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ÉTICA PROFISSIONAL

 Narciso, de Caravaggio,
1598-99. O mito Grego
de Narciso, personagem
que morreu enamorado
pela própria imagem
refletida na água,
representa aqueles que
não conseguem sair de
si mesmos e descobrir a
alteridade: ser moral é
reconhecer o outro
como outro.
1. O homem é um ser consciente
 Isso é imoral, movimento pela ética na
política, ética profissional dos médicos –
essas expressões demonstram que a
moral e a ética estão presentes em nosso
dia-a-dia, seja na vida particular, na
família, na educação, no trabalho ou na
política.
 O fenômeno moral é tão antigo quanto a
história da humanidade ex. as máximas
de Ptahotep (2.500 a.C). Essa obra reúne
aforismas de Ptahotep, ministro de um
faraó, compôs para orientar a educação
do filho, aconselhando a ser leal,
tolerante, bondoso, reto e justo.
 Imagem Eu e a Aldeia (Marc Chagal)
 Sobre a consciência> é de uso
freqüente, você perdeu a consciência,
você agiu de acordo com a
consciência.
 Perder a consciência é perder o
sentido da existência de nós mesmos
e do mundo.
 Trata-se da consciência psicológica,
que é conhecimento de nós mesmos,
quem somos, o que fazemos e o
mundo que nos cerca.
 Na segunda situação, agir de acordo
com a consciência, trata-se da
consciência moral,
pensamento interior que nos orienta, de
maneira pessoal, sobre o que devemos
fazer em uma determinada situação.
 Antes de uma determinada ação, a
consciência moral emite um determinado
juízo que aconselha ou proíbe.
 Após a realização da ação, a consciência
moral se manifesta como um sentimento
de satisfação (força recompensadora), ou
arrependimento, remorso (força
condenatória).
 A consciência psicológica e a moral estão
relacionadas.
 Na realidade, se o problema moral é
colocado, é porque ele possui consciência
psicológica.
 O animal não possui consciência psicológica,
as suas respostas estão prontas nos seus
reflexos e instintos.
 Já o homem, para decidir, escolher, enfim,
exercer a liberdade, o homem precisa estar
consciente.
 Enquanto a consciência psicológica
possibilita ao homem escolher, a consciência
moral, com seus valores e normas, orienta a
escolha.
 Três componentes fundamentais da vida
moral> CONSCIÊNCIA – LIBERDADE –
RESPONSABILIDADE.
 Assim temos que qualquer coação interna
ou externa anula a liberdade de uma
pessoa, e a exime da responsabilidade
moral.
 Etapas da formação da consciência>
(aprofundar) Piaget, a formação segue
quatro etapas: Anomia, heterônoma,
socionomia e autonomia.
 ANOMIA > A : negação. NOMIA: regra, lei. Atitudes:
Bagunça, devassidão, libertinagem, dissolução.
 HETERONOMIA > A lei, a regra vem do exterior, do outro.
Atitudes: Medo, autoritarismo, imposição, castigo, prêmio,
respeito unilateral, autocracia, tirania.
 AUTONOMIA > Capacidade de governar a si mesmo.
Atitudes: Cooperação, amor, respeito mútuo, afetividade,
livre-arbítrio, democracia, reciprocidade, lei Causa e
Efeito.
 SOCIONOMIA o seguimento das regras da sociedade.
 No aspecto moral, segundo Piaget, a criança passa por
uma fase pré-moral, caracterizada pela anomia,
coincidindo com o "egocentrismo" infantil e que vai até
aproximadamente 4 ou 5 anos. Gradualmente, a criança
vai entrando na fase da moral heterônoma e caminha
gradualmente para a fase autônoma.
 Na fase de anomia, natural na criança
pequena, ainda no egocentrismo, não
existem regras e normas. O bebê, por
exemplo, quando está com fome, chora e
quer ser alimentado na hora. As
necessidades básicas determinam as
normas de conduta. No indivíduo adulto,
caracteriza-se por aquele que não respeita
as leis, pessoas, normas.
 Na medida em que a criança cresce, ela vai
percebendo que o "mundo" tem suas regras.
Ela descobre isso também nas brincadeiras
com as criança maiores, que são úteis para
ajudá-la a entrar na fase de heteronomia.
 Na moralidade heretônoma, os deveres
são vistos como externos, impostos
coercitivamente e não como obrigações
elaboradas pela consciência. O Bem é visto
como o cumprimento da ordem, o certo é a
observância da regra que não pode ser
transgredida nem relativizada por
interpretações flexíveis. De certa forma, a
intolerância da Igreja, por qualquer
interpretação diferente da sua, referente ao
Evangelho, manteve a humanidade na
heteronomia moral. O bem e o certo
estavam na Igreja, no Estado e não na
consciência interior do indivíduo.
 O indivíduo obedece as normas por medo
da punição. Na ausência da autoridade
ocorre a desordem, a indisciplina.
 Na moralidade autônoma, o indivíduo
adquire a consciência moral. Os deveres
são cumpridos com consciência de sua
necessidade e significação. Possui
princípios éticos e morais. Na ausência da
autoridade continua o mesmo. É
responsável, auto-disciplinado e justo. A
responsabilidade pelos atos é proporcional
à intenção e não apenas pelas
conseqüências do ato.
2. O Conceito de Ética
 Ética é a ciência do comportamento moral
dos homens em sociedade.
 É uma ciência que tem objeto próprio, leis
próprias e método próprio.
 A moral é um dos aspectos do
comportamento humano.
 O objeto da ética é a moral, mais
especificamente a moralidade positiva, ou
seja, o conjunto de regras de
comportamento e formas de vida através
das quais tende o homem a realizar o valor
do bem.
 O conceito de ética já leva à conclusão de
que ela não se confunde com a moral.
 A ética é a ciência dos costumes, já a moral,
não é ciência, mas objeto da ciência.
 Como ciência, a ética procura extrair dos
fatos morais os princípios gerais a eles
aplicáveis.
 Enquanto conhecimento científico, a ética
deve aspirar à racionalidade e objetividade
mais completas e, ao mesmo tempo, deve
proporcionar conhecimentos sistemáticos,
metódicos.
 A ética é uma disciplina normativa, não
por criar normas, mas por descobri-las e
elucidá-las.
 O objetivo, é mostrar às pessoas os
valores e princípios que devem nortear
sua existência.
 O complexo de normas éticas se alicerça
em valores. Há uma conexão entre dever
e valor. Pois para responder a pergunta o
que devo fazer, devo saber responder
sobre o que é valioso.
 Toda norma pressupõe um valor. A norma é regra
de conduta que postula dever.
 Todo juízo normativo é regra de conduta, mas
nem toda regra de conduta é uma norma.
 Algumas regras de conduta tem caráter
obrigatório, enquanto outras são facultativas.
 A noção de norma pode precisar-se com clareza
se comparada com a de lei natural ou físicas.
 As leis físicas são juízos enunciativos que
assinalam ralações constantes entre os
fenômenos.
 As leis físicas têm um fim explicativo, as normas
um fim prático.
 As normas não pretendem explicar nada, mas
provocar um comportamento.
 As leis físicas referem-se à ordem da realidade e
tratam de torná-la compreensível.
 O investigador da natureza não faz juízos de
valor. Simplesmente se pergunta a que leis
obedecem os fenômenos.
 Ao formulador de normas do comportamento não
importa o proceder real da pessoa, senão a
explicitação dos princípios a que sua atividade
deve estar sujeita.
 A norma exprime um dever e se dirige a seres
capazes de cumpri-las ou não. Se o indivíduo não
pudesse deixar de fazer o que ela prescreve, não
seria norma genuína, mas lei natural.
 Outra diferença é que a lei natural ou
física, pode ser provada pelos fatos, e a
norma vale independentemente de sua
violação ou observância.
 A ordem normativa é insustentável de
comprovação empírica.
 As normas não valem enquanto são
eficazes, senão na medida em que
expressam um dever ser. Aquilo que deve
ser pode não haver sido, não ser
atualmente e nem chegar a ser nunca,
mas perdurará como algo obrigatório.
 Vejamos um caso> a paz perpétua ou absoluta
harmonia entre os homens. Podem ser que não se
convertam nunca em realidade,mas a aspiração
em atingi-los é plenamente justificável, pois tende
a algo valioso.
 Não há uma relação necessária entre validez e
eficácia da norma.
 A validez dos preceitos reitores da ação humana
não está condicionada por sua eficácia, nem pode
ser destruída pelo fato de sejam infringidos. A
norma que é violada segue sendo norma, e o
imperativo que nos manda ser sinceros conserva
sua obrigatoriedade apesar dos hipócritas.
 Por isso se diz: que as exceções à eficácia de
uma norma não são exceções à sua validez.
 Já as leis naturais, só se validam se a
experiência não as desmentem.
 A possibilidade de inobservância,
indiferença humana pelas normas não deve
desalentar aqueles que acreditam na sua
imprescindibilidade para conferir sentido à
existência.
 O papel confiado aos cultores da ciência
normativa é reforçar essa tendência,
fazendo reduzir o nível de inobservância
perante a ordem do dever ser.
3. Moral absoluta ou relativa
 Os preceitos éticos são imperativos
 Para serem racionalmente aceitos pelos
seus destinatários, estes precisam acreditar
que eles derivem de uma justificativa
consistente.
 Norma moral– valor objetivo?.
 Norma – fixada arbitrariamente?.
 Norma – válida para todos e em todos os
tempo e lugares?.
 Norma – validade condicionada?.
 Tem-se duas posições antagônicas> uma
absolutista e apriorista e outra relativista e
empirista.
 A relativista e empirista> a norma ética é
puramente convencional e mutável. O
conhecimento da norma ética é empírica.
Defende a existência de várias morais, do
subjetivismo.
 A absolutista e aprioristica> a validez é
atemporal e absoluta. Proclama o
conhecimento da norma ética a priori.
Defende a existência de uma moral
universal objetiva.
 Para os absolutistas, cada ser humano é
dotado de algo natural que o predispõe ao
discernimento do que é certo e errado em
termos éticos.
 Para os absolutistas não se poderia falar do
bem e do mau, da virtude e do vício, se não
houvesse a consciência humana, aquela
que é capaz de intuir o que vale.
 Já os relativistas entendem não haver
sentido falar em valores à margem da
subjetividade humana.
 O bom e o mau não significam algo que valha por
si, mas são palavras cujo conteúdo é
condicionado por referenciais de tempo e espaço.
 Na verdade, o bem é fruto da criação subjetiva e a
norma moral é mero convencionalismo.
 O resultado dessa contraposição de idéias é que a
tese objetivista conduz à conclusão de que não há
criação nem transmutação de valores, senão
descobrimento ou ignorância dos mesmos. Os
valores não se criam, nem se transformam, se
descobrem ou se ignoram.
 Sendo assim, o desafio da ética é elaborar no
homem o órgão moral que torna possível tal
descobrimento.
 Ao contrário, a tese subjetivista, postula a
autêntica criação de valores por vontade
dos homens.
 Os homens criam valores à medida do
necessário ou do oportuno.
4. A classificação da ética
 Ética empírica
 Ética de bens
 Ética formal
 Ética valorativa
 4.1. Ética empírica>
 Devemos partir da distinção feita por Kant
entre filosofia pura e filosofia empírica.
 Da distinção entre conhecimento puro e
conhecimento empírico.
 Podemos afirmar que todos os nossos
conhecimentos têm origem em nossa
experiência.
 Porém, embora o conhecimento se inicie na
experiência, ele precisa, para se tornar de
fato "conhecimento", que nossa própria
mente lhe adiciona.
 É preciso portanto, em primeiro lugar, separar
esses dois elementos, ou seja; por um lado o
que é recebido dos sentidos e pelo outro o que
é adicionado pela razão.
 Esse conhecimento independente dos sentidos
é chamado "a priori" (diferente dos empíricos,
chamados "a posteriori").
 A ética empírica é observada e constatada com
a prática.
 A ética empírica é aquela que nega a ética
absolutista ou apriorista.
 Logo, "a priori" não é um conhecimento que
vem "antes da experiência", mas sim um que
vem "independente da experiência".
 A ética empírica deriva seus princípios da
observação dos fatos.
 O homem deve ser como naturalmente é, e não
deve se comportar como queiram que ele seja.
 Suas características são a subjetividade e a
conotação utilitarista.
 A ética empírica procura sempre o valor útil
para cada indivíduo.
 Com relação a subjetividade: não há uma moral
universal, única, apriorista.
 Varia a conduta humana de acordo com o
tempo e as circunstâncias e, assim, o bom é
determinado estrito de tempo, de lugar etc.
 O empirismo deságua no relativismo, não é
possível uma moral universal e valores
axiológicos absolutos.
 Vai-se ao subjetivismo, uma das principais
variantes da ética empírica.
 Se idéias morais variam de indivíduo para
indivíduo ou de sociedade a sociedade, o bem e
o mal carecerão de existência objetiva, já que
dependem dos juízos estimativos dos homens.
 Assim aparecem, por um lado, o subjetivismo
ético individualista e, por outro, o subjetivismo
ético social, também chamado antropologismo
ou subjetivismo ético específico.
 A partir dessas constatações, é fácil chegar
ao ceticismo ao niilismo.
 Algo que é bom para um não é para outro, o
bem nada significa e a moral é produzida
pela convenção arbitrária.
 Não há sentido em formular juízo estimativo
ou estabelecer valores com pretensão de
objetividade.
 Se nada é absolutamente bom, o
conveniente é procurar condutas que
pareçam mais benéficas à sociedade e ao
indivíduo, fazendo do útil o preceito moral
supremo.
 Temos uma tríplice configuração da ética
empírica: a anarquista, a utilitarista e a ética
ceticista.
 A) A ética anarquista:
 A anarquia repudia toda norma ou valor.
 Direito, moral, convencionalismo sociais,
religião, tudo constitui exigências arbitrárias.
 As leis não são legítimas, sejam morais ou
jurídicas.
 É uma doutrina egoísta.
 Prepondera a vontade humana, e esta varia
de pessoa para pessoa.
 Vai prevalecer a decisão do mais forte.
 O anarquismo tem uma tendência hedonista:
buscar o prazer e evitar a dor.
 Quando o prazer é encontrado no fazer o bem do
outro, o essencial é a obtenção do conforto
pessoal. Egoísmo disfarçado de altruísmo.
 O anarquismo na modernidade se apresenta
como anarquismo individualista e como
anarquismo comunista ou libertário.
 Os dois coincidem em dois pontos: 1. liberdade
absoluta e a aspiração suprema do indivíduo; 2.
toda organização política deve desaparecer, por
contrariar as exigências da natureza.
 Os dois postulados derivam do mesmo
princípio: só tem valor o que não contraria
as tendências e impulsos naturais. A ordem
jurídica, como organização social de tipo
coercível, se opõe à liberdade e representa,
por isso, um mal que deve ser combatido.
 Diferença entre individualistas e comunistas:
na escolha do método na luta contra o
Estado.
 O primeiro, acredita no progresso lento e
gradual da razão, para superar o Estado.
 O segundo, pela violência, superar o Estado.
 Para os comunistas, a propriedade privada
tende a desaparecer. A natureza não
destinou seus bens a quem quer que seja.
Tudo é comum e deve ser de todos.
 Os homens viveriam em regime de
cooperação espontânea, visando ao mais
completo desenvolvimento da
individualidade, unido ao desenvolvimento
mais completo da associação.
 Os individualistas não negam a propriedade
privada, mas negam o associativismo.
 Se equivocam os anarquistas quando
acreditam existir uma liberdade natural. Pois
na vida em me sociedade, a liberdade é um
direito.
 Não existe direito sem um sistema normativo
e provido de força capaz de assegurá-lo,
quando quem quer que seja pretenda
vulnerá-lo.
 B) A ética utilitarista:
 É bom o que é útil.
 A conduta ética desejável é a conduta útil.
 A utilidade, porém, e um mero atributo de
um instrumento. Ex.uma faca é útil se corta.
 A eficácia técnica dos meios não
correspondem ao valor ético dos fins.
 Os meios mais úteis, podem estar a serviço
de um fim nefasto. Ex. a arma que é útil
para cortar um pedaço de carne, também é
útil para ser usada para esfaquear uma
pessoa.
 No exemplo acima, vimos que o meio
possui igual eficácia, e sua utilidade é
alheia à significação dos desígnios que
serve.
 O estudo do utilitarismo permite entender a
falácia que é a afirmação: os fins justificam os
meios.
 A teoria da moral utilitarista só é aproveitável
se conciliada com a teoria das finalidades
úteis.
 A teoria utilitarista de MILL, não concerne
unicamente aos meios, mas remete a uma
verdadeira ética de fins. Vejamos:
 A) A doutrina utilitarista afirma que a felicidade
é desejável, a única coisa desejável como fim;
sendo todas as demais desejáveis só como
meios para esse fim.
 B) A felicidade é o único fim da ação humana
e sua consecução o critério para julgar de
toda conduta; donde necessariamente se
segue que tem que ser o critério da
moralidade, já que a parte encontra-se
incluída no todo.
 O utilitarismo tem sentido na vida moral, se
entendido como prudente emprego dos
meios aptos à consecução de fins
moralmente valiosos.
 C) A ética ceticista
 O cético não acredita em nada.
 A dúvida não implica o conhecimento, é mera
suspensão de juízo. O cético não é o que
nega, nem o que afirma, senão o que se
abstêm de julgar.
 É preciso distinguir a dúvida metódica
(Sócrates), da dúvida sistemática.
 Utilizada como método, a dúvida serve como
eliminação de possíveis erros. É uma atitude
provisória. Uma provisória transição de juízo,
por segurança.
 A dúvida sistemática é própria dos ceticistas,
que duvidam de tudo e de forma permanente.
 Os céticos declaram não crer em nada, e
aqui já erram, pois se fossem
verdadeiramente céticos, duvidariam até das
própria afirmação. Isso implicaria uma
regressão infinita.
 Outro problema, o ceticismo pode sustentar
uma negação permanente em teoria, mas na
prática cairia em uma paralisação completa.
 No aspecto moral, na dúvida entre o certo e
o errado, nada se faria. Mas nada fazer já é
uma atitude, sendo assim, fica impensável
uma atitude cética no campo prático.
 Na verdade, os céticos não pregavam o
ceticismo absoluto. Admitiam a existência
de alguns valores e a necessidade de uma
moral.
 As lições de Sexto Empírico demonstram
que ele aceitava algumas regras
propiciadoras de uma relativa felicidade.
 A) Seguir as indicações da natureza.
 B) Ceder aos impulsos das disposições
passivas: o cético só come se tem fome, só
bebe se está sedento.
 C) Submeter-se às leis e costumes do país
onde vive.
 D) Não permanecer inativo e cultivar alguma
das artes.
 Estas regras se fundam em critérios
axiológicos> a primeira, de que é valioso o
que tem origem natureza. A segunda, de que
as necessidades humanas devem ser
satisfeitas com moderação. A terceira de que
as leis de um país merecem serem acatadas.
A quarta condena a inatividade e valoriza o
trabalho.
 A conclusão é de que, mesmo quando se
nega, teoricamente a existência de critérios
sólidos de certeza, na prática se admite a
existência da moral e se prega que há
formas de vida que devem ser evitadas, e
outras que devem ser seguidas.
 d) A ética subjetivista
 Consiste em cada um adotas para si a
conduta ética mais conveniente com a sua
própria escala de valores.
 Existe o subjetivismo individualista e o
social.
 A origem do subjetivismo está em Protágoras, para
quem o homem é a medida de todas as coisas, da
existência das que existem, e da não existência das
que não existem.
 Cada homem é a medida do real.
 A verdade não objetiva, mas há tantas verdades
quanto homens.
 O que é verdade para um, pode não ser para o
outro.
 A teoria de Protágoras conduziria ao
AGNOSTICISMO.
 Todas as opiniões seriam igualmente verdadeiras e
se tudo é verdade, nada é certo, pois o que a um
parece evidente, a outro pode parecer falso.
 Aplicando à ordem moral, terá valor para um
indivíduo, aquilo que ele entender como
valioso.
 Cada homem é a medida do bem e do mal.
 O subjetivismo está por tudo, não só moral e
epistemológico, mas estético, religioso, jurídico
e etc.
 O chamado subjetivismo ético social, pretende
ser uma teoria objetiva, pois os valores éticos
são produzidos pelo coletivo.
 Aqui há uma confusão, pois se pensa que a
objetividade é um critério estatístico, o critério
do valor ou da verdade é a quantidade, a
maioria.
 Os representantes do subjetivismo ético social:
DURKHEIN E BOUGLÉ.
 O problema do subjetivismo, individual ou ético
específico, vai para um relativismo absoluto.
 É fácil concluir que o relativismo absoluto não
pode presidir as relações humanas, seja na
esfera moral, seja na esfera jurídica.
 4.2 A ética dos bens
 Ao contrário do relativismo, defende a
existência de um valor fundamental
denominado bem supremo.
 Parte da estrutura teleológica do atuar
humano.
 O que significa? A criatura humana é capaz
de e propor fins, eleger meios e colocar em
prática os últimos, para alcançar os primeiros.
 O supremo bem da vida consistirá na
realização do fim próprio da criatura humana.
 Para estabelecer a hierarquia dos fins, basta
verificar qual deles pode ser,
simultaneamente, fim e meio para a obtenção
de outro fim. Quando se se defronta com um
bem que não pode ser meio de qualquer
outro, então esse é o bem supremo.
 Divisão da ética dos bens:
 A) Eudemonismo, idealismo ético e hedonismo:
Eudemonmismo, deriva de eudemonia,
felicidade. Para essa concepção há uma
tendência inata no homem para a felicidade, e
segundo Aristóteles, a felicidade é o bem
supremo, é um fim que não possui um caráter
de meio.
 Todos os outros bens da vida podem ser meios
para a obtenção que é o eternamente desejado
em si, e que não se converterá jamais em
meio.
 O idealismo: a finalidade última do homem é a
prática do bem. Os estóicos, por exemplo, não
aspira a ser feliz, mas a ser bom. A virtude é
um fim, não um meio. Impõe-se à criatura ser
virtuosa, ainda que disso não extraia prazer
algum.
 Já para o hedonismo, a felicidade está no
prazer. Seja ele o prazer sensual, seja a
fruição da tranqüilidade extraída do deleite, no
exercício de atividade intelectual ou artístico.
 O hedonismo elegeu a felicidade como fim,
mas o prazer como meio.
 b) A Ética Socrática:
 Para o autor o verdadeiro objeto do
conhecimento é a alma humana.
 A bondade é resultado do saber.
 Para alguém ser feliz, precisa ser bom, e para
ser bom é preciso ser sábio.
 Aquele que encontrou a verdade oculta em
sua alma sente-se obrigado a ajustar com ela
sua conduta. Assim o conhecimento do bem
determina a prática da virtude.
 Não existe pessoas más, senão extraviadas.
 A maldade é produto da ignorância.
 O aperfeiçoamento não se consegue sozinho, é na
convivência comunitária. Porque o homem é um ser
social.
 Entre ética e política existe uma correlação íntima: o
homem perfeito não é unicamente o homem bom,
mas o bom cidadão.
 Para Sócrates o conhecimento do bem se identifica
com a prática da virtude. Quem sabe a verdade, age
bem.
 A Ética de Sócrates é de direito natural; no
fundamento das normas positivas há leis não
escritas (= ágrafoi nómoi).
 Para Sócrates a lei moral é natural, brotando da
mesma natureza como uma sua propriedade. Não
resulta de uma ordem dogmática posterior exterior
emitida, ou por Deus, ou pelos homens.
 A análise das coisas e das operações humanas
mostram que nenhum homem pode senão querer o
bem e mesmo quando quer o mal, procura-o na
suposição de buscar um bem.
 A ética socrática é finalistica (ou teleológica) como se
depreende dos textos platônicos Apologia e Eutifron,
como ainda das informações vindas de Xenofonte.
 Concretamente a finalidade última dos atos humanos,
de acordo com Sócrates, é a felicidade.
 Provou Sócrates seu eudaimonismo ético por meio de
análise aplicada ao desejo humano; este não se dirige
para o mal. Orienta-se para o bem, desde que o
conheça. Desta adesão e conquista resulta o estado
psíquico da felicidade.
 c) A ética Platônica:
 Decorre a ética coerentemente do sistema
geral do platonismo, essencialmente
exemplarista, em virtude do qual nada se cria
senão tendo as idéias reais separadas como
arquétipos.
 Estes arquétipos são a finalidade a executar,
inclusive na ação.
 Por isso, a ação tem um caminho previamente
traçado o que implica em uma obrigação ética.
 Platão, ao estabelecer as idéias reais, de
variada espécie, se referiu especialmente à
idéia do bem.
 E assim também a idéia do bem é um
arquétipo, segundo qual se processa toda
ação.
 Depende, pois, a ética de Platão da existência
de um arquétipo denominado o bem.
 É possível sintetizar a idéia do bem, com a do
ser simplesmente e então dizer que há um
fundamento ontológico para a ética platônica. A
ação enquanto realiza mais ser, se subordina
ao que o ser necessariamente é.
 Como todas as éticas do ser, também a de
Platão depende de como traçar os caminhos do
ser nos seus mais variados detalhes, os quais
serão as suas leis e os quais, depois de
cumpridos com habitualidade, constituem as
respectivas virtudes.
 Ainda que Platão não tenha utilizado esta
linguagem, pode-se distinguir em seu sistema
entre fundamento próximo e remoto da
obrigação ética, ou da eticidade.
O fundamento próximo está no ser de cada
indivíduo, o qual já obedece ao parâmetro
remoto, e por isso diretamente revela qual o
fim realizado, e em potencial ainda revela o
que lhe falta para atingir a plenitude.

 Mas, o fundamento remoto é a mesma idéia


real, que tudo contém e na qual tanto o
Demiurgo viu como fez a obra e ainda deverá
ver o indivíduo aquilo que falta para a
plenitude.
 É possível falar na ética de Platão em um fim
externo da criatura em relação a Deus, e em um fim
interno da criatura em relação a si mesma.

 Cabendo a Deus agir por primeiro, está seu


objetivo em primeiro lugar; no caso seria difundir a
si mesmo, isto é, sua glória (a glória é um brilho da
obra em favor do criador).

 Pode-se prever esta tese em Platão cujo Demiurgo


tem, por objetivo refletir no mundo o bem e a
harmonia, como reflexo das idéias reais. Neste
sentido, em primeiro lugar, já antes da felicidade
interna da criatura, valeria o objetivo do Demiurgo.
 No fim último externo se encontra o fundamento
do culto religioso; mas este aspecto não foi
claramente explorado por Platão.

 Estabeleceu Platão, como Sócrates, a felicidade


como fim do homem. A vontade se inclinaria
essencialmente para o bem, como o seu objeto
adequado. Impossível querer o mal diretamente
(Ménom 77). Dito com mais precisão , a
felicidade, pela conquista do bem, é o fim último
interno do homem.
 Distingue Platão entre felicidade e prazer
(Filebo 11 b). Referindo-se a felicidade à
inteligência e o prazer aos sentidos.

 Desde logo, pois, refuta a tese cirenaica de


que o prazer sensível é o único fim. Mas não
e exclui a felicidade os prazeres da
sensibilidade; estes são honestos desde que
subordinados harmonicamente. Estabeleceu,
portanto Platão, como Sócrates, uma
hierarquia de valores morais (Filebo; Leis
717, 718).
 Ocorrem três graus, de prazeres e felicidade, a
saber, pela via ascendente: os prazeres do
coração, já menos fugazes; os prazeres procurados
pela opinião e pela inteligência.

 O caráter pouco propício aos sentidos, resultantes


da doutrina das idéias e da separação entre corpo
e alma, apenas extrinsecamente unidos, dá à ética
de Platão um feitio anti-humanista e pouco grego.

 Com uma notável aproximação das práticas órficas,


a ética de Platão descreve pitorescamente o
verdadeiro filósofo como um "forasteiro" (Teeteto
174), que ao passar por esta vida terrestre, pouco
se interessa pelo que se lhe apresenta.
 Virtudes cardeais. Estabeleceu Platão uma
divisão geral da virtudes (República 410), em
quatro fundamentais, que mais tarde serão
chamadas, por Santo Ambrósio, virtudes cardeais,
isto é, chaves das demais.

 Esta classificação obedece a um princípio, em que


a cada parte da alma corresponde uma virtude
principal. Portanto, uma para a razão, outra para a
vontade, outra para o impulso sensível, finalmente
ainda uma outra para o controle das partes entre si.

 A prudência, denominada também sabedoria ( ), é


a virtude da parte racional.
 A fortaleza, dita também valentia ( ) é a virtude do
entusiasmo (thymoiedés), ou seja dos impulsos
volitivos e afetos, regrando o coração.

 A temperança, também chamada autodomínio,


medida, moderação ( ), é a virtude da vida
impulsiva, instintiva, ou sensível, refreando os
prazeres corporais.

 Uma quarta virtude, a da justiça ( ), resulta da


colaboração equitativa de todas as virtudes,
garantindo o funcionamento harmonioso das
partes da alma, ou seja de suas faculdades.
 Atribuiu Platão a cada classe social (vd 251) uma
das virtudes cardeais, como lhe sendo mais
adequada.

 A sabedoria é própria da classe dirigente, ou


dominante.

 A fortaleza se faz necessária na classe militante,


ou guerreira.

 A temperança se recomenda aos demais, os


trabalhadores.
 A virtude é descrita por Platão como um habito
que conduz, ao bem. Ocorre, entretanto, no mestre
da Academia a secreta preocupação de que a
virtude se obtém pelo saber (Ménon 96, Fédon 82,
República em vários itens).

 Aceito o ponto de vista socrático de que a virtude é


saber, segue dali que os ditames da ética
dependem da estabilidade ou instabilidade do
conhecimento. A virtude habitual, dependente das
opiniões da tradição relativas, seria superada por
uma virtude apoiada em outro tipo de
conhecimento, definitivo, absoluto. Ora, tal virtude
existe como fato; logo existe também tal tipo de
conhecimento.
 Como se vê o móvel ético de Platão é favorável ao
conhecimento inteletivo. Admitida uma vez a
relatividade dos sentidos, deve-se, de outra parte,
aceitar a estabilidade da inteligência e que
possibilita a ocorrência da virtude.

 Também a doutrina da virtude sofre de imediato a


influência da doutrina das idéias reais, donde
dividir-se em duas espécies: a virtude perfeita,
referente a alma espiritual, e a virtude comum,
baseada na opinião verdadeira.

 A virtude perfeita consiste na própria sabedoria,


segundo o adágio socrático: a ciência é idêntica à
virtude. Não deixa a vontade de seguir o que o a
inteligência lhe mostra como bom.
 Seguindo os mesmos passos do conhecimento
inteletivo, a virtude se adquire andando pelos
mesmos caminhos da dialética, para evitar a
submissão da razão às paixões inferiores, e
dialéticas do amor aspiração ardente pela
contemplação das idéias.

 A virtude comum organiza-se no plano da opinião,


portanto nas faculdades emotivas da alma inferior.
Neste plano se encontra a maioria dos homens.

 Esta virtude comum não depende da ciência, mas


da educação.
 A sanção é parte do sistema moral de Platão.
Neste e noutro mundo acontece o castigo para o
mal.

 A recompensa é a outra face da sanção, tendo a


felicidade por objeto a contemplação das idéias
eternas.

 O significado da sanção e o que a justifica é a


necessidade de um castigo, para que se evite o
mal, e de uma recompensa, para que haja um
estímulo levando à prática do bem. Somente a
sanção numa vida futura garantirá o triunfo total do
bem.
 Não encontrou Platão dificuldade em estabelecer
a sanção futura, visto que admitia a
metempsicose e a progressiva possibilidade da
purificação da alma.
 D) A ética Aristotélica
 A finalidade da ética é descobrir o bem absoluto
 Chama-se o bem absoluto de felicidade.
 A felicidade está no exercício constante da
virtude.
 Aristóteles distingue a virtude dos vícios e
emoções.
 Emoções e instintos – involuntários.
 A virtude – volutiva.
 A virtude se obtém mediante o exercício: é um
hábito.
 As aptidões, intelectuais ou físicas, são inatas.
 A virtude para Aristóteles é o justo meio entre
dois vícios extremos.
 D) Ética Epicurista
 Epicuro – a felicidade é o bem último da
existência e consiste no prazer.
 O prazer se atinge de diversas formas – a
forma mais elevada é a do espírito.
 Os prazeres são naturais e necessários,
naturais e não necessários ou nem naturais e
nem necessários.
 Prazeres naturais e necessários: a satisfação
moderada dos apetites.
 Prazeres naturais e não necessários: a gula.
 Prazeres nem necessário nem naturais: a
glória.
 Os prazeres ainda são corporais, espirituais,
violentos e serenos.
 O que é a dor? É inevitável e muitas vezes
pode levar a prazeres mais intensos.
 A finalidade da ética para os epicuristas: duas –
crítica e construtiva.
 Na finalidade crítica, consiste no aniquilamento
das superstições que afligem os mortais.
 Na finalidade construtiva: é assinalar regras
que farão felizes os indivíduos.
 Dificuldades na busca da felicidade: o medo da
morte e o temor dos deuses.
 Primeira orientação: não se deve temer a
morte, pois ela não diz respeito ao homem vivo.
 A morte nada é para nós, pois enquanto
somos, ela não é e quando ela chega, já não
somos.
 Não se deve temer os deuses:
 pois seres perfeitos e distantes, não estão
preocupados com a imperfeição humana.
 A ética epicurista se inclina para o
individualismo. A conduta é problema
pessoal e não coletivo.
 A pessoa deve procurar seu próprio bem, sem
se interessar pelo dos outros.
 Há nessa ética um certo utilitarismo: os
homens viviam como selvagens, à margem da
lei e decidiram um dia unir-se para pôr um
paradeiro naquele estado de selvageria.
 Surgiu assim a Justiça, conceito negativo de
não prejudicar os semelhantes, em troca do
dever recíproco.
 A justiça é o fruto de um pacto de utilidade.
Cada indivíduo desiste de molestar os demais,
em troca de não ser molestado.
 O Estado tem o dever de velar pelo
cumprimento do contrato social e punir seus
infratores.
 Resumindo: a ética epicurista é um
eudemonismo hedonista, individualista e
egoísta.
 E) Ética Estóica
 A virtude é o bem supremo dessa ética
idealista.
 Viver virtuosamente é viver de acordo com a
natureza. Não a natureza biológica, mas a
natureza concebida pela razão.
 O homem é provido da razão, mas tb de
patologias. As patologias se dão nas
inclinações e afetos – dos quais é
necessário se libertar.
 Liberta-se das afeições é um dos ideais
estóicos. Pois através dos vínculos afetivos
os homens de escravizam.
 O homem deve se desligar das coisas do
mundo, apagando-as até atingir a apatia.
 O prazer deve ser evitado, pois pertence às
afeições.
 A virtude é autárquica – auto-suficiente. O
verdadeiro sábio encontra nela a defesa para
suas angústias do mundo exterior.
 A virtude é única – nisso funda-se em Sócrates
– e entre a virtude, bem único, e o vício, único
mal, não há meio termo.
 Não confunde o desejável, com o eticamente
bom.
 F) A Ética Formal
 A ética dos bens se preocupa com a relação
estabelecida entre o proceder individual e o
supremo fim da existência humana.
 Já para Kant, em sua filosofia prática, a
significação moral do comportamento não
reside em resultados externos, mas na pureza
da vontade e na retidão dos propósitos do
agente considerado.
 Trabalha-se a moralidade de um ato a partir do
foro íntimo da pessoa. O que significa isso?
 A boa vontade não é boa pelo que efetue e
realize, não é boa por sua adequação para
alcançar algum fim que nos tenhamos
proposto; é boa só pelo querer, quer dizer, é
boa em si mesma...
 Moralmente valioso é o atuar que, além da
concordância com aquilo que a norma impõe,
exprime o cumprimento do dever pelo dever.
Ou seja, por respeito à exigência ética.
 O fundamento da lei moral não está na
experiência, mas se apóia em princípios
racionais apriorísticos. A lei que representa a
conduta boa, vem do imperativo categórico,
critério supremo da moralidade:
 Age sempre de tal modo que a máxima de
tua ação possa ser elevada, por sua
vontade, à categoria de lei de universal
observância.
 Esse enunciado exprime duas exigências: a exigência
da autonomia e da universalidade.
 O ato só é moralmente valioso quando representa
observância de uma norma que o sujeito se deu a si
mesmo. Se a conduta não atende a um mandato
vindo da própria vontade, mas procede da vontade de
outro, carece de valor de valor do ponto vista ético.
 E para que o ato valha moralmente é indispensável
que deva ser aplicado a todo ser racional –
universalidade. A lei moral não pode ter fundamento
subjetivo, contingente e empírico, mas deverá estar
racionalmente fundado. E o fundamento objetivo dela
somente pode encontrar-se no conceito da dignidade
da pessoal.
 O conceito mais importante da ética de Kant é a boa
vontade.
 A partir de Kant o que se considerará em ética será a
atitude interior da pessoa. O centro da moral será a
pureza das intenções.
 E boa vontade se definirá como: aquela que age não
só conforme o dever, mas por dever.
 Ex. conservar a vida é um dever. Se nos
preocuparmos apenas com isso, nossa conduta fica
reduzida de significação moral. Se atentamos contra
ela, descumprimos o dever. Mas se alguém perdeu
todo apego à vida e, mesmo não temendo, ou até
desejando a morte, conserva a existência para não
descumprir o dever se conservar a vida, sua conduta
coincide externa e internamente com a lei moral e
possui o valor moral pleno.
 Outro conceito importante é o dos imperativos.
Os fenômenos da natureza decorrem das leis
naturais, os fenômenos humanos derivam de
princípios.
 A determinação da vontade por leis objetivas se
chama constrição.
 A representação de um princípio objetivo
constritivo para a razão se formula através de
um imperativo.
 O imperativo se exterioriza sob a forma de um
dever ser e se divide em categórico e
hipotético.
 O imperativo categórico impõe uma conduta por si
mesma, enquanto o imperativo hipotético ordena
comportamento como meio para atingir uma
finalidade. Ex. deves amar a teus pais – imperativo
categórico; se queres ir de um ponto a outro pelo
caminho mais curto, deves seguir a linha reta –
imperativo hipotético.
 A fórmula do imperativo categórico é célebre: Age só
segundo uma máxima tal que possas querer ao
mesmo tempo que se torne lei universal. Isso
significa que a pessoa deve agir espontaneamente,
com ação produzida por sua vontade e não por
vontade do outro. E para que o comportamento seja
eticamente valioso, ele deve revestir valor universal.
 Kant distingue máxima e lei moral.
 Máxima: é o princípio subjetivo da ação, a
regra de acordo com a qual procede o sujeito.
 A Lei, ao contrário, constitui o princípio objetivo,
universalmente válido, de acordo com o qual a
pessoa deve conduzir-se. O que o imperativo
categórico exige é que a máxima (princípio
subjetivo) seja de tal natureza que possa ser
elevada à categoria de lei de universal
observância.
 O valor que vai servir de valor absoluto para os
imperativos, é a pessoa humana.
 Os objetos de nossas aspirações têm valor
relativo, servindo como meios. Só o homem
tem valor absoluto.
 As coisas têm preço, as pessoas têm
dignidade. O imperativo prático será, pois,
como segue:
 age de tal modo que uses a humanidade,
tanto em tua pessoa como na pessoa de
qualquer outro, sempre como um fim ao
mesmo tempo e nunca como um meio.
 A idéia de autonomia e heteronomia tb é
importante.
 Só se poderá falar em ética a partir da
autonomia.
 G) Ética dos valores
 Inversão da ética Kantiana.
 Para kant, o valor de uma ação depende da
relação da conduta com o princípio do dever, o
imperativo categórico.
 Para a ética do valor, todo dever encontra
fundamento em um valor.
 Sendo assim, deve ser aquilo que é valioso e
tudo que é valioso deve ser.
 Aqui o valor passa a ser o conceito ético
essencial.
 A nossa consciência adverte sobre a
existência dos valores.
 Mas os valores não foram criados pela nossa
consciência.
 Os valores só foram descobertos pela
consciência.
 Conclusão, só pode ser descoberto o que já
existe.
 1. Sobre a existência do valor
 Se a consciência só descobre é porque os
valores já existem.
 A existência dos valores – existem valores? A
tese é de que existem e podem ser
constatados por qualquer pensante.
 Os valores só podem ser sentidos ou
intuídos.
 Os valores não dependem da ordem material.
 Os valores integram a ordem do mundo supra-
sensível, podendo ser somente captado pelo
intelecto, não pelos sentidos.
 Para clarear: a filosofia reconhece dois tipos
de existência: o real e o ideal.
 Ao mundo real pertencem todas as coisa que
ocupam lugar no espaço e tempo. O ser real
se encontra temporalmente localizado.
 Por estar temporalmente localizado, pode ser
objeto do conhecimento sensível.
 Na esfera prática têm essa forma de
existência o agir humano: intenções,
propósitos, decisões voluntárias, juízos,
sentido de responsabilidade, consciência de
culpa.
 Já os valores não integram a ordem da
realidade. Os valores se situam como ideais
que a realidade deve seguir, se espelhar.
 Por isso o problema é de definir que exista só
o real e não o ideal.
 Uma outro problema, confundir idealidade
com subjetividade.
 Ideal não aquilo que é objeto da
representação. Na lógica e na matemática, se
observa bem a força da idealidade: quando se
afirma que o todo é maior do que a parte,
independentemente de alguém imaginá-lo
assim, o postulado continua sendo o mesmo.
 Os valores se submetem a uma hierarquia,
não por eleição, mas objetivamente.
 Os critérios que são utilizados para a
hierarquia dos valores segundo Scheler: Um
valor é tanto mais alto: a) quanto mais
duradouro é; b) quanto menos participa da
extensão e da divisibilidade; c) quanto mais é
satisfação ligada à intuição do mesmo; d)
quanto menos se acha fundamentados por
outros valores; e) quanto menos relativa seja
sua percepção sentimental...
 A durabilidade do valor tem a idéia de
permanência. Ex. Não teria sentido o amante
declarar que ama agora ou durante um certo
tempo.
 O valor é mais elevado quanto menor a
necessidade de dividi-lo com outrem. Ex. A
obra de arte é indivisível. Imagina dividir uma
tela de arte para dar um pedaço para cada
pessoa, a obra perde seu valor.
 O valor fundamentado em outro é sempre
inferior ao fundamentante.Ex. a vida, entre os
direitos fundamentais, é o bem por excelência.
Todos os demais direitos são bens da vida.
 A satisfação coincide com a vivência de
cumprimento, não com o estado de prazer
gerado pela posse do valor.
 2. Sobre o conhecimento dos valores:
 Existem bens porque existem valores, não o
contrário. São os valores que determinam os
bens.
 O ser humano confere a determinadas coisas
ou ações valores que as qualifica como sendo
boas ou ruins, úteis ou inúteis, agradáveis,
belas ou feias.
 A pauta dos valores é aprioristica e, embora
se afirme baseada na imitação, ou na índole
intuitiva e emocional do conhecimento, ela
existe em toda sã consciência.
 A intuição dos valore não é completa, nem
perfeita. Nenhuma pessoa é capaz de intuir
todos os valores. Quando intuí nem sempre
pode fazer de forma nítida.
 É preciso crescer nessa arte de conhecer os
valores.
 A missão do pedagogo e do moralista é
desenvolver a sensibilidade para o
conhecimento daquilo que é eticamente
relevante.
 A história tem demonstrado a nossa cegueira
valorativa, fruto de uma sociedade que não
educa para os valores mais elevados.
 Mas a cegueira valorativa ou miopia moral, não
destrói a doutrina da objetividade dos valores.
As variações da intuição estimativa não alteram
o valor, que permanece íntegro, à espera da
descoberta.
 3. Sobre a realização dos valores
 O ser em si dos valores subsiste mesmo se
não realizados.
 A consciência é testemunha da realização dos
valores, pois é ela que sinaliza o que é e não é
valioso, que determina o juízo moral, mo sentimento
de responsabilidade e a consciência de culpa.
 Os valore são princípios da esfera ética real.
Determinam a conduta humana. O valor moral não
se funda no dever, mas o dever se funda nos
valores.
 O dever ser na ética valorativa tem os seguintes
elementos: a) a existência de um valor; b) o dever
ser ideal do mesmo; c) a atualização de tal dever; d)
a existência de um ser capaz de realizar o valioso.
 Mas como realizar o valioso? Realizar o valioso
consiste para o homem num dever. E o dever
impõe uma conduta.
 A realização dos valores se consuma através
de um processo de dúplice etapa:
determinação primária e secundária.
 A primária é a fase da intuição. A secundária é
a da deliberação da vontade.
 4. Sobre a liberdade moral
 Só se a liberdade existir é que a conduta
humana terá significado moral.
 Se não existe liberdade, a pessoa não poderá
responder por seu comportamento.
 A liberdade moral não se confunde com a
liberdade jurídica.
 A liberdade jurídica: é uma faculdade
puramente normativa – é mais no âmbito
espacial de atividade exterior, que a lei limita
e protege.
 A liberdade moral: é atributo real da vontade.
A moral é pensada como um poder capaz de
transpassar o permitido.
 Também não se pode confundir livre-arbítrio
com liberdade de ação.
 A liberdade de ação: é mero atributo da
decisão.
 O livre arbítrio: é aquele capaz de decidir.
 O homem por se um ente natural, acha-se
casualmente determinado por suas tendências,
afetos e inclinações.
 Como pessoa, é portador de outra
determinação, que vem do reino ideal dos
valores. Esta determinação permite eleger
finalidades, optar por meios e colocá-los em
ação para chegar àquelas.
 ÉTICA E SOCIEDADE

 1. DEVERES ÉTICOS:
 A sociedade surge de maneira natural,
pois o homem é um animal político por
excelência e só realiza seus objetivos
individuais se conseguir aliar a própria
força aos demais. A primeira sociedade é
a família a segunda forma de sociedade é
o Estado.
O Estado é a forma social mais
abrangente.
 É a sociedade de fins gerais
 Sociedade que permite o
desenvolvimento, em seu seio, das
individualidades e das demais
sociedades, chamadas de fins
particulares.
 2. ÉTICA E O ESTADO
 O Estado como pessoa é uma
ficção.
 Constitui um arranjo formulado
pelos homens para organizar a
sociedade e disciplinar o poder, afim
de que todos possam se realizar em
plenitude, atingindo suas finalidades
particulares.
 Sendo assim, não faria sentido falar
em Estado ético ou aético. Éticos ou
aéticos são os homens que integram
o Estado.
 Na verdade o Estado mantém e
difunde a moral.
 Todo Estado, mesmos os
autoritários, vestem sua ordem
jurídica (leis), política e vida social
com um manto moral.
O revestimento moral traduzirá a opção
fundamental do Estado: a moral do
capitalismo, a moral do socialismo, a
moral da globalização.
 O Estado tem um valor ético. A essência
ética do Estado é de realizar o mínimo
ético da convivência humana. Esse
mínimo ético é garantido mediante a
instituição da ordem jurídica.
 Há uma justificação moral para o
exercício do instrumento do poder de
que dispõe e há um caráter moral em
seu uso.
 Esse caráter moral coloca um dique ao
predomínio dos elementos menos
humanos da natureza humana em
benefício da verdadeira humanidade.
 O Estado é pois, a autodefesa do
espírito humano ao assegurar a
existência verdadeiramente humana
dentro da vida coletiva.
 O Estado não é as idéia ética universal, mas é
o instrumento para se atingir o objetivo ético
da criatura humana.
 Essa idéia é muito presente no Estado
brasileiro.
 A administração pública brasileira se submete
ao princípio da moralidade.
 O Estado brasileiro tem de se conduzir
moralmente, por vontade expressa na
constituinte.
 O poder público pode ser responsabilizado se
não se não tiver gerindo a coisa comum de
maneira eticamente irrepreensível.
 A moralidade administrativa é hoje
pressuposto da validade de todo ato da
administração pública.
 “o agente administrativo, como o ser humano
dotado de capacidade de atuar, deve,
necessariamente, distinguir o Bem do mal, o
honesto e o desonesto. E, ao atuar, não
poderá desprezar o elemento ético de sua
conduta. Assim, não terá que decidir somente
entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o
conveniente e o inconveniente, o oportuno e
inoportuno, mas também o honesto e
desonesto”.
 Parece que o intuito da constituinte foi o de
fazer o administrador refletir sobre o aspecto
ético da sua atuação.
 A imoralidade administrativa no Brasil
comporta sanções. A) Ação popular para
anular ato lesivo à moralidade administrativa.
B) outra é a punição à improbidade
administrativa do governante, seja mediante
suspensão de direitos políticos além de outras
retribuições.
 Todavia , a realização da idéia ética do
Estado, não é so responsabilidade dele, mas
de toda sociedade.
 Aquilo que se chama salto qualitativo ético na
sociedade política brasileira só virá quando a
comunidade nacional estiver inteira e
coesamente desperta para a realização do
trabalho do governo. O governo só se legitima
se estiver a serviço do povo.
 O mandato ao governante não foi outorgado
por DEUS. Foi outorgado pelo povo, titular da
soberania, por força do pacto constitucional.
 Cada brasileiro deve ter consciência de que o
governante está a seu serviço e não ele a
serviço do governante, e de que é bom
governante apenas aquele que tem como
meta exclusiva servir ao cidadão.
 3. ÉTICA PUBLICA E PRIVADA:
 Ética pública: é a moralidade com vocação de
incorporar-se ao direito positivo, orientando
seus fins e seus objetivos como direito justo.
 Quando ainda não se incorporou ao direito
positivo, mas serve de critério para apreciar a
norma positiva, ela é chamada moralidade
crítica.
 Quando já incorporada ao direito positivo, é
chamada morlidade legalizada ou privada.
 Embora se relacionando com a ética privada, a
ética pública não se confunde com ela.
 A ética pública é uma ética procedimental que
não assinala critérios, nem estabelece
condutas obrigatórias, para alcançar a
salvação, o bem, e a felicidade, nem fixa qual
deve ser nosso plano de vida último. Marca
critérios, guias e orientações, para organizar a
vida social, de tal maneira que situe a cada um
para atuar livremente nessa dimensão última
de escolher nosso caminho, nosso plano de
vida para alcançar o bem, a virtude e a
felicidade ou a salvação, para eleger livremente
nossa ética privada.
 A ética pública supõe um esforço de
racionalização da vida política e jurídica para
alcançar a humanização de todos. Instrumento
voltado ao desenvolvimento integral de cada
ser humano.
 Ética privada: é uma ética de conteúdos e de
conditas que assinala critérios para salvação, a
virtude, o bem ou a felicidade, quer dizer,
orienta nossos planos de vida.
 Ela tem duas dimensões: a individual e a
social. Deve ser resultado da opção de quem a
abraça, daí o caráter de autonomia, mas
suscetível de ser oferecida a todos os demais
como se fora uma lei geral, daí a
universalidade.
 O que distingue a ética pública da privada é
que a primeira é formal e procedimental, a
segunda é material e de conteúdo.
 O paradigma da ética pública da modernidade
da noção de liberdade social, completada
pelos valores segurança, igualdade e
solidariedade.
 A liberdade social permitirá a cada pessoa, de
maneira autônoma, exercer sua liberdade
moral.
 A cada ser humano há de ser garantido
escolher livremente o seu plano individual de
existência.
 A finalidade da ética pública é estabelecer
critérios para que os espaços sociais estejam
abertos à realização de projetos morais
individuais.
 O projeto moral individual é traçado pela ética
privada, aquela que estabelece modelos de
conduta ou comportamento, estratégias de
felicidade ou ideais sobre o bem e virtudes.
 Quando ética pública e privada não se
compatibilizam, quase sempre se frustrará o
projeto de realização individual das pessoas.
 Os governantes têm o dever de zelar pela
fixação e observância da ética pública.
 4. A ÉTICA E A PROFISSÃO FORENSE
 1. Conceito de profissão> sob o enfoque
eminentemente moral, profissão como uma
atividade pessoal, desenvolvida de maneira
estável e honrada, ao serviço dos outros e a
benefício próprio, de conformidade com a
própria vocação e em atenção à dignidade
da pessoa humana.
 Merece destaque> atividade a serviço dos
outros (a finalidade social de toda profissão).
 O espírito de serviço, de doação ao próximo,
de solidariedade é característica essencial à
profissão.
 O profissional que considera apenas a sua
própria realização, o bem-estar pessoal, e a
retribuição econômica por seu serviço, não é
alguém vocacionado.
 Destacar também, em benefício próprio. À
função social da profissão não é incompatível
o fato de se destinar ela a satisfazer o bem
particular de quem a exercita.
 Deve exercer a profissão contemplando o bem
alheio e com o intuito de atender à própria
necessidade de subsistência.
 2. A ética na profissão
 Todas as profissões reclama o proceder ético.
 Isso explica a disseminação dos chamados
códigos deontológicos de muitas categorias
profissionais.
 Deontologia é a teoria dos deveres.
 Deontologia profissional se chama o complexo
de princípios e regras que disciplinam
particulares comportamentos do integrante de
uma determinada profissão.
 3. Ética profissional
 Muitos autores definem a ética
profissional como sendo um conjunto de
normas de conduta que deverão ser
postas em prática no exercício de
qualquer profissão.
 Seria a ação “reguladora” da ética agindo
no desempenho das profissões, fazendo
com que o profissional respeite seu
semelhante quando no exercício da sua
profissão.
 Ela atinge todas as profissões e quando falamos de
ética profissional estamos nos referindo ao caráter
normativo e até jurídico que regulamenta determinada
profissão a partir de estatutos e códigos específicos.
 Acontece que, em geral, as profissões apresentam a
ética firmada em questões muito relevantes que
ultrapassam o campo profissional em si. Questões
como o aborto, pena de morte, seqüestros, eutanásia,
AIDS, por exemplo, são questões morais que se
apresentam como problemas éticos - porque pedem
uma reflexão profunda - e, um profissional, ao se
debruçar sobre elas, não o faz apenas como tal, mas
como um pensador, um "filósofo da ciência", ou seja,
da profissão que exerce.
 Desta forma, a reflexão ética entra na moralidade de
qualquer atividade profissional humana.
 Sendo a ética inerente à vida humana, sua
importância é bastante evidenciada na vida
profissional, porque cada profissional tem
responsabilidades individuais e responsabilidades
sociais, pois envolvem pessoas que dela se
beneficiam.
 A ética é ainda indispensável ao profissional, porque
na ação humana “o fazer” e “o agir” estão interligados.
O fazer diz respeito à competência, à eficiência que
todo profissional deve possuir para exercer bem a sua
profissão. O agir se refere à conduta do profissional,
ao conjunto de atitudes que deve assumir no
desempenho de sua profissão.
 A Ética baseia-se em uma filosofia de
valores compatíveis com a natureza e o
fim de todo ser humano, por isso, “o
agir” da pessoa humana está
condicionado a duas premissas
consideradas básicas pela Ética: “o que
é” o homem e “para que vive”, logo toda
capacitação científica ou técnica precisa
estar em conexão com os princípios
essenciais da Ética. (MOTTA, 1984, p.
69)
4. Individualismo e ética profissional
 Parece ser uma tendência do ser humano,
como tem sido objeto de referências de
muitos estudiosos, a de defender, em primeiro
lugar, seus interesses próprios e, quando
esses interesses são de natureza pouco
recomendável, ocorrem seríssimos
problemas.
 O valor ético do esforço humano é variável
em função de seu alcance em face da
comunidade. Se o trabalho executado é só
para auferir renda, em geral, tem seu valor
restrito.
 Por outro lado, nos serviços realizados com
amor, visando ao benefício de terceiros,
dentro de vasto raio de ação, com consciência
do bem comum, passa a existir a expressão
social do mesmo.
 Aquele que só se preocupa com os lucros,
geralmente, tende a ter menor consciência de
grupo. Fascinado pela preocupação
monetária, a ele pouco importa o que ocorre
com a sua comunidade e muito menos com a
sociedade.
 Para ilustrar essa questão, citaremos um
caso, muito conhecido, porém de autor
anônimo.
 Dizem que um sábio procurava encontrar um
ser integral, em relação a seu trabalho. Entrou,
então, em uma obra e começou a indagar. Ao
primeiro operário perguntou o que fazia e este
respondeu que procurava ganhar seu salário;
ao segundo repetiu a pergunta e obteve a
resposta de que ele preenchia seu tempo;
finalmente, sempre repetindo a pergunta,
encontrou um que lhe disse: “Estou construindo
uma catedral para a minha cidade”.
 A este último, o sábio teria atribuído a
qualidade de ser integral em face do trabalho,
como instrumento do bem comum.
 Como o número dos que trabalham, todavia,
visando primordialmente ao rendimento, é grande,
as classes procuram defender-se contra a
dilapidação de seus conceitos, tutelando o trabalho
e zelando para que uma luta encarniçada não
ocorra na disputa dos serviços. Isto porque ficam
vulneráveis ao individualismo.
 A consciência de grupo tem surgido, então, quase
sempre, mais por interesse de defesa do que por
altruísmo.
 Isto porque, garantida a liberdade de trabalho, se
não se regular e tutelar a conduta, o individualismo
pode transformar a vida dos profissionais em
reciprocidade de agressão.
 Tal luta quase sempre se processa através de
aviltamento de preços, propaganda enganosa,
calúnias, difamações, tramas, tudo na ânsia de
ganhar mercado e subtrair clientela e
oportunidades do colega, reduzindo a
concorrência. Igualmente, para maiores lucros,
pode estar o indivíduo tentado a práticas
viciosas, mas rentáveis.
 Em nome dessas ambições, podem ser
praticadas quebras de sigilo, ameaças de
revelação de segredos dos negócios,
simulação de pagamentos de impostos não
recolhidos, etc.
 Para dar espaço a ambições de poder, podem
ser armadas tramas contra instituições de
classe, com denúncias falsas pela imprensa
para ganhar eleições, ataque a nomes de
líderes impolutos para ganhar prestígio, etc.
 Os traidores e ambiciosos, quando deixados
livres completamente livres, podem cometer
muitos desatinos, pois muitas são as variáveis
que existem no caminho do prejuízo a
terceiros.
 A tutela do trabalho, pois, processa-se pelo
caminho da exigência de uma ética, imposta
através dos conselhos profissionais e de
agremiações classistas. As normas devem ser
condizentes com as diversas formas de
prestar o serviço de organizar o profissional
para esse fim.
 Dentro de uma mesma classe, os indivíduos
podem exercer suas atividades como
empresários, autônomos e associados.
Podem também dedicar-se a partes menos ou
mais refinadas do conhecimento.
 A conduta profissional, muitas vezes, pode
tornar-se agressiva e inconveniente e esta
é uma das fortes razões pelas quais os
códigos de ética quase sempre buscam
maior abrangência.
 Tão poderosos podem ser os escritório,
hospitais, firmas de engenharia, etc, que a
ganância dos mesmos pode chegar ao
domínio das entidades de classe e até ao
Congresso e ao Executivo das nações.
 A força do favoritismo, acionada nos
instrumentos do poder através de agentes
intermediários, de corrupção, de artimanhas
políticas, pode assumir proporções
asfixiantes para os profissionais menores,
que são a maioria.
 Tais grupos podem, como vimos, inclusive,
ser profissionais, pois, nestes encontramos
também o poder econômico acumulado, tão
como conluios com outras poderosas
organizações empresariais.
 Portanto, quando nos referimos à classe, ao social,
não nos reportamos apenas a situações isoladas, a
modelos particulares, mas a situações gerais.
 O egoísmo desenfreado de poucos pode atingir um
número expressivo de pessoas e até, através delas,
influenciar o destino de nações, partindo da ausência
de conduta virtuosa de minorias poderosas,
preocupadas apenas com seus lucros.
 Sabemos que a conduta do ser humano pode tender
ao egoísmo, mas, para os interesses de uma classe,
de toda uma sociedade, é preciso que se acomode
às normas, porque estas devem estar apoiadas em
princípios de virtude.
 Como as atitudes virtuosas podem garantir o bem
comum, a Ética tem sido o caminho justo, adequado,
para o benefício geral.
 Egresso de uma vida inculta, desorganizada,
baseada apenas em instintos, o homem, sobre
a Terra, foi-se organizando, na busca de maior
estabilidade vital. Foi cedendo parcelas do
referido individualismo para se beneficiar da
união, da divisão do trabalho, da proteção da
vida em comum.
 A organização social foi um progresso, como
continua a ser a evolução da mesma, na
definição, cada vez maior, das funções dos
cidadãos e tal definição acentua,
gradativamente, o limite de ação das classes
 5. Vocação para coletivo
 Egresso de uma vida inculta, desorganizada,
baseada apenas em instintos, o homem, sobre
a Terra, foi-se organizando, na busca de maior
estabilidade vital. Foi cedendo parcelas do
referido individualismo para se beneficiar da
união, da divisão do trabalho, da proteção da
vida em comum.
 A organização social foi um progresso, como
continua a ser a evolução da mesma, na
definição, cada vez maior, das funções dos
cidadãos e tal definição acentua,
gradativamente, o limite de ação das classes
 Sabemos que entre a sociedade de hoje e
aquela primitiva não existem mais níveis de
comparação, quanto à complexidade;
devemos reconhecer, porém, que, nos
núcleos menores, o sentido de solidariedade
era bem mais acentuado, assim como os
rigores éticos e poucas cidades de maior
dimensão possuem, na atualidade, o espírito
comunitário; também, com dificuldades,
enfrentam as questões classistas.A vocação
para o coletivo já não se encontra, nos dias
atuais, com a mesma pujança nos grandes
centros.
 Parece-me pouco entendido, por um número
expressivo de pessoas, que existe um bem
comum a defender e do qual elas dependem
para o bem-estar próprio e o de seus
semelhantes, havendo uma inequívoca
interação que nem sempre é compreendida
pelos que possuem espírito egoísta.
 Quem lidera entidades de classe bem sabe a
dificuldade para reunir colegas, para delegar
tarefas de utilidade geral.
 Tal posicionamento termina, quase sempre, em uma
oligarquia dos que se sacrificam, e o poder das
entidades tende sempre a permanecer em mãos
desses grupos, por longo tempo.
 O egoísmo parece ainda vigorar e sua reversão não
nos parece fácil, diante da massificação que se tem
promovido, propositadamente, para a conservação
dos grupos dominantes no poder.
 Como o progresso do individualismo gera sempre o
risco da transgressão ética, imperativa se faz a
necessidade de uma tutela sobre o trabalho, através
de normas éticas.
 É sabido que uma disciplina de conduta protege
todos, evitando o caos que pode imperar quando se
outorga ao indivíduo o direito de tudo fazer, ainda que
prejudicando terceiros.
 É preciso que cada um ceda alguma coisa para
receber muitas outras e esse é um princípio que
sustenta e justifica a prática virtuosa perante a
comunidade.
 O homem não deve construir seu bem a custa de
destruir o de outros, nem admitir que só existe a sua
vida em todo o universo.
 Em geral, o egoísta é um ser de curta visão,
pragmático quase sempre, isoladao em sua
perseguição de um bem que imagina ser só seu.
 6. Classes Profissionais
 Uma classe profissional caracteriza-se pela
homogeneidade do trabalho executado, pela
natureza do conhecimento exigido preferencialmente
para tal execução e pela identidade de habilitação
para o exercício da mesma. A classe profissional é,
pois, um grupo dentro da sociedade, específico,
definido por sua especialidade de desempenho de
tarefa.
 A questão, pois, dos grupamentos específicos, sem
dúvida, decorre de uma especialização, motivada
por seleção natural ou habilidade própria, e hoje
constitui-se em inequívoca força dentro das
sociedades.
 A formação das classes profissionais decorreu de
forma natural, há milênios, e se dividiram cada vez
mais.
 Historicamente, atribui-se à Idade Média a
organização das classes trabalhadoras,
notadamente as de artesãos, que se reuniram em
corporações.
 A divisão do trabalho é antiga, ligada que está à
vocação e cada um para determinadas tarefas e às
circunstâncias que obrigam, às vezes, a assumir
esse ou aquele trabalho; ficou prático para o homem,
em comunidade, transferir tarefas e executar a sua.
 A união dos que realizam o mesmo trabalho foi uma
evolução natural e hoje se acha não só regulada por
lei, mas consolidada em instituições fortíssimas de
classe.
 7. Virtudes profissionais
 Não obstante os deveres de um profissional, os
quais são obrigatórios, devem ser levadas em
conta as qualidades pessoais que também
concorrem para o enriquecimento de sua
atuação profissional, algumas delas facilitando
o exercício da profissão.
 Muitas destas qualidades poderão ser
adquiridas com esforço e boa vontade,
aumentando neste caso o mérito do
profissional que, no decorrer de sua atividade
profissional, consegue incorporá-las à sua
personalidade, procurando vivenciá-las ao lado
dos deveres profissionais.
 Em recente artigo publicado na revista
EXAME o consultor dinamarquês
Clauss MOLLER (1996, p.103-104) faz
uma associação entre as virtudes
lealdade, responsabilidade e
iniciativa como fundamentais para a
formação de recursos humanos.
Segundo Clauss Moller o futuro de
uma carreira depende dessas virtudes.
Vejamos:
 O senso de responsabilidade é o elemento
fundamental da empregabilidade. Sem
responsabilidade a pessoa não pode
demonstrar lealdade, nem espírito de
iniciativa [...]. Uma pessoa que se sinta
responsável pelos resultados da equipe terá
maior probabilidade de agir de maneira mais
favorável aos interesses da equipe e de seus
clientes, dentro e fora da organização [...]. A
consciência de que se possui uma influência
real constitui uma experiência pessoal muito
importante.
 É algo que fortalece a auto-estima de cada pessoa.
Só pessoas que tenham auto-estima e um sentimento
de poder próprio são capazes de assumir
responsabilidade. Elas sentem um sentido na vida,
alcançando metas sobre as quais concordam
previamente e pelas quais assumiram
responsabilidade real, de maneira consciente.
 As pessoas que optam por não assumir
responsabilidades podem ter dificuldades em
encontrar significado em suas vidas. Seu
comportamento é regido pelas recompensas e
sanções de outras pessoas - chefes e pares [...].
Pessoas desse tipo jamais serão boas integrantes de
equipes.
 Prossegue citando a virtude da lealdade:
 A lealdade é o segundo dos três principais
elementos que compõe a empregabilidade. Um
funcionário leal se alegra quando a
organização ou seu departamento é bem
sucedido, defende a organização, tomando
medidas concretas quando ela é ameaçada,
tem orgulho de fazer parte da organização, fala
positivamente sobre ela e a defende contra
críticas.
 Lealdade não quer dizer necessáriamente
fazer o que a pessoa ou organização à qual
você quer ser fiel quer que você faça.
Lealdade não é sinônimo de obediência cega.
Lealdade significa fazer críticas construtivas,
mas as manter dentro do âmbito da
organização. Significa agir com a convicção
de que seu comportamento vai promover os
legítimos interesses da organização. Assim,
ser leal às vezes pode significar a recusa em
fazer algo que você acha que poderá
prejudicar a organização, a equipe de
funcionários.
 No Reino Unido, por exemplo, essa idéia é
expressa pelo termo “Oposição Leal a Sua
Majestade”. Em outras palavras, é
perfeitamente possível ser leal a Sua
Majestade - e, mesmo assim, fazer parte da
oposição. Do mesmo modo, é possível ser leal
a uma organização ou a uma equipe mesmo
que você discorde dos métodos usados para
se alcançar determinados objetivos. Na
verdade, seria desleal deixar de expressar o
sentimento de que algo está errado, se é isso
que você sente.
 As virtudes da responsabilidade e da lealdade
são completadas por uma terceira, a iniciativa,
capaz de colocá-las em movimento.
 Tomar a iniciativa de fazer algo no interesse
da organização significa ao mesmo tempo,
demonstrar lealdade pela organização. Em um
contexto de empregabilidade, tomar iniciativas
não quer dizer apenas iniciar um projeto no
interesse da organização ou da equipe, mas
também assumir responsabilidade por sua
complementação e implementação.
 Podemos ainda, de acrescentar outras qualidades
que consideramos importantes no exercício de uma
profissão. São elas:
 Honestidade:
 A honestidade está relacionada com a confiança que
nos é depositada, com a responsabilidade perante o
bem de terceiros e a manutenção de seus direitos.
 É muito fácil encontrar a falta de honestidade quanto
existe a fascinação pelos lucros, privilégios e
benefícios fáceis, pelo enriquecimento ilícito em
cargos que outorgam autoridade e que têm a
confiança coletiva de uma coletividade. Já
ARISTÓTELES (1992, p.75) em sua "Ética a
Nicômanos" analisava a questão da honestidade.
 Outras pessoas se excedem no sentido de obter
qualquer coisa e de qualquer fonte - por exemplo os
que fazem negócios sórdidos, os proxenetas e demais
pessoas desse tipo, bem como os usurários, que
emprestam pequenas importâncias a juros altos.
Todas as pessoas deste tipo obtêm mais do que
merecem e de fontes erradas.
 O que há de comum entre elas é obviamente uma
ganância sórdida, e todas carregam um aviltante por
causa do ganho - de um pequeno ganho, aliás. Com
efeito, aquelas pessoas que ganham muito em fontes
erradas, e cujos ganhos não são justos - por exemplo,
os tiranos quando saqueiam cidades e roubam
templos, não são chamados de avarentos, mas de
maus, ímpios e injustos.
 São inúmeros os exemplos de falta de
honestidade no exercício de uma profissão.
Um psicanalista, abusando de sua profissão
ao induzir um paciente a cometer adultério,
está sendo desonesto. Um contabilista que,
para conseguir aumentos de honorários,
retém os livros de um comerciante, está
sendo desonesto.
 A honestidade é a primeira virtude no campo
profissional. É um princípio que não admite
relatividade, tolerância ou interpretações
circunstanciais.
 Sigilo:
 O respeito aos segredos das pessoas, dos negócios,
das empresas, deve ser desenvolvido na formação de
futuros profissionais, pois trata-se de algo muito
importante. Uma informação sigilosa é algo que nos é
confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória.
 Revelar detalhes ou mesmo frívolas ocorrências dos
locais de trabalho, em geral, nada interessa a
terceiros e ainda existe o agravante de que planos e
projetos de uma empresa ainda não colocados em
prática possam ser copiados e colocados no mercado
pela concorrência antes que a empresa que os
concebeu tenha tido oportunidade de lançá-los.
 Documentos, registros contábeis, planos de
marketing, pesquisas científicas, hábitos pessoais,
dentre outros, devem ser mantidos em sigilo e sua
revelação pode representar sérios problemas para a
empresa ou para os clientes do profissional.
 Competência:
 Competência, sob o ponto de vista funcional, é
o exercício do conhecimento de forma
adequada e persistente a um trabalho ou
profissão. Devemos buscá-la sempre. “A
função de um citarista é tocar cítara, e a de um
bom citarista é tocá-la bem.” (ARISTÓTELES,
p.24).
 É de extrema importância a busca da
competência profissional em qualquer área de
atuação. Recursos humanos devem ser
incentivados a buscar sua competência e
maestria através do aprimoramento contínuo
de suas habilidades e conhecimentos.
 O conhecimento da ciência, da tecnologia, das
técnicas e práticas profissionais é pré-requisito para
a prestação de serviços de boa qualidade.
 Nem sempre é possível acumular todo conhecimento
exigido por determinada tarefa, mas é necessário
que se tenha a postura ética de recusar serviços
quando não se tem a devida capacitação para
executá-lo.
 Pacientes que morrem ou ficam aleijados por
incompetência médica, causas que são perdidas
pela incompetência de advogados, prédios que
desabam por erros de cálculo em engenharia, são
apenas alguns exemplos de quanto se deve investir
na busca da competência.
 Prudência:
 Todo trabalho, para ser executado, exige
muita segurança.
 A prudência, fazendo com que o profissional
analise situações complexas e difíceis com
mais facilidade e de forma mais profunda e
minuciosa, contribui para a maior segurança,
principalmente das decisões a serem
tomadas. a prudência é indispensável nos
casos de decisões sérias e graves, pois evita
os julgamentos apressados e as lutas ou
discussões inúteis.
 Coragem:
 Todo profissional precisa ter coragem, pois “o homem
que evita e teme a tudo, não enfrenta coisa alguma,
torna-se um covarde” (ARISTÓTELES, p.37). A
coragem nos ajuda a reagir às críticas, quando
injustas, e a nos defender dignamente quando
estamos cônscios de nosso dever. Nos ajuda a não
ter medo de defender a verdade e a justiça,
principalmente quando estas forem de real interesse
para outrem ou para o bem comum. Temos que ter
coragem para tomar decisões, indispensáveis e
importantes, para a eficiência do trabalho, sem levar
em conta possíveis atitudes ou atos de desagrado dos
chefes ou colegas.
 Perseverança:
 Qualidade difícil de ser encontrada, mas
necessária, pois todo trabalho está sujeito a
incompreensões, insucessos e fracassos que
precisam ser superados, prosseguindo o
profissional em seu trabalho, sem entregar-
se a decepções ou mágoas. É louvável a
perseverança dos profissionais que precisam
enfrentar os problemas do
subdesenvolvimento.
 Compreensão:
 Qualidade que ajuda muito um profissional,
porque é bem aceito pelos que dele
dependem, em termos de trabalho, facilitando
a aproximação e o diálogo, tão importante no
relacionamento profissional.
 É bom, porém, não confundir compreensão
com fraqueza, para que o profissional não se
deixe levar por opiniões ou atitudes, nem
sempre, válidas para eficiência do seu
trabalho, para que não se percam os
verdadeiros objetivos a serem alcançados
pela profissão.
 Vê-se que a compreensão precisa ser
condicionada, muitas vezes, pela prudência.
A compreensão que se traduz,
principalmente em calor humano pode
realizar muito em benefício de uma
atividade profissional, dependendo de ser
convenientemente dosada.
 Humildade:
 O profissional precisa ter humildade
suficiente para admitir que não é o dono da
verdade e que o bom senso e a inteligência
são propriedade de um grande número de
pessoas.
 Representa a auto-análise que todo profissional deve
praticar em função de sua atividade profissional, a fim
de reconhecer melhor suas limitações, buscando a
colaboração de outros profissionais mais capazes, se
tiver esta necessidade, dispor-se a aprender coisas
novas, numa busca constante de aperfeiçoamento.
Humildade é qualidade que carece de melhor
interpretação, dada a sua importância, pois muitos a
confundem com subserviência, dependência ? quase
sempre lhe é atribuído um sentido depreciativo. Como
exemplo, ouve-se freqüentemente, a respeito
determinadas pessoas, frases com estas: Fulano é
muito humilde, coitado!
 Muito simples! Humildade está significando nestas
frases pessoa carente que aceita qualquer coisa,
dependente e até infeliz.
 Conceito errôneo que precisa ser superado, para que
a Humildade adquira definitivamente a sua
autenticidade.
 Imparcialidade:
 É uma qualidade tão importante que
assume as características do dever, pois se
destina a se contrapor aos preconceitos, a
reagir contra os mitos (em nossa época
dinheiro, técnica, sexo...), a defender os
verdadeiros valores sociais e éticos,
assumindo principalmente uma posição
justa nas situações que terá que enfrentar.
Para ser justo é preciso ser imparcial, logo
a justiça depende muito da imparcialidade.
 Otimismo:
 Em face das perspectivas das
sociedades modernas, o profissional
precisa e deve ser otimista, para
acreditar na capacidade de realização
da pessoa humana, no poder do
desenvolvimento, enfrentando o futuro
com energia e bom-humor.
 8. Código de ética profissional
 Cabe sempre, quando se fala em virtudes
profissionais, mencionarmos a existência dos códigos
de ética profissional.
 As relações de valor que existem entre o ideal moral
traçado e os diversos campos da conduta humana
podem ser reunidos em um instrumento regulador.
 É uma espécie de contrato de classe e os órgãos de
fiscalização do exercício da profissão passam a
controlar a execução de tal peça magna.
 Tudo deriva, pois, de critérios de condutas de um
indivíduo perante seu grupo e o todo social.
 Tem como base as virtudes que devem ser exigíveis e
respeitadas no exercício da profissão, abrangendo o
relacionamento com usuários, colegas de profissão,
classe e sociedade.
 O interesse no cumprimento do aludido código passa,
entretanto a ser de todos. O exercício de uma virtude
obrigatória torna-se exigível de cada profissional,
como se uma lei fosse, mas com proveito geral.
 Cria-se a necessidade de uma mentalidade ética e de
uma educação pertinente que conduza à vontade de
agir, de acordo com o estabelecido. Essa disciplina da
atividade é antiga, já encontrada nas provas históricas
mais remotas, e é uma tendência natural na vida das
comunidades.
 É inequívoco que o ser tenha sua individualidade, sua
forma de realizar seu trabalho, mas também o é que
uma norma comportamental deva reger a prática
profissional no que concerne a sua conduta, em
relação a seus semelhantes.
 É inequívoco que o ser tenha sua individualidade, sua
forma de realizar seu trabalho, mas também o é que
uma norma comportamental deva reger a prática
profissional no que concerne a sua conduta, em
relação a seus semelhantes.
 Toda comunidade possui elementos qualificados e
alguns que transgridem a prática das virtudes; seria
utópico admitir uniformidade de conduta.
 A disciplina, entretanto, através de um contrato de
atitudes, de deveres, de estados de consciência, e
que deve formar um código de ética, tem sido a
solução, notadamente nas classes profissionais que
são egressas de cursos universitários (contadores,
médicos, advogados, etc.)
 Uma ordem deve existir para que se consiga
eliminar conflitos e especialmente evitar que
se macule o bom nome e o conceito social
de uma categoria.
 Se muitos exercem a mesma profissão, é
preciso que uma disciplina de conduta
ocorra.
 MODELO CÓDIGO DE ÉTICA
(ENGENHEIROS E ARQUITETOS)
 A Ética profissional é o conjunto de critérios
e conceitos que deve guiar a conduta de um
indivíduo, por razão dos mais elevados fins
que possa atribuir-se à profissão que
exerce.
 As regras de ética, mencionadas no
presente Código, não implicam a exclusão
de outras, não expressas e que podem
resultar do exercício profissional consciente
e digno.
 1. Capítulo primeiro
 1.1. Os Agrimensores, Arquitetos e
Engenheiros, em todas as suas diversas
especialidades e profissões afins, adiante
designados profissionais, estão obrigados,
sob o ponto de vista ética, a ajustar sua
atuação profissional aos conceitos
básicos e as disposições do presente
Código.
 1.2. É dever primordial dos profissionais respeitar e
fazer respeitar todas as disposições legais e
regulamentares que incidam nos atos da profissão.
 É também dever primordial dos profissionais cuidar
pelo prestígio da profissão.
 1.3. Compete aos profissionais estudar
cuidadosamente o ambiente que será afetado em
cada proposta de tarefa, avaliando os impactos
ambientais nos ecossistemas fechados, urbanizados
ou naturais, incluído o entorno sócio-econômico, bem
como selecionar a melhor alternativa para contribuir
para um melhor desenvolvimento ambientalmente
sadio e sustentável, com o objetivo de obter a melhor
qualidade de vida para a população.
 2. Capítulo segundo - Deveres que impõe a
Ética Profissional para com a Sociedade:
 2.1. O Profissional deverá interessar-se pelo
bem comum, com o objetivo de contribuir com
seus conhecimentos, capacidade e experiência
para servir a humanidade.
 2.1.1. Os profissionais deverão cooperar para o
progresso da sociedade trazendo sua
colaboração intelectual e material para obras
culturais, ilustração técnica, ciência aplicada e
investigação científica.
 2.1.2. Aplicar o máximo de seu esforço no
sentido de obter uma clara expressão para a
comunidade, no tocante aos aspectos
técnicos e aos assuntos relativos com a
profissão e seu exercício.
 2.1.3. Recusar toda classe de encomendas de
trabalhos que implicam danos evitáveis para o
entorno humano e a natureza, tanto em
espaços abertos como nos fechados,
avaliados seu impacto a curto e a longo
prazo.
 2.2. Deveres do profissional para com a
dignidade da profissão.
 2.2.1. Contribuir com sua conduta profissional
e com todos os meios ao seu alcance, para
que no consenso público se forme e se
mantenha um exato conceito da profissão na
sociedade, da dignidade que a acompanha e
do alto respeito que merece.
 2.2.2. Cooperar para o progresso da profissão,
mediante o intercâmbio de informações sobre
seus conhecimentos e contribuindo com seu
trabalho junto à associação de classe, escolas
e demais órgãos de divulgação técnica e
científica.
 2.2.3. Prestigiar as entidades de classe,
contribuindo solidariamente e quando solicitar
para acontecimentos e iniciativas em prol da
profissão, dos profissionais ou da coletividade.
 2.2.4. Não executar atos contrários à boa
técnica, ainda, que possam ser em
cumprimento a ordens de autoridades,
superiores ou contratantes.
 2.2.5. Não aceitar ou oferecer trabalhos
contrários às disposições legais vigentes e
tampouco tarefas que excedam as
incumbências que outorgam o título.
 2.2.6. Não emprestar seu nome, a título
remunerado ou gratuito, para autorizar planos,
especificações, pareceres, memoriais,
informações e toda outra documentação
profissional que não tenham sido estudados,
executados ou controlados pessoalmente por
ele.
 2.2.7. Não subscrever, expedir ou contribuir
para que se expeçam títulos, diplomas,
licenças, matrículas ou certificados às pessoas
que não reunam os requisitos indispensáveis
para exercer a profissão.
 2.2.8. Não fazer figurar seu nome em
anúncios, timbres, selos, propagandas e
demais meios análogos, junto a outras
pessoas que, sem o serem, aparecem
como profissionais.
 2.2.9. Não fazer uso de meios de
propagandas em que a jactância constitua
a característica principal ou dominante, ou
consista em avisos exagerados e que
levem a equívocos. Tais meios deverão
sempre ajustar-se às regras de prudência
e de decoro profissional.
 2.2.10. Não receber ou conceder comissões,
participações ou outros benefícios com o
objetivo de negociar, obter ou concordar com
designações de caráter profissional ou a de
encomendas de trabalhos profissionais.
 2.3. Deveres do profissional para com os
demais profissionais
 2.3.1. Os deveres para com os colegas, que
neste artigo se anunciam, são extensivos a
todos os profissionais entre si. São deveres de
todo profissional para com seus colegas:
 2.3.1.1. Não utilizar sem autorização de seus
legítimos autores e para sua aplicação em
trabalhos profissionais próprios, idéias, planos
e demais documentos pertencentes àqueles.
 2.3.1.2. Não difamar nem denegrir seus
colegas, tampouco contribuir de forma direta ou
indireta para sua difamação ou
desmerecimento com motivo de sua atuação
profissional, nem criticar a outro profissional
com o objetivo de lograr vantagens frente a
seus colegas.
 2.3.1.3. Não assumir em uma mesma obra as
funções de diretor, ao mesmo tempo que as de
empreiteiro total ou parcial da obra, salvo
expresso consentimento do cliente.
 2.3.1.4. Abater-se de qualquer intento de
substituir o colega em um trabalho iniciado por
este, não devendo em seu caso aceitar o
oferecimento de substituição até quanto tenha
conhecimento fidedigno do colega com o
contratante.
 2.3.1.5. Não oferecer nem aceitar a prestação
de serviços profissionais por honorários
inferiores aos mínimos estabelecidos nas
disposições legais vigentes.
 2.3.1.6. Não designar nem influir, para que
sejam designadas em cargos técnicos, que
devem ser desempenhados por profissionais
registrados, pessoas carentes de título
habilitado correspondente.
 2.3.1.7. Abster-se de emitir publicamente juízos
contrários sobre a atuação de colegas ou
apontar erros profissionais em que incorrem, a
menos que ocorram algumas das seguintes
circunstâncias.
 a) Que seja indispensável por razões indubitáveis de
interesse geral.
 b) Que lhes tenha dado antes a oportunidade de
reconhecer e retificar aquela atuação e aqueles erros,
sem que os interessados tenham usado dela.
 2.3.1.8. Não divulgar consultas de contratantes
referentes a assuntos que para eles projetem, dirijam
ou conduzam outros profissionais, ou a respeito da
atuação destas naqueles assuntos sem informá-los da
existência de tais consultas.
 2.3.1.9. Fixar para os colegas, que atuam como
colaboradores ou seus empregos, remunerações ou
compensações adequadas com a dignidade da
profissão e com a importância dos serviços que
prestam.
 2.3.1.10. Não propor serviços com redução de preços,
após ter conhecido propostas de outros profissionais.
 2.4. Deveres de profissional para os clientes e
o público em geral.
 2.4.1. São deveres de todo o profissional para
com os seus clientes e para o público em geral:
 2.4.1.1. Não oferecer, por qualquer meio, a
prestação de serviços cujo objetivo, por
qualquer razão de ordem técnica, jurídica,
regulamentar, econômica ou social, etc, seja de
cumprimento muito duvidoso ou impossível, ou
se por suas próprias circunstâncias pessoais
ou profissionais não puder satisfazer.
 2.4.1.2. Não aceitar, em seu benefício próprio,
comissões, descontos, bonificações e demais
análogas, oferecidas por fornecedores de
materiais, artefatos ou estruturas, por
empreiteiras e/ou por outras pessoas
diretamente interessadas na execução dos
trabalhos que o profissional projete ou dirija.
 2.4.1.3. Manter segredo e reserva a respeito
de toda circunstância relacionada com o
cliente e com os trabalhos que para ele efetua,
salvo obrigação legal.
 2.4.1.4. Opor-se como profissional e no caráter de
conselheiro do cliente, contratante ou mandante, às
incorreções deste enquanto pertença as tarefas
profissionais que aquele tenha o seu encargo,
renunciando à continuação delas se não puder
impedir que sejam concluídas, como também corrigir
as que ele mesmo possa ter cometido e responder
civilmente por danos e prejuízos conforme ação
vigente.
 2.4.1.5. Movimentar, com a maior discrição, os fundos
que o cliente puser a seus cuidados, destinados a
desembolsos exigidos pelos trabalhos do profissional
prestando contas claras, precisas e freqüentes. Tudo
isso independente e sem prejuízo do estabelecido nas
leis vigentes.
 2.4.1.6. Dedicar toda aptidão, atendendo com a
máxima diligência e probidade os assuntos de seu
cliente.
 2.5. Deveres entre os profissionais que se
dedicam à função pública e os que o fazem na
atividade privada:
 2.5.1. Os profissionais que se dedicam à
atividade privada, ao resolverem os diversos
problemas técnicos, devem considerar-se
auxiliares da administração pública mas não
dependentes dela.
 2.5.2. Os profissionais devem ter entre si trato
respeitoso e moderado, que corresponde à
qualidade de colegas, sem prejuízo da atenção
dos interesses de seus contratantes.
 2.5.3. Os profissionais, no exercício da função
pública, deverão abster-se de participar no
processo de avaliação de tarefas profissionais
a colegas com quem tenham vinculação
familiar até o terceiro grau ou vinculação
societária de fato ou de direito. A violação a
esta norma envolve também o profissional que
aceita tal adjudicação.
 2.5.4. Os profissionais que, por suas funções
no campo público ou privado, sejam
responsáveis por fixar, preparar ou avaliar
condições de documentos ou licitações
deverão atuar nos casos, em todo, de maneira
imparcial.
 2.10. Das faltas de Ética:
 2.10.1. Incorre em falta de ética, todo
profissional que comete transgressão a um dos
deveres enunciados nos itens deste Código e
na interpretação de seus conceitos básicos não
expressos textualmente no presente.
 2.10.2. É atribuição do Tribunal de Ética
Profissional determinar a qualificação e a
sanção que corresponde a uma falta ou
conjunto de faltas em que se prove que um
profissional esteja incurso.

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