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MARTIN HEIDEGGER

A ORIGEM DA OBRA DE ARTE


Artes Visuais UFPB – Disciplina: História da Estética. Professor: Gabriel Bechara.
2014.1 Alunos: Aislan Douglas – Arthur Marques.
MARTIN HEIDEGGER
Vida e Influências
Biografia
 Nascido na cidade de Meßkirch, no estado de
Baden, Alemanha.
 Em 26 de setembro de 1889
 Inicialmente quis ser Padre e chegou a estudar
teologia na universidade de Freiburg. Depois
estudou filosofia na mesma Universidade com
Edmund Husserl, fundador da Fenomenologia.
 Em 1927 sairá seu trabalho fundamental “O ser e
Tempo”
Biografia
 Sua obra foi dedicada a Husserl, que posteriormente
não aprovou a obra, causando rompimento entre
ambos.
 Heidegger se inscreveu no partido Nazi (NSDAP) em 1
de maio de 1993 (ano da chegada de Hittler ao
poder), tendo posteriormente sido nomeado reitor da
universidade de Freiburg.
 Pediu demissão por ser pressionado por outros
professores que tentavam boicotar o partido Nazista
 Faleceu no dia 26 de maio de 1976 aos 87 anos.
Biografia
 Influenciado por:

Immanuel Kant.

Georg
Hegel.
Biografia
 Influenciado por:
Edmund
Husserl.

Friedrich
Nietzsche.
Biografia
 A quem influenciou:

Michel
Foucault.

Giorgio
Agamben.
Biografia
 A quem influenciou:
Hans-Georg
Gadamer.

Gianni
Vattimo.
FILOSOFIA
Principais pensamentos
Ontologia Heideggeriana
 Foco do trabalho de Heidegger, em que ele
concluiu que o homem é o ente através do qual o
Ser se manifesta em seu grau maior de
desvelamento. É na sua solidão que o homem pode
entrar em contato com o Ser, a partir de uma
reflexão sobre ele mesmo.
 Entre-Ser(Ser-aí ou Ser-no-mundo, Daisen)
 O Entre-Ser é um ser possível, ou seja, é sempre
aquilo que pode ser.
Ontologia Heideggeriana
 Heidegger descreve a vida cotidiana do homem
considerada por ele como uma forma de existência
inautêntica, constituída por três aspectos:
 Facticidade
 Existência
 Decadência.
Ontologia Heideggeriana
 Existência Autentica:
 A autenticidade é justamente quando o homem pode conviver com sua
condição enquanto ser-para-a-morte.
 O homem é um ser de possibilidades infinitas, as quais ele vai
“escolhendo” realizar enquanto vive, mas esta possibilidade da morte é
a única que lhe é dada como certa.
 É importante ressaltar que há uma mudança no pensamento
de Heidegger em um segundo momento: ele não considera mais a
existência humana a porta de entrada para o Ser, mas sim o Ser passa
a ser a abertura para a possível compreensão da existência humana.
Fenomenologia
 Criada por Edmund Husserl, a fenomenologia é o
estudo da consciência e dos objetos da consciência.
 É o processo pelo qual tudo que é informado pelos
sentidos é mudado em uma experiência de consciência.
 Constituem nossa experiência de consciência
 O interesse para a Fenomenologia não é o mundo que
existe, mas sim o modo como o conhecimento do mundo
se realiza para cada pessoa.
Fenomenologia Heideggeriana
 Segundo Heidegger, a compreensão do ser é, ao
mesmo tempo uma determinação do ser do homem.
 O homem é a porta de acesso ao ser.
 O ser nunca se manifesta diretamente,
imediatamente, em si mesmo, mas sempre como o
ser deste ou daquele ente.
 Heidegger descobre alguns traços característicos
do ser do homem denominando de existências.
Fenomenologia Heideggeriana
 O primeiro existencial é o de Entre-ser (Ser-aí) ou Ser-
no-mundo. Chamado de Daisen por Heidegger.
 O segundo é a própria existência.
 O terceiro é a Temporalidade. O homem é um existente
porque está essencialmente ligado ao tempo. Isso faz
com que ele se encontre sempre além de si mesmo.
 Entre os dois primeiros existenciais, ser-no-mundo e
existência, há uma clara diferença. Um prende o
homem ao passado, o outro projeta o futuro.
Hermenêutica
 Hermenêutica é um ramo da filosofia que estuda a
teoria da interpretação, que pode referir-se tanto à
arte da interpretação, ou a teoria e treino de
interpretação.
 A hermenêutica tradicional - que inclui hermenêutica
Bíblica - se refere ao estudo da interpretação de
textos escritos, especialmente nas áreas de literatura,
religião e direito.
 A hermenêutica moderna, ou contemporânea, engloba
não somente textos escritos, mas também tudo que há
no processo interpretativo.
Hermenêutica Heideggeriana
 Heidegger, em sua análise da compreensão, diz
que toda compreensão apresenta uma "estrutura
circular".
 Toda interpretação, para produzir compreensão,
deve já ter compreendido o que vai interpretar
 O cerne da teoria de Heidegger está, todavia, na
ontologização da compreensão e da interpretação
como aspectos do ser do ente que compreende o
ser, o "Dasein”
A ORIGEM DA OBRA DE ARTE
O pensamento de Heidegger sobre a arte em
função da descoberta do ser e da verdade
A Origem da Obra de Arte
 Em a Origem da Obra de Arte, Heidegger procura
mostrar como, através, da obra, pode-se perceber
o ser e a verdade das coisas.
 O autor não pretende estabelecer um Estética, que
procura estabelecer o Belo.
 Embora Heidegger, em sua obra, procure mostrar
os conceitos que validam sua opinião a cerca da
obra de arte, ele mesmo confirma que, nunca se
alcança a plenitude do entendimento.
A Origem da Obra de Arte
 Isso se deve a seu claro entendimento hermenêutico
de interpretação circular (praticamente paradoxal)
e a sua própria concepção de Origem como algo
abismal e misterioso.
 Cabe então o exercício do pensar e do observar
sobre o enigma que é a arte.
A Origem da Obra de Arte
 Ao observar o título A Origem da Obra de Arte,
percebe-se três grandes fatores que irão direcionar
o trabalho heideggeriano e que também guiarão
esta apresentação:
 Não a Origem, que é misteriosa e oculta, mas o Originário (salto
primordial), o caminho que mostra a essência das coisas. É a ação que
decorre a partir da origem chegando à verdade a partir do ser.
 A Obra, pro-duzida (pôr-se-em-obra, deixar agir) e baseada, em sua
essência de ser, por uma disputa entre Terra e mundo, que gera o
repouso do ser-obra.
 A Arte, que ocorre pelo pôr-se-em-obra da verdade, sendo o horizonte
dessa realização.
A Origem da Obra de Arte
 Pensar no originário da arte é o primeiro exercício
que Heidegger procura fazer para alcançar a
essência da obra de arte.
 Ele estabelece que essa essência se encontra na
própria obra em si.
 Parte então para a observação da relação da
obra com o artista e a própria arte:
A Origem da Obra de Arte
 A obra e o artista estão conectados, sendo um a
origem do outro, porém, nenhum porta sozinho o
outro.
 Os dois estão conectados pela arte, que preenche
os espaços entre esses.

A
R
ARTISTA T OBRA
E
A Origem da Obra de Arte
 Porém, essa relação não estabelece a essência da
obra de arte.
 Heidegger atenta então para a observação de um
caráter mais básico da obra: o caráter de coisa:
 “Há pedra na obra arquitetônica. Há madeira na escultura. Há cor
na pintura. Há som na obra de linguagem. Há sonoridade na obra
musical. O caráter de coisa é tão irremovível na obra de arte que,
ao contrário, seria melhor dizer: o monumento está na pedra, a
escultura está na madeira. A pintura está na cor. A obra de
linguagem está na fala. A obra musical está na sonoridade.”
A Origem da Obra de Arte
 Entender o ser da coisa possibilitaria o
entendimento do ser da obra de arte? Isso é o que
se pretende descobrir.
 Quanto ao termo coisas, identifica-se as “meras coisas”: as coisas da
natureza (as pedras, a madeira) e as coisas de uso (um tijolo, uma
mesa).
 Sabe-se então, que as coisas possuem
propriedades e características, mas essas não
definem a coisa em si.
A Origem da Obra de Arte
 Heidegger foca em três interpretações dominantes
do que é uma coisa:
 Substância e acidentes (propriedades).
 Multiplicidade de percepções sensoriais.
 Matéria formada.
 A primeira interpretação não consegue diferenciar
a coisa da não-coisa, já que sua definição é ampla
demais, distanciando-se da própria coisa.
A Origem da Obra de Arte
 Já a segunda, coloca os sentidos entre o ser e o
ser-coisa, impedindo a percepção real da essência
da coisa, limitando-se apenas ao que ela imprime
ao homem.
 A terceira é a mais dominante, devido ao seu
equilíbrio de posição entre ser e ser-coisa. Porém
Heidegger percebe que a relação de matéria e
forma não conseguem chegar à coisa, e assim,
muito menos à obra.
A Origem da Obra de Arte
 Isso acontece porque a relação de matéria
formada estabelece uma relação de manipulação
da matéria para criar uma função.
 Ou seja, matéria e forma relacionando com um ser-
utensílio e não um ser-coisa.
 Embora também fruto de um pro-duzir, como o
utensílio, a obra não é forçada a nada. Ela é auto-
suficiente para ser o que é.
A Origem da Obra de Arte
 Por essa autonomia, a obra se assemelha mais à
“mera coisa” do que ao utensílio.

AUTONOMIA PRO-DUZIR
OBRA

COISA UTENSÍLIO

A obra compartilha características tanto com a coisa,


como com o utensílio, porém, em seu ser, se aproxima muito mais da
coisa, por sua autonomia.
A Origem da Obra de Arte
 Diferentemente do utensílio, que tem seu ser-coisa
consumido após cumprir sua função, a obra de arte
se mostra inesgotável.
 Porém, o que identificaria o ser-utensílio? Esse é um
questionamento importante da obra de Heidegger,
porque esse assume a possibilidade encontrar o
caráter de coisa da coisa e da obra de arte na
obra, a partir dessa indagação.
A Origem da Obra de Arte
 Como exemplo para o entendimento dessa questão, observa-se um par
de sapatos de camponês, esse, apresentado na pintura de Van Gogh:

Um Par de Sapatos, 1886.


Museu Van Gogh, Amsterdam.
A Origem da Obra de Arte
 Ao olharmos para os sapatos, percebemos
inicialmente suas características, o couro amassado,
a sola, também de couro. Os sapatos tem como sua
função o calçar.
 Mas, para encontrar o sentido real do ser-utensílio,
devemos pensar além. Pensar nos sapatos quando,
onde e como possuem sua função.
A Origem da Obra de Arte
 Heidegger fala da camponesa, que usa os sapatos
todos os dias para seus trabalhos, ao andar com
eles, assim eles servem realmente.
 Embora a pintura só apresente um par de sapatos,
vai-se além na procura do ser-utensílio, como o
próprio Heidegger fala:
 “Da escura abertura do interior gasto dos sapatos a fadiga dos passos do
trabalho olha firmemente. No peso denso e firme dos sapatos se acumula
a tenacidade do lento caminhar através dos alongados e sempre mesmos
sulcos do campo, sobre o qual sobra um contínuo vento áspero.”
A Origem da Obra de Arte
 Ao caminhar pelas referências que o par de sapato
trás à tona, entende-se a verdade desse.
 Isso não foi possível ao observar a construção do
sapato, nem de sua descrição ou utilização. Só foi
possível acessar sua verdade por meio do quadro
de Van Gogh.
 Esse acesso não é fruto de uma subjetividade do
leitor, mas sim de seu desvelo (dedicação sem
imposição) para com o ser da obra.
A Origem da Obra de Arte
 Também assim, a própria feitura da obra não é
fruto da inspiração do artista, mas de sua conexão
com o ser, no sentido mais profundo de pro-duzir.
 É, então, por meio da obra de arte que se acessa a
verdade das coisas, numa conexão entre o entre-
ser (ser-aí) e o ser que reside na obra.
A Origem da Obra de Arte
 Exatamente por essa relação de seres, que a obra
não copia a realidade, mas sim, a essência geral
das coisas.
 É devido a esse não-copiar que o atestar do
caráter de obra a partir da coisa, ou mesmo do
utensílio, porque a obra se projeta a partir do ser
para a verdade, e não a partir da realidade.
A Origem da Obra de Arte
 Ao visualizar o caráter de coisa da obra, distancia-
se da própria obra, assim como visualizar as
características da coisa não revela a coisa em si.
COISA

OBRA
A Origem da Obra de Arte
 O papel do artista é exatamente tornar a obra
acessível em si, separando-a de todas as suas
referências (que a definem como coisa e não como
obra), propiciando, assim, a autonomia da obra.
 O artista se posta diante da obra de forma
indiferente, ele é o caminho necessário para que a
verdade se estabeleça na obra, embora que, assim
que ocorre, esse caminho seja consumido.
A Origem da Obra de Arte
 A obra não pertence ao artista, mas apenas ao
acontecimento da verdade.
 A possibilidade desse acontecimento é uma espécie
de desabrochar em si e no todo. É um contexto que
cria a abertura para o acontecimento da verdade.
 Esse contexto é nomeado por Heidegger de Terra.
A Origem da Obra de Arte
 Quando se fala de si e todo, é exatamente essa
capacidade da obra de arte de clarear a verdade
das coisas.
 Quando o templo grego é assolado pela
tempestade, não só a estabilidade do templo é
demonstrada na sua forma mais profunda e
entendível, mas também a força da tempestade.
A Origem da Obra de Arte
 A Terra é misteriosa, ela se fecha em si quando
tentam alcançar seu conteúdo, como o próprio
Heidegger fala:
 “A terra é aquilo que, por essência, se fecha. Elaborar a terra quer dizer:
trazê-la ao aberto como aquilo que se encerra.”
 A Terra possibilita que se alcance verdade, mas
por que meio? Pelo erigir de um mundo, isso se
dando por meio obra de arte.
A Origem da Obra de Arte
 O mundo é instalado pela obra de arte.
 Mundo aqui não é só a reunião de todas as coisas para um ser, mas sim
a teia de relações conectadas ao Entre-ser. Sendo assim, o par de
sapatos de Van Gogh permite a abertura (Terra) do mundo da
camponesa (a dureza do trabalho, o caminhar sobre o campo, a rotina
do acordar, o cotidiano da vida agrícola entre outros vários pontos).
 A pedra não possui mundo, mas a camponesa sim. Porque ela se
conecta à verdade, ao ser, através da abertura que a Terra propicia.
 A instalação do mundo é um dos fatores essenciais
do ser-obra.
A Origem da Obra de Arte
 Ao instalar o mundo, a obra não desgasta a Terra
(como o utensílio ao ser utilizado), pelo contrário, a
obra mostra a Terra como ela realmente é.
 Assim, a obra elabora a Terra.
 Se a Terra possibilita a abertura para a verdade,
por seu estado de abrigo do mundo, esse é a
abertura em si, que manifesta as decisões de um
povo.
A Origem da Obra de Arte
 Essa relação cíclica de abrigar (basear, guardar)
da Terra em oposição com o irromper (abrir,
possibilitar) do mundo gera uma disputa.

MUNDO

DISPUTA

TERRA
A Origem da Obra de Arte
 Tal disputa, que gera o pôr-se-em-obra da
verdade (possibilidade e abertura pra o alcance
da verdade) é o que permite o repouso da obra
de arte em si mesma. É o ser-obra da obra.
 E é exatamente nesse pôr-se-em-obra da verdade
que Heidegger irá constatar o sentido da
preposição “da”:
 Não será a arte que põe em obra a verdade, mas a verdade que põe
a si mesma em obra por meio da arte.
A Origem da Obra de Arte
 O pôr-se-em-obra da verdade retira da obra de arte
a subjetividade, a obra não é apenas fruto do
trabalho do artista, mas do horizonte de realização da
verdade
 O ser precisa se apropriar da poiesis (linguagem e
ação), por meio do Entre-ser para encontrar a moradia
desse ser e a sua própria.
 Como define Marco Antonio Casanova em Heidegger e
o acontecimento poético da verdade:
 “Não é o homem, em suma, que define o modo de ser da casa em que mora,
mas o acontecimento mesmo do ser”.
Conclusão
 Com Heidegger, chega-se a um novo patamar na
relação de arte e verdade, indo além de um
pensamento estético.
 Não há no trabalho de Heidegger uma
contraposição entre Arte e Verdade, ou a
declaração da arte como uma manifestação da
verdade, mas sim da arte como morada da
verdade, essa que se estende além de sua morada.
Bibliografia
 HEIDEGGER, Martin. A Origem da Obra de Arte. São Paulo:
Edições 70, 2010.
 CASANOVA, Marco Antonio. Nada a caminho:
impessoalidade, niilismo e técnica no pensamento de
Martin Heidegger. Rio de Janeiro: Forense Universitário,
2006.
 THOMSOM, Iain D. Heidegger, Art, and
Postmodernity. Cambridge University Press, 2011.

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