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Parnasianismo

PORTUGUÊS, 2º ANO
PARNASIANISMO

O Parnasianismo é uma Escola da


Literatura Brasileira ou um Movimento Literário
essencialmente poético, contemporâneo ao
Realismo-Naturalismo. Um estilo de época que
se desenvolveu na poesia a partir de 1850, na
França, e que chegou ao Brasil a partir de 1880
aproximadamente, convivendo com movimentos
do século XX.
O vocábulo Parnaso está relacionado à
figura mitológica que dá nome a uma montanha
na Grécia, onde, segundo a lenda, moravam
musas e o deus Apolo e era frequentemente
visitada pelos poetas em busca de inspiração.
PORTUGUÊS, 2º ANO
PARNASIANISMO
Origens
 Surgiu na França em 1896, com a publicação da revista
Le Parnasse Contemporain (que também deu origem ao
nome da Escola), e nela se destacavam poetas como
Baudelaire e Théophile Gautier.
 Em Portugal, esta corrente só começou a ser sentida
na segunda metade do séc. XIX e nunca chegou a ser
assumida de verdade.
 As ideias novas chegaram ao nosso país tardiamente. O
Parnasianismo foi colidindo com o Realismo, com o
Simbolismo, tendo como aspecto comum a todos eles a
renúncia ao sentimentalismo e ao egocentrismo
românticos.
Manifestações em Portugal
 Eça de Queirós e Antero de Quental chamavam
a atenção, nesta altura, para o papel
intervencionista do escritor, com a função de
interagir na cultura e no pensamento da
população, como uma missão social que lhe é
atribuída.

 Como parnasianos genuínos, temos a


considerar João Penha (1838 - 1919) que fez
coexistir a observação do real cotidiano com o
rigor rimático e que, como diretor da revista “A
Folha”, reuniu, em Coimbra, alguns escritores,
quer parnasianos, quer realistas, que formaram
o primeiro grupo de parnasianos, tais como:
Gonçalves Crespo, Guerra Junqueiro, Antero de
Quental, Teófilo Braga, entre outros.

Imagem: CIA World Factbook / domínio público


Contextualizando na Europa
Consolida-se a Segunda Revolução
Industrial, período em que ocorre a formação de
conglomerados empresariais e a aliança entre as
indústrias e a ciência. Há um enorme processo de
urbanização e dos serviços públicos. Há, ainda,
um deslocamento da produção manual para a
mecânica que avança, aumentando o número de
operários.
Acirram-se as lutas de classes entre patrões
e trabalhadores, amplia-se a participação dos
Imagem: Eduarda7 / Creative Commons
Sindicatos e dos Partidos Políticos nas relações
Attribution-Share Alike 3.0 Unported
sociais.
Uma parcela da burguesia busca mais
conforto material e incentiva a Ciência a novas
descobertas na área da tecnologia, como o
telefone, o cinema e a eletricidade. O
encantamento faz nascer a “Bele Époque”, e a “Art
Nouveau”.
Contextualizando no Brasil
No Brasil , a segunda metade do século XIX
é marcada pela Abolição da Escravatura, em
1888, e pela Proclamação da República, em 1889.
Observa-se crescimento econômico pela
produção do café, intensificação do poder político
na região Sudeste e célere desenvolvimento da
urbanização.
Abertura ao crescimento da Aristocracia, ao
culto ao luxo e ao requinte, tornando os
cafeicultores os maiores consumidores de
produtos de arte do período, transformando-os em
objetos raros e preciosos.
Nesse formato, a Poesia Parnasiana e sua
Imagem: CIA World Factbook / domínio público
proposta preciosista se ajustam facilmente e dão
margem à reflexão sobre uma Instituição que
organize a expressão artística. Em 1897, cria-se a
Academia Brasileira de Letras, fundada pela elite
dos escritores da época.
PORTUGUÊS, 2º ANO
PARNASIANISMO
Parnasianismo

O Parnasianismo é a manifestação poética da época


do Realismo, embora ideologicamente se distancie da
prosa dos realistas e naturalistas. É a estética da “arte
pela arte”, ou da “arte sobre a arte”, que mantém seus
poetas à margem das grandes transformações do final do
século XIX e início do XX. A nova estética se manifesta a
partir do final da década de 1870, prolongando-se até a
Semana de Arte Moderna (em alguns casos chegou
mesmo a ultrapassar o ano de 1922, isso sem considerar o
Neoparnasianismo). .
A poética parnasiana, numa postura anti-romântica,
baseava-se no binômio objetividade temática / culto da
forma. A objetividade temática surge como negação ao
sentimentalismo romântico, numa tentativa de atingir a
impassibilidade e a impessoalidade. Opunha ao
subjetivismo decadente o universalismo – daí resultar uma
poesia carregada de descrições objetivas e impessoais.
Retoma-se a Antiguidade Clássica e seu racionalismo e
formas perfeitas. Surge a poesia de meditação, filosófica,
mas artificial. .
O traço mais característico da poética parnasiana é o
culto da forma: a forma fixa dos sonetos, a métrica dos
versos alexandrinos (12 sílabas poéticas) e decassílabos
perfeitos, a rima rica, rara e perfeita.
Os escritores desse período defendiam a ideia da
arte literária como ofício, procurando objetivar a
experiência íntima num plano mais universalista, para
que a técnica não sucumbisse ao sentimentalismo
excessivo dos românticos. Fiéis a esse ideário, os
parnasianos procuraram – pela última vez de maneira
tão intencional na História da Literatura – os ideais
clássicos de beleza, antropocentrismo, equilíbrio,
harmonia, materialismo, objetividade e contenção
emocional, com a finalidade de atingir o universalismo
platônico, ou seja, de que uma verdade é tanto mais
verdadeira quanto mais pessoas acreditarem nela.

(Literatura sem segredos, volume 7, Clenir Bellezi de


Oliveira, Escala Educacional, São Paulo, 2007 – 1ª
edição)
Arte pela arte
Preferência pelo soneto
clássico
Métrica regular
Metrificar ou escandir um verso
é fazer sua divisão fonológica,
ou seja, pelo som. Observe:
Texto I
Canção do Exílio (fragmento)

Mi nha te rra tem pal mei (ras)

on de can tao sa bi á
as a ves quea qui gor jei (am)

não gor jei am co mo lá

Gonçalves Dias
Para fazer a escansão de um poema, basta
utilizarmos dois procedimentos: :

1. Contar somente até a última sílaba tônica;


;
2. Unir as vogais (quando uma palavra
termina por vogal (ou é uma vogal) e a
palavra seguinte inicia-se – ou é – uma
vogal).
Medidas mais conhecidas

5 sílabas – redondilha menor medidas


7 sílabas – redondilha maior } populares
10 sílabas – decassílabo (heróico)
12 sílabas – dodecassílabo (alexandrino)
13 ou mais – bárbaro

Obs.: Versos livres são aqueles que não


possuem metrificação regular
Note que a metrificação é
utilizada ainda hoje, a fim de
garantir o ritmo de músicas
contemporâneas e populares.
Seu Jorge
Burguesinha
Texto II
Burguesinha

Vai no cabeleireiro
No esteticista
Malha o dia inteiro
Pinta de artista
Saca dinheiro
Vai de motorista
Com seu carro esporte
Vai zoar na pista
Final de semana
Na casa de praia
Só gastando grana
Na maior gandaia
Vai pra balada
Dança bate estaca
Com a sua tribo
Até de madrugada
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha...
Só no filé
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha...
Tem o que quer
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha...
Do croissant
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha...
Suquinho de maçã

Seu Jorge
Chico Buarque
Construção
Texto III
Construção

Amou daquela vez como se fosse a última


Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado

Chico Buarque
Vocabulário culto
Referência à Antiguidade
clássica e à mitologia grega
Enjambement
ou
Cavalgamento
Analogias do ato de escrever a
outras formas de arte
Metalinguagem
Inversões sintáticas
Descritivismo
Contenção emocional
Afastamento de questões
políticas, sociais, religiosas,...
Principais autores

Olavo Bilac
Alberto de Oliveira
Raimundo Correia
 Nasceu no Rio de Janeiro, em 1865.
 Bilac foi um poeta brilhante. Aliou uma
destreza técnica de perito à sutileza de espírito,
ao olhar lírico dos grandes poetas. Apesar de ter
escrito poemas absolutamente parnasianos, na
maior parte de sua produção o que se vê é o rigor
formal aliado a uma sensibilidade quase em
tudo romântica. Em muitos momentos, ele
questiona a eficiência da palavra para expressar
os estados da alma.
 Morreu em 1918.

 Olavo Bilac foi um dos mais louvados poetas de seu tempo, e ainda hoje tem
prestígio. Foi um artífice da palavra, sabendo conjugar o rigor formal
parnasiano com grande expressividade, obtendo efeitos imagéticos e ritmos
interessantes, depositando no último terceto de seus sonetos a síntese de
suas ideias, a chamada “chave de ouro”.
Seus temas mais frequentes são:
Amor sensual: vazado em um erotismo que oscila entre o
explícito e o requintando; essa sensualidade não vulgariza o amor,
que sempre aparece como sentimento nobre e transcendente.
O nacionalismo: em que o autor revela seu conservadorismo;
episódios da história do Brasil e suas personagens são frequentes
nessas poesias.
A mitologia greco-latina: assiduamente abordada pelo poeta.
A metalinguagem: eleição da própria poesia como tema poético,
está entre as preferências de Bilac.
O índio: aparece em sua obra como um eco romântico tardio.
Um certo decadentismo da vida e das coisas é também uma
das tônicas de sua poesia.
 Nasceu em Palmital de Saquarema, Rio de Janeiro, em 1857.
 Em seu primeiro livro, Canções Românticas, a influência do
Romantismo é nítida, mas, apesar disso, nota-se que ele prioriza o
rigor formal e já apresenta certa contenção emocional; a partir de
Meridionais, abraça o ideário parnasiano ao qual se manteria fiel, e
há algumas notas simbolistas em suas obras finais. Isso não
impediu que ele fosse tido pela crítica como o mais radical dos
nossos parnasianos.
 Morreu em Niterói, em 1937.
 Nasceu no Maranhão (baía de Mongúcia), em 1860.
 Seu livro de estreia, Primeiros Sonhos, traz poemas sentimentais, ainda
sob influência romântica. A partir do segundo, Sinfonias, Raimundo Correia
rendeu-se aos ideais da estética parnasiana, tornando-se um de seus
melhores representantes em língua portuguesa, não apenas pelo apurado
requinte formal, mas também pela profundidade com que desenvolveu seus
temas.
 Soube driblar a impessoalidade proposta pelo
Parnasianismo e atingir o universalismo,
desenvolvendo temas sociais e, sobretudo,
filosóficos: a busca de uma verdade essencial e
imorredoura, os conflitos da condição humana,
etc. Seus poemas têm uma suavidade e uma
melancolia acalentadas pela influência de
Schopenhauer, pensador alemão que acreditava que
a arte é a sublimação da dor, e o sofrimento é
inerente à condição humana.
 Morreu em Paris, em 1911, de problemas renais.
Texto IV
Profissão de fé (fragmento)

Invejo o ourives quando escrevo:


Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.

Torce, aprimora, alteia, lima


A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.

Quero que a estrofe cristalina,


Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito:
E horas sem conto passo, mudo,
O olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo
O pensamento.

Porque o escrever - tanta perícia,


Tanta requer,
Que ofício tal... nem há notícia
De outro qualquer.

Assim procedo. Minha pena


Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!

Olavo Bilac
Texto V
A um poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que a forma se disfarce o emprego


Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício.

Porque a Beleza, gêmea da Verdade,


Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

Olavo Bilac
Texto VI
Via Láctea - Soneto XIII

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo


Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto


A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!


Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".

Olavo Bilac
Texto VII
Oficina irritada
Eu quero compor um soneto duro
como poeta algum ousara escrever.
Eu quero pintar um soneto escuro,
seco, abafado, difícil de ler.

Quero que meu soneto, no futuro,


não desperte em ninguém nenhum prazer.
E que, no seu maligno ar imaturo,
ao mesmo tempo saiba ser, não ser.
Esse meu verso antipático e impuro
há de pungir, há de fazer sofrer,
tendão de Vênus sob o pedicuro.

Ninguém o lembrará: tiro no muro,


cão mijando no caos, enquanto Arcturo,
claro enigma, se deixa surpreender.

Carlos Drummond de Andrade


Texto VIII
Soneto
Penicilina puma de casapopéias
Que vais peniça cataramascuma
Se partes carmo tu que esperepéias
Já crima volta pinda cataruma.

Estando instinto catalomascoso


Sem ter mavorte fide lastimina
És todavia piso de horroroso
E eu reclamo – Pina! Pina! Pina!
Casa por fim, morre peridimaco
Martume ezola, ezole martumar
Que tua para enfim é mesmo um taco.

E se rabela capa de casar


Estrumenente siba postguerra
Enfim irá, enfim irá pra serra.

Millôr Fernandes
Momento Musical
Rosa -
Pixinguinha
Texto VIII
Tu és
Rosa
Tu és
Divina e graciosa A forma ideal
Estatua majestosa Estatua magistral
Do amor Oh! Alma perenal
Por Deus esculturada Do meu primeiro amor
Sublime amor
E formada com o ardor
Tu és
Da alma da mais linda flor De Deus a soberana flor
De mais ativo olor Tu és
Que na vida De Deus a criação
É preferida pelo beija-flor Que em todo coração
Se Deus Sepultas o amor
Me fora tão clemente O riso, a fé e a dor
Aqui neste ambiente Em sândalos olentes
Cheios de sabor
De luz
Em vozes tão dolentes
Formada numa tela Como um sonho em flor
Deslumbrante e bela És
O teu coração Láctea estrela
Junto ao meu, lanceado, pregado És mãe da realeza
E crucificado És tudo enfim que tem de belo
Sobre a rósea cruz E todo resplendor
Do arfante peito teu Da santa natureza
Perdão
Se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh! Flor
Meu peito não resiste
Oh! Meu Deus quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar
Em esperar
Em conduzir-te um dia ao
Pé do altar
Jurar
Aos pés do onipotente
Em preces comoventes
De dor
E receber a unção
De tua gratidão
Depois, de remir, meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de te envolver
Até meu padecer
De todo o fenecer

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