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“A Ciência do Costume”

Por Ruth Benedict

 Dr. Laércio Fidelis Dias


 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
 DSA-Unesp/Marília
 Maio de 2018
Padrões de Cultura

“A idéia central de “Padrões de Cultura” é, na opinião


de Margaret Mead “a visão que ela teve das culturas
humanas como ‘grande regulamento de
personalidade’ ”. Cada cultura, explica Benedict,
seleciona dentro da “grande gama das potencialidades
humanas” algumas poucas características aceitas como
formas adequadas de conduta das pessoas que fazem
parte dessa cultura. Por exemplo, ela descreveu a
ênfase na “restrição” nas culturas dos povos Pueblo do
sudoeste americano, e a ênfase no “desprendimento”
nas culturas nativas das Grandes Planices americanas”.
Ruth Benedict

 Ela nasceu na cidade de Nova Iorque, tendo


estudado no Vassar College, onde se formou em
1909. Iniciou sua graduação na Universidade de
Columbia em 1919. Lá entrou em contato com
Franz Boas e se tornou PhD. Em 1923 tornou-se
membro da mesma universidade. Margaret
Mead e Marvin Opler foram alguns de seus
colegas e alunos. Franz Boas, seu professor e
orientador, considerado o pai da
antropologia americana, teve seus pontos de
vista manifestos em Ruth Fulton Benedict. São de
autoria de Boas muitos trabalhos clássicos,
inclusive “Raça, Linguagem e Cultura” –
provavelmente o mais veemente texto anti-
racista a surgir do mundo acadêmico em sua
época. Sobre este tema ela provou que esses três
aspectos são independentes: raça, linguagem e
cultura. Depois de Boas tornou-se impossível falar
que qualquer raça é inferior, incapaz de se
aproveitar daquilo que de mais elevado
culturalmente a humanidade tem a oferecer, e
ser seriamente levado em consideração.
A Ciência do Costume

 Objetivo do trabalho do antropológico:


 “Ele está interessado no comportamento humano, não por ter sido ele
moldado por uma tradição, a nossa, mas por ter sido moldado por
qualquer tradição, seja qual for. Ele está interessado na extensa escala do
costume que se encontra com várias culturas, e o seu objetivo é
compreender o modo pelo qual essas culturas mudam e se diferenciam,
as diferentes formas através das quais elas se exprimem e a maneira pela
qual os costumes de quaisquer povos funcionam nas vidas dos indivíduos
que os compõem”.
A Ciência do Costume

 “O costume tradicional, considerado em todo o mundo, é um conjunto de


comportamento pormenorizado mais espantoso do que o que qualquer
pessoa pode jamais desenvolver em ações individuais por mais aberrantes
que sejam. Entretanto, esse é um aspecto um tanto trivial da questão”.

 “O fato de primordial importância é o papel predominante que o costume


representa na experiência e na crença e as variedades muito grandes
que ele pode manifestar”.
A Ciência do Costume

 Qual o papel do costume na moldagem da experiência e do


comportamento de um indivíduo?

 Resposta: “é como a proporção que existe entre o vocabulário total de


sua língua materna e as palavras da sua própria linguagem infantil que são
adotadas no vernáculo de sua família”.
A Ciência do Costume

 Resposta: “A história de vida de um indivíduo é primeiro e antes de tudo


uma acomodação aos padrões tradicionalmente transmitidos em sua
comunidade”.

 Resposta: “Toda criança que nasce em seu grupo compartilhará com ele
esses costumes e nenhuma criança que nasça no lado oposto do globo
poderá jamais alcançar a milésima parte desses costumes”.
A Ciência do Costume

 Objetivo fundamental do capítulo: compreender do que esse do papel do


costume na modelagem da experiência e do comportamento humano,
bem como suas as leis e variedades.

 Sobre o método: é necessário agrupar o material que interessa e tomar


nota de todas as possíveis formas e condições que variem. Segundo a
autora, método amplamente válido para as demais ciências da natureza
e biológicas.
A Ciência do Costume

 Primeira classe de dificuldades para o desenvolvimento da ciência do


costume:

 “Foi necessário primeiro chegar àquele grau de sofisticação [leia-se:


relativismo] em que não mais colocávamos a nossa própria crença contra
a superstição do 3 nosso vizinho. Foi necessário reconhecer que aquelas
instituições que se baseiam nas mesmas premissas, digamos as
sobrenaturais, precisam ser consideradas em conjunto, a nossa própria
entre as demais”.
 Entre as páginas 03-05, Ruth Benedict uma série de exemplos nos quais a
civilização ocidental tem-se posto como única, distintiva e especial.
A Ciência do Costume

 Entretanto, na página 05, Ruth Benedict escreve:

 “Ora, o homem moderno fez dessa tese um dos resultados vivos de seu
pensamento e de seu comportamento prático, mas as fontes dessa tese
remontam àquilo que parece ser, pela sua distribuição universal entre os
povos primitivos, uma das primeiras distinções humanas, a diferença em
espécie entre o "meu próprio" grupo fechado e o estranho”.
A Ciência do Costume

 E, então, na mesma página prossegue:

 “Todas as tribos primitivas concordam em reconhecer essa


categoria dos estranhos, aqueles que não só se acham fora dos
dispositivos do código de moral que prevalece dentro dos limites
do próprio povo de alguém, mas aos quais é sumariamente
negado um lugar em qualquer parte da espécie humana”.
A Ciência do Costume

 “Um grande número de nomes de tribos comumente usados - Zuñi, Déné,


Kiowa, e outros, são nomes pelos quais os povos primitivos se conhecem a
si, e são somente os termos nativos para designar “os seres humanos", isto
é, eles mesmos. Fora do grupo fechado não existem seres humanos”.

 “E isto é a despeito do fato de que, de um ponto de vista objetivo, cada


tribo é circundada por povos que compartilham suas artes e invenções
materiais, assim como práticas elaboradas que nasceram em virtude de
um mútuo dar e tomar de comportamento de um povo para o outro. ”.
A Ciência do Costume

 “O homem primitivo nunca procurava examinar o mundo e via a


"humanidade" como um grupo e sentia a sua causa comum à sua
espécie. Desde o começo ele foi um provinciano que erguia alto
as barreiras”.
A Ciência do Costume

 “Quer se tratasse de escolher uma esposa ou de caçar uma


cabeça, a primeira e importante distinção era entre o seu próprio
grupo humano e aqueles que se achavam fora do seu território. O
seu próprio grupo e todas as suas maneiras de comportar-se eram
sui-generis”.
A Ciência do Costume

 Segunda classe de dificuldades para o desenvolvimento da


ciência do costume:

 “O costume não desafiou a atenção dos teóricos sociais porque ele era a
verdadeira essência do seu próprio modo de pensar: ele era a lente sem a
qual eles nada podiam ver”.

 Ou seja, o relativismo não voltou-se para as categorias epistêmicas do


próprio investigador.
A Ciência do Costume

 Não há nada de místico acerca dessa cegueira. Ele [cientista] não


considera o fato de existirem outras modalidades sociais em que todos os
fatores sejam, talvez, arranjados diferentemente. Isto é, ele não considera
o condicionamento cultural.

 “Vê o traço que está estudando como se tivesse manifestações


conhecidas e inevitáveis, e projeta essas manifestações como absolutas
porque elas constituem todo o material com o qual ele tem de pensar.
Identifica as atitudes locais de 1930 com a Natureza Humana, a sua
descrição com a Economia ou a Psicologia”.
A Ciência do Costume

 Crítica à premissa do relativismo cultural proposto por Ruth Benedict:

 “o de que o ato de relativizar precisa operar como estratégia


metodológica, já que, quando se transforma em premissa axiológica,
converte-se num mecanismo contraditório que anula quaisquer asserções
feita pelo pesquisador” (Dias 2017: p. 1).
A Ciência do Costume
A Ciência do Costume

 Há a mesma espécie de justificativa para o dar-de-ombros com que


muitas vezes saudamos uma discussão sobre outros sistemas econômicos.
Afinal de contas, precisamos viver dentro do arcabouço do meu e do teu
que a nossa própria cultura institucionaliza.
 Nossos filhos precisam ser educados na nossa tradição pedagógica, e o
estudo do processo de ensino em nossas escolas é de capital importância.
A Ciência do Costume

 Por que a sensibilidade à diferença cultural é importante,


considerando contexto histórico da época?

 “O estudo de diferentes culturas tem outra influência importante


sobre o pensamento e o comportamento de nossos dias. A
existência moderna tem forçado o contato íntimo de muitas
civilizações, e no momento a reação esmagadora dessa situação
é o nacionalismo e o esnobismo racial”.
A Ciência do Costume

 “Nunca houve tempo em que a civilização tivesse maior


premência de indivíduos genuinamente cônscios da cultura para
poderem ver com objetividade o comportamento socialmente
condicionado de outros povos, sem temor e recriminação”.
A Ciência do Costume

 Afinal, qual é a ciência do costume? Quais suas leis e princípios?

 “Em todo o mundo, desde o começo da história humana, pode-se


demonstrar que os povos têm podido adotar a cultura de povos de
outro sangue. Não há nada na estrutura biológica do homem que
torne mesmo isso difícil. Ao homem não é atribuída
detalhadamente pela sua constituição biológica qualquer
determinada variedade de comportamento”.
A Ciência do Costume

 “A grande diversidade de soluções sociais que o homem tem


engendrado em diferentes culturas com relação ao casamento,
por exemplo, ou ao comércio, são todas igualmente possíveis na
base de seu equipamento original. A cultura não é um complexo
transmitido biologicamente”.
A Ciência do Costume

 “O corolário na política moderna é que não há base para o


argumento do que podemos confiar as nossas realizações
espirituais e culturais a quaisquer plasmas germinativos hereditários
selecionados”.

 “Precisamos aceitar todas as implicações da nossa herança


humana, das quais uma das mais importantes é a pequena
amplitude do comportamento biologicamente transmitido, e o
enorme papel do processo cultural da transmissão da tradição”.
A Ciência do Costume

 “O que realmente liga os homens entre si é a sua cultura, − as idéias, os


padrões que eles têm em comum”.
A Ciência do Costume

 “a forma corporal, ou raça, é separável da cultura, e pode, para


os fins que temos em vista, ser posta de lado, salvo em certos
pontos em que por alguma razão especial torna-se ela relevante”.

 “O principal requisito para uma discussão da cultura é basear-se


ela numa ampla seleção de possíveis formas culturais. É somente
por meio de tais fatos que podemos possivelmente diferenciar
entre os ajustamentos humanos que são culturalmente
condicionados e aqueles que são comuns e, segundo podemos
ver, inevitáveis na humanidade”.
A Ciência do Costume

 “Não podemos descobrir por introspecção ou pela observação de


uma sociedade qualquer qual o comportamento que é "instintivo",
isto é; organicamente determinado”.

 Para classificar qualquer comportamento de instintivo, não basta


provar que ele é automático, é necessário muito mais do que isso.
A reação condicionada é tão automática quanto a
organicamente determinada, e as reações culturalmente
condicionadas formam a maior parte do nosso enorme
aparelhamento de comportamento automático.
A Ciência do Costume

 Cabe aqui um esclarecimento sobre a natural (instintivo/inato) e adquirido


(cultural).

 O que natural significa aqui?


 Inato, predisposição para uma determinada ação; predisposição esta
dada pela natureza.

 O que cultural significa aqui?


 Forma da predisposição natural adquirida pelo convívio sociocultural;
forma esta expressão da ação livre e moral humana.
A Ciência do Costume

 Por que estudar as sociedades primitivas?

 “O estudo cuidadoso das sociedades primitivas é importante hoje


em dia, mais porque, como dissemos, elas fornecem material de
casos para o estudo de formas e processos culturais universais. Elas
nos auxiliam a diferenciar entre as reações que são específicas de
tipos culturais locais e aquelas que são comuns à humanidade”.
A Ciência do Costume

 Por que estudar as sociedades primitivas?

 “Além disso, elas nos auxiliam a aferir e compreender o papel


imensamente importante do comportamento culturalmente
condicionado. A cultura, com seus processos e funções, é um
assunto sobre o qual necessitamos de todo o esclarecimento que
podemos alcançar, e não há direção em que possamos procurar
com maior proveito do que nos fatos das sociedades pré-letradas”.
A Ciência do Costume

 O estudo das sociedades primitivas não visa reconstituir as origens


dos costumes, conforme faziam os evolucionistas.

 “Algumas tribos primitivas podem ter-se mantido relativamente


mais pró- ximas às formas primordiais de comportamento do que o
homem civilizado, mas isso só pode ser relativo e as nossas
adivinhações tanto poderão ser certas como erradas. Não há
justificativa para identificar um costume primitivo contemporâneo
qualquer com o tipo original de comportamento humano”.
A Ciência do Costume

 Metodologicamente, há apenas um meio pelo qual podemos


adquirir um conhecimento aproximado desses princípios remotos.

 Por meio de um estudo da distribuição dos poucos traços que são


universais ou quase universais na sociedade humana.
 Por quê? Porque “Desde que somos forçados a acreditar que a
raça do homem é uma só espécie, segue-se que o homem em
toda parte tem uma história igualmente longa atrás de si”.
A Ciência do Costume

 “Crenças tão universais como essas [universais culturais] podemos


justificadamente considerar como invenções humanas muitíssimo antigas.
Isto não equivale a considerá-las como biologicamente determinadas,
pois elas podem ter sido invenções muito remotas da raça humana, traços
do "berço" que se tornaram fundamentais em todo pensamento humano”.

 “Em última análise, podem elas ser condicionadas socialmente como


qualquer costume local. Mas de há muito se tornaram automáticas no
comportamento humano. Elas são velhas, e são universais. Tudo isso,
porém, não faz das formas que podem ser observadas hoje as formas
originais que surgiram em épocas primordiais”.
A Ciência do Costume

 “Nem há meio algum de reconstruir essas origens pelo estudo de suas


variedades”.
 o uso dos costumes primitivos para estabelecer origens é especulativo

 O estudo dos universais, por meio do método comparativo, revela uma


mudança de abordagem: de uma abordagem diacrônica [dos
evolucionistas do século XIX] para uma abordagem sincrônica.
 Assim, “pode-se isolar o cerne universal da crença e diferenciar daí suas
formas locais”.
Referências Bibliográficas

 BENEDICT, Ruth. “A Ciência do Costume”. In: Padrões de Cultura. São


Paulo: Vozes, 2013. (https://issuu.com/yazmud/docs/padr__es_de_cultura-
ruth_benedict).
 DIAS, Laércio Fidelis. ANTROPOLOGIA E USOS DEVIDOS E INDEVIDOS DO
RELATIVISMO CULTURAL E DA TOLERÂNCIA. In: REYLER RODRÍGUEZ CHÁVEZ;
ROGÉRIO CANGUSSU DANTAS CACHICHI; R.P. DR. CÉSAR BUENDÍA
ROMERO; PROF. DR. LAFAYETTE POZZOLI; PROF. DR. ILTON GARCIA DA
COSTA; PROF. DR. FERNANDO ALVES BRITO; PROF. DR. Edgar Cruz ACUÑA.
(Org.). II CONGRESO LATINOAMERICANO POR LA PAZ MEMORIAS Grupos
de Trabajo. 01ed.Lima/Peru: Centro de Investigación Jurídica Essentia Iuris,
2017, v. 01, p. 189-198.
FIM

Obrigado!

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