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COLÉGIO INTEGRAL

PROFª TELMA SOUZA


INFORMAÇÕES GERAIS
SOBRE A OBRA
• AUTOR: JOSÉ DE
ALENCAR
• ANO DE LANÇAMENTO:
1857
• ESCOLA LITERÁRIA:
ROMANTISMO /
INDIGENISMO
• PERSONAGENS
PRINCIPAIS
• * CECI, PERI, ISABEL,
LOREDANO
A valorização do índio foi um
dos aspectos mais presentes
em nossos românticos no que
se refere ao propósito de
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afirmação da nossa
nacionalidade. Afinal, tratava-
se de exaltar aquele que era
considerado o produto mais
genuíno da terra brasílica.
Assim, Gonçalves Dias, na
poesia, e José de Alencar, na
prosa, buscaram enaltecer as
tradições, a valentia e a honra
dos silvícolas que habitavam a
terra quando aqui chegou o
homem branco
COMO ENTENDER O GUARANI
NO CONTEXTO HISTÓRICO?
• PARA ENTENDER O GUARANI TEMOS
QUE RECORDAR O QUE ESTAVA
ACONTECENDO NO BRASIL NESSE
MOMENTO HISTÓRICO.
• EM 1842, O ALEMÃO VON MARTIUS
HAVIA VENCIDO UM CONCURSO DO
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO
DO BRASIL QUE PRETENDIA RESPOSTA
PARA UMA PERGUNTA: COMO
ESCREVER A HISTÓRIA DO BRASIL?
.No texto Von Martius
afirmava serem os indígenas
“ruínas de povos”, fadados ao
desaparecimento. Cumpre
dizer que o autor alemão
também salientava a
importância do índio e do
negro, a necessidade de se
conhecer mais a fundo os
costumes, a língua e a
mitologia indígena, a falta de
elementos cotidianos do
colono português e do escravo
africano para a compreensão
dos mecanismos coloniais.

Karl Friedrich Philipp von Martius (1794 – 1868)


DESDE A ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE DE 1823, O
GOVERNO IMPERIAL DISCUTIA QUAL ERA O PAPEL
DO ÍNDIO NO NOVO ESTADO DO BRASIL:

•SERIAM CIDADÃOS BRASILEIROS, COM DIREITOS E


DEVERES?
•SERIAM APENAS MORADORES DO TERRITÓRIO,
SEM NENHUM DIREITO E, PORTANTO, SEM
DEVERES?

•A CONSTITUIÇÃO DE 1824 IGNORARA A EXISTÊNCIA


•DOS ÍNDIOS E APENAS NO ARTIGO 124 ELES ERAM
CITADOS.
•A QUESTÃO INDÍGENA CONTINUAVA SENDO
IGNORADA PELO GOVERNO BRASILEIRO.
A posição dos membros do
IHGB quanto aos índios,
apresentava opiniões
diferenciadas: uma que
considerava difícil a hipótese
de sua civilização - tendo
como símbolos emblemáticos
os tapuia, os aimoré e os
botocudos, todos vistos como
sinônimos - e outra
romântica, que lhes atribuía
a posição de símbolo da
identidade nacional - mas
que se restringia aos já
considerados extintos tupi-
guarani do litoral.
As idéias de Von Martius
com relação aos indígenas
não representavam nenhuma
novidade no universo
cultural do século XIX. Na
verdade até podemos
afirmar que elas eram muito
comuns na época, uma vez
que eram uma transposição
de idéias correntes na
Europa, principalmente as
de De Paw e Buffon.
Buffon caracterizava o
continente americano sob o
signo da carência. Tudo na
América, animais, plantas e
homens corroboravam a idéia
de debilidade e imaturidade
da terra americana.Assim,
mesmo que se continuasse a
pensar na unidade do gênero
humano, surgia agora um
senso de hierarquia:
Europa Setentrional Nações esclarecidas

Resto da Europa Povos menos industriosos

Ásia e África Mais grosseiros

Americanos Selvagens
Em 1768 o abade prussiano Cortnelius de
Pauw publica “Pesquisas Filosóficas sobre os
americanos” ou “ Memórias interessantes
para servir á História da espécie humana” e
que está na origem das idéias de Von Martius
evocadas anteriormente. O pensamento
principal da obra é de que os “selvagens” da
América seriam bem diferentes daqueles
descritos por Rousseau como nobres
selvagens, que viviam em estado edênico e sem
qualquer pacto social. Para De Pauw, a
humanidade americana era degenerada,
corrupta e fraca.
Ao lado das novas idéias, surge agora a
noção de “degeneração”, ligada à
descrição de “um desvio patológico do
tipo original”. Radicalizando os
argumentos de Buffon, De Paw afirmava
que os americanos eram “imaturos” e
“decaídos”. Seu anti-americanismo era
claro e transparente quando fazia
avaliações sobre “a natureza do Novo
Mundo, frágil por estar corrompido,
inferior por estar degenerado”.
É dentro desse clima reaceso das
discussões acerca do indígena e de
sua capacidade para “civilizar-se”
que surge na literatura brasileira o
movimento romântico que,
ignorando a violência sofrida pelos
indígenas por parte dos
colonizadores, exalta a bravura
indígena, a resistência e a morte
heróica. É nesse contexto que
Alencar escreve “O Guarani”
O romance inteiro representa a oposição maniqueísta
entre o bem e o mal, a natureza e a civilização, o puro e o
impuro, o humano e o animal. Enquanto Peri é bem aceito
pela família de D. Antonio Mariz por representar o
“selvagem” domesticado, Isabel, a filha bastarda do
português é discriminada e não consegue se encontrar. A
mesma sociedade que aceita Peri a rejeita por ser uma
mestiça. Não se pode esquecer que na década de 50 a teoria
da hibridação, difundida e vulgarizada no Brasil pelo
conde de Gobineau, atribuía ao mestiço uma posição
essencialmente negativa. Seus sentimentos e ações oscilam
entre a “selvageria, própria dos indígenas” e a civilização,
reflexo do fato de ser filha de D. Antonio Mariz.
Todas as qualidades de Peri nos remetem
à idéia de “civilização”, além de uma
submissão àquela que seria a verdadeira
religião, a católica. A religião desempenha
a função de unir os universos contrários, o
selvagem e o civilizado.A submissão de
Peri a Antonio Mariz representa a
submissão dos indígenas à civilização
branca, tão necessária ao projeto do
governo naquele momento histórico.
Pensava-se em substituir a mão-de-obra
escrava negra pela indígena.
Ao final do romance, o rio Paquequer,
revoltado pelo massacre sofrido pela
civilização, representada por D. Antonio
Mariz e seus companheiros, traga todos
os personagens. Até os Aimorés são
engolidos pela força das suas águas.
Sobram Peri e Ceci, que, como numa
arca de Noé, têm agora o espaço e o
tempo suficientes para formar a nação
brasileira, uma nação formada de duas
raças míticas, mas que exclui o mestiço e
o africano
É de se perguntar como excluir os mestiços se os
filhos de Peri e Ceci seriam mestiços? Para isso
vamos relembrar o que foi dito anteriormente por
Von Martius em sua dissertação para o Instituto
Histórico: essa raça degenerada, inferior, iria
contribuir para a construção da nova nação à
medida que fosse assimilada, absorvida pela raça
branca ou caucasiana. Seria a morte seguida da
ressurreição, selvageria seguida de civilização.Já que
não podíamos escapar da mestiçagem, pelo menos
que essa fosse dos indígenas que teriam melhores
condições de branqueamento que os negros.
Resumindo...
• O romance de Alencar nos introduz
naquela que era a maior disputa
literária-histórica da década de 50 do
século XIX:
As discussões acerca do problema da
substituição do escravo de origem
africana que giravam em torno de
duas propostas básicas :
A primeira...
• Para o primeiro grupo, representados pelos
escritores românticos como Jose de Alencar, os
projetos de transformação do índio em
trabalhadores e colonos nacionais partiam da
idéia de que era possível transformar os
“selvagens’ em trabalhadores. Para isso era
importante a ação da catequese que
confirmaria a possibilidade de os índios se
adequarem às novas exigências da sociedade
nacional.
A segunda...
• Para o segundo grupo, os índios eram vistos como
inimigos irreconciliáveis e rebeldes, que só
poderiam se transformar em seres úteis a si e à
Nação pela imposição de novas relações do sistema
de escravidão e pela força. Ainda assim,
consideravam muito distante a possibilidade dos
indígenas virem a se transformar em trabalhadores
eficientes. Para eles os imigrantes europeus eram
fundamentais para o processo de modernização do
sistema produtivo, para melhoria da qualidade da
população brasileira por meio do processo de
miscigenação e promoção acelerada da civilização
do país.
Conclusão
• A narrativa do Guarani começa e termina com
a descrição do rio Paquequer. Ao sair do seu
leito, no final do romance, ele se revolta contra
o massacre da civilização e sepulta no fundo de
suas águas, os índios aimorés, que serão
tragados pela correnteza. Sobram Peri e
Ceci,que, como numa arca de Noé, tem agora o
espaço e o tempo suficientes parta engendrar a
nação brasileira.
• Um Brasil casto e puro, onde as
mulheres são virgens, distinto do
país do futebol e do carnaval,
distantes do ideal de sensualidade
que hoje exportamos como
símbolo de brasilidade.
• “... há animais que só podem viver e produzir
no meio das trevas e se os levam para a
presença da luz ou morrem ou desaparecem.
Da mesma sorte, entre as diversas raças
humanas o índio parece ter uma organização
incompatível com a civilização”[1]. Mais uma
vez vemos descritas claramente as idéias
racialistas de De Pauw, e Buffon.

[1] Francisco Adolfo Varnhagen. Os Índios
Bravios e o Sr. Lisboa - 2ª Parte. Guanabara,
Revista Mensal, Artística, Científica e Literária,
Rio de Janeiro, p. 36-62. 1856

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