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Immanuel Kant.
Georg
Hegel.
Biografia
Influenciado por:
Edmund
Husserl.
Friedrich
Nietzsche.
Biografia
A quem influenciou:
Michel
Foucault.
Giorgio
Agamben.
Biografia
A quem influenciou:
Hans-Georg
Gadamer.
Gianni
Vattimo.
FILOSOFIA
Principais pensamentos
Ontologia Heideggeriana
Foco do trabalho de Heidegger, em que ele
concluiu que o homem é o ente através do qual o
Ser se manifesta em seu grau maior de
desvelamento. É na sua solidão que o homem pode
entrar em contato com o Ser, a partir de uma
reflexão sobre ele mesmo.
Entre-Ser(Ser-aí ou Ser-no-mundo, Daisen)
O Entre-Ser é um ser possível, ou seja, é sempre
aquilo que pode ser.
Ontologia Heideggeriana
Heidegger descreve a vida cotidiana do homem
considerada por ele como uma forma de existência
inautêntica, constituída por três aspectos:
Facticidade
Existência
Decadência.
Ontologia Heideggeriana
Existência Autentica:
A autenticidade é justamente quando o homem pode conviver com sua
condição enquanto ser-para-a-morte.
O homem é um ser de possibilidades infinitas, as quais ele vai
“escolhendo” realizar enquanto vive, mas esta possibilidade da morte é
a única que lhe é dada como certa.
É importante ressaltar que há uma mudança no pensamento
de Heidegger em um segundo momento: ele não considera mais a
existência humana a porta de entrada para o Ser, mas sim o Ser passa
a ser a abertura para a possível compreensão da existência humana.
Fenomenologia
Criada por Edmund Husserl, a fenomenologia é o
estudo da consciência e dos objetos da consciência.
É o processo pelo qual tudo que é informado pelos
sentidos é mudado em uma experiência de consciência.
Constituem nossa experiência de consciência
O interesse para a Fenomenologia não é o mundo que
existe, mas sim o modo como o conhecimento do mundo
se realiza para cada pessoa.
Fenomenologia Heideggeriana
Segundo Heidegger, a compreensão do ser é, ao
mesmo tempo uma determinação do ser do homem.
O homem é a porta de acesso ao ser.
O ser nunca se manifesta diretamente,
imediatamente, em si mesmo, mas sempre como o
ser deste ou daquele ente.
Heidegger descobre alguns traços característicos
do ser do homem denominando de existências.
Fenomenologia Heideggeriana
O primeiro existencial é o de Entre-ser (Ser-aí) ou Ser-
no-mundo. Chamado de Daisen por Heidegger.
O segundo é a própria existência.
O terceiro é a Temporalidade. O homem é um existente
porque está essencialmente ligado ao tempo. Isso faz
com que ele se encontre sempre além de si mesmo.
Entre os dois primeiros existenciais, ser-no-mundo e
existência, há uma clara diferença. Um prende o
homem ao passado, o outro projeta o futuro.
Hermenêutica
Hermenêutica é um ramo da filosofia que estuda a
teoria da interpretação, que pode referir-se tanto à
arte da interpretação, ou a teoria e treino de
interpretação.
A hermenêutica tradicional - que inclui hermenêutica
Bíblica - se refere ao estudo da interpretação de
textos escritos, especialmente nas áreas de literatura,
religião e direito.
A hermenêutica moderna, ou contemporânea, engloba
não somente textos escritos, mas também tudo que há
no processo interpretativo.
Hermenêutica Heideggeriana
Heidegger, em sua análise da compreensão, diz
que toda compreensão apresenta uma "estrutura
circular".
Toda interpretação, para produzir compreensão,
deve já ter compreendido o que vai interpretar
O cerne da teoria de Heidegger está, todavia, na
ontologização da compreensão e da interpretação
como aspectos do ser do ente que compreende o
ser, o "Dasein”
A ORIGEM DA OBRA DE ARTE
O pensamento de Heidegger sobre a arte em
função da descoberta do ser e da verdade
A Origem da Obra de Arte
Em a Origem da Obra de Arte, Heidegger procura
mostrar como, através, da obra, pode-se perceber
o ser e a verdade das coisas.
O autor não pretende estabelecer um Estética, que
procura estabelecer o Belo.
Embora Heidegger, em sua obra, procure mostrar
os conceitos que validam sua opinião a cerca da
obra de arte, ele mesmo confirma que, nunca se
alcança a plenitude do entendimento.
A Origem da Obra de Arte
Isso se deve a seu claro entendimento hermenêutico
de interpretação circular (praticamente paradoxal)
e a sua própria concepção de Origem como algo
abismal e misterioso.
Cabe então o exercício do pensar e do observar
sobre o enigma que é a arte.
A Origem da Obra de Arte
Ao observar o título A Origem da Obra de Arte,
percebe-se três grandes fatores que irão direcionar
o trabalho heideggeriano e que também guiarão
esta apresentação:
Não a Origem, que é misteriosa e oculta, mas o Originário (salto
primordial), o caminho que mostra a essência das coisas. É a ação que
decorre a partir da origem chegando à verdade a partir do ser.
A Obra, pro-duzida (pôr-se-em-obra, deixar agir) e baseada, em sua
essência de ser, por uma disputa entre Terra e mundo, que gera o
repouso do ser-obra.
A Arte, que ocorre pelo pôr-se-em-obra da verdade, sendo o horizonte
dessa realização.
A Origem da Obra de Arte
Pensar no originário da arte é o primeiro exercício
que Heidegger procura fazer para alcançar a
essência da obra de arte.
Ele estabelece que essa essência se encontra na
própria obra em si.
Parte então para a observação da relação da
obra com o artista e a própria arte:
A Origem da Obra de Arte
A obra e o artista estão conectados, sendo um a
origem do outro, porém, nenhum porta sozinho o
outro.
Os dois estão conectados pela arte, que preenche
os espaços entre esses.
A
R
ARTISTA T OBRA
E
A Origem da Obra de Arte
Porém, essa relação não estabelece a essência da
obra de arte.
Heidegger atenta então para a observação de um
caráter mais básico da obra: o caráter de coisa:
“Há pedra na obra arquitetônica. Há madeira na escultura. Há cor
na pintura. Há som na obra de linguagem. Há sonoridade na obra
musical. O caráter de coisa é tão irremovível na obra de arte que,
ao contrário, seria melhor dizer: o monumento está na pedra, a
escultura está na madeira. A pintura está na cor. A obra de
linguagem está na fala. A obra musical está na sonoridade.”
A Origem da Obra de Arte
Entender o ser da coisa possibilitaria o
entendimento do ser da obra de arte? Isso é o que
se pretende descobrir.
Quanto ao termo coisas, identifica-se as “meras coisas”: as coisas da
natureza (as pedras, a madeira) e as coisas de uso (um tijolo, uma
mesa).
Sabe-se então, que as coisas possuem
propriedades e características, mas essas não
definem a coisa em si.
A Origem da Obra de Arte
Heidegger foca em três interpretações dominantes
do que é uma coisa:
Substância e acidentes (propriedades).
Multiplicidade de percepções sensoriais.
Matéria formada.
A primeira interpretação não consegue diferenciar
a coisa da não-coisa, já que sua definição é ampla
demais, distanciando-se da própria coisa.
A Origem da Obra de Arte
Já a segunda, coloca os sentidos entre o ser e o
ser-coisa, impedindo a percepção real da essência
da coisa, limitando-se apenas ao que ela imprime
ao homem.
A terceira é a mais dominante, devido ao seu
equilíbrio de posição entre ser e ser-coisa. Porém
Heidegger percebe que a relação de matéria e
forma não conseguem chegar à coisa, e assim,
muito menos à obra.
A Origem da Obra de Arte
Isso acontece porque a relação de matéria
formada estabelece uma relação de manipulação
da matéria para criar uma função.
Ou seja, matéria e forma relacionando com um ser-
utensílio e não um ser-coisa.
Embora também fruto de um pro-duzir, como o
utensílio, a obra não é forçada a nada. Ela é auto-
suficiente para ser o que é.
A Origem da Obra de Arte
Por essa autonomia, a obra se assemelha mais à
“mera coisa” do que ao utensílio.
AUTONOMIA PRO-DUZIR
OBRA
COISA UTENSÍLIO
OBRA
A Origem da Obra de Arte
O papel do artista é exatamente tornar a obra
acessível em si, separando-a de todas as suas
referências (que a definem como coisa e não como
obra), propiciando, assim, a autonomia da obra.
O artista se posta diante da obra de forma
indiferente, ele é o caminho necessário para que a
verdade se estabeleça na obra, embora que, assim
que ocorre, esse caminho seja consumido.
A Origem da Obra de Arte
A obra não pertence ao artista, mas apenas ao
acontecimento da verdade.
A possibilidade desse acontecimento é uma espécie
de desabrochar em si e no todo. É um contexto que
cria a abertura para o acontecimento da verdade.
Esse contexto é nomeado por Heidegger de Terra.
A Origem da Obra de Arte
Quando se fala de si e todo, é exatamente essa
capacidade da obra de arte de clarear a verdade
das coisas.
Quando o templo grego é assolado pela
tempestade, não só a estabilidade do templo é
demonstrada na sua forma mais profunda e
entendível, mas também a força da tempestade.
A Origem da Obra de Arte
A Terra é misteriosa, ela se fecha em si quando
tentam alcançar seu conteúdo, como o próprio
Heidegger fala:
“A terra é aquilo que, por essência, se fecha. Elaborar a terra quer dizer:
trazê-la ao aberto como aquilo que se encerra.”
A Terra possibilita que se alcance verdade, mas
por que meio? Pelo erigir de um mundo, isso se
dando por meio obra de arte.
A Origem da Obra de Arte
O mundo é instalado pela obra de arte.
Mundo aqui não é só a reunião de todas as coisas para um ser, mas sim
a teia de relações conectadas ao Entre-ser. Sendo assim, o par de
sapatos de Van Gogh permite a abertura (Terra) do mundo da
camponesa (a dureza do trabalho, o caminhar sobre o campo, a rotina
do acordar, o cotidiano da vida agrícola entre outros vários pontos).
A pedra não possui mundo, mas a camponesa sim. Porque ela se
conecta à verdade, ao ser, através da abertura que a Terra propicia.
A instalação do mundo é um dos fatores essenciais
do ser-obra.
A Origem da Obra de Arte
Ao instalar o mundo, a obra não desgasta a Terra
(como o utensílio ao ser utilizado), pelo contrário, a
obra mostra a Terra como ela realmente é.
Assim, a obra elabora a Terra.
Se a Terra possibilita a abertura para a verdade,
por seu estado de abrigo do mundo, esse é a
abertura em si, que manifesta as decisões de um
povo.
A Origem da Obra de Arte
Essa relação cíclica de abrigar (basear, guardar)
da Terra em oposição com o irromper (abrir,
possibilitar) do mundo gera uma disputa.
MUNDO
DISPUTA
TERRA
A Origem da Obra de Arte
Tal disputa, que gera o pôr-se-em-obra da
verdade (possibilidade e abertura pra o alcance
da verdade) é o que permite o repouso da obra
de arte em si mesma. É o ser-obra da obra.
E é exatamente nesse pôr-se-em-obra da verdade
que Heidegger irá constatar o sentido da
preposição “da”:
Não será a arte que põe em obra a verdade, mas a verdade que põe
a si mesma em obra por meio da arte.
A Origem da Obra de Arte
O pôr-se-em-obra da verdade retira da obra de arte
a subjetividade, a obra não é apenas fruto do
trabalho do artista, mas do horizonte de realização da
verdade
O ser precisa se apropriar da poiesis (linguagem e
ação), por meio do Entre-ser para encontrar a moradia
desse ser e a sua própria.
Como define Marco Antonio Casanova em Heidegger e
o acontecimento poético da verdade:
“Não é o homem, em suma, que define o modo de ser da casa em que mora,
mas o acontecimento mesmo do ser”.
Conclusão
Com Heidegger, chega-se a um novo patamar na
relação de arte e verdade, indo além de um
pensamento estético.
Não há no trabalho de Heidegger uma
contraposição entre Arte e Verdade, ou a
declaração da arte como uma manifestação da
verdade, mas sim da arte como morada da
verdade, essa que se estende além de sua morada.
Bibliografia
HEIDEGGER, Martin. A Origem da Obra de Arte. São Paulo:
Edições 70, 2010.
CASANOVA, Marco Antonio. Nada a caminho:
impessoalidade, niilismo e técnica no pensamento de
Martin Heidegger. Rio de Janeiro: Forense Universitário,
2006.
THOMSOM, Iain D. Heidegger, Art, and
Postmodernity. Cambridge University Press, 2011.