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No interior da Rússia pós- revolucionária, nos anos 20, um

professor de ginásio que amava as artes se fazia uma pergunta


fundamental: como o homem cria cultura? Dono de uma
inteligência brilhante, ele buscou a resposta na Psicologia e
acabou por elaborar uma teoria do desenvolvimento
intelectual, sustentando que todo conhecimento é construído
socialmente, no âmbito das relações humanas. O nome do
professor era Lev Vygotsky e sua obra é hoje a fonte de
inspiração do sócioconstrutivismo,
Lev Semyonovitch Vigotsky nasceu na BIELO-RÚSSIA em 5
de novembro de 1896. Graduou-se em Direito pela
Universidade de Moscou, dedicando-se, posteriormente, à
pesquisa literária. Entre 1917 e 1923 atuou como professor e
pesquisador no campo de Artes, Literatura e Psicologia.
No período de 1925 a 1934, desenvolveu, com outros
cientistas, estudos nas áreas de Psicologia e anormalidades
físicas e mentais.

Ao concluir outra formação, em Medicina, foi convidado para


dirigir o Departamento de Psicologia do Instituto Soviética
de Medicina Experimental. Faleceu em 11 de junho de 1934. A
divulgação e circulação de suas obras foi proibida durante
muito tempo na União Soviética, porque embora fosse um
militante do Partido Comunista, ele ressaltou o aspecto
individual da formação da consciência, e portanto, a
concepção de que uma coletividade constitui-se através de
pessoas com singularidades próprias.
Apenas em meados dos anos 60 seus livros chegaram ao
Ocidente. Só então o psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980),
lamentando que os dois não tivessem se conhecido, leu e
comentou os elogios e as críticas que Vygotsky lhe fizera em
1932. Suas idéias chegaram ao Brasil no fim dos anos 70,
trazidas por estudiosos que as conheceram no exterior. Mas
sua obra só começou a ser divulgada, de fato, nos anos 80, ao
mesmo tempo em que a linha educacional construtivista se
expandia, impulsionada pela psicóloga argentina Emilia
Ferreiro, discípula de Piaget.
Embora não tenha elaborado uma pedagogia, Vygotsky
deixou idéias sugestivas para a educação. Atento à "natureza
social" do ser humano, que desde o berço vive rodeado por
seus pares em um ambiente impregnado pela cultura,
defendeu que o próprio desenvolvimento da inteligência é
produto dessa convivência. Para ele,
"na ausência do outro, o homem não se constrói homem".
Para Vygotsky, a vivência em sociedade é essencial para a
transformação do homem de ser biológico em ser humano. .
Segundo o psicólogo, a criança nasce dotada apenas de
FUNÇÕES PSICOLÓGICAS ELEMENTARES,
como os ref lexos e a atenção involuntária, presentes em todos
os animais mais desenvolvidos. Com o aprendizado cultural,
no entanto, parte dessas funções básicas transforma-se em
FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES,

como a consciência, o planejamento e a deliberação,


características exclusivas do homem. Essa evolução acontece
pela elaboração das informações recebidas do meio.
As informações nunca são absorvidas diretamente do meio.
São sempre intermediadas, explícita ou implicitamente, pelas
pessoas que rodeiam a criança, carregando significados
sociais e históricos
Isso não significa que o indivíduo seja como um espelho. É
isso que caracterizará a individualidade. Enquanto no
referencial construtivista o conhecimento se dá a partir da
ação do sujeito sobre a realidade (sendo o sujeito considerado
ativo), para Vigotsky, esse mesmo sujeito não é apenas ativo,
mas interativo, porque constitui conhecimentos e se constitui
a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com
outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando
conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a
constituição de conhecimentos e da própria consciência.
Trata-se de um processo que caminha do plano social -
relações interpessoais - para o plano individual interno -
relações intra-pessoais. Desta forma, o sujeito do
conhecimento, para Vigotsky, não é apenas passivo,
regulando por forças externas que o vão moldando; não é
somente ativo, regulado por forças internas; ele é interativo.
"O aprendizado adequadamente organizado resulta em
desenvolvimento mental e põe em movimento vários
processos de desenvolvimento que , de outra forma,
seriam impossíveis de acontecer." (Vigotsky, 1987:101)

Muito embora a aprendizagem que ocorre antes da chegada


da criança à escola seja importante para o seu
desenvolvimento, Vigotsky atribui um valor significativo à
aprendizagem escolar que, no seu dizer, "produz algo
fundamentalmente novo no desenvolvimento da
criança". (1987:95)
Para entender a relação entre desenvolvimento e
aprendizagem, em Vigotsky, torna-se necessária a
compreensão do conceito de
zona de desenvolvimento proximal.

Muitos professores, ao aplicarem suas provas, exigem que os


alunos as realizem sozinhos, sem discutirem as questões com
ele, professor, ou com colegas.

Este tipo de avaliação leva em conta apenas o produto, ou


seja, o que os alunos conseguem responder e não como
conseguiram chegar às respostas. Perde-se, assim, a
oportunidade de observar que muitas questões não
respondidas, ou que apresentam respostas "erradas", se
realizadas com a mediação do professor, ou a de colegas mais
experientes, teriam tido respostas positivas.
Daí porque Vigotsky aponta a existência de um outro nível de
desenvolvimento - o proximal ou potencial - que, tanto
quanto o nível real, deve ser considerado na prática
pedagógica. Portanto, o nível de desenvolvimento mental de
um aluno, não pode ser determinado apenas pelo que
consegue produzir de forma independente; é necessário
conhecer o que consegue realizar, muito embora ainda
necessite do auxílio de outras pessoas para fazê-lo.

O conhecimento do processo que a criança realiza


mentalmente é fundamental. O desempenho correto nem
sempre significa uma operação mental bem realizada. O
acerto pode significar, apenas, uma resposta mecânica. Daí a
importância do professor conhecer o processo que a criança
utiliza para chegar às respostas. Do mesmo modo,
conhecendo esse processo, e intervindo, provocando,
estimulando ou apoiando quando a criança demonstra
dificuldade num determinado ponto, torna-se possível
trabalhar funções que ainda não estão de todo consolidadas.
. Quando não consideramos estas funções que se encontram
em processo de consolidação, deixamos de atuar na zona de
desenvolvimento proximal, que é a distância entre o nível de
desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial.
Através de experiências de aprendizagem compartilhadas,
atua-se nesta zona de desenvolvimento proximal, de modo
que funções ainda não consolidadas venham a amadurecer.
o papel do professor muda radicalmente, a partir dessa
concepção. Ele não é mais aquele professor que se coloca
como centro do processo, que "ensina" para que os alunos
passivamente aprendam; Ele é o agente mediador deste
processo, propondo desafios aos seus alunos e ajudando-os a
resolvê-los, realizando com eles ou proporcionando
atividades em grupo, em que aqueles que estiverem mais
adiantados poderão cooperar com os demais. Com suas
intervenções estará contribuindo para o fortalecimento de
funções ainda não consolidadas, ou para a abertura de zonas
de desenvolvimento proximal.
nesta perspectiva rompe-se com a falsa verdade de que o
aluno deve, sozinho, descobrir suas respostas; de que a
aprendizagem é resultante de uma atividade individual,
basicamente interpessoal. Aquilo que o aluno realiza hoje
com a ajuda dos demais, estará realizando sozinho amanhã.
O diálogo deve permear constantemente o trabalho escolar;
para Vigotsky a linguagem é a ferramenta psicológica mais
importante;

desta maneira é possível verificar não apenas o que o aluno é


num dado momento, mas o que pode vir a ser;
rompe-se com o conceito de que as turmas devem ser
organizadas buscando-se uma homogeneidade.
Sua teoria explica a evolução intelectual como um processo
constante que pode ser impulsionado com a ajuda externa.
Nessa perspectiva, a educação não fica à espera do
desenvolvimento intelectual da criança, ao contrário, sua
função é levar o aluno adiante, pois quanto mais ele aprende,
mais se desenvolve mentalmente. Segundo Vygotsky, essa
demanda por desenvolvimento é característica das crianças.
Se elas próprias fazem da brincadeira um exercício de ser o
que ainda não são, a escola que se limita ao que elas já sabem
é inútil.
Priorizando as interações entre os próprios alunos e deles
com o professor, o objetivo da escola, então, é fazer com que
os CONCEITOS ESPONTÂNEOS, que as crianças
desenvolvem na convivência social, evoluam para o nível dos
CONCEITOS CIENTÍFICOS. "Nesse sentido, o educador
assume o papel de mediador privilegiado na formação do
conhecimento”.
Geralmente, as crianças formulam os conceitos cotidianos,
mas não conseguem defini-los por meio de palavras, a não ser
numa fase mais adiantada de sua vida. Vejamos: uma criança
pode utilizar o conceito de "carro", por exemplo, em sua
vivência diária. Mas se lhe perguntarmos "O que é um carro?"
não chegará à definição do mesmo, respondendo, na maioria
das vezes, a partir de seu caráter funcional: "Serve para
passear", ou a partir de dados relacionados às suas
experiências: "O meu pai tem um carro".

Com os conceitos científicos o processo de formação ocorre


de forma inversa. Ao iniciar o seu aprendizado na escola,
auxiliada pelas explicações e colaborações de seus
professores, o aluno chega à definição dos conceitos
científicos, mas a apropriação destes conceitos só ocorre a
partir das atividades escolares
As investigações de Vigotsky não se voltaram apenas para o
desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos ditos
"normais". Atribuindo grande importância à Educação
Especial, coordenou e desenvolveu pesquisas neste campo,
tendo atuado com crianças e adolescentes portadores de
deficiência (física, visual, mental, auditiva e múltipla), no
Instituto Experimental de Defectologia (termo utilizado na
Rússia, no início do século, para se referir ao trabalho
desenvolvido com pessoas portadoras de deficiências).

"A educação para estas crianças deveria se basear na


organização especial de suas funções e em suas
características mais positivas, ao invés de se basear em seus
aspectos mais deficitários." (1987:28)
. Uma prática pedagógica que tome como ponto de partida a
deficiência em si apresentada como pressuposto, a
dificuldade, através da modelagem de comportamentos, ou
do desenvolvimento de atividades de caráter funcional,
apenas, determina o que a pessoa portadora de deficiência
não pode alcançar.

Se, ao contrário, não "reduzimos", de antemão, as


possibilidades do nosso aluno portador de deficiência e, num
processo de interação constante, procuramos com ele as "vias
de acesso" à constituição de conhecimentos e valores,
estaremos possibilitando que aprenda e se desenvolva, apesar
da deficiência, sem previamente determinarmos até onde terá
condições de caminhar.
Em seus trabalhos, Vigotsky aponta para a importância da
linguagem como instrumento de pensamento, afirmando que
a função planejadora da fala, introduz mudanças qualitativas
na forma de cognição da criança, reestruturando diversas
funções psicológicas, como a memória, a atenção voluntária,
a formação de conceitos, etc.

Para Vigotsky, a linguagem age decisivamente na estrutura do


pensamento, e é ferramenta básica para a construção de
conhecimentos. A linguagem, em seu sentido amplo, é
considerada por este autor como um instrumento, pois ela
atuaria para modificar o desenvolvimento e a estrutura das
funções psicológicas superiores, tanto quanto os
instrumentos criados pelos homens modificam as formas
humanas de vida.
.
Vigotsky afirma que, num primeiro momento, o
conhecimento se constrói de forma inter-subjetiva (entre
pessoas) e num segundo momento, de forma intra-subjetiva
(no interior do sujeito). Passo a passo as crianças vão
construindo significados, conhecimentos, valores, num
diálogo consigo próprias, com o outro e com o mundo,
levantando mentalmente as várias posições (opiniões,
concepções, perspectivas) sobre determinado assunto.
Com o apoio de Vigotsky discute-se hoje, a constituição do
pensamento e a construção do conhecimento, incorporando-
se o papel do outro, discute-se como o que ele vê, ouve...
assume significados. Que operação mental entra neste jogo?
Como se compreende palavras ditas e também aquilo que não
depende de palavras, depende de gestos, expressões, imagens,
silêncios?Para este autor, a transição entre pensamento e
palavra, passa pelo significado, tanto que este autor nos dirá
que "Um pensamento é como uma nuvem descarregando uma
chuva de palavras"... (Vigotsky 1987:129)
. A ênfase na importância da linguagem não equivale, no
entanto, à valorização da transmissão de conteúdos de forma
verbalista, numa volta ao ensino tradicional, linear onde "o
mestre ensina e os alunos aprendem" ... Nosso Paulo Freire
em sua grande obra já mostrou a falácia, o engano desta
visão.

Para Vigotsky, a linguagem é o sistema simbólico básico de


todos os grupos humanos, sendo a principal mediadora entre
o sujeito e o objeto do conhecimento. Em cada situação de
interação, o sujeito está em um momento de sua trajetória
particular, trazendo consigo determinadas possibilidades de
interpretação do material que obtém do mundo externo.
Vigotsky L.:
· A formação social da mente. SP, Martins Fontes, 1987.
· Pensamento e linguagem. SP, Martins Fontes, 1988.
· Psicologia e Pedagogia. Lisboa, Estampa, 1977.
· Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. SP,
Ícone, 1988.

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