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Instituto Superior de Teologia Aplicada -

Faculdades INTA

A ARTE NA
SOCIEDADE
UNIDIMENSIONAL
HERBERT MARCUSE

Disciplina: Estética da Comunicação


Semestre 2014.2
Professor: Me. Emanoel Pedro

Sobral - 2014
CONCEITOS ANTECEDENTES

 Sociedade unidimensional:
 Repressão social, aniquilamento do pensamento
de protesto, tolerância repressiva, introjeção das
normas sociais, formas de controle, supressão do
individualismo, alienação, instrumentalização do
homem, advento das necessidades falsas e perda
da autonomia;
 Homem unidimensional:

 Bidimensionalidade = dimensão da autonomia e


dimensão da liberdade
 Unidimensionalidade = sem autonomia, sem
liberdade = homem heterônimo
DA ARTE
 “Uso o termo ‘arte’ em seu sentido mais geral,
englobando tanto a literatura e a música quanto as
artes figurativas. Do mesmo modo, pretendo referir
por ‘linguagem’ (da arte, a linguagem artística) não
apenas a da palavra mas ainda a da pintura, da
escultura e da música” (p. 259);

 A linguagem prosaica x a linguagem poética/artística:


 “Ela me parece incapaz de comunicar o que hoje está
acontecendo, arcaica e obsoleta em confronto com
alguns dos resultados e com a força da linguagem
poética e artística, especialmente no contexto da
oposição contra essa sociedade [...]” (p. 259)
QUE ARTE?

 “É possível escrever poesia depois de Auschwitz?”


(Theodor Adorno)
ARTE: ESPERANÇA OU DESESPERO?

 “[...] a sobrevivência da arte pode vir a ser o único


elo frágil que hoje conecta o presente com a
esperança do futuro” (p. 260);

 “Questionava-se a própria possibilidade da arte, a


verdade da arte. Ela era questionada por conta do
caráter totalitário de nossa sociedade afluente,
que, com facilidade, absorve todas as atividades
não-conformistas e que, em virtude desse mesmo
fato, invalida a arte como comunicação e
representação de um mundo outro que o do
establishment” (p. 260).
ARTE: ESPERANÇA OU DESESPERO?

 “[...] a crise atual da arte faz simplesmente parte


da crise geral da oposição política e moral à nossa
sociedade, de sua inabilidade em definir, nomear
e comunicar as metas da oposição a uma
sociedade que, afinal de contas, entrega suas
mercadorias” (p. 260)
 “Os conceitos tradicionais e as palavras
tradicionais usadas para designar uma sociedade
melhor, ou seja, uma sociedade livre (e a arte tem
algo a ver com a liberdade), parecem despojados
de significado hoje em dia. São inadequados em
comunicar o que homens e coisas possam ser e
devem ser” (p. 260)
ARTE: ESPERANÇA OU DESESPERO?

 “[...] desde os anos 30, encontramos a busca


intensificada e metódica de uma linguagem nova,
de uma linguagem poética como linguagem
revolucionária, de uma linguagem artística como
linguagem revolucionária. Isso implica o conceito
da imaginação como faculdade cognitiva, capaz
de transcender e romper o feitiço do
establishment”(p. 261);

 “Sem forma revolucionária, não há arte


revolucionária” (Vladimir Maiakóvski)
AUSCHWITZ, POLÔNIA, 1945
 Vós que viveis tranquilos
Nas vossas casas aquecidas,
Vós que encontrais regressando à noite
Comida quente e rostos amigos:
Considerai se isto é um homem
Quem trabalha na lama
Quem não conhece a paz
Quem luta por meio pão PRIMO LEVI
Quem morre por um sim ou por um não.
Considerai se isto é uma mulher,
Sem cabelo e sem nome “É ISTO UM
Sem mais força para recordar HOMEM?”
Vazios os olhos e frio o regaço
Como uma rã no Inverno.
Meditai que isto aconteceu:
Recomendo-vos estas palavras.
Esculpi-as no vosso coração
Estando em casa, andando pela rua,
Ao deitar-vos e ao levantar-vos;
Repeti-as aos vossos filhos.
Ou que desmorone a vossa casa,
Que a doença vos entrave,
Que os vossos filhos vos virem a cara.
(FOTO: ARCHIVE OF MODERN CONFLICT LONDON - REUTERS.
DESCRIÇÃO: SOLDADO BRITÂNICO MORTO FOTOGRAFADO NO FRONT
OCIDENTAL EM LOCAL DESCONHECIDO, EM 1918)
 guillemont, picardie, somme, france.
(circa agosto-setembro 1916)

 O desfiladeiro agora era nada mais do que uma sequência de


crateras gigantescas, cheia de pedaços de uniformes, armas e
mortos; o terreno em volta estava, tanto quanto a vista
alcançava, completamente revolvido pela ação de pesadas
granadas. Nem mesmo um talo de relva insignificante se
mostrava aos olhos que o buscavam. O campo de batalha se
encontrava em estado terrível. Entre os defensores ainda vivos,
jaziam os mortos. Ao escavarmos buracos para nos proteger,
descobrimos que eles foram colocados em camadas uns sobre os
outros. Uma após outra, todas as companhias que resistiam
compactamente ao fogo contínuo da artilharia foram ceifadas, e
então os cadáveres haviam sido cobertos pelas massas de terra
levantada pelos projéteis, e as companhias que as substituíram
ocupavam o lugar das que tombara. Agora era a nossa vez.
 (jünger, ernst. tempestades de aço. tradução e notas de marcelo
backes. são paulo: cosac naify, 2013, p. 118.)
ARTE: ESPERANÇA OU DESESPERO?

 “A linguagem da imaginação permanece linguagem


de desafio, de acusação e protesto” (p. 261)

One Man with a Dream, at Pleasure


Shall go forth and conquer a crown;
And three with a new song's measure
Can trample an empire down.
(Arthur O’Shaughnessy)
ARTE-POLÍTICA

 “No, la pintura no está hecha para decorar las


habitaciones. Es un instrumento de guerra
ofensivo y defensivo contra el enemigo” (Pablo
Picasso)
ARTE-POLÍTICA
 “as artes permanecem e parecem mesmo assumir
uma nova forma e uma nova função: ou seja,
querem ser, consciente e metodicamente, a
antiarte do absurdo, da destruição, da desordem,
da negação. E hoje, em um mundo em que o
sentido e a ordem, o “positivo”, têm de ser
impostos por todos os meios possíveis de
repressão, as artes por si mesmas assumem uma
posição política: a posição do protesto, da repulsa
e da recusa” (p. 262)
ARTE-POLÍTICA

 “[...] a arte, por si mesma, em seu


desenvolvimento interior e em seus processos,
tende para a dimensão política, sem abandonar a
forma específica de arte. Nesse processo
dinâmico, a dimensão estética vai perdendo seu
simulacro de independência, de neutralidade” (p.
262)
ARTE-POLÍTICA
 “a arte hoje responde à crise de nossa sociedade”
(p. 262);

 “Isso significa que a arte deve encontrar a


linguagem e as imagens capazes de comunicar
essa necessidade como sua própria. Pois é
impossível imaginar que novas relações entre
homens e coisas jamais possam surgir se os
homens continuam a ver as imagens e a falar a
linguagem da repressão, da exploração e da
mistificação” (p. 263).
ARTE-POLÍTICA
 “[...] a arte, em sentido extremo, fala a linguagem da
descoberta” (p. 263);
 “A arte (em primeiro lugar, mas não exclusivamente
as artes figurativas) descobre que existem coisas;
coisas e não meros fragmentos e partes da matéria
para serem manipulados e usados arbitrariamente,
mas ‘coisas em si’; coisas que ‘pede’ algo, que sofrem e
que se rendem ao domínio da forma, o que vale dizer,
coisas que são intrinsecamente ‘estéticas’. A arte
assim descobre e libera o domínio da forma sensível, o
prazer da sensibilidade, em contraposição ao caráter
do falso, do informe e do torpe na percepção, fatores
repressivos da verdade e do poder da sensibilidade, da
dimensão sensível como dimensão erótica” (p. 265)
ARTE-POLÍTICA: MUDAR A (PERCEPÇÃO
DA) REALIDADE

 Victor Chklovski: “A arte existe de modo a


transmitir a sensação da vida, para fazer sentir o
objeto, para que se experimente uma pedra ser
uma pedra. A finalidade da arte é a sensação do
objeto como visão e não como objeto familiar. A
‘arte singulariza os objetos’; obscurece as formas
familiares e incrementa a dificuldade e a duração
da percepção. Na arte, o ato perceptivo é um fim
em si mesmo e deve ser prolongado. A arte é um
meio de experimentar o devir do objeto: aquilo
que ele já é, na arte é despojado de importância”
(p. 264)
A diarreia
é
arte?
 A Bomba Suja
Por exemplo, a diarréia,
no Rio Grande do Norte,
Introduzo na poesia
de cem crianças que nascem,
A palavra diarréia. setenta e seis leva á morte.
Não pela palavra fria É como uma bomba D
Mas pelo que ela semeia. que explode dentro do homem
quando se dispara, lenta,
a espoleta da fome.
Quem fala em flor não diz tudo.
Quem me fala em dor diz demais. É uma bomba-relógio
(o relógio é o coração)
O poeta se torna mudo que enquanto o homem trabalha
sem as palavras reais. vai preparando a explosão.

Bomba colocada nele


No dicionário a palavra muito antes dele nascer;
é mera idéia abstrata. que quando a vida desperta
Mais que palavra, diarréia nele, começa a bater.
é arma que fere e mata.
Bomba colocada nele
Pelos séculos de fome
Que mata mais do que faca, e que explode em diarréia
no corpo de quem não come.
mais que bala de fuzil,
homem, mulher e criança
no interior do Brasil.
Não é uma bomba limpa: Quem faz café virar dólar
é uma bomba suja e mansa e faz arroz virar fome
é o mesmo que põe a bomba
que elimina sem barulho suja no corpo do homem.
vários milhões de crianças.
Mas precisamos agora
desarmar com nossas mãos
Sobretudo no nordeste
a espoleta da fome
mas não apenas ali que mata nossos irmãos.
que a fome do Piauí
se espalha de leste a oeste. Mas precisamos agora
deter o sabotador
que instala a bomba da fome
Cabe agora perguntar dentro do trabalhador.
quem é que faz essa fome,
E sobretudo é preciso
quem foi que ligou a bomba
trabalhar com segurança
ao coração desse homem. pra dentro de cada homem
trocar a arma de fome
Quem é que rouba a esse homem pela arma da esperança.

o cereal que ele planta, (Rio, 1962)


quem come o arroz que ele colhe
se ele o colhe e não janta. Ferreira Gullar
ARTE-POLÍTICA: MUDAR A (PERCEPÇÃO
DA) REALIDADE

 “O processo artístico é assim a “liberação do


objeto do automatismo da percepção”, que
distorce e restringe o que as coisas são e o que as
coisas podem ser” (p. 264);

 “a dimensão estética é uma dimensão potencial


da própria realidade e não apenas da arte, como
oposta à realidade” (p. 265)
ARTE-POLÍTICA: MUDAR A (PERCEPÇÃO
DA) REALIDADE
ARTE-POLÍTICA: MUDAR A (PERCEPÇÃO
DA) REALIDADE
ARTE-POLÍTICA: MUDAR A (PERCEPÇÃO
DA) REALIDADE

 “O que está em jogo não é o embelezamento do


que existe, mas sim a reorientação total da vida
em uma nova sociedade” (p. 266)
ARTE-POLÍTICA: MUDAR A (PERCEPÇÃO
DA) REALIDADE
ARTE-POLÍTICA: MUDAR A (PERCEPÇÃO
DA) REALIDADE

 “[...] o conceito de “arte política” é monstruoso e a


arte por si nunca poderia cumprir essa
transformação, podendo, entretanto, liberar a
percepção e a sensibilidade necessitadas para a
transformação. E, uma vez uma mudança social
houvesse ocorrido, a arte, forma da imaginação,
poderia guiar a construção da nova sociedade. E,
à medida que os valores estéticos são os valores
não agressivos por excelência, a arte como
tecnologia e como técnica também viria a
implicar a emergência de uma nova racionalidade
na construção de uma sociedade livre, isto é, a
emergência de novos modos e de novas metas do
próprio progresso técnico” (p. 265)
ARTE-POLÍTICA: MUDAR A (PERCEPÇÃO
DA) REALIDADE

 A arte não está divorciada da produção material


da sociedade. Arte é política. Como a arte
contribui para manter ou mudar a realidade?

 Chico Science: “mudar o lugar, e não mudar de


lugar”.

 A arte como fator de reconstrução da natureza e


da sociedade, da polis. Um fator político. Não
uma arte política, não a política como arte, porém
a arte como arquitetura de uma sociedade livre.

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