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Dirceu Trindade
Neste sentido vamos nos deter em uma apreciação ligeira sobre as principais
causas da polêmica que envolve a construção do vaduto-trincheira da T-63.
Embora estas obras urbanas não tenham sido executadas, os bairros acima
citados foram urbanizados, novos equipamentos urbanos que demandam
circulação de veículos surgiram (shoppings, galerias, colégios, hospitais,
faculdades...) e, mais importante, uma nova modalidade de morar surgiu na
periferia e nos limites de municípios vizinhos: os condomínios horizontais
fechados. São novos elementos de impacto no trânsito, transformando ruas locais
residenciais em vias de acesso aos novos bairros e equipamentos.
Obras viárias necessárias devem estar integradas num plano, ser objeto de
projetos completos específicos e estarem subordinadas aos interesses da
coletividade. As operações urbanas que recentemente se iniciaram, estão
completamente em desacordo com um método de planejamento, porque não se
subordinam a um plano (Plano Diretor da cidade), não dispõem de projetos
executivos completos adequados e deixaram de cumprir mínimas exigências
legais, tais como, obediência ao Estatuto da Cidade e cumprimento do Plano
Diretor.
Não há, na atual obra, uma integração com as diretrizes do Plano Diretor que
asseguram à Avenida T-63 a condição de via Expressa de 3ª. Categoria, e
Corredor Preferencial de Transporte Coletivo, portanto, obra em execução não
integra um plano urbano e de transporte coletivo. Observe-se que o adensamento
de áreas do Alto do Bueno, do Jardim América e do Parque Amazonas continuam
acelerados, além de estarem intensas as ocupações nas áreas fronteiras do
município, cujo caminho é a Avenida T-63, em continuidade a Avenida 85.
Dirceu Trindade
Arquiteto
Ms. Urbanismo EESC-USP
Professor da Escola Edgar Graeff-UCG