O que pratica a escola? • A problemática existente em torno da abordagem sobre verificação e avaliação ganha notoriedade no âmbito escolar, já que a busca de entender seus conceitos também se tornam presentes no espaço das escolas, ganhando distinções entre si e reflexões para o seu uso mediante as necessidades encontradas nas salas de aulas das escolas, principalmente do Brasil. • A verificação emerge das determinações da conduta de, intencionalmente, buscar “ver se algo é isso mesmo...”, “investigar de verdade alguma coisa.” • A verificação encerra-se com a obtenção do dado ou informação que busca, isto é, “vê-se” ou “não vê” alguma coisa. Por si, a verificação não implica que o sujeito retire dela consequências novas e significativas. • Luckesi (2011) aponta que na prática da aferição do aproveitamento escolar, o professor acaba realizando três procedimentos em sucessão: a medida do aproveitamento escolar, a transformação da medida em nota ou conceito e a utilização dos resultados adquiridos. Medida do aproveitamento escolar • Nos resultados da aprendizagem, os professores utilizam a medida do “acerto” de questão. A medida dá-se com a contagem dos acertos sobre um conteúdo específico, dentro de um certo limite de possibilidade.
• A medida se torna importante, por que é a partir dela, como
ponto de partida, que se pode dar os passos seguintes da aferição da aprendizagem. Transformação da medida em nota ou conceito • A segunda conduta do professor nesse processo de avaliação do aproveitamento escolar, é a conversão da medida em nota ou conceito.
• Na conduta anterior o professor obtém um resultado que é
transformado em nota, que adquire uma conotação numérica, ou em conceito, que ganha uma conotação verbal.
• Ex: Nota 0 a 10.
• Conotação Verbal: SS=Superior, MS= Médio Superior... • A notas e conceitos, a principio, expressam a qualidade que se atribui a aprendizagem do aluno, medida sob a forma de acertos ou pontos. Utilização dos resultados adquiridos • Com os resultados em mãos, o professor pode: – Registrá-lo no diário de classe ou caderneta de alunos – Oferecer ao aluno, caso ele tenha obtido uma nota ou conceito inferior, uma “oportunidade” de melhorar a nota ou conceito, permitindo que ele faça uma nova avaliação. – Atentar para as dificuldades e desvios da aprendizagem dos educandos e decidir trabalhar com eles para que, de fato, aprendam aquilo que deveriam aprender. Que de fato, construam os resultados necessários para aprendizagem. • E se as notas forem insuficientes, considerando até uma reprovação? – O mínimo a se fazer é registrar normalmente na caderneta e no máximo chamar a atenção do aluno para sua nota. Visando a melhora da mesma. – Mas será que de fato essa chamada de atenção fará com que o aluno melhore sua aprendizagem? Ou o mesmo se preocupe apenas com suas notas para poder passar? • De uma maneira geral, pode-se dizer que as avaliações são feitas em sua maioria das vezes para classificar os alunos em aprovados ou reprovados, e quando se tem uma revisão em cima de conteúdos da suposta reprovação, não visa a melhoria da aprendizagem em cima de conteúdos ainda não vistos, mas sim para “melhorar” a nota, para que possa aprova-lo. Com o que as escolas operam? • Verificação ou Avaliação? – Avaliação envolve um ato que ultrapassa a obtenção de configuração do objeto, exigindo decisão do que fazer ante ou com ele. – Verificação é uma ação que “congela” o objeto, ou seja, não há mais nada o que fazer. • Deste modo a escola brasileira opera com a verificação e não com a avaliação da aprendizagem.
– Resultados da aprendizagem têm função de estabelecer classificação
(aprovado ou reprovado). Esse resultado se encerra aí.
– Raramente vemos professores que fogem ao padrão usual, e fazer
aferição da aprendizagem, um efetivo ato de avaliação, pois se configura em uma entendimento em cima das dificuldades do aluno. Uso funcional da Avaliação • Coletar, analisar e sintetizar, da forma mais objetiva possível, as manifestações das condutas cognitivas, afetivas, psicomotoras – dos educandos, produzindo uma configuração do efetivamente aprendido. • Atribuir uma qualidade a essa configuração da aprendizagem, a partir de um padrão (nível de expectativa) preestabelecido e admitido como válido pela comunidade dos educadores e especialistas dos conteúdos que estejam sendo trabalhados; • A partir dessa qualificação tomar uma decisão sobre as condutas docentes e discentes a serem seguidas, tendo em vista: – A reorientação imediata da aprendizagem, caso sua qualidade se mostre insatisfatória e o conteúdo, habilidade ou hábito, que esteja sendo ensinado e aprendido, seja efetivamente essencial para a formação do educando; – O encaminhamento dos educandos para passos subsequentes da aprendizagem, caso se considere que, qualitivamente, atingiram um nível da satisfatoriedade no que estava sendo trabalhado. • Mas a prática da avaliação em seu sentido pleno só será possível na medida em que estiver realmente interessado na aprendizagem do aluno, ou seja, deve estar interessado em que o aluno aprenda aquilo que está sendo ensinado. • Mas isso não cabe apenas aos professores. – Baixo investimento pedagógico. – Preocupação com aprovação e reprovação. – Baixo interesse no efetivo desenvolvimento. • A ideia central da avaliação é obter os dados desviantes e fazer algo com isso, partir para a ação, para a reorientação. Já a verificação trabalha de forma estática, ou seja, é esse resultado final e fim. Como um psicólogo escolar pode ajudar? • Dificuldades em aprendizagem. • Orientação de alunos. • Orientação vocacional. • Até na seleção de profissionais dentro da escola. • Mediação de conflitos entre pais e a escola. • Mediação de conflitos relacionados a déficits dos filhos.