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Luís de Camões,

Os Lusíadas
Síntese da unidade
Retoma de conteúdos

Encontros – 12.o ano ▪ Noémia Jorge, Cecília Aguiar, Miguel Magalhães


Luís de Camões – “Os Lusíadas” | Retoma de conteúdos ● Manual, p. 116

Contextualização histórico-
literária

Imaginário épico

Reflexões do poeta

Estrutura, linguagem e estilo

Em síntese
Luís de Camões – “Os Lusíadas” | Retoma de conteúdos ● Manual, p. 116

Friso cronológico
IDADE MÉDIA RENASCIMENTO
Século XVI
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA

Século XII Século XIII Século XIV Século XV Século XV

Luís de Camões (1524/5-1580)


Os Lusíadas (1572)
Luís de Camões – “Os Lusíadas” | Retoma de conteúdos ● Manual, p. 116

Renascimento
Renovação cultural e artística
• Reinvenção das formas artísticas,
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA

com base numa perspetiva naturalista


e humanista.
Contextualização • Interesse pela arte e cultura da
histórico-literária Antiguidade Clássica.
(século XVI)

Classicismo
• Recuperação de figuras e temas
mitológicos.
• Gosto pela harmonia e simetria.
• Entendimento do corpo humano
como medida da arte.
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Luís de Camões
(1524/5-1580)

Poeta português, filho de Simão Vaz de Camões e


CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA

de Ana de Sá e Macedo, Luís Vaz de Camões terá


nascido por volta de 1524/1525, não se sabe
exatamente onde, e morreu a 10 de junho de
1580, em Lisboa.

Atribuem-se-lhe vários desterros, sendo um para


Ceuta, onde se bateu como soldado e em
combate perdeu o olho direito […] e outro para
Constância, entre 1547 e 1550, obrigado, diz-se,
por ofensas a uma certa dama da corte.

José Malhoa, Luís Vaz de Camões


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Depois de regressado a Lisboa, foi preso, em 1552, em consequência de


uma rixa com um funcionário da Corte, e metido na cadeia do Tronco.
Saiu logo no ano seguinte, inteiramente perdoado pelo agredido e pelo
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA

rei, conforme se lê numa carta enviada da Índia, para onde partiu nesse
mesmo ano, quer para mais facilmente obter perdão quer para se libertar
da vida lisboeta, que o não contentava.

Em 1569, após 16 anos de desterro, regressou a Lisboa, tendo os seus


amigos pago as dívidas e comprado o passaporte. Só três anos mais tarde
conseguiu obter a publicação da primeira edição de Os Lusíadas, que lhe
valeu de D. Sebastião, a quem era dedicado, uma tença anual de 15 000
réis pelo prazo de três anos e renovado pela última vez em 1582 a favor
de sua mãe, que lhe sobreviveu.

A 10 de junho, comemora-se o Dia de Camões, de Portugal e das


Comunidades Portuguesas.

“Luís de Camões” [em linha], in Infopédia [com supressões]


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Renascimento | Classicismo
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA

Leonardo da Vinci, Homem Vitruviano, 1490 Miguel Ângelo, Moisés, 1513-1515


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Renascimento | Classicismo
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA

Miguel Ângelo, A Criação de Adão (Capela Sistina), c. 1511.

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Matéria
épica

Imaginário
Sublimidade
épico do canto

Mitificação
do herói
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Apresentação da matéria épica (ll. 1-18):


Matéria épica ❶ Viagem de Vasco da Gama.
❷ Feitos históricos dos portugueses.

Desenvolvimento da matéria épica (Narração)


❶ Viagem de Vasco da Gama
• exploração e conhecimento dos mares;
• vitória relativamente aos inimigos e às “puras
forças da Natureza. verdades”
❷ Feitos históricos dos portugueses
• narração de feitos passados (analepse): por
IMAGINÁRIO ÉPICO

Vasco da Gama ao rei de Melinde (Cantos


III, IV e V); por Paulo da Gama ao Catual
(Canto VIII);
• narração de feitos futuros (prolepse):
profecias de Júpiter (Canto II), do
Adamastor (Canto V), de uma ninfa e de
Tétis (Canto X).
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A viagem de Vasco da Gama à Índia


IMAGINÁRIO ÉPICO

Mapa-múndi de Cantino, 1502 [adap.].


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Narração dos feitos dos portugueses através de um


Sublimidade “ som alto e sublimado”/ “ estilo grandíloco e
do canto corrente ” , adequado à matéria épica (I. 4), com
recurso a
 estilo culto, erudito;
 latinismos (ex.: “grandíloco”, “salso argento”);
 evocações mitológicas (X, 88);
 alusões à história antiga (V, 93, 95-96);
 recursos expressivos (ex.: anáfora, anástrofe,
apóstrofe, comparação, enumeração, hipérbole,
interrogação retórica, metáfora, metonímia,
IMAGINÁRIO ÉPICO

personificação).

Canto épico como condição para a existência de


heróis (manutenção dos feitos heroicos na memória
dos vindouros).
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Mitificação Exaltação das características do povo português que


lhe conferem o estatuto de herói: coragem, ousadia,
do herói patriotismo, espírito de sacrifício, fé em Deus.

Comparação dos portugueses com os heróis e deuses


da Antiguidade Clássica (e sua superação).

Ilha dos Amores: recompensa dos portugueses


(comunhão com o divino; acesso ao conhecimento).
IMAGINÁRIO ÉPICO

Superação dos modelos antigos


Ascensão ao estatuto de heróis

Imortalização / Divinização
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Canto I Canto IX Canto X


Sublimidade do canto Mitificação do herói Mitificação do herói
Canto dos feitos gloriosos Estatuto de herói Acesso ao
dos portugueses; tom recompensado com a conhecimento
épico para engrandecer os Ilha dos Amores. interdito aos homens
lusitanos. através da visão da
Máquina do Mundo.
Constituição da matéria
épica Os feitos gloriosos
dos portugueses bélicos e
IMAGINÁRIO ÉPICO

náuticos; a viagem de
Vasco da Gama e a
História de Portugal; a
superioridade dos
portugueses relativamente
aos heróis clássicos.

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A obra Os Lusíadas é uma epopeia que narra a coragem e a


glória dos feitos portugueses no mar e no além-mar.
Baseados nas estruturas clássicas da antiguidade (a Odisseia
e a Ilíada), Os Lusíadas caracterizam-se por um estilo
grandioso que procura captar a admiração do leitor. Trata-se
de uma visão heroica do mundo que tem como matéria
épica a viagem de Vasco da Gama à Índia e os feitos dos
Portugueses.
REFLEXÕES DO POETA

Contudo, Luís de Camões não deixa de tecer algumas críticas


ao preço humano da aventura quinhentista. Sobretudo nos
finais dos Cantos, o poeta deixa entrever algumas reflexões
pessoais que constituem aquilo que poderemos apelidar de
matéria antiépica.
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Fragilidade da Desprezo
Desvalorização da vida humana pelas artes e
arte / Exortações pelas letras
a D. Sebastião
Reflexões
do poeta Queixas do poeta /
REFLEXÕES DO POETA

Imortalização (tom antiépico) critérios de seleção


do nome dos merecedores
do canto
Poder
do dinheiro
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Tom antiépico
Fragilidade da • Consciencialização do carácter
vida humana terreno/mortal/ efémero da vida humana e
(I, 105-106) da pequenez e fraqueza do ser humano (em
oposição à força dos perigos envolventes).

Desprezo pelas • Crítica à falta de cultura dos portugueses,


artes e pelas que leva à desvalorização da arte.
REFLEXÕES DO POETA

letras • Constatação de que a ausência de quem


divulgue literariamente os feitos heroicos
(V, 92-100)
levará ao desaparecimento dos heróis.
• Censura ao facto de os portugueses serem
dominados pela austeridade, pela rudeza e
pela falta de “engenho”.
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Tom antiépico
Queixas do poeta • Expressão dos infortúnios pessoais (vida de
/ Critérios de perigos diversos, de guerras, de viagens
seleção dos atribuladas por mar e por terra, errância,
merecedores do pobreza, desterro, incompreensão por parte
dos contemporâneos).
canto
• Apresentação de critérios de seleção dos
(VII, 78-87)
que merecem e dos que não merecem ser
REFLEXÕES DO POETA

cantados.

Poder do dinheiro • Crítica aos efeitos gerados pela ambição do


(VIII, 96-99) dinheiro (rendição de fortalezas,
transformação de nobres em pessoas vis,
promoção da deslealdade, corrupção do
que é puro, deturpação da justiça e da
ciência).
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Tom antiépico
Imortalização do • Considerações sobre o caminho a percorrer
nome para alcançar a fama/ imortalidade
IX, 88-95 (renúncia ao ócio, à cobiça, à ambição
desmedida e à tirania; promoção da justiça
e igualdade, da defesa da fé cristã e da
pátria).
REFLEXÕES DO POETA

Desvalorização • Desalento face a uma pátria decadente que


da arte/ despreza as artes e menospreza a obra do
Exortações a próprio Camões.
D. Sebastião • Apelo a D. Sebastião para liderar Portugal
na realização de novos feitos gloriosos.
X, 145-156
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REFLEXÕES DO POETA

Canto I Canto V Canto VII Canto VIII Canto IX Canto X

Tentativa de Narração das Desembarque Última Desembarque Embarque dos


destruição peripécias dos dos nautas intervenção dos nautas na portugueses na
dos Portu- nautas, desde na Índia e de Baco, Ilha dos Ilha dos
gueses e a partida de primeiras traição e Amores e sua Amores e
chegada Lisboa até à diligências suborno do união com as regresso a
destes a chegada a Catual ninfas Lisboa
Mombaça Melinde

Reflexão Reflexão Reflexão Reflexão Reflexão Lamentação


do poeta do poeta do poeta do poeta do poeta do poeta
Fragilidade Desprezo Queixa dos Poder do Imortalização Desvalorização
da vida pelas artes infortúnios; dinheiro do nome da arte e
humana e pelas letras critérios de Exortações
seleção dos que a D. Sebastião
merecem ser
cantados
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Luís de Camões
Os Lusíadas
Epopeia
ESTRUTURA, LINGUAGEM E ESTILO

Género de texto
da tradição literária

Forma Conteúdo
• Exaltação de um Estilo
• Poema
acontecimento memorável • Estilo solene /
narrativo
e extraordinário, com elevado.
extenso.
interesse nacional ou
universal.
• Visão heroica do mundo.
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Estrutura 10 cantos, com número variável de


externa estrofes.
ESTRUTURA, LINGUAGEM E ESTILO

Estrutura estrófica: oitavas.

Estrutura métrica: decassílabo


(Vós/ po/de/ro/so/ rei/ cu/jo al/to im/pé[rio])

(Elisões)
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Estrutura Estrutura rimática das estrofes


externa – Esquema rimático: abababcc.
– Tipos de rima: rima cruzada nos seis
primeiros versos e emparelhada nos dois
ESTRUTURA, LINGUAGEM E ESTILO

últimos.

Quão doce é o louvor e a justa glória a


Dos próprios feitos, quando são soados! b
Qualquer nobre trabalha que em memória a Rima
Vença ou iguale os grandes já passados. b cruzada
As envejas da ilustre e alheia história a
Fazem mil vezes feitos sublimados. b
Rima
Quem valerosas obras exercita, c emparelhada
Louvor alheio muito o esperta e incita. c
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Estrutura interna
ESTRUTURA, LINGUAGEM E ESTILO

Proposição Invocação Dedicatória Narração

Explicitação do Pedido de Oferecimento Relato da ação,


propósito e do inspiração às da epopeia a iniciada
assunto da obra. ninfas do Tejo. D. Sebastião. in media re,
em quatro planos
Interligados.
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Epopeia
Os Lusíadas
Assunto
ESTRUTURA, LINGUAGEM E ESTILO

Exaltação de um acontecimento
memorável e extraordinário,
com interesse nacional ou
universal  a viagem de
Vasco de Gama e dos navegadores portugueses até à Índia, que
constitui a ação central da epopeia.
Visão heroica dos lusitanos, cuja coragem
possibilitou dobrar o Cabo das Tormentas e
descobrir o caminho marítimo para a Índia.
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Planos
da ação
ESTRUTURA, LINGUAGEM E ESTILO

Plano Plano Plano da História Plano das reflexões


da viagem mitológico de Portugal do poeta

Viagem de Vasco Articulado com Encaixado no Reflexões a


da Gama à Índia o plano da plano da viagem propósito dos
Ex.: Cantos I, II, viagem Ex.: Cantos III, IV, factos narrados
IV, V, VI, VII, VIII, Ex.: Cantos I, II, VIII, X Ex.: geralmente
IX, X VI, VIII, IX, X em final de canto
Plano da Plano da Plano da Plano das
viagem mitologia História de reflexões do poeta
Portugal
•Plano relativo à •Plano protago- •Plano encaixado no •Plano que se
viagem de Vasco nizado pelos plano da viagem, encontra presente
da Gama à Índia, deuses do que consiste na em quase todos os
que representa a Olimpo e por narração da História finais de canto.
ação central da outros seres de Portugal: •Consiste na
ESTRUTURA, LINGUAGEM E ESTILO

epopeia. mitológicos. - por Vasco da Gama interrupção da


•Ação iniciada •Geralmente, ao rei de Melinde narrativa para
in media re surge (analepse); apresentar as
(quando se inicia articulado/ - por Paulo da Gama reflexões do poeta a
a narração, a alternado com ao Catual (analepse); propósito dos factos
armada portu- o plano da - por Júpiter, no narrados (fragilidade
guesa já se viagem. Consílio dos deuses da vida humana,
encontra a meio (profecia); desprezo pelas artes
da viagem). - pelo Adamastor aos e pelas letras, valor
nautas (prolepse); da glória, queixa dos
- por uma ninfa aos infortúnios pessoais,
nautas; poder do ouro,
- por Tétis a Vasco da imortalização do
Gama (prolepses). nome, decadência da
pátria).
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In media re
A expressão latina in media re significa no meio das
coisas / no meio dos acontecimentos.
ESTRUTURA, LINGUAGEM E ESTILO

Neste contexto, refere-se a uma técnica segundo a


qual se começa a narrar a ação não desde o início, mas
a meio da história (no momento crucial), com o
objetivo de captar a atenção do leitor.
Esta técnica narrativa é utilizada em epopeias (por
exemplo, na Ilíada, na Eneida, em Os Lusíadas).

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Luís de Camões, Os Lusíadas


 Imaginário épico:
- matéria épica: feitos históricos e viagem;
- sublimidade do canto;
- mitificação do herói.
 Reflexões do poeta.
 Linguagem, estilo e estrutura:
- a epopeia: natureza
e estrutura da obra;
os quatro planos (viagem,
EM SÍNTESE

mitologia, História de Portugal


e reflexões do poeta);
sua interdependência.

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