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O ESTUDANTE E A LEITURA

Objetivos:

• Construir/ampliar conhecimentos acerca das


estratégias de leitura;
• Ressignificar o papel do gênero textual e da leitura
como compromisso de todas as áreas;
• Experienciar situações didáticas nas quais o gênero
aparece como suporte para a aprendizagem.
Atividade em grupo

• Consigna: listar proposições metodológicas para


orientar outros professores em relação ao tratamento
didático do texto, considerando o que fazer ANTES,
DURANTE e DEPOIS DA LEITURA.
“Chega mais perto e contempla as palavras,
cada uma tem mil faces secretas sob a face
neutra e te pergunta, sem interesse pela
resposta, pobre ou terrível que lhe deres:
trouxeste a chave?”

Carlos Drummond de Andrade


A leitura é um processo complexo e abrangente de
decodificação de signos e de compreensão e intelecção do
mundo que faz rigorosas exigências ao cérebro, à memória
e à emoção. Lida com a capacidade simbólica e com a
habilidade de interação mediada pela palavra. É um
trabalho que envolve signos, frases, sentenças,
argumentos, provas formais e informais, objetivos,
intenções, ações e motivações. Envolve especificamente
elementos da linguagem mas também os da experiência de
vida dos indivíduos.
IMPORTÂNCIA DA LEITURA
A leitura constitui-se em um dos fatores decisivos do
estudo e é imprescindível em qualquer tipo de investigação
científica. Favorece a obtenção de informações já
existentes, propiciando, assim, a ampliação de
conhecimentos, a formulação de novas ideias e o
enriquecimento do vocabulário.
Ela é a chave para a construção de todos os aprendizados.
ESTRATÉGIA

Segundo o dicionário de Antônio Houaiss:

Arte de aplicar com eficácia os recursos que se


dispõe ou de explorar as condições favoráveis de
que porventura se desfrute, visando ao alcance de
determinados objetivos.
Procedimentos Estratégicos de Leitura

* Estabelecer objetivo claro.

* Identificar e sublinhar com lápis as


palavras-chave.

* Tomar notas.

* Estudar o vocabulário.
* Destacar divisões no texto para agrupá-
las posteriormente.

* Simplificação.

* Identificação da coerência textual.

* Percepção da intertextualidade.

* Monitoramento e concentração.
O PRESIDENTE TEM RAZÃO

Luís Fernando Veríssimo

Mais uma vez os adversários pinçam,


maliciosamente, uma frase do presidente para
criticar. No caso, a sua observação de que é
chato ser rico. Pois eu entendi a intenção do
presidente. Ele estava falando para pobres e
preocupado em prepará-los para o fato de que
não vão ficar menos pobres e podem até ficar
mais, no seu governo, e que isso não é tão ruim
assim. E eu concordo com o presidente. Ser
pobre é muito mais divertido do que ser rico.
Pobre vive amontoado em favelas, quase em
estado natural, numa alegre promiscuidade
que rico só pode invejar. Muitas vezes o
pobre constrói sua própria casa, com papelão
e caixotes. Quando é que um rico terá a
mesma oportunidade de mexer assim com o
barro da vida, exercer sua criatividade e
morar num lugar que pode chamar de
realmente seu, da sua autoria, pelo menos até
ser despejado? Que filho de rico verá um dia
sua casa ser arrasada por um trator? Um
maravilhoso trator de verdade, não de
brinquedo, ali, no seu quintal!
Todas as emoções que um filho de rico só tem
em videogame o filho de pobre tem ao vivo,
olhando pela janela, só precisando cuidar para
não levar bala. Mais de um rico obrigado a
esperar dez minutos para ser atendido por
um especialista, aqui ou no exterior,
folheando uma National Geographic de 1950,
deve ter suspirado e pensado que se fosse
pobre aquilo n ão estaria acontecendo com
ele. Ele estaria numa fila de hospital público
desde madrugada, conversando animadamente
com todos à sua volta, lutando para manter
seu lugar, xingando o funcionário que vem
avisar que as senhas acabaram e que é
preciso voltar amanhã, e ainda podendo
assistir a uma visita teatral do Serra ao
hospital, o que é sempre divertido, em vez de
se chateando daquela maneira. E pior. Com
toda as suas privações, rico ainda sabe que
vai viver muito mais do que pobre, ainda mais
neste modelo, e que seu tédio não terá fim.
Éfe Agá tem razão, é um inferno.

Correio Braziliense. Brasília, 2 dez. 1998.


Para compreender adequadamente este texto,
levamos em consideração, além de outros, os
seguintes conhecimentos prévios:

• quem é Veríssimo (um escritor de humor, cronista crítico que se


opõe ao governo em questão);

• como são, em geral, os outros textos de Luís Fernando


Veríssimo (sempre de humor e ironia);
• qual é a sua posição no jornalismo de sua época (é um
dos mais conceituados e respeitados cronistas de
costumes e de política; seus textos são publicados em
espaços nobres dos principais jornais e revistas
brasileiros);

• quem é o presidente a que ele se refere (o presidente


da República no ano da publicação, 1998);

• a que fala do presidente ele se refere (a
comparação que estabeleceu entre a vida do pobre e
do rico);

• qual a situação social do Brasil em nossa época e


como é realmente a vida da nas classes menos
favorecidas.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
O ato de ler ativa uma série de ações na mente do leitor,
por meio das quais ele extrai informações. Essas ações
são denominadas estratégias de leitura e, na sua
maioria, passam despercebidas pela consciência. Elas
ocorrem simultaneamente, podendo ser mantidas,
modificadas ou desenvolvidas durante a apropriação do
conteúdo.

Ao ler um texto qualquer, a mente da pessoa seleciona o


que lhe interessa: nem tudo o que está escrito é
igualmente útil. Escolhem-se alguns aspectos, chamados
relevantes, ignoram-se outros, irrelevantes ou
desinteressantes, e faz-se uma seleção.
Hipóteses são levantadas pelo leitor,
antecipando informações com base nas pistas
que vai percebendo durante a leitura. Essa
estratégia ocorre, por exemplo, quando no início
da leitura de um conto de fadas espera-se que
apareçam personagens e lugares característicos
desse tipo de texto: madrasta ruim, princesas e
príncipes lindos e bons, fadas, bruxas, castelos,
reinos, florestas encantadas, etc.
Além disso, o leitor espera encontrar palavras
ou expressões iniciais e finais que marcam o
conto de fadas:
“era uma vez uma bruxa malvada”, etc. durante a
leitura, comprovando as antecipações, se
estavam corretas
ou não. Se aparecerem termos, palavras ou
personagens com características muito
diferentes dessas, ocorre um estranhamento do
leitor que precisará voltar e analisar o que foi
lido.
▪ Inferências são os complementos que o leitor fornece ao
texto a partir de seus conhecimentos
prévios. É tão frequente o uso dessa estratégia que é comum
o leitor não lembrar se determinado
aspecto estava implícito ou explícito no texto.

▪ Auto-regulação é a ponte que o leitor faz entre o


que supõe (seleção, antecipação, inferência) e as
respostas que vai obtendo através do texto. Trata-se de
avaliar as antecipações e as inferências, confirmando-as
ou refutando-as, com a finalidade de garantir a
compreensão.
▪ Auto-correção acontece quando as expectativas
levantadas pelas estratégias de antecipação não
são confirmadas, havendo um momento de dúvida. O
leitor, então, repensa a hipótese anteriormente
levantada, constrói outras e retoma as partes anteriores
do texto para fazer as devidas correções. É o caso do
leitor, por exemplo, que volta para corrigir a palavra que
leu erradamente.

Há uma relação recíproca entre usar estratégia de leitura


e interpretar o texto. Emprega-se uma estratégia porque
se está entendendo o texto; entende-se o texto porque se
está aplicando a estratégia.
LEITURA PROVEITOSA
Para que a leitura tenha um resultado satisfatório, algumas
considerações devem ser feitas:

▪ Atenção – aplicação cuidadosa da mente ou espírito


em determinado objetivo, para haver entendimento,
assimilação e apreensão dos conteúdos básicos
encontrados no texto.

▪ Reflexão – consideração e ponderação sobre o que


se lê, observando todos os ângulos, tentando descobrir
novos pontos de vista, novas perspectivas e relações.
Favorece a assimilação de ideias alheias, o
esclarecimento e o aperfeiçoamento das próprias, além
de ajudar a aprofundar conhecimentos.
Pode-se dizer que leitor eficiente é aquele que:

▪ formula perguntas enquanto lê e se mantém atento;


▪ seleciona índices relevantes para a compreensão;
▪ supre os elementos ausentes, complementando informações;
▪ antecipa fatos;
▪ critica o conteúdo;
▪ reformula hipóteses;
▪ estabelece relações com outros aspectos do conhecimento;
▪ transforma ou reconstrói o texto lido;
▪ atribui intenções ao escritor.
▪ Espírito Crítico – implica julgamento, comparação,
aprovação ou não, aceitação ou refutamento das colocações
e pontos de vista. Permite perceber onde está o bom ou o
verdadeiro, o fraco, o medíocre ou o falso. Ler com espírito
crítico significa ler com reflexão, não admitindo ideias sem
analisar, ponderar; nem proposições sem discutir; nem
raciocínio sem examinar. É emitir juízo de valor.

▪ Análise – divisão do tema no maior número de partes


possível, determinação das relações entre elas e
entender sua organização.

▪ Síntese – reconstituição das partes decompostas pela


análise e resumo dos aspectos essenciais, deixando de lado
o secundário e o acessório, mas dentro de uma sequência
lógica de pensamento.
ALGUMAS REGRAS BÁSICAS PARA A LEITURA:

▪ Jamais realizar uma leitura de estudo sem um propósito


definido.

▪ Reconhecer sempre que cada assunto, cada gênero literário


requer uma velocidade própria de leitura.

▪ Entender o que se lê.

▪ Avaliar o que se lê.

▪ Discutir o que se lê.

▪ Aplicar o que se lê.


DEFEITOS A SEREM EVITADOS

Além de se observarem os requisitos necessários para


que a leitura se torne proveitosa, deve-se também
procurar evitar algumas atitudes que só prejudicam o bom
aproveitamento. Entre elas estão:

▪ Dispersão do espírito – falta de concentração,


deixando a imaginação divagar de um lado para outro. A
formação intelectual consiste, em grande parte, na
disciplina da mente.

▪ Inconstância – o trabalho intelectual, sem uma


devida perseverança, não atinge o objetivo, não chega a
nada concreto.
▪ Passividade – a leitura passiva, sem trabalho da
mente, sem raciocínio, reflexão, discussão, impede o
verdadeiro progresso intelectual.

▪ Excessivo espírito crítico – preocupação


exagerada em censurar, criticar, refutar ou contradizer
prejudica o raciocínio lógico.

▪ Preguiça – em procurar esclarecimentos de coisas


desconhecidas contidas no texto. Sem a compreensão da
terminologia específica, nem sempre se pode entender o
texto.

▪ Deslealdade – distorção do pensamento do autor.


Quando há má fé ou se falsificam as ideias contidas no
texto, compromete-se o caráter científico de qualquer
obra.
TIPOS DE LEITURA

Apresentamos, a seguir, cinco tipos de leitura:

▪ SCANNING – procura de um certo tópico da obra,


utilizando o índice ou a leitura de algumas linhas ou
parágrafos, visando encontrar frases ou palavras-chave.

▪ SKIMMING – captação da tendência geral, sem entrar


em minúcias, valendo-se dos títulos, subtítulos,
ilustrações (se houver). Leitura dos parágrafos, tentando
encontrar a metodologia e a essência do trabalho.
▪ DO SIGNIFICADO – visão ampla do conteúdo,
principalmente do que interessa, deixando de lado
aspectos secundários, lendo tudo de uma vez, sem voltar
atrás.

▪ DE ESTUDO – absorção mais completa do conteúdo e de


todos os significados, devendo ler, reler, utilizar o
dicionário quando necessário e fazer resumos.

▪ CRÍTICA – estudo e formação de ponto de vista sobre


o texto, comparando as declarações do autor com
conhecimentos anteriores. Avaliação dos dados quanto à
solidez da argumentação, a fidedignidade e atualização.
Se são corretos e amplos.
CONCLUSÃO

É preciso entender que ler não é um ato mecânico de


decodificação; é muito mais que isso. É o
estabelecimento de relações dentro de contextos, de
vivências de mundo; não são frases ou palavras
soltas, lidas proficientemente, que nos levam a entender
que isso seja o ato de ler. Ler é um ato complexo
que exige sacrifício, é ir e voltar pelo texto. Ler é
descobrir e descobrir-se; não é simplesmente passar os
olhos por cima das palavras. É também criar mecanismos
para que a palavra tenha vida, significado, emoção e
prazer.
Enfim, ler é bom desde que se leve em conta o contexto de
uma escola e de uma sociedade
comprometida com a leitura, com a formação de leitores
para toda a vida e não somente leitores
escolares, leitores de momento, leitores da moda.

Deve haver empenho de todos, incluindo jovens, adultos e


crianças, para que se criem bons programas
de leitura em que sejam discutidos e refletidos o papel da
leitura, o que dela se poderia aproveitar – num
bom sentido – e o que ela poderá ajudar, transformar e
mudar.
Para que isso aconteça, serão necessárias
condições de trabalho para a formação de leitores como,
por exemplo, que as escolas disponham de boas
bibliotecas com o acervo atualizado de livros, jornais,
revistas, de um bom computador ligado à internet
para a descoberta da palavra do mundo virtual etc. Além
disso, devem-se criar, nas salas de aula, o hábito
e o gosto pela leitura, através de leituras individuais e
coletivas, e a leitura em voz alta para que se descubra
que a palavra tem melodia, encanto, vida e emoção. Palavra
esta que mostra seus segredos de contar
história a quem sabe contar, que estimula e leva à
reflexão e ao prazer.
“Se descrever o mundo tal como é”, dizia
Tolstói, “não haverá em tuas palavras senão
muitas
mentiras e nenhuma verdade”. As palavras nos
dizem que estamos destinados a voar, a saltar
abismos,
a visitar mundos inexistentes: “pontes de arco-
íris que ligam coisas eternamente separadas”.
“Pelo poder da palavra ela pode agora navegar nas nuvens,
visitar
as estrelas, entrar, no corpo de animais, fluir com a seiva
das plantas, investigar a imaginação da matéria,
mergulhar no fundo de rios e de mares, andar por
mundos que há muito deixaram de existir, assentar-se
dentro de pirâmides e de catedrais góticas, ouvir corais
gregorianos, ver os homens trabalhando e amando, ler as
canções que escreveram, aprender das loucuras do
poder,
passear pelos espaços de literatura, da arte, da filosofia,
dos números, lugares onde seu corpo nunca poderia ir
sozinho... Corpo espelho do universo! Tudo cabe dentro
dele!”

Rubem Alves
MATERIAL ORGANIZADO E ADAPTADO:
HANDHERSON DAMASCENO E JEANNE
PINHEIRO DE SOUZA
REFERÊNCIAS:
GARCEZ, Lucília Helena do Carmo. Técnica de Redação: o que é preciso
saber para bem escrever. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
KOCH, Ingedore Villaça, ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os
sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura? 7.ed. São Paulo: Brasiliense,
1982.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento. São Paulo:
Hucitec, 1993.
RIBEIRO, Gilvan P. Boletim Pedagógico de Língua Portuguesa. Juiz de
Fora: Caed, 2002.

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