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Organização da aula
1. A metamorfose da crise
2. A natureza da crise
Fonte: BIS – 79nd Annual Report, p. 16, June, 2009. extraído de Carta IEDI, nº 373, julho de 2009.
Notas:
1 - Índice Morgan Stanley Internacional, em dólares; 1º de junho de 2007 =100.
2 - Média equiponderada dos diferenciais de CDS (em pontos básicos) para 18 grandes bancos internacionais; inclui Lehman
Brothers até 15 de setembro de 2008 e Merrill Lynch até 31 de dezembro de 2008.
3 - Taxas Libor para o dólar a três meses menos as taxas de swaps sobre os índices overnight, em pontos básicos.
Globalização produtiva
Financeirização
Desequilíbrios globais
Natureza da crise: capitalismo finance-led
Ciclos de ativos na economia americana
1983 e 1991: queda dos juros; junk bonds, entrada de
capitais externos; crash da bolsa em 1987 => crise cíclica
1992 a 2002: inovações tecnológicas; “nova economia”;
crescente endividamento privado; estouro da bolha das
empresas de alta tecnologia em 2000 e crise de confiança
em 2002 => crise cíclica
2003-2007, puxada pelo crescimento dos preços dos
imóveis, pela proliferação de inovações financeiras e pela
redução da taxa de juros => crise financeira sistêmica X
crise estrutural
Natureza da crise
« We thus have a credit cycle (of rapidly growing debt
during the upswing phase and deleveraging during the
downturn phase) superimposed on our business cycle
of production and employment, and the two are actively
intertwined in mutually reinforcing fashion. The point
when boom turns to crisis is thus typically associated
with a sudden incidence of financial instability – a
failure of a key firm, a run on banks, a stock-market crash
– which reveals clearly a hitherto hidden degree of
overextension of debts, prices, and income-generation
commitments « (Guttman, 2012:6)
Natureza da crise
Papel-central dos bancos nas economias
capitalistas
Moeda enquanto bem público X bem privado =>
controle e supervisão do estado
4ª etapa
Assimetria
financeira
Mercados
Mercados de balcão (OTC)
Instrumentos
• Securities ”padrões” (ABS) Instituições
• Structure finance (MBS, • Bancos
CDO) • SBS
• Derivativos de crédito (CDS) • Agências de rating
• Sintetic finance (CDO
sintético)
Da crise subprime à crise sistêmica
Crise
sistêmica
Crise
subprime
A formação do boom e da bolha
Intensificação do processo de arbitragem regulatória em
um ambiente de taxas de juros historicamente baixas e
relaxamento dos controles sobre instituições e mercados
financeiros
Evolução da meta da taxa básica de juros dos EUA
7,0
4,0
%
Fator
3,0 Resposta ao
conjuntural estouro da bolha
2,0
imobiliária
1,0
0,0
nov/99
nov/00
nov/01
nov/02
nov/03
nov/04
nov/05
nov/06
nov/07
jul/99
jan/00
jul/00
jan/01
jul/01
jan/02
jul/02
jan/03
jul/03
jan/04
jul/04
jan/05
jul/05
jan/06
jul/06
jan/07
jul/07
jan/08
jul/08
set/99
set/00
set/01
set/02
set/03
set/04
set/05
set/06
set/07
set/08
mar/99
mai/99
mar/00
mai/00
mar/01
mai/01
mar/02
mai/02
mar/03
mai/03
mar/04
mai/04
mar/05
mai/05
mar/06
mai/06
mar/07
mai/07
mar/08
mai/08
Fonte: Fed.
A formação do boom e da bolha
A formação do boom e da bolha
Bancos universais (ou com carteira comercial) nos países centrais
(especialmente nos EUA) => forte expansão do crédito, em particular
do crédito hipotecário
Escândalo
contábil => GSEs
Processo de alquimia
O processo de alquimia
Empréstimos imobiliários
de alto risco concedidos
por:
• Bancos comerciais
• Inst. de poupança e
emprést. Papéis compostos por várias tranches, classificadas pelas
• Cias hipotecárias agências de rating de acordo com o risco dos ativos incluídos em
independentes sua composição.
• Corretores Alguns desses ativos classificados como de excelente risco =>
aquisições pelos investidores institucionais que observam regras
de prudência, como os fundos de pensão
Tranches de maior risco (“toxic waste”) => adquiridas pelos
veículos de investimento especiais (SIVs e conduits)
%
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
mar/99
mai/99
jul/99
set/99
nov/99
Fonte: Fed.
jan/00
mar/00
mai/00
jul/00
set/00
nov/00
jan/01
mar/01
mai/01
jul/01
básica de juros
set/01
nov/01
jan/02
mar/02
mai/02
jul/02
set/02
nov/02
jan/03
mar/03
mai/03
A eclosão da crise
jul/03
set/03
nov/03
jan/04
mar/04
mai/04
jul/04
set/04
nov/04
jan/05
mar/05
mai/05
jul/05
set/05
nov/05
Evolução da meta da taxa básica de juros dos EUA
jan/06
mar/06
mai/06
jul/06
set/06
nov/06
jan/07
mar/07
mai/07
jul/07
set/07
nov/07
jan/08
mar/08
mai/08
jul/08
set/08
• A partir do final de 2004, contínua elevação da taxa
A eclosão da crise
• Aumento da participação das hipotecas subprime no total das novas
hipotecas
A eclosão da crise
A partir de meados de 2006: sinais de encolhimento do mercado imobiliário
americano (preços e quantidades) num contexto de desaceleração da
economia
A eclosão da crise
Nos termos de Minsky: estrutura financeira
extremamente frágil, com elevado risco,
reduzidas margens de segurança e baixa
capacidade de fornecer liquidez.
Seu funcionamento dependia do aumento dos
preços dos imóveis, do fluxo de novas
hipotecas e da queda das taxas de juros.
A crise financeira sistêmica
Comércio mundial
2,75
2,50 Evolução do TED spread1
2,25
2,00 Eclosão
da crise
1,75
1,50
1,25
%
1,00
Injeção de
0,75
0,50
liquidez
0,25
0,00
29/6/2007
6/7/2007
13/7/2007
20/7/2007
27/7/2007
3/8/2007
10/8/2007
17/8/2007
24/8/2007
31/8/2007
7/9/2007
14/9/2007
21/9/2007
28/9/2007
5/10/2007
2/11/2007
9/11/2007
7/12/2007
4/1/2008
11/1/2008
18/1/2008
12/10/2007
19/10/2007
26/10/2007
16/11/2007
23/11/2007
30/11/2007
14/12/2007
21/12/2007
28/12/2007
Fonte: Federal Reserve Board.
A eclosão da crise
• Preços dos imóveis começam a cair no segundo tri. de 2007,
Da crise subprime à crise sistêmica
Crise
sistêmica
Crise
subprime
A evolução da crise
Após um período de relativa calmaria em fevereiro, nova “onda” de em março
Aperto da liquidez nos mercados interbancários
Aumento da inadimplência nas hipotecas subprime e em outras modalidades de
financiamento
Divulgação de problemas em instituições financeiras (Bear Sterns e Lehman Brothers)
2,5
TED spread
2,0 Aperto de
liquidez =>
alta do Ted
1,5
spread
1,0
0,5
Alívio nos
mercados
0,0
1/8/07
7/8/07
6/9/07
4/1/08
3/2/08
9/2/08
4/3/08
13/8/07
19/8/07
25/8/07
31/8/07
12/9/07
18/9/07
24/9/07
30/9/07
6/10/07
12/10/07
18/10/07
24/10/07
30/10/07
5/11/07
11/11/07
17/11/07
23/11/07
29/11/07
5/12/07
11/12/07
17/12/07
23/12/07
29/12/07
10/1/08
16/1/08
22/1/08
28/1/08
15/2/08
21/2/08
27/2/08
Fonte: Federal Reserve
A evolução da crise e as ações dos BCs
Introdução de novos instrumentos de assistência financeira de liquidez
Federal Reserve (além da ampliação do limite da TAF):
√ Term Securities Lending Facility (TSLF) – 11/03/2008
√ Primary Dealers Lending Facility (PDLF) – 13/03/2008
√Refinanciou o Bear Stearns (por intermédio de bancos com carteira
comercial) e articulou a sua compra pelo JP Morgan.
Banco da Inglaterra:
Long Term Repo – 11/03/2008
Special Liquidity Scheme => swaps de títulos lastreado em hipotecas por
títulos do tesouro – abril/2008
Banco Central Europeu :
Leilões de dólares por 28 dias com colateral em euro – 11/03/2008
Intensificação das operações swaps para fornecimento de dólares para o BCE e o
banco central da Suíça
Da crise subprime à crise sistêmica
Movimentos de saques em hedge funds e em fundos imobiliários
Aumento do custo de captação dos bancos
Agências de rating rebaixaram a classificação de inúmeros
instrumentos financeiros relacionados às hipotecas de alto risco
Investidores institucionais, sujeitos à regras de prudência,
forçados a vender os ativos rebaixados
Investidores decidiram não rolar os ABCP => crise de liquidez
Bancos começam a exigir depósitos de margens mais altos,
afetando os fundos hedge => vendas compulsórias
Anúncios sucessivos de perdas deram origem à novas rodadas
de desvalorizações de ativos => deflação de ativos
O aprofundamento da crise
Em meados de julho :
Quebra da IndyMac, segunda maior instituição de crédito hipotecário
americana
Fannie Mae e Freddie Mac, duas empresas-chaves do mercado
Setembro “negro”:
Fannie Mae e Freddie Mac são estatizadas pelo governo americano,
que já era garantidor de suas obrigações
O banco de investimento Lehman Brother decreta falência
Nem tomadores de
excelente risco
conseguiam se financiar
=> aversão completa ao
risco e preferência
absoluta pela liquidez
5,5
5,0
4,5
4,0
3,5
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
dez/07
dez/08
nov/07
nov/08
fev/07
abr/07
set/07
fev/08
abr/08
set/08
fev/09
abr/09
set/09
ago/07
out/07
ago/08
out/08
ago/09
out/09
jan/07
jun/07
jul/07
jan/08
jun/08
jul/08
jan/09
jun/09
jul/09
mai/07
mai/08
mai/09
mar/07
mar/08
mar/09
FED ECB
Banco da Inglaterra Banco do Japão
Ted Spread*
6,0
5,5
5,0
4,5
4,0
3,5
%
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
29/6/07
14/7/07
29/7/07
13/8/07
28/8/07
12/9/07
27/9/07
8/6/08
12/10/07
27/10/07
11/11/07
26/11/07
11/12/07
26/12/07
10/1/08
25/1/08
9/2/08
24/2/08
10/3/08
25/3/08
9/4/08
24/4/08
9/5/08
24/5/08
23/6/08
8/7/08
23/7/08
7/8/08
22/8/08
6/9/08
21/9/08
6/10/08
4/4/09
21/10/08
5/11/08
20/11/08
5/12/08
4/1/09
20/12/08
19/1/09
3/2/09
18/2/09
5/3/09
20/3/09
19/4/09
4/5/09
19/5/09
3/6/09
18/6/09
3/7/09
18/7/09
2/8/09
17/8/09
1/9/09
16/9/09
1/10/09
16/10/09
31/10/09
15/11/09
Nota: * Diferença entre a taxa de juros dos depósitos de três meses em eurodólar no mercado interbancário e a taxa de juros do título do Tesouro
americano de três meses no mercado secundário.
Crise Breve
sistêmica recuperação
Impacto da crise sobre a atividade econômica
Os impactos da crise financeira sobre a atividade econômica começaram a
ser sentidos pelas economias da OCDE na passagem do primeiro trimestre
para o segundo trimestre de 2008: variação do PIB passou de 0,5% para
0,1%, descontados os efeitos sazonais .
Aprofundamento da recessão até o primeiro trimestre de 2009
O C D E - C res cimento do P IB
(variação % em relação ao período anterior, com ajus te s azonal)
0,9 0,9
0,8
0,6 0,6 0,7
0,6 0,6 0,5 0,5
0,5 0,5 0,5
0,4 0,3 0,4
-0,2 -0,1-0,1
-0,1 -0,10,0
-0,2-0,2
-0,3 -0,4 -0,4
-0,6 -0,6
-0,7 -0,7
-0,7
-1,4
-1,6
-1,8 -1,8-1,8
-1,9
-2,2-2,2
-2,5-2,5
rápida implementação => cinco dias após o anúncio foi realizado aporte de £
37 bilhões: RBS(£ 20 bilhões), HBOS (£11,5 bilhões) e Lloyds TSB (£5,5 bilhões)
Extraído de The Economist. Cross-border banking: divided we stand, Oct 16th 2008
Crise Financeira: Plano da Área do Euro
Alemanha => € 480 bilhões, dos quais € 400 bilhões serão destinados a garantir os
empréstimos interbancários e € 80 bilhões para aporte de capital
França => até € 360 bilhões, dos quais € 320 bilhões serão destinados a garantir os
empréstimos interbancários e até € 40 bilhões para capitalizar os bancos
Áustria => até € 100 bilhões, sendo € 85 bilhões de garantia aos empréstimos interbancários
até o montante e €15 bilhões para os bancos em dificuldade
Itália => recursos ilimitados para garantir novos empréstimos interbancários de novos
empréstimos concedidos pelos bancos a não-bancos e aporte de capital de até € 40 bilhões
Espanha e Portugal só concederam garantia aos depósitos: até € 120 bilhões e até € 20
bilhões
Crise Financeira: Plano Americano
Programa de Saneamento dos Ativos problemáticos (TARP, na sigla em
inglês), aprovado no dia 3 de outubro previa exclusivamente o saneamento
das carteiras de ativos ilíquidos das instituições financeiras no montante de
até US$ 700 bilhões, em condições a serem definidas pelo secretário do
Tesouro
Extensão do TARP anunciado no dia 14 de outubro:
US$ 250 bilhões do total de recursos previstos serão destinados para a compra
de ações preferenciais de bancos e instituições de poupança, de todo e qualquer
porte, com remuneração mínima de 5% ao ano (nos próximos cinco anos),
subindo para 9% ao ano
Em contrapartida ao suporte financeiro, os bancos deverão atender as
exigências do Tesouro no que se refere à governança corporativa e política de
remuneração dos executivos
FDIC => Temporary Liquidity Guarantee Program => garantia por três anos aos
novos débitos dos bancos e das instituições de poupança e holding companies,
incluindo notas promissórias, commercial paper, empréstimos interbancários
Fed => ampliação do programa Commercial Paper Funding Facility =>
aquisição de commercial paper de 3 meses emitidos por empresas não-
financeiras