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DOS BENS
Professora Vanessa Érica da Silva Santos
Bens, são coisas materiais, concretas, úteis aos homens
e de expressão econômica, suscetíveis de apropriação,
bem como as de existência imaterial economicamente
apreciáveis.
DOS BENS
Certas coisas, insuscetíveis de apropriação pelo homem,
como o ar atmosférico, o mar etc., são chamadas de
coisas comuns. Não podem ser objeto de relação jurídica.
Portanto, sendo possível sua apropriação em porções
limitadas, tornam-se objeto do direito (gases
comprimidos, água fornecida pela Administração Pública).
As coisas sem dono (res nullius), porque nunca foram apropriadas, como
a caça solta, os peixes, podem sê-lo, pois acham-se à disposição de
quem as encontrar ou apanhar, embora essa apropriação possa ser
regula- mentada para fins de proteção ambiental.
A coisa móvel abandonada (res derelicta) foi objeto de relação jurídi- ca,
mas o seu titular a lançou fora, com a intenção de não mais tê-la para si.
Nesse caso, pode ser apropriada por qualquer outra pessoa.
Bens corpóreos são os que têm existência
física, material e podem ser tangidos pelo
homem.
vale hoje para os imóveis propriamente ditos ou bens de raiz, como o solo e
suas partes integrantes, mas não abrange os imóveis por determinação
legal, nem as edificações que, separadas do solo, conservam sua unidade,
podendo ser removidas para outro local (CC, arts. 81, I, e 83). O avanço da
engenharia e da ciência em geral deu origem a modalidades de imóveis que
não se ajustam à referida definição.
“Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente”
■ “Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
■ I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
■ II – o direito à sucessão aberta”.
■ Desse modo, além dos assim considerados para os efeitos legais, são bens
imóveis, segundo o atual Código Civil, o solo e tudo quanto se lhe incorporar
natural ou artificialmente, ou seja, o solo e suas acessões, que podem ser
naturais ou artificiais.
■ Podem, portanto, os bens imóveis em geral ser classificados desta forma:
■ imóveis por natureza;
■ por acessão natural;
■ por acessão artificial;
■ por determinação legal.
Imóveis por natureza
■ A rigor, somente o solo, com sua superfície, subsolo e
espaço aéreo, é imóvel por natureza. Tudo o mais que a ele
adere deve ser classificado como imóvel por acessão.
■ A evolução do conceito de propriedade, que deve atender à
sua função social, determinou mudanças nesse conceito.
■ Prescreve efetivamente a Constituição Federal de 1988, no
art. 176:
■ “As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e
os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade
distinta da do solo, para efeito de exploração ou
aproveitamen- to, e pertencem à União, garantida ao
concessionário a propriedade do produto da lavra”.
■ O art. 1.229 do atual Código dispõe que: “a propriedade do
solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes,
em altura e profundidade úteis ao seu exercício”.
■ E o art. 1.230, ajustado ao preceito constitucional citado,
ressalva que “a propriedade do solo não abrange as
jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de
energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros
bens referidos por leis especiais”.
■ Aduz o parágrafo único: “O proprietário do solo tem o direito
de explorar os recursos minerais de emprego imediato na
construção civil, desde que não submetidos a
transformação industrial, obedecido o disposto em lei
especial”.
Imóveis por acessão natural
■ Incluem-se nessa categoria as árvores e os frutos pendentes, bem
como todos os acessórios e adjacências naturais. Compreende as
pedras, as fontes e os cursos de água, superficiais ou subterrâneos,
que corram naturalmente. As árvores, quando destinadas ao corte,
são consideradas bens “móveis por antecipação”.
■ Trata-se de bens incorpóreos, imateriais (direitos), que não são, em si, móveis ou
imóveis. O legislador, no entanto, para maior segurança das relações jurídicas, os
considera imóveis;
■ ficção da lei
■ Os direitos reais sobre imóveis, de gozo (servidão, usufruto etc.) ou de garantia
(penhor, hipoteca), são considerados imóveis pela lei, bem como as ações que os
asseguram.
■ Toda e qualquer transação que lhes diga respeito exige o registro competente (art.
1.227), bem como a autorização do cônjuge, nos termos do art. 1.747, I, do Código
Civil.
■ O direito abstrato à sucessão aberta é considerado bem imóvel, ainda que os bens
deixados pelo de cujus sejam todos móveis. Neste caso, o que se considera imóvel
não é o direito aos bens componentes da herança, mas o direito a esta, como uma
unidade.
■ A renúncia da herança é, portanto, renúncia de imóvel e deve ser feita por escritura
pública ou termo nos autos (CC, art. 1.806), mediante autori- zação do cônjuge, se o
renunciante for casado, e recolhimento da sisa.
Bens móveis
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Art. 82. São móveis os bens Semoventes- animais
suscetíveis de movimento
próprio, ou de remoção por
força alheia, sem alteração
da substância ou da
destinação econômico-social.
■ Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
■ I - as energias que tenham valor econômico;
■ II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
■ III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
■ Bens naturalmente indivisíveis- são bens que não podem ser divididos porque a
divisão acarreta alteração na substância, diminuição do valor, ou prejuízo da
utilidade. Ex: celular; carro.
■ IMPORTANTE:
■ Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por
determinação da lei ou por vontade das partes.
■ Exemplo pela lei: servidão- terreno que se usa para sair de um terreno inscrustado;
terrenos em que a lei municipal proíba a divisão;
■ Exemplo pela vontade das partes- coleção de quadros que em contrato ficou
determinado que só pode expor em conjunto; condomínio;
Art. 89. São singulares os
bens que, embora
reunidos, se
consideram de per si,
independentemente dos
demais.
Dos Bens
Singulares e
Coletivos
Bens singulares Bens singulares simples-
compostos- os os componentes do bem
componentes do bem fazem parte do bem pela
fazem parte do bem pelo própria natureza.ex:
trabalho do homem. Árvore, Cavalo.
■ Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens
singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação
unitária.
■ São bens que pertencem a mesma pessoa, e por sua vontade são
tratados de forma coletiva.
■ Ex. biblioteca- pode vender individual ou de forma coletiva;
■ Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos
podem ser objeto de negócio jurídico.
Benfeitorias
■ São acréscimos e melhoramentos realizados nos bens móveis e
imóveis;
■ Tipos de benfeitorias:
■ Voluptuárias: de recreio; deleite; enfeite. Ex: piscina, quadra de tênis;
pintura artística na parede.
■ Úteis: melhoram a utilidade do bem. Ex: abrir uma porta da garagem
para a casa; ampliação de um banheiro;
■ Necessárias: Conservar; manter; evitar que se deteriore. Ex: troca das
telhas quebradas; cano quebrado.
■ Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou
necessárias.
■ § 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não
aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais
agradável ou sejam de elevado valor.
■ § 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
■ § 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou
evitar que se deteriore.
■ Acessões naturais- Não se consideram benfeitorias.
■ Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou
acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do
proprietário, possuidor ou detentor.
■ A obra humana em relação a matéria prima.Ex: escrita sobre o
papel; escultura em relação a argila; pintula sobre a tela.
Bens Públicos
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Art. 98. São públicos os bens Pessoas Jurídicas de Direito
do domínio nacional Público Interno são: União,
pertencentes às pessoas Estados, Municípios,
jurídicas de direito público Autarquias e Fundações.
interno; todos os outros são
particulares, seja qual for a
pessoa a que pertencerem.
Classificação dos bens Públicos
■ Art. 99. São bens públicos:
■ I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
■ II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal,
inclusive os de suas autarquias; ( ex: hospital, biblioteca, escola)
■ III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito
público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.(ex:
terreno baldio, não está sendo usado)
■ Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os
bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado
estrutura de direito privado. (Ex: bens de uma empresa pública como os correios)
■ Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei
determinar.
■ Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme
for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
■ EX: PEDÁGIO NÃO DESCARCTERIZA O BEM DE USO COMUM.