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A literatura do Século XX
Antecedente
O Modernismo teve início com a Semana
de Arte Moderna, realizada no Teatro
Municipal de São Paulo nos dias 13 a 18
de fevereiro de 1922.
A Semana de Arte Moderna
Vício na fala
“ [...]
Tupi, or not tupi that is the question. […]
Nunca fomos catequizados. Fizemos foi Carnaval. O índio vestido de senador do
Império. Fingindo de Pitt. Ou figurando nas óperas de Alencar cheio de bons
sentimentos portugueses. [...]
Contra Anchieta cantando as onze mil virgens do céu, na terra de Iracema, – o
patriarca João Ramalho fundador de São Paulo.
A nossa independência ainda não foi proclamada. Frase típica de D. João VI: – Meu
filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça!
Expulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bragantino, as ordenações e
o rapé de Maria da Fonte.
Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud – a realidade
sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do
matriarcado de Pindorama.”
OSWALD DE ANDRADE
Em Piratininga
Ano 374 da Deglutição do Bispo Sardinha
(Revista de Antropofagia, Ano 1, No. 1, maio de 1928.)
VERDE-AMARELISMO
• Surge em 1926, como uma resposta ao
nacionalismo do Pau-Brasil formado por
Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Guilherme
de Almeida e Cassiano Ricardo.
• Criticava o "nacionalismo afrancesado" de
Oswald de Andrade e apresentava como
proposta um nacionalismo primitivista,
ufanista e identificado como fascismo.
• Parte-se para a idolatria do tupi e elege-se a
anta como símbolo Nacional.
“A nossa estética é de reação. Como tal, é guerreira. O termo futurista, com que
erradamente a etiquetaram, aceitamo-lo porque era um cartel de desafio. Na
geleira de mármore de Carrara do parnasianismo dominante, a ponta agressiva
dessa proa verbal estilhaçava como aríete.(...) Demais, ao nosso individualismo
estético, repugna a jaula de uma Escola. Procuramos, cada um, atuar de acordo
com nosso temperamento, dentro da mais arrojada sinceridade”. (Trecho do
Manifesto do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta)
Vamos treinar?
(ENEM 2013)
O poema de Oswald de Andrade remonta à
ideia de que a brasilidade está relacionada
ao futebol. Quanto à questão da identidade
nacional, as anotações em torno dos versos
constituem
a) direcionamentos possíveis para uma
leitura crítica de dados histórico-culturais.
b) forma clássica da construção poética
brasileira.
c) rejeição à ideia do Brasil como o país do
futebol.
d) intervenções de um leitor estrangeiro no
exercício de leitura poética.
e) lembretes de palavras tipicamente
brasileiras substitutivas das originais.
Mário de Andrade
O BICHO
VI ONTEM um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Manuel Bandeira
A Morte Absoluta
Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.
Estava criado o contexto para que a arte assumisse uma perspectiva mais intimista e procurasse as respostas
para as muitas dúvidas existenciais desencadeadas por todo esse cenário de horror e destruição.
Poesia: misticismo e
consciência social
• Poesia de questionamento da existência
humana.
• Inquietações sociais, religiosas, filosóficas e
amorosas
• Amadurecimento das conquistas da primeira
geração: versos livres e brancos convivem com
outros rimados e de métrica fixa. Os poetas
submetem a linguagem às suas necessidades,
valendo-se de todos os recursos (formais ou
não) à sua disposição.
• Estrutura sintática dos versos é mais
elaborada: questionar a realidade exige uma
elaboração sintática de complexidade
equivalente.
Os Retirantes – 1944, de Portinari
Mãos Dadas
• TEMÁTICAS:
o fazer poético;
a função social do
poeta;
a dificuldade de
compreender os
sentimentos;
Carlos Drummond de a importância da
Andrade (1902-1987) família e da reflexão.
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Família e origens: a viagem na memória
• TEMÁTICAS:
Abordou os temas da precariedade da vida, do
amor, da morte e da fugacidade do tempo.
• O espiritualismo, a musicalidade e o
orientalismo, tão prezados pelos simbolistas,
também se fazem presentes na obra da poetisa.
Cecília Meireles (1901-1964)
o neossimbolismo
Reinvenção
A vida só é possível Podemos dizer que, nesse trecho de um
reinventada. poema de Cecília Meireles, encontramos
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
traços de seu estilo
pelas águas, pelas folhas ... a) sempre marcado pelo momento histórico.
Ah! tudo bolhas b) ligado ao vanguardismo da geração de 22.
que vêm de fundas piscinas c) inspirado em temas genuinamente
de ilusionismo ... - mais nada. brasileiros.
Mas a vida, a vida , a vida d) vinculado à estética simbolista.
Vamos treinar? a vida só é possível e) de caráter épico, com inspiração
reinventada. […] camoniana.
Cecília Meireles
(UFSCAR)
Reinvenção
A vida só é possível Podemos dizer que, nesse trecho de um
reinventada. poema de Cecília Meireles, encontramos
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
traços de seu estilo
pelas águas, pelas folhas ... a) sempre marcado pelo momento histórico.
Ah! tudo bolhas b) ligado ao vanguardismo da geração de 22.
que vêm de fundas piscinas c) inspirado em temas genuinamente
de ilusionismo ... - mais nada. brasileiros.
Mas a vida, a vida , a vida d) vinculado à estética simbolista.
Vamos treinar? a vida só é possível e) de caráter épico, com inspiração
reinventada. […] camoniana.
Cecília Meireles
O projeto literário do romance da
geração de 1930 foi claro: revelar como
uma determinada realidade
socioeconômica, no caso, o
subdesenvolvimento brasileiro,
influenciava a vida dos seres humanos.
Para tratar das questões sociais
regionais, os romances escritos a partir
de 1930 retomaram dois momentos
anteriores da prosa de ficção: o
regionalismo romântico e o Realismo
do século XIX.
Do regionalismo romântico, vem o
interesse pela relação entre os seres
humanos e os espaços que eles
Segunda fase do Modernismo habitam, apresentando agora uma
perspectiva mais determinista.
(1930-1945): PROSA
Do Realismo, é recuperado o
interesse em estudar as relações
sociais
O romance de 1930 inova ao
abandonar a idealização romântica e
a impessoalidade realista para
apresentar uma visão crítica das
relações sociais e do impacto do
meio sobre o indivíduo. Essas raízes
literárias fizeram com que os
romances escritos nesse período
fossem conhecidos como
regionalistas ou neorrealistas.
Os escritores pretendiam caracterizar
a vida sacrificada e desumana do
sertanejo e compreender a estrutura
socioeconômica que alimentava a
política do coronelismo nordestino.
Segunda fase do Modernismo Para eles, apontar tais problemas
significava ajudar a TRANSFORMAR
(1930-1945): PROSA essa realidade injusta.
Fragmento de Vidas Secas
(…)
-Fabiano, você é um homem, exclamou em
voz alta.
(…)E, pensando bem, ele não era homem:
era apenas um cabra ocupado em guardar
coisas dos outros. Vermelho, queimado,
tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos
ruivos; mas como vivia em terra alheia,
cuidava de animais alheios, descobria-se,
encolhia-se na presença dos brancos e
julgava-se cabra.
Olhou em torno, com receio de que, fora os
meninos, alguém tivesse percebido a frase
imprudente. Corrigiu-a, murmurando:
- Você é um bicho, Fabiano.
Isto para ele era motivo de orgulho. Sim
senhor, um bicho. capaz de vencer
dificuldades. (…)
Graciliano Ramos
Graciliano Ramos (1892-1953):
o mestre das palavras secas
* provocar, enfurecer
João Cabral de Melo Neto
Prêmio Camões de Literatura
1920 - 1999
Recife – PE