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O documento discute mitos egípcios antigos, incluindo seu significado e objetivos. Apresenta o mito de criação de Heliópolis que descreve a origem do universo a partir de Atum. Também descreve o mito de Ísis e Osíris, que simboliza a luta entre o bem e o mal e legitima o poder dos faraós. O mito da destruição da humanidade serve como alerta sobre as consequências de desrespeitar os deuses.
O documento discute mitos egípcios antigos, incluindo seu significado e objetivos. Apresenta o mito de criação de Heliópolis que descreve a origem do universo a partir de Atum. Também descreve o mito de Ísis e Osíris, que simboliza a luta entre o bem e o mal e legitima o poder dos faraós. O mito da destruição da humanidade serve como alerta sobre as consequências de desrespeitar os deuses.
O documento discute mitos egípcios antigos, incluindo seu significado e objetivos. Apresenta o mito de criação de Heliópolis que descreve a origem do universo a partir de Atum. Também descreve o mito de Ísis e Osíris, que simboliza a luta entre o bem e o mal e legitima o poder dos faraós. O mito da destruição da humanidade serve como alerta sobre as consequências de desrespeitar os deuses.
Mitos Mito uma histria verdadeira e, ademais, extremamente preciosa por seu carter sagrado, exemplar e significativo. Tradio sagrada, revelao primordial, modelo a ser seguido. Existem mitos de criao, mitos de destruio e mitos voltados para o repasse de valores morais e ticos para as novas geraes. Mito uma narrativa maravilhosa com personagens sobre-humanos. Pode ser apenas um relato fictcio, uma histria, ou ento uma tentativa de explicar algum acontecimento ou fenmeno aparentemente inexpli- cvel. ROCHA PEREIRA, M.H. Estudos de Histria da Cultura Clssica, v. I, Lisboa: Calouste Gulbenkian, 7 ed., 1993.
Mitos De acordo com o Prof. Ms. Julio Gralha: O mito era uma forma de explicao para processos naturais que estavam sem resposta no pensamento egpcio, tais como a criao do mundo, da raa humana e o ps-morte. Os mitos tambm passavam um tipo de moral, concepo de ordem e caos, e valores ticos que deveriam ser seguidos e ensinados s prximas geraes. GRALHA, Jlio. Egpcios. In: FUNARI, Pedro Paulo. (Org.). As religies que o mundo esqueceu. 1 ed. So Paulo: Contexto, 2009, p. 14.
Extrato do livro dos mortos, mostrando a pesagem do corao perante o tribunal de Osris. Tumba de Nany (cantora do templo de Amon-R). 3 Perodo Intermedirio. O Egito Antigo Baixo Egito Mdio Egito Alto Egito Mito de Helipolis (Enada) um mito de criao; Objetivos: Descrever a concepo de ordem, caos e valores que devem ser transmitidos e seguidos por todos; Demonstrar que as foras divinas agem e transformam o mundo; Enaltecer o poder dos deuses e do monarca (legitimidade); Representar necessidades, anseios e caractersticas bsicas da sociedade de um ponto de vista cultural e da viso de mundo da sociedade egpcia.
A criao ocorre de um plano mais abstrato para um mais denso:
Atum (R) emergiu do Nu (Oceano Primordial)
Shu e Tefnut ar e umidade so criados
Geb e Nut terra e cu so criados
Osris, sis, Seth e Nftis elementos ticos, criao do reino terreno e da raa humana Hrus deixado como mediador entre os deuses e os homens. Simbolizado pelo fara que quando coroado torna-se Hrus
A Enada Atum o criador do universo (uma das formas de R) Tefnut (a umidade) e Shu (o ar) Geb (a terra) e Nut (o cu) Nftis (senhora do palcio) Seth (senhor do caos) sis (senhora do trono) Osris (senhor dos mortos) Atum-Kepri, t que vieste do alto da colina, t que surgistes da pedra Benben, na manso da ave Benu em Iunu [Helipolis], t que esculpistes a Shu, t que vomitaste Tefnut, e t que pusestes teus braos ao redor deles como os braos de um ka, de modo que teu ka pde estar neles. grande Enada que est em Iunu: Atum, Shu, Tefnut, Geb, Nut, Osris, sis, Seth, Nftis, estendei seu corao ao seu filho, o rei, em nome dos nove arcos. Prece encontrada em uma inscrio do templo dedicado a R em Helipolis. Mito de sis e Osris Este mito moral foi compilado por Plutarco no sc. II d.C. a partir de relatos encontrados em todo o territrio egpcio, visto que o mito era transmitido de forma oral; Osris, sis e Hrus eram os deuses nacionais, venerados em todo o pas; Objetivos: Mostrar o assassinado de um rei justo (Osris) enganado pelo irmo (Seth), encarnando assim, a luta entre o bem e mal. Ao mesmo tempo, o mito tambm simboliza outras dualidades: a luz e as trevas, as terras frteis e o deserto;
Apresentar a esposa dedicada (sis) que procurou o corpo do marido e recorreu magia para reconstitu-lo, gerando um filho pstumo (Hrus), legtimo herdeiro do trono egpcio; Legitimar o poder dos monarcas como sucessores de Hrus, o rei de direito do Egito e vencedor da disputa com seu tio Seth. Hrus, Osris e sis - Pendente em ouro do fara Osorkon II Mito da destruio da humanidade um mito de carter divino e moral; Objetivos: Lembrar aos homens que no devem ignorar os deuses, devendo continuar a respeit-los e realizar os cultos em sua honra; Demonstrar o poder superior dos deuses, ilustrado pela devastao causada por Sekhmet, o raio destrutivo do sol, deusa enviada por R para punir a humanidade por suas faltas; Alertar para a existncia de aes que no tem volta;
Hathor e seu pai, R, que a transformaria na terrvel deusa leoa Sekhmet para destruir a humanidade (parede da tumba da rainha Nefertari no Vale das Rainhas). Seckmet, a sanguinria deusa leoa. Mural do templo de Kom Ombo no Alto Egito Referncias bibliogrficas GRALHA, Jlio. Egpcios. In: FUNARI, Pedro Paulo. (Org.). As religies que o mundo esqueceu. 1 ed. So Paulo: Contexto, 2009. MELLA, Federico A. Arborio. O Egito dos faras: histria, civilizao, cultura. So Paulo: Hemus, 1998. NOBLECOURT, Christiane Desroches. A mulher no tempo dos Faras. Campinas: Papirus, 1994. ROCHA PEREIRA, M.H. Estudos de Histria da Cultura Clssica, v. I, Lisboa: Calouste Gulbenkian, 7 ed., 1993. SILVERMAN, David P. O Divino e as Divindades no Antigo Egito. In: SHAFER, Byron E. As religies no Egito antigo deuses, mitos e rituais domsticos. So Paulo: Nova Alexandria, 2002. TRAUNECKER, Claude. Os deuses do Egito. Braslia: UnB, 1992.