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OBJETO E INTENÇÕES

Objeto: as possibilidades e limites do ato de conhecer.

Intenções: compreender os elementos que compõem as possibilidades e os limites


do ato de conhecer.
RECORDAÇÃO DO CAMINHO
Qual fundamento é possível depreender do primeiro encontro em torno da questão:
como “conhecer “se tornou uma atividade humana?
TOM ZÉ – SALVA A HUMANIDADE
A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA
Deus é finito ou infinito?
As estrelas se movem?
A terra é o centro do universo?
O universo acaba nas estrelas?
Vocês olharam as estrelas hoje?
Vai chover ou fazer sol? O inverno está chegando?
Qual a melhor época para plantar, casar, ter filhos, mudar, viajar...?
Vai ter enchente?
VIAGEM PELO COSMOS
É POSSÍVEL “CONHECER”?
Quais os sentidos associados à palavra “conhecer”?
O que torna possível “conhecer”?
SENTIDOS DE “CONHECER” - FALA
Ao falarmos a palavra “conhecer”, sobre o quê falamos e como falamos?
SENTIDOS DE CONHECER - DICIONÁRIO
1 Ter ou adquirir informações sobre alguma coisa; ter noção, ideia ou conhecimento sobre
algo; saber: “Conhecera enchentes de rios, tufões de todos os nomes femininos de
tufão, vivera na intimidade de uma famosa estrela de cinema” (CD).
2 Ter ciência ou consciência de algo: Quem mora em comunidade conhece uma realidade
diferente.
3 Ser apresentado a alguém; travar relação inicial com alguém: “Conhecera o romancista
na rua do Ouvidor, dias antes, e ia vê-lo na intimidade do gabinete” (CN). Os jovens
conheceram-se e rapidamente se apaixonaram.
4 Manter relações interpessoais ou de convivência com alguém: “Conheço bem o
Presidente. Não seria capaz duma barbaridade dessas” (EV). O casal se conhece
desde a infância e jamais brigou.
5 Ter passado por determinada experiência; ter experimentado: Não conheço caxumba
nem sei como ela se manifesta.
6 Distinguir alguém ou algo por determinadas características; reconhecer: Meu tio, já
quase cego, só me conheceu porque ouviu minha voz.
SENTIDOS DE CONHECER - DICIONÁRIO
7 Visitar determinado lugar: Em minha primeira viagem à Europa, conheci três países.
8 Ter conhecimento adequado sobre determinada área; dominar, saber: O operário
demitido conhecia metalurgia como ninguém.
9 Ter consciência correta de algo, de alguém ou de si próprio: Conheço bem este
restaurante e é a melhor referência culinária que existe na cidade. Minha viagem à
Índia fez com que eu me conhecesse profundamente.
10 Ficar sabendo de algo; constatar: Agora que conheci a verdade, não quero mais sua
presença nesta casa.
11 Ter informação superficial sobre alguém ou algo: Conheço pouco o passado do
suspeito. Não sei nada sobre a vítima, pois conhecemo-nos rapidamente num bar.
12 Ter compreensão ou entendimento de algo de maneira clara e direta; perceber:
Conheço a sua dor da perda e por isso não tocarei mais no assunto.
13 Ter indícios de; adivinhar, prever: Dizem que pessoas sensitivas conhecem catástrofes
antes mesmo que aconteçam.
SENTIDOS DE CONHECER - DICIONÁRIO
14 Ter como aceitável; admitir, tolerar: O governo japonês não conhece corrupção por parte de
políticos.
15 Aceitar algo como correto ou verdadeiro; admitir, reconhecer: À presença do juiz, o réu
conheceu seus crimes.
16 Submeter-se a alguém ou algo; sujeitar-se: A arrogância do rapaz não conhecia limites. O
filósofo deixou claro que não conhecia a Deus.
17 ant Ter relações sexuais com; fazer sexo com; copular: Mesmo depois de casado, permanecia
sem conhecer a esposa.
18 Determinar a abrangência de algo; avaliar, sondar: E necessário conhecer o poder aquisitivo
da população.
19 Fazer o reconhecimento de alguém; identificar, reconhecer: Não conheci meu amigo pois seus
cabelos branquearam em pouco tempo.
20 Jur Ter (o juiz) conhecimento ou competência para acolher uma causa: O juiz sentenciou
corretamente, pois conhece de leis como ninguém.
Fonte: Michaelis online. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno-
portugues/busca/portugues-brasileiro/conhecer/
SENTIDOS DE “CONHECER” - ETIMOLOGIA
Do latim cognoscere, de con- + gnosco.
Gnosco deriva de gnosis que também dá origem a conhecimento
Esta palavra vem de uma base Indoeuropéia gn-, que gerou, em Grego, gnosis,
"conhecimento" e seus derivados. Gnóme significava "razão, entendimento".
SENTIDOS DE “CONHECER” - ARTE
SENTIDOS DE “CONHECER” - DESCARTES
Bem julgar e discernir o verdadeiro do falso
As vias pelas quais se conduz o pensamento
Aplicar bem o juízo
SENTIDOS DE “CONHECER” - KANT
Superar a covardia e a preguiça
Saída da menoridade – seguir o entendimento e a orientação alheia
Coragem de se servir do entendimento próprio
RECONHECER A IGNORÂNCIA
Fui alimentado com as letras desde minha infância, e, por terem me persuadido de
que por meio delas podia-se adquirir um conhecimento claro e seguro de tudo o
que é útil à vida, tinha um imenso desejo de aprendê-las. Mas, assim que
terminei todo esse ciclo de estudos, no termo do qual se costuma ser acolhido
nas fileiras dos doutos, mudei inteiramente de opinião. Pois me encontrava
enredado em tantas dúvidas e erros, que me parecia não ter tirado outro
proveito, ao procurar instruir-me, senão o de ter descoberto cada vez mais minha
ignorância (DESCARTES, 2011, p. 10).
RECONHECER O CONHECIMENTO JÁ
CONSTITUÍDO
Não deixava, todavia, de apreciar os exercícios com os quais nos ocupamos nas escolas.
Sabia que as línguas que nelas aprendemos são necessárias para a Inteligência dos
livros antigos; que a delicadeza das fábulas desperta o espírito, que os feitos
memoráveis das histórias o elevam, e que, sendo lidas com discernimento, ajudam a
formar o juízo, que a leitura de todos os bons livros é como uma conversa com as
pessoas mais ilustres dos séculos passados, que foram seus autores, e mesmo uma
conversa refletida na qual eles só nos revelam seus melhores pensamentos; que a
eloquência tem forças e belezas incomparáveis; que a poesia tem delicadezas e
doçuras encantadoras; que as matemáticas têm invenções muito sutis e que muito
podem servir, tanto para contentar os curiosos quanto para facilitar todas as artes e
diminuir o trabalho dos homens; que os escritos que tratam dos costumes contêm
vários ensinamentos e várias exortações à virtude que são muito úteis; que a teologia
ensina a ganhar o céu; que a filosofia proporciona meios de falar com verossimilhança
de todas as coisas, e de se fazer admirar pelos menos sábios; que a jurisprudência, a
medicina e as outras ciências trazem honras e riquezas àqueles que as cultivam; e,
enfim, que é bom ter examinado todas elas, mesmo as mais supersticiosas e mais
falsas, a fim de conhecer seu justo valor e evitar ser por elas enganado (DESCARTES,
2011, p. 11-13).
RECONHECER A DIFERENÇA
É bom saber alguma coisa dos costumes de vários povos para julgarmos os nossos
mais salutarmente, e para não pensarmos que tudo o que é contra nossos
modos é ridículo e contra a razão, como costumam fazer os que nada viram
(DESCARTES, 2011, p. 13).
RECONHECER A DIFERENÇA
[...] assim que a idade me permitiu sair da sujeição de meus preceptores, deixei
completamente o estudo das letras. E, resolvendo-me a não mais procurar outra
ciência além da que poderia encontrar-se em mim mesmo, ou então no grande
livro do mundo, empreguei o resto da juventude em viajar, em ver cortes e
exércitos, em conviver com pessoas de diversos temperamentos e condições, em
recolher várias experiências, em experimentar-me a mim mesmo nos encontros
que o acaso me propunha, e, por toda parte, em refletir sobre as coisas de um
modo tal que pudesse tirar algum proveito. Pois me parecia que poderia
encontrar muito mais verdade nos raciocínios que cada qual faz sobre os
assuntos que lhe diem respeito, e cujo desfecho deve puni-lo logo depois, se
julgou mal, do que naqueles que um homem de letras faz em seu gabinete
(DESCARTES, 2011, p.17-18).
ENCONTRAR UM FUNDAMENTO
É verdade que, enquanto me limitei a considerar os costumes dos outros homens,
quase nada encontrei que me desse segurança, e notava quase tanta
diversidade quanto antes observara entre as opiniões dos filósofos. De forma
que o maior proveito que disso tirava era que, vendo várias coisas que, embora
nos pareçam muito extravagantes e ridículas, não deixam de ser comumente
aceitas e aprovadas por outros grandes povos, aprendia a não crer com muita
firmeza em nada do que só me fora persuadido pelo exemplo e pelo costume; e
assim desvencilhava-me pouco a pouco de muitos erros, que podem ofuscar
nossa luz natural e nos tornar menos capazes de ouvir a razão (DESCARTES,
2011, p. 19).
EU, OUTRO, O MUNDO

Descartes se põe a pensar sobre sua


relação com os outros com quem
apreendera, com o mundo que busca
conhecer e consigo mesmo num
movimento de suspensão de qualquer
afirmação até encontrar algo que lhe dê
segurança de que conhece.
O FIM DA RAZÃO
A razão tende a um fim. A diversidade de raciocínios indica os diversos fins de cada
indivíduo ou grupo.

As construções que foram feitas por mais de um indivíduo tendem a fins diferentes e ele
considera os pensamentos completados por opiniões de outros da mesma forma. Mas
seria sem sentido demolir todas as casas de uma cidade para as reconstruir seguindo
um determinado fim.
Razão pública e privada como tema

O clima do tempo – a luta pela liberdade de consciência individual da qual os movimentos


protestantes se serviram para deixar a tutela do Vaticano

Nunca meu propósito foi mais do que procurar reformar meus próprios pensamentos e
construir um terreno que é todo meu (DESCARTES, 2011, p. 27-28).
PRINCÍPIOS CARTESIANOS
Buscou na lógica, na geometria e na aritmética antigas os preceitos do melhor
pensar. Mas descobriu serem tantos que escolheu quatro que julgou serem
fundamentais.
PRINCÍPIOS CARTESIANOS
Primeiro princípio
[...] nunca aceitar coisa alguma como verdadeira sem que a conhecesse
evidentemente como tal; ou seja, evitar cuidadosamente a precipitação e a
prevenção, e não incluir em meus juízos nada além daquilo que se apresentasse
tão clara e distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de
pô-lo em dúvida (DESCARTES, 2011, p. 33).

Nota 45
A precipitação é a falha que consiste em fazer um juízo antes que o entendimento
tenha atingido uma evidência completa. A prevenção é a persistência, em nosso
pensamento, de juízos irrefletidos que fizemos sobre as coisas ao longo de nossa
infância e que atualmente se impõem a nós como se os tivéssemos comprovado.
Um juízo considerado verdadeiro sob a influência da prevenção é chamado de
preconceito (p. 33).
PRINCÍPIOS CARTESIANOS
Segundo princípio
[...] dividir cada uma das dificuldades que examinasse em tantas parcelas quantas fosse
possível e necessário para melhor resolvê-las (DESCARTES, 2011, p. 34).

Terceiro princípio
[...] conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e
mais fáceis de conhecer, para subir pouco a pouco, como por degraus, até o
conhecimento dos mais compostos; e supondo certa ordem mesmo entre aqueles que
não se precedem naturalmente uns aos outros (DESCARTES, 2011, p. 34-35).

Quarto princípio
[...] fazer em tudo enumerações tão completas, e revisões tão gerais, que eu tivesse
certeza de nada omitir (DESCARTES, 2011, p. 35).
DÚVIDA E ANGÚSTIA
É possível conhecer?
A Terra é o centro do universo?
O sol e as estrelas giram em torno dela?
Ela está parada?
Ela é plana?
Metáfora da floresta
O viajante se afasta dos caminhos marcados pelo caminhar de outros e se perde na
floresta. O que é mais racional a fazer?
DEMOLIÇÃO
O método permitiu exercitar o juízo, mas antes de demolir o edifício que as experiências
até então lhe havia formado, adotou uma “casa” temporária: uma moral provisória.

Primeira
[...] obedecer às leis e aos costumes de meu país, conservando com constância a religião
na qual Deus me deu a graça de ser instruído desde minha infância, e governando-me
em qualquer outra coisa segundo as opiniões mais moderadas e mais afastadas do
excesso, que fossem comumente aceitas e praticadas pelas pessoas mais sensatas
entre aquelas com quem teria de conviver (DESCARTES, 2011, p. 44).

Segunda
[...] ser o mais firme e resoluto que pudesse em minhas ações, e não seguir com menos
constância as opiniões mais duvidosas, uma vez que por elas me tivesse
determinado, do que as seguiria se fossem muito seguras (DESCARTES, 2011, p. 46).
DEMOLIÇÃO
Terceira
[...] sempre tentar antes vencer a mim mesmo do que à fortuna, e modificar antes meus
deejos do que a ordem do mundo, e, geralmente, acostumar-me a crer que não há
nada que esteja inteiramente em nosso poder, a não ser os nosso pensamentos, de
sorte que, depois de termos feito o que nos era possível no tocante às coisas que nos
são exteriores, tudo o que nos falta conseguir é, em relação a nós, absolutamente
impossível (DESCARTES, 2011, p. 47-48).

Quarta
[...] passar em revista as diversas ocupações que os homens têm nessa vida para procurar
escolher a melhor; e, sem nada querer dizer das dos outros, pensei que o melhor que
tinha a fazer era continuar naquela em que me encontrava, isto é, empregar toda a
vida em cultivar a minha razão, e progredir, o quanto pudesse, no conhecimento da
verdade, seguindo o método em que me havia prescrito (DESCARTES, 2011, p. 50).
CONSTRUÇÃO
Julgou que todas as demais opiniões podiam ser deixadas de lado.

Partiu em viagem ao fim do inverno e seguiu os nove anos seguintes viajando

[...] procurando descobrir a falsidade e a incerteza das proposições que examinava,


não por fracas conjecturas, mas por raciocínios claros e seguros, não encontrava
nenhuma tão duvidosa que dela não tirasse sempre alguma conclusão bastante
certa, quando mais não fosse a própria conclusão de que ela nada tinha de certo
(DESCARTES, 2011, p. 53).
DÚVIDA METÓDICA
Há muito tempo eu notara que, quanto aos costumes, por vezes é necessário seguir, como
se fossem indubitáveis, opiniões que sabemos serem muito incertas, como já foi dito
acima; mas, como então desejava ocupar-me somente da procura da verdade, pensei
que precisava fazer exatamente o contrário, e rejeitar como absolutamente falso tudo
em que pudesse imaginar a menor dúvida, a fim de ver se depois disso não restaria
em minha crença alguma coisa que fosse inteiramente indubitável. Assim, porque os
nossos sentidos às vezes nos enganam, quis supor que não havia coisa alguma que
fosse tal como eles nos levam a imaginar. E porque há homens que se enganam ao
raciocinar, mesmo sobre os mais simples temas de geometria, e neles cometem
paralogismos, julgando que eu era tão sujeito ao erro quanto qualquer outro, rejeitei
como falsas todas as razões que antes tomara como demonstrações. E finalmente,
considerando que todos os pensamentos que temos quando acordados também nos
podem ocorrer quando dormimos, sem que nenhum seja então verdadeiro, resolvi
fingir que todas as coisas que haviam entrado em meu espírito não eram mais
verdadeiras que as ilusões de meus sonhos. Mas logo depois atentei que, enquanto
queria pensar assim que tudo era falso, era necessariamente preciso que eu, que o
pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade – penso, logo existo – era
tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos cépticos não
eram capazes de abalar, julguei que podia admiti-la sem escrúpulo como o primeiro
princípio da filosofia que buscava (DESCARTES, 2011, p. 57-59).
EU – SUBSTÂNCIA PENSANTE
[...] pelo próprio fato de eu pensar em duvidar da verdade das outras coisas, decorria
muito evidentemente e muito certamente que eu existia; ao passo que, se
apenas eu parasse de pensar, ainda que tudo o mais que imaginava fosse
verdadeiro, não teria razão alguma de acreditar que eu existisse; por isso
reconheci que eu era uma substância, cuja única essência ou natureza é pensar,
e que, para existir, não necessita de nenhum lugar nem depende de coisa
alguma material. De sorte que este eu, isto é, a alma pela qual sou o que sou, é
inteiramente distinta do corpo, e até mais fácil de conhecer que ele, e mesmo se
o corpo não existisse, ela não deixaria de ser tudo o que é (DESCARTES, 2011, p.
59-60).

Substância pensante – sujeito cognoscente independente do objeto.


Existência dessa substância independente da existência material
Sujeito abstrato
O QUE SIGNIFICA “PENSO, LOGO EXISTO”?
Vídeo da professora Luiza Coppieters
A DÚVIDA DA DÚVIDA
A dúvida sobre todas as coisas levou Descartes ao fundamento de que ao duvidar,
pensa. A atividade de pensar como existente. Mas como, pensando, distinguir a
verdade ou falsidade do que penso?
E, tendo notado que em penso, logo existo nada há que me garanta que digo a
verdade, exceto que vejo muito claramente que para pensar é preciso existir,
julguei que podia tomar por regra geral que as coisas que concebemos muito
clara e distintamente são todas verdadeiras, havendo, porém, somente alguma
dificuldade em distinguir bem quais são as que concebemos distintamente
(DESCARTES, 2011, p. 61).
COMO DISTINGUIR?
Em seguida, refletindo sobre o fato de que eu duvidava e de que, por conseguinte, meu ser
não era completamente perfeito, pois via claramente que conhecer era maior
perfeição que duvidar, ocorreu-me procurar de onde aprendera a pensar em alguma
coisa mais perfeita que eu; e soube, com evidência, que devia ser de alguma natureza
que fosse, efetivamente, mais perfeita. Quanto aos pensamentos que tinha acerca de
muitas outras coisas exteriores a mim, como o céu, a terra, a luz, o calor e mil outras,
não me preocupava tanto em saber de onde vinham, porque, nada notando neles que
me parecesse torna-los superiores a mim, podia crer que, se fossem verdadeiros,
eram dependentes de minha natureza, na medida em que ela tem alguma perfeição;
e que, se não o fossem, eu os tirava do nada, isto é, eles estavam em mim porque eu
tinha falhas. Mas isso não podia ocorrer com a ideia de um ser mais perfeito que o
meu, pois tirá-la do nada era algo claramente impossível. E, como não repugna menos
que o mais perfeito seja uma consequência e uma dependência do menos perfeito do
que do nada proceda alguma coisa, tampouco não podia tirá-la de mim mesmo. De
modo que ela só podia ter sido inculcada em mim por uma natureza que fosse
verdadeiramente mais perfeita do que eu, e que até tivesse em si todas as perfeições
de que eu poderia ter alguma ideia, isto é, para explicar-me numa só palavra, que
fosse Deus (DESCARTES, 2011, p. 61-63)
UMA ÉPOCA EM PENSAMENTO
Kant, em “Resposta à pergunta: o que é esclarecimento?” apresenta outros
elementos possibilitadores e impossibilitadores da atividade “conhecer”:
Liberdade de consciência
Compromisso privado e liberdade pública
Uma sociedade que não institua dogmas
Esclarecimento como processo – época em que as condições para o livre
pensamento existam
É POSSÍVEL “CONHECER”?
A atividade “conhecer” está associada a diferentes sentidos.
O momento histórico que Harari (2015) chama de revolução científica é marcado por
debates sobre os sentidos, os limites e as possibilidades dessa atividade.
Descartes e Kant são dois filósofos que se dedicam a essa questão como objeto de
seu entendimento.
Ambos associam a conhecer o uso do próprio entendimento.
Descartes busca os fundamentos do próprio entendimento e elabora a dúvida
metódica.
Kant pensa também as condições para o esclarecimento como coragem de superar
a menoridade e fazer uso do próprio entendimento sem a tutela de outrem.
QUE PERGUNTAS VOCÊS NÃO TÊM CORAGEM
DE FAZER?

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