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Fernando Pessoa - Leve, breve, suave...

Este poema ortnimo de Fernando Pessoa reflecte sobre um acto simples: a observao do canto matinal de uma ave. Mas, quanto a mim, o poema esconde um significado mais profundo. Embora possamos interpretar o poema pela sua suposta musicalidade ( o que parece fazer por exemplo Amlia Pinto Pais (no seu livro "Para Compreender Fernando Pessoa"), em que as rimas e doura meldica transparecem o prprio cantar da ave; eu antes preferia ver a oposio que o poeta faz entre o canto da ave (que representa o mistrio da Natureza imutvel) e o papel do observador (neste caso o poeta). Veja-se como o princpio do poema "Leve, breve, suave, / Um canto de ave / Sobe no ar com que principia / O dia" marcado por uma leveza que vem da falta de significados, de anlise, s pura realidade - a Natureza, sem pensamento. Quanto pessoa escuta, tudo pra de repente: "Escuto, e passou...". Quer ele dizer que a oposio do seu pensamento, da anlise racional, matou a aco pura da Natureza. Parece-lhe mesmo que foi s por ele ouvir que tudo parou. Veja-se - ouvir! Nada mais. Pessoa sentiu-se um estranho Natureza. O incio da segunda estrofe marca esse "fim do edlio", do paraso do que era s natural. Se a primeira estrofe positiva, a segunda negativa: "Nunca, nunca, em nada, / (Raie a madrugada, / Ou splenda o dia, ou doire no declive) / Tive / Prazer a durar / Mais do que o nada, a perda, antes de eu o ir / Gozar". essencial que se separe (Raie a madrugada, / Ou splenda o dia, ou doire no declive) do resto da estrofe, para que a possamos ler s assim: "Nunca, nunca, em nada, / Tive / Prazer a durar / Mais do que o nada, a perda, antes de eu o ir / Gozar". Quer Pessoa dizer que nunca pode tirar prazer das coisas naturais: ele assim que pensa mata tudo o que natural. No consegue ter em si esse prazer natural das coisas, um "prazer a durar" (ou seja, um prazer que se prolongue no tempo). Embora parea complexo, o poema afinal bastante simples no seu significado: Pessoa no consegue sentir e gozar as coisas de maneira simples. No consegue ter prazer nas coisas, porque pensa logo da perda das mesmas, racionaliza-as demasiado. esta complexidade da sua mente, do seu raciocnio que prejudica (que cala) o que Natural. A ave calou-se (metaforicamente) por causa da intruso do raciocnio de Pessoa. O poema afinal uma metfora sobre a oposio entre Natureza e Pensamento, entre o que Natural e o que Humano (pensado)".

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