
religiosos).
Guerrilha: Luta armada de grupos minoritários contra as forças armadas do Estado, com o
objectivo de restabelecer ou instaurar uma nova ordem.
Violência sobre pessoas idosas: Uma das principais situações associadas aos maus tratos
de pessoas idosas, tem sido a situação de elevado stress vivido por quem tem o encargo de
prestar cuidados aos parentes idosos. Esse fardo é particularmente pesado para as mulheres
da chamada geração sanduíche, pessoas de meia idade que se encontram entre a geração
dos pais e dos filhos, ambos reclamando atenção e cuidados.
FIM
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