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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO RURAL – SEPEX

“A agricultura familiar no agronegócio”


Realização: Fundação Universidade Federal de Rondônia – Campus
Rolim de Moura
Curso de Agronomia – 14 de Junho de 2008

AVALIAÇÃO DE OVINOS EM SERINGAL EM RONDÔNIA

Ricardo Gomes de Araujo Pereira 1, João Avelar Magalhães 3., Cláudio Ramalho Townsend 1 e
Newton de Lucena Costa 2
1-Zootecnista, D.Sc.Pesquisador CPAF-RO, EMBRAPA Rondônia. (69), 39012529
E-mail: ricardo@cpafro.embrapa.br

2 -Pesquisador da Embrapa Roraima, 3 -Pesquisador da Embrapa Meio Norte..

INTRODUÇÃO
A ovinocultura representa uma alternativa para a produção de carne, pele e
esterco, sendo componente importante na composição de sistemas de produção na
região amazônica.
O sombreamento é recomendado na criação dos animais para melhorar o conforto,
reduzindo o estresse e elevando a produção e produtividade. Segundo Leme et al. (2005),
A procura dos animais por ambientes sombreados durante o verão, mostra a necessidade
da provisão de sombra.
Nos trópicos úmidos da Amazônia a necessidade de sombreamento apresenta-se
como um fator de extrema importância porque as altas temperaturas associadas a
umidade elevada deixam os rebanhos em desconforto influenciando diretamente no
consumo de alimentos. O provimento de sombra natural ou artificial auxilia os ovinos a
manterem a homeotermia com menor esforço do aparelho termorregulatório, Andrade et
al. (2007).
Na Amazônia, milhares de hectares cultivados com culturas perenes (café, cacau,
seringüeira, cupuaçu, pupunha, limão, laranja entre outras), podem ser aproveitados com
o uso de animais, formando sistemas silvipastoris.
Os sistemas silvipastoris consistem na combinação de árvores, madeireiras ou
frutíferas, com animais. Nesses, as árvores proporcionam microclima favorável aos
animais (sombra e ambiente mais ameno), podendo influenciar positivamente na
produtividade pecuária (Marques, 1990; Rosa et al., 1992; Sartini et al., 1993).
A potencialidade da Amazônia para a implantação de sistemas silvipastoris foi
enfatizada por diversos autores (Veiga e Serrão, 1990; Carvalho Neto, 1994; Medrado et
al., 1994), em função das grandes áreas plantadas com culturas perenes e pela
necessidade de recuperação de pastagens degradadas.
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A associação de pequenos animais a cultivos perenes é uma prática usual em


diversos países (Ismail, 1989). Entretanto no Brasil tem sido pouco utilizada, mesmo
conhecendo benefícios como diminuição dos custos de produção, melhor utilização da
mão-de-obra e aumento da oferta de proteína animal. Por outro lado, trabalhos
conduzidos na região amazônica têm demonstrado que o ovino deslanado é uma
alternativa viável para a produção de carne, pele e esterco (Santos et al., 1984;
Magalhães et al., 1989; Maia et al., 1992; Pereira et al., 1996).
O efeito do sombreamento sobre a produtividade e persistência de gramíneas e
leguminosas forrageiras e, basicamente, devido a dois fatores: radiação solar recebida e
duração do dia. Estes afetam diretamente o crescimento da parte aérea e, especialmente
das raízes, havendo decréscimo de ambas quando os níveis de sombreamento são
incrementados, isto como conseqüência da redução da capacidade fotossintética,
nodulação e absorção de nutrientes (Eriksen e Whitney, 1981; Jong et al. 1982). Quando
não existem mais fatores limitantes, a produção de forragem refletirá a variação da
quantidade de radiação solar recebida, sempre e quando as plantas possam suportar a
demanda da evaporação imposta por este regime de radiação.
Na Malásia, Peng e Omar (1984) e Wong et al. (1985b), avaliando o desempenho
agronômico de diversas leguminosas forrageiras tropicais, em diferentes níveis de
sombreamento, concluíram que as espécies mais promissoras foram Puerária
phaseoloides e Desmodium ovalifolium. Na Índia, Gowda et al. (1985), avaliando o
comportamento agronômico de dez gramíneas forrageiras, estabelecidas sob coqueirais,
verificaram que Pennisetum purpureum cvs. Napier, BH-8 e NB-21, foram as mais
produtivas. Dissanayake e Waidyanatha (1987), no Sri Lanka, observaram que Panicum
maximum cv. Guinea, Paspalum plicatulum, Brachiaria brizantha e Brachiaria decumbens
foram as gramíneas mais promissoras para acultivo associado a seringal adulto.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de ovinos em seringal adulto em
Rondônia.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Campo Experimental da Embrapa Rondônia, localizado


no município de Porto Velho, as ovelhas mantidas em três tratamentos: ao sol em
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pastagens de Andropogon gayanus cv. Planaltina (T-1). Mantidas sob 30% de


sombreamento de seringueira (Hevea brasiliensis) e pastagem composta por 40% de
puerária (Pueraria phaseoloides) e 60% de gramíneas (predominando as espécies
Imperata brasiliensis e Brachiaria brizantha cv. Marandu) (T-2) e mantidas sob 45% de
sombreamento de seringüeira e pastagem composta por 80% de puerária e 20% de
gramíneas (predominando as espécies Imperata brasiliensis e Brachiaria brizantha cv.
Marandu) (T-3).
Foram utilizadas ovelhas deslanadas Santa Inês x Morada Nova, com idade entre
12 e 24 meses e peso médio inicial de 28,42 kg. Os animais foram mantidos durante o dia
em piquetes com área de 1,5 ha; à noite eram recolhidas para apriscos onde recebiam
capim-elefante picado (Pennisetum purpureum cv. Cameroon), tendo à disposição sal
mineral. Durante o período experimental a carga animal foi de 5,3 ovinos/ha para todos os
tratamentos. As pesagens dos animais foram realizadas mensalmente e as amostragens
para estimativa da disponibilidade de forragem no início e final do experimento. Os
parâmetros fisiológicos (temperatura retal (TR), batimentos cardíacos (BC) e ritmo
respiratório (RR)) foram coletados a cada 15 dias, por volta das 15:00 h. Os dados de
temperatura e umidade relativa do ar foram obtidos na Estação Meteorológica da
Embrapa, situada a 1,5 km do local do experimento.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A tabela 1, apresenta os ganhos de peso (g/an/dia, g/ha/dia e kg/ha/período) nos


tratamentos. Os maiores ganhos de peso foram observados no tratamento com maior
percentual de sombreamento (T-3). Provavelmente, esta resposta foi conseqüência da
maior disponibilidade da leguminosa na pastagem (80%), a qual refletiu positivamente na
qualidade da forragem em oferta. O sombreamento amenizou acentuadamente os efeitos
depressivos do estresse térmico, o que pode ter contribuído para o melhor desempenho
das ovelhas mantidas no nível de 45% de sombreamento, quando comparadas com
àquelas mantidas em pleno sol. Além disso, as ovelhas do T-1 podem ter reduzido a
ingestão da pastagem refletindo na diminuição seu ganho de peso.

Tabela 1. Desempenho produtivo de ovinos deslanados mestiços Santa Inês x Morada


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Nova, em função do sombreamento de seringal adulto. Porto Velho, Rondônia.

Tratamentos Ganho de Peso

g/ha/dia g/an/dia kg/ha período


T-1 (Sem sombreamento) 39,31 b 208,34 b 18,75 b

T-2 (30% de sombreamento) 44,86 b 237,76 b 21,40 b

T-3 (45% de sombreamento) 79,44 a 421,03 a 37,89 a

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si (P > 0,05) pelo teste de Tukey

A disponibilidade inicial de forragem não apresentou diferenças significativas (P >


0,05) entre os tratamentos. Os maiores rendimentos de matéria seca (MS), foram
verificados no T-1 (3,17 t/ha), e T-2 (2,19 t/ha).
A temperatura ambiente variou de 32 a 35,5oC e a umidade relativa do ar de 37 a
54%. A análise de variância revelou diferenças significativas (P<0,05) entre os
tratamentos, sendo os BC (107,80 no/min) e RR (70,10 no/min) dos animais do T-1
superiores aos do T-2 (101,68 e 64,08 no/min) e T-3 (98,10 e 62,08 no/min). Os animais
dos T-1 e T-3 apresentaram TR (39,83 e 39,81oC) semelhantes entre si e superiores aos
do T-2 (39,61OC).

CONCLUSÕES

Os ovinos deslanados são tolerantes às condições climáticas do verão do Trópico


Úmido e o sombreamento propiciado pela seringüeira ameniza, acentuadamente, os
efeitos depressivos do estresse térmico.
O sombreamento reduz a disponibilidade de forragem, sendo necessário redução
da carga animal.
Os ovinos deslanados apresentam desempenho produtivo satisfatórios.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, I. S.; SOUZA, B. B.; PREIRA FILHO, J. M.; SILVA, A. A. Parâmetros


fisiológicos e desempenho de ovinos Santa Inês submetidos a diferentes tipos de
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Abr, 2007.

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