Metasistema em geografia:

desafios e proposições de uma epistemologia

da complexidade

Ementa:
 Quadro de referências da ciência moderna e da nova
teoria dos sistemas.
 Fundamentos e pressupostos do pensamento complexo.
 Pensamento complexo e ciência geográfica.
 Fundamentos do pensamento complexo
(Vasconcelos, 2002)

• Inspira-senas teorias dos sistemas, da

organização, da informação e na cibernética.

• Inclui
preocupações de paradigmas pós-
modernos.

• Propõe rupturas paradigmáticas em relação à

concepção moderna de ciência.
Quadro de referência para uma nova teoria dos sistemas
(Vasconcelos, 2002)

• Ampliar o foco de observação => complexidade.

• Descrever com o verbo estar => instabilidade.

• Acatar outras leituras => intersubjetividade.

Quadro de referência da ciência moderna
(Vasconcelos, 2002)

• Pressuposto da simplicidade.

• Pressuposto da estabilidade.

• Pressuposto da objetividade.
 O paradigma da simplificação
(Morin)

• Opera por redução: do complexo ao

simples, do molar ao elementar.

• Rejeição: da eventualidade, da desordem.

• Disjunção: entre os objetos e seus

ambientes, entre sujeito e objeto.
 O paradigma da complexidade
(Morin)

• Opera com a complexidade: aquilo que é

tecido junto.

• Aceitação: das determinações e das

contingências.

• Junção: dos objetos, dos seus ambientes,

dos seus sujeitos.
 Focos principais
(Vasconcelos, 2002)

• Pensamento contextual.

• Pensamento processual.

• Pensamento relacional.
 A natureza da ciência complexa

• É transdisciplinar.

• Inclui o acaso.

• Leva em conta a inventividade.

• Dá importância à criatividade.

• Valoriza a discussão e a vivência da ética

 Pressupostos do pensamento complexo

• O mundo: horizonte de um ecossistema.

• Sujeito: um ser pensante integrado a um
metasistema.
• O sujeito e o mundo: sistema aberto de
interações e revitalização.
• O conhecimento: não se reduz à certeza,
compreende indeterminações e fenômenos
aleatórios.
• A dinâmica sistêmica: associa-se a pressupostos
da organização, da auto-organização e da
desordem.
 O método

• É simultaneamente:

• aberto => integra os antigos.

• específico => descrição das unidades complexas

 Princípios interligados do método
complexo

• Dialógico: dualidade no seio da unidade -

ordem e desordem, nem “determinidade” e
nem contingência.
• Organizacional: substituição do linear e da
causa-efeito pela noção de cíclico e de auto-
constituição.
• Hologramático: não apenas a parte está no
todo, mas o todo está na parte - relação
antropossocial.
Pensamento complexo e ciência geográfica
(Souza, 1997)
• Possibilidade de pensar para além da monocausalidade: do
desenvolvimento econômico ao desenvolvimento
socioespacial.
• Exercício de considerar o entrelaçamento histórico e
processual entre os espaços endógenos e exógenos, entre o
individual e o coletivo
• Abordagens e trânsitos multiescalares na compreensão das
interações socioespaciais horizontais e das articulações
“verticais”.
• Preocupação com o papel do espaço, considerado na sua
dimensão natural e social, sem dualidades.
• Deslocamentos de olhares e concepções autonomistas a partir
de perspectivas geográficas não etnocêntricas.
Pensamento complexo e ciência geográfica
(Suertegaray, 2004)

• Possibilidade de compreensão unificada do mundo: espaço e tempo como

categoria unitária.
• Centralidade ao conceito de ambiente como dimensão do espaço: foco de
interesse de outros campos do conhecimento.
• Valorização de práticas educacionais com base no conhecimento
vivenciado: a técnica do estudo do meio (entorno) no ensino de geografia.
• A dimensão do lugar como geradora de temas transversais que permitem
o diálogo da geografia com as demais ciências.
• A importância de trabalhar a noção de ambiência: aquilo que “envolve” e
que está “entre” - sugere interpretação (hermenêutica), discussão de
escala, capacidade dialógica e ação transformadora do espaço.
• “Ecologia da ação” associada à “geografia da ação”: ações, estratégias,
desafios e incertezas como parte da responsabilidade social (solidariedade
com os outros, cuidado com os objetos e responsabilidade ética com as
ações.