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INSTITUTO SUPERIOR BISSAYA BARRETO

DEPENDÊNCIA NO IDOSO:
FACTORES DETERMINANTES

Renato Miguel Barra Assunção


Dissertação de Mestrado em Gerontologia Social
Orientada pela Prof. Doutora Maria Helena Gomes dos Reis

COIMBRA, 15 DE JULHO 2010


DEPENDÊNCIA NO IDOSO: FACTORES DETERMINANTES

SUMÁRIO

 DEPENDÊNCIA NO QUADRO DO ENVELHECIMENTO

 FACTORES DE DEPENDÊNCIA NO IDOSO

 METODOLOGIA

 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

 CONSIDERAÇÕES FINAIS
DEPENDÊNCIA NO IDOSO: FACTORES DETERMINANTES

DEPENDÊNCIA

“um estado em que se encontram as pessoas que


por razões ligadas á perda de autonomia física,
psíquica ou intelectual, têm necessidade de
assistência e/ou ajudas importantes afim de realizar
os actos correntes da vida diária – actividades de
vida diária -”

(CONSELHO DA EUROPA, 1998)


DEPENDÊNCIA NO IDOSO: FACTORES DETERMINANTES

As actividades de vida diária (AVD), subdividem-se em:

 Actividades básicas da vida diária (exº: higiene pessoal)


 Actividades instrumentais da vida diária (exº: tarefas
domésticas)
 Actividades avançadas da vida diária (exº: actividades de lazer)

(FIGUEIREDO, 2007)
DEPENDÊNCIA NO IDOSO: FACTORES DETERMINANTES

Para se poder falar de dependência a sua definição


encerra sempre a existência de três factores:

 A existência de uma limitação física, psíquica ou intelectual que


compromete determinadas capacidades;
 A incapacidade para realizar por si as actividades de vida diária;
 A necessidade de assistência ou cuidados por parte de terceiros.

(FIGUEIREDO, 2007)
DEPENDÊNCIA NO IDOSO: FACTORES DETERMINANTES

A dependência tem tido um crescimento


exponencial nas pessoas idosas, muito devido ao
aumento da esperança de vida, sendo que no
inicio da década de 90`os objectivos das politicas
sociais da velhice eram dirigidas ao apoio às
pessoas idosas com perda de autonomia.

(QUARESMA, 2004)
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Actualmente um dos maiores desafios para os


governos, organizações internacionais e sociedade
civil, consiste em implementar politica e programas
de “envelhecimento activo” que melhorem a saúde,
a participação e a segurança dos cidadãos mais
velhos.

(OMS, 2005)
DEPENDÊNCIA NO IDOSO: FACTORES DETERMINANTES

O grau de dependência pode ser classificado em dois


níveis (Figueiredo, 2007):

O idoso com dependência ligeira necessita de supervisão ou


vigilância, já que possui alguma mobilidade e consegue realizar as
principais actividades de vida diária, necessitando apenas de apoio
de terceiros no desempenho de algumas actividades especificas ao
nível da autonomia pessoal.
O idoso com dependência grave necessita de ajuda permanente no
seu quotidiano, não tendo capacidade para executar um
determinado conjunto de actividades elementares, devido a graves
restrições da mobilidade.
DEPENDÊNCIA NO IDOSO: FACTORES DETERMINANTES

FACTORES DE DEPENDÊNCIA
O conceito de dependência encerra em si mesmo três
noções fundamentais (Lezaun & Salanova, 2001):
1. A multidimensionalidade que evoca que a dependência
engloba múltiplos domínios: físico; mental; e social.
2. A multicausalidade que revela a implicação de vários factores
que influenciam o surgimento, progressão e manutenção da
dependência, nomeadamente factores biológicos, psicológicos
e contextuais.
3. A multifuncionalidade, tendo em conta que a dependência não
assume apenas uma única função, nem tem o carácter de
irreversibilidade.
DEPENDÊNCIA NO IDOSO: FACTORES DETERMINANTES

Com base em vários estudos, a dependência, sendo uma


combinação de factores biológicos, cognitivos e sociais,
resulta da idade, do estatuto socioeconómico, da
capacidade subjectiva e dos estilos de vida dos
indivíduos, ou seja, os idosos mais autónomos são os
que têm maior capacidade física e mental, com melhor
adaptação do meio, parecendo comprovar-se
empiricamente a concorrência de factores
biopsicossociais para envelhecer de forma
independente.

(PAÚL, 2005)
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Assim, o envelhecimento é condicionado pela


capacidade adaptativa que depende de factores
individuais e externos, sendo que a dependência é
reveladora de défice de adaptação ao
envelhecimento.

(QUARESMA, 2004)
DEPENDÊNCIA NO IDOSO: FACTORES DETERMINANTES

Assim, a par desta noção de multicausalidade inserido


no conceito de dependência e a diversidade destas
causas, surge como uma das inquietações da
Gerontologia determinar quais os factores que
influenciam o grau de dependência dos idosos.
DEPENDÊNCIA NO IDOSO: FACTORES DETERMINANTES

METODOLOGIA
Problema de investigação:
• Quais os factores que influenciam o grau de dependência nos
idosos?

Objectivos:
• Analisar como o grau de dependência é influenciado por
factores de ordem biológica
• Analisar como o grau de dependência é influenciado por
factores de ordem psicológica
• Analisar como o grau de dependência é influenciado por
factores de ordem social
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Hipóteses:
 A Idade influencia o grau de dependência do idoso;
 O género influencia o grau de dependência do idoso;
 O estado civil influencia o grau de dependência do idoso;
 As habilitações literárias influenciam o grau de dependência do
idoso;
 O estatuto socioeconómico influencia o grau de dependência do
idoso;
 O rendimento per capita influencia o grau de dependência do idoso;
 As doenças crónicas influenciam o grau de dependência do idoso;
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 Os internamentos hospitalares influenciam o grau de dependência


do idoso;
 A resposta social formal influencia o grau de dependência do idoso;
 Os serviços de apoio formal influenciam o grau de dependência do
idoso;
 A saúde percebida influencia o grau de dependência do idoso;
 O estado nutricional influencia o grau de dependência do idoso;
 O estado de ânimo influencia o grau de dependência do idoso.
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Tipo de estudo:
• Descritivo

Paradigma de investigação:
• Quantitativo/Positivista

Procedimento:
• Coorte Tranversal

Campo de pesquisa:
• Rede Social do Distrito de Coimbra
Universo de estudo:
• Idosos da Rede Social do Distrito de Coimbra
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Amostragem:
• Não probabilística por quotas (SAD, CD, LRI, ULDM)

Amostra:
• 96 idosos (24 por quota)
• entre 5 de Novembro de 2009 e 29 Janeiro de 2010 (13
instituições)

Requisitos de Selecção:
• sem défice cognitivo (após aplicação do MMS)
• idade igual ou superior a 65 anos
• desse autorização para participar no estudo
(consentimento informado)
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Instrumentos de recolha de dados:


• Questionário Sócio-demográfico, Clínico e do Suporte
Social → caracterização sociodemográfica, clínica e social
• Escala de Barthel (versão 1989) → avaliação grau de
dependência (autonomia pessoal e mobilidade)
• Escala de Ânimo → avaliação da satisfação de vida
(solidão, agitação e atitudes face ao próprio envelhecimento)
• Questionário de Auto-avaliação da Saúde e do Bem-estar
Físico → avaliação do índice de saúde percebida (saúde
fisica, actividade fisica e mental, condição fisica, sono,
audição, visão, consumo de tabaco, consumo de álcool)
• Escala de Avaliação Nutricional Mínima → avaliação do
estado nutricional (avaliação antropométrica, avaliação
global, avaliação dietética e avaliação subjectiva)
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Tratamento e análise dos dados:


• Análise estatística descritiva → distribuição, medidas de
tendência central, medidas de dispersão e frequências
• Análise estatística inferencial → testes não paramétricos
(teste de Mann-Whitney, correlação de Spearman, teste de
Kruskall-Wallis), utilizando-se 0,05 como nível de
significância crítico (para um intervalo de confiança de
95%)
(SPSS 16.0)
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ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Verificou-se pela análise descritiva das variáveis
que caracterizam a amostra, que:
Grau de Dependência

20,8%
31,2%
Independência
Dependência Ligeira
Dependência Grave

47,9%
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Idade

Quarta Idade 66,7%

Terceira Idade 33,3%

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0%


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Género

31,2%

Feminino
Masculino

68,8%
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Doenças Crónicas

70,0% 64,6%
60,0% 55,2%

50,0% 43,8% cardiovasculares


musculoesqueleticas
40,0%
31,2% 29,2% neurologicas
30,0%
oftalmologicas
20,0% metabolicas
10,0%
0,0%
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Estado Civil

20%

Casado
Não Casado

80%
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Habilitações Literárias

55,2%
60,0% 44,8%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Analfabeto Alfabetizado
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Estatuto Socioeconómico

56,2%
Médio/Alto Estatuto
43,8% Baixo Estatuto

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0%


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Rendimento per capita

33%

Inferior SMN
Superior ou Igual SMN

67%
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Resposta Social Formal

25% 25%

SAD
CD
LRI
ULDM

25% 25%
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Serviços Apoio Formal

120,0%
100,0%
100,0%
Ajudantes Familiares
77,1%
80,0% Enfermeiro
59,4% Fisioterapeuta
60,0%
Nutricionista
40,0% 30,2% Psicologo
22,9% 22,9%
Médico
20,0%

0,0%
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Internamentos Hospitalares

46,9% até um
53,1% mais de um
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Da análise inferencial resultou como significativas


as seguintes conclusões:
• As doenças neurológicas (p=0,000) e o estado nutricional
(p=0,000) influenciam o grau de dependência dos idosos;
• As atitudes face ao envelhecimento (p=0,006), a auto-
avaliação da saúde física (p=0,001), condição física
(p=0,000) e o consumo de álcool (p=0,000) influenciam o
grau de dependência dos idosos;
• O estado civil (p=0,011), os internamentos hospitalares
(p=0,006), a resposta social formal (p=0,000) e os serviços
de Enfermagem (p=0,001), Fisioterapia (p=0,000), Nutrição
(p=0,000) e Psicologia (p=0,000) influenciam o grau de
dependência dos idosos.
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Com base nestes resultados e confrontando-os com


o quadro teórico de referência, pode-se salientar
que:
1. A única doença crónica que se relaciona positivamente com
a dependência é a neurológica, sendo que todas as outras
não demonstram ser factor significativo, o que traduz o que
os estudos anteriores referem, em que as doenças crónicas
associadas à dependência abrangem apenas cerca de 7%
da população idosa, contrariando a ideia prevalente de que
a doença e dependência são sinónimos.
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2. O estado nutricional e o grau de dependência apresentam


uma correlação forte e positiva, o que significa que a
desnutrição diminui a capacidade funcional do idoso, e
vem de encontro a estudos efectuados, que demonstraram
a implicação directa da desnutrição na diminuição da
capacidade funcional do idoso.
3. As atitudes face ao envelhecimento parece influenciar
significativamente o grau de dependência dos idosos, em
que quanto mais positivas são estas atitudes maior é a
capacidade funcional no desempenho das actividades
básicas de vida diária, sendo que este facto vai de
encontro ao que vários investigadores referem na relação
entre as crenças de controlo e a incapacidade.
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4. A auto-avaliação da saúde/condição física apresenta uma


relação significativa com o grau de dependência, podendo-se
predizer que a uma pior saúde percebida associa-se uma
maior dependência, por conseguinte, os resultados obtidos e
a literatura de referência confirmam que a saúde percebida
constitui um importante critério do qual é possível predizer um
envelhecimento activo. Curiosamente, verificou-se também
que o consumo regular de bebidas alcoólicas demonstra ser
um factor protector quanto à dependência dos idosos,
justificado pelo o que vários estudos vêm a referir, em que o
consumo moderado de álcool está associado à baixa
incidência de doenças cérebrovasculares, nalgumas
populações, condição esta associada à dependência, como
comprovado também neste estudo.
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5. Existência de relação entre o estado civil e o grau de


dependência, sendo que os idosos casados são mais
independentes do que os idosos não casados, o que vai de
encontro ao modelo explicativo de dependência como forma
de evitar a solidão e nesta medida o casamento servir de
protecção contra a solidão, evitando assim a dependência.
6. Comprovou-se claramente a relação estreita entre o
número de internamentos e o grau de dependência, em que
ao maior número de internamentos corresponde uma maior
dependência, o que se deve sem dúvida ao facto da
hospitalização na idade avançada ser considerada de
grande risco e ter repercussões negativas na capacidade
funcional do idoso.
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7. A resposta social formal e os serviços por estas prestados


influenciam o grau de dependência dos idosos, verificando-se
que de ordem crescente o grau de dependência vai aumentando
de forma significativa nos estratos desta população (CD, SAD,
LRI e ULDM, por esta ordem). Os dados confirmam o que tem
caracterizado cada uma destas categorias de resposta social e
os serviços nelas existentes.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo realizado permitiu desenvolver um modelo
explicativo da dependência dos idosos, identificando
um conjunto de factores determinantes, de ordem
biopsicossocial, o que vem comprovar
empiricamente a concorrência destes factores para
envelhecer de forma independente, como descrito na
literatura.
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Limitações deste estudo:


• recusa na participação;
• dificuldades de compreensão e expressão;
• ausência da instituição ou domicilio;
• intensidade das questões.
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Implicações para a prática:


• Prevenir o aparecimento de doenças neurológicas, através
de um estilo de vida saudável, exercício físico regular e boa
nutrição, para assim diminuir os factores de risco associados a
estas doenças, já que demonstraram ter um impacto
significativo na qualidade de vida da pessoa idosa;
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 Optimizar o estado nutricional dos idosos, pelo que a sua


alimentação deverá fornecer quantidades correctas de
proteínas de origem animal, de gorduras (privilegiando as de
origem vegetal, nomeadamente o azeite), hidratos de carbono
(havendo o cuidado de fornecer alimentos ricos em fibras
alimentares que promovam o trânsito intestinal) e de
micronutrientes;
 Promover o controlo e a auto-determinação, escutando e dando
poder de decisão ao idoso, sem sobreproteger e negligenciar a
manutenção das suas capacidades, transmitindo uma imagem
positiva do envelhecimento;
DEPENDÊNCIA NO IDOSO: FACTORES DETERMINANTES

 Resistir ao modelo biomédico, centrando o foco de atenção na


pessoa que tem uma determinada patologia, em vez da
patologia que a pessoa tem, integrando o conceito de saúde da
OMS (como bem-estar físico, psicológico e social), valorizando
por isso a capacidade funcional do idoso, sem deixar com
certeza de tratar as doenças concomitantes;
 Incentivar e promover actividades de convívio social
(desportivas ou não) e desmistificar os estereótipos criados em
relação ao desenvolvimento de novas relações amorosas, que
leva muitas vezes o idoso a agir de acordo com as expectativas
sociais;
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 Promover a autonomia pessoal e a mobilidade da pessoa idosa,


no caso de internamento hospitalar, evitando a imobilidade e a
substituição do auto cuidado, assumindo uma atitude promotora
da recuperação ou manutenção das suas capacidades, uma
vez que a limitação desenvolvida no hospital tem tendência a
manter-se;
 Adequar os serviços de apoio formal nas respostas sociais
existentes, às necessidades dos idosos, constituindo equipas
multidisciplinares e integradas das quais façam parte
profissionais de saúde com formação adequada em Geriatria.
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Oportunidades para futuras investigações:


1. Outros contextos sociais…
2. A investigação de novos factores…
3. Uma amostra maior…
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OBRIGADO PELA ATENÇÃO DISPENDIDA!

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