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DOS CRIMES CONTRA

O PATRIMÔNIO.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.155 CP.

Furto é a subtração, para si ou para outrem de coisa alheia móvel


Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante


o repouso noturno.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

• O BEM JURÍDICO TUTELADO NO ART.155 É O PATRIMÔNIO, NÃO


APENAS A PROPRIEDADE, MAS TAMBÉM A POSSE.
• SUBTRAIR= SIGNIFICA TIRAR, RETIRAR DE OUTREM BEM MÓVEL, SEM
A SUA PERMISSÃO, COM O FIM DE ASSENHORAMENTO DEFINITIVO.
• A SUBTRAÇÃO IMPLICA SEMPRE A RETIRADA DO BEM SEM O
CONSENTIMENTO DO POSSUIDOR OU PROPRIETÁRIO. ELA PODE ATÉ
ACONTECER A VISTAS DELES, MAS NÃO EXISTE O CONSENTIMENTO.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

• 2. Sujeito Ativo:
• Qualquer pessoa, salvo o proprietário ou possuidor da coisa.
• 3. Sujeito Passivo:
• É a pessoa física ou jurídica que detenha a posse ou propriedade da
coisa.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

• Objeto Material.

• A conduta criminosa recai sobre a coisa alheia móvel, que são considerados os
animais, aeronaves, os navios, os títulos de crédito, os talões de cheques, os frutos,
as árvores, etc.

• O furto de gado QUE É conhecido como abigeato PASSOU A SER QUALIFICADO


PELA LEI 13.330/16 -Esse tratamento mais rígido se deu da seguinte forma:

• (a) acréscimo de nova qualificadora para o crime de furto (artigo 155, §6º do CP) e
(b) criação de novo crime, de receptação de animal (artigo 180-A do CP).
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

• Doutrina e jurisprudência admitem o furto cometido por ladrão contra outro


ladrão, reconhecendo, contudo, como sujeito passivo, o proprietário
original da coisa.

• OBS. A coisa abandonada (rês derelicta) e a coisa de ninguém (rês nullius)


não podem ser objeto material de furto, pois não são coisas alheias.

• Se o agente pensou que se tratava de coisa abandonada e dela se


apoderou haverá erro de tipo que excluirá o dolo.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

• Quanto a cadáver:

• - se a subtração for com intuito de lucro haverá caso de furto, caso


contrário, o crime será de subtração de cadáver, previsto no art. 211
do CP.

• Neste sentido, Quem subtrair por exemplo cadáver de faculdade de


medicina com o fim de retirar o ouro existente na arcada dentaria
incorrerá em crime de furto.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

• Tipo Subjetivo

O tipo requer dois elementos subjetivos:

o primeiro dolo do agente é genérico, qual seja: vontade livre e consciente


de subtrair coisa alheia móvel.

O segundo exige uma finalidade especial, o dolo específico, o fim de


assenhorar-se da coisa em definitivo, contido na expressão "para si ou para
outrem" (animus furandi)
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

• O furto de uso, ou seja, a fruição da coisa momentaneamente sem


efetivo prejuízo ao ofendido, com restituição da coisa no estado em
que antes se encontrava não é contemplado pela norma penal em
estudo.

• E não é contemplado porque por ausência de elemento subjetivo do


tipo, que é ficar definitivamente com o bem( assenhoramento) ou
entregá-lo a terceiro. Nesse caso, a conduta é atípica para o furto.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

• furto famélico;

• É pacifico na jurisprudência o reconhecimento do estado de necessidade


em caso de furto famélico.

• É imperativo que a conduta do agente se realize com o único objetivo de


saciar a fome, num estado de extrema penúria, não podendo esperar mais,
por ser a situação insuportável e que somente por meio do ato ilícito
consiga resolver o problema de falta de alimentação.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

• 8. Consumação

Ocorre no momento em que o agente tem a posse tranquila da coisa,


ainda que por pouco tempo. Consuma-se quando a coisa sai da esfera de
disponibilidade e de proteção da vítima e ingressa na disponibilidade do
sujeito ativo.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

• Para a jurisprudência do STF, para a consumação dos crimes de furto


e de roubo basta a posse do bem em poder do agente,
independentemente de vigilância da vítima ou posse tranquila, de
modo que a fuga logo após o furto caracteriza a inversão da posse, e o
furto está consumado mesmo havendo perseguição imediata e
consequente retomada do objeto.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

• Sendo crime instantâneo, a consumação se verifica no exato instante


em que o delito é cometido.

• O crime também restará consumado quando a coisa estiver ocultada,


mesmo encontrando-se perto da vítima.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

• Tentativa

Crime material, exigindo assim o resultado naturalístico, a tentativa é


perfeitamente admissível na hipótese de o agente não conseguir subtrair
a coisa por circunstâncias alheias à sua vontade.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

desistência voluntária, arrependimento eficaz .

Diferentemente da tentativa em que a não consumação ocorre por

circunstâncias alheias à vontade do agente, na desistência voluntária e

no arrependimento eficaz (art. 15), a execução é interrompida pela

própria vontade do agente (medo, remorso, baixa qualidade do objeto

material,).
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

Ocorre desistência voluntária, por exemplo, se A ingressa na residência de B, mas


por qualquer motivo, desde que voluntário, desiste de prosseguir e foge sem nada
levar.

Nessa situação, Responde por invasão de domicílio.

Arrependimento é considerado eficaz se A subtrai um livro de B E antes de ter sua


posse tranquila devolve o objeto. Sua conduta foi de encontro com à continuidade do
processo de execução de uma conduta típica iniciada.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

Desistência voluntária e arrependimento eficaz

Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou

impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

Arrependimento posterior

Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,

reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou

da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a

dois terços.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

O arrependimento posterior é uma causa especial de diminuição de

pena e só tem aplicação nos crimes materiais, pois seu reconhecimento

se verifica com a reparação do dano ou a restituição da coisa.

O indivíduo que, voluntariamente, decorrido de alguns dias após o furto

de um veículo, arrepende-se e comunica à vítima o local onde o mesmo

se encontra será beneficiado pelo art.16.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

Repouso Noturno

É o período em que as pessoas descansam de acordo com os costumes de cada

região do País, a vítima encontra-se mais vulnerável e por isso a pena será

aumentada de um terço. Doutrina e jurisprudência são pacíficas ao admitirem sua

aplicação apenas ao furto simples.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

Nessa situação a causa de aumento de pena(1/3) é fundamentada pelo maior perigo

que é exposto o bem jurídico em virtude da diminuição da vigilância e dos meios de

defesa daqueles que se encontram recolhidos á noite para repouso.

para a configuração da qualificadora repouso noturno a Casa tem que estar

habitada?
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

Stf e stj já entenderam de que não é necessário que o furto seja praticada em casa

habitada, bastando que a subtração ocorra em período de repouso noturno para

que se configure a qualificadora.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

Furto de Pequeno Valor e Criminoso Primário- furto privilegiado

Se o criminoso é primário e é de pequeno valor a coisa furtada o juiz pode substituir

a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços ou aplicar

somente a pena de multa.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

Primário é o sujeito que não é reincidente, isto é, aquele que mesmo cometendo

outros crimes ainda não foi definitivamente condenando. Pequeno valor é aquele

em que a coisa furtada não ultrapassa o valor equivalente ao salário mínimo vigente

à época do fato criminoso. ( entendimento da jurisprudência)


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

O Privilégio e o Furto Qualificado

Segundo a jurisprudência do STJ( 511), se aplica ao crime de furto qualificado o


beneficio previsto no parágrafo 2º do art. 155 do CP, uma vez que a existência da
qualificadora inibe a aplicação do privilégio, não obstante a primariedade e o
pequeno valor ou pequeno prejuízo, em razão da flagrante incompatibilidade.

* A QUALIFICADORA TEM QUE SER DE ORDEM OBJETIVA.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

Furto de Energia Elétrica

a coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor

econômico.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

Percebe-se que o legislador utilizou-se de uma forma casuística se referindo

à energia elétrica, exatamente porque não tinha condições de enumerar

todas as energias, utilizando-se da expressão "ou qualquer outra que tenha

valor econômico". Assim, a doutrina enumera diversas outras energias

merecedoras da tutela penal, como genética, mecânica, térmica, radioativa,

energia eólica e outras. EX. FURTAR SÊMEM DE UM TOURO.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

Com relação a energia elétrica, quando determinado furto será

caracterizado?
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

NO QUE DIZ RESPEITO A ENÉRGIA ELÉTRICA O FATO TÍPICO PODE

CONFIGURAR O CRIME DE FURTO, OU MESMO O CRIME DE ESTELIONATO -

DEPENDE DO INSTANTE EM QUE A CORRENTE É DESVIADA.

SERÁ FURTO QUANDO O AGENTE DESVIA A CORRENTE ELÉTRICA ANTES

QUE ELA PASSE PELO REGISTRO. EX. ENERGIA ELETRICA TIRADA

DIRETAMENTE DO POSTE. “ GATO” .


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

SERÁ ESTELIONATO QUANDO O AGENTE PASSA A MODIFICAR O

MEDIDOR, PARA ACUSAR UM RESULTADO MENOR DO QUE O

CONSUMIDO. Nesse caso, de forma clara , teremos fraude e

automaticamente Estelionato.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP.

Furto Qualificado- rol taxativo, compreendendo as circunstâncias relativas ao modo


de excecução.

A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:

I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;

A violência aqui é empregada contra obstáculo que está impedindo a subtração da


coisa.

II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP

• Abuso de confiança é a quebra da fidelidade, do


vínculo de amizade existente entre algumas
pessoas.
• Emerge de uma condição particular de lealdade. É
preciso gozar absolutamente de confiança para
incidir na qualificadora.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP

• O Agente, DESSA FORMA, APROVEITA-SE DA


CONFIANÇA NELE DEPOSITADA PARA PRATICAR
O FURTO, POIS HÁ, MENOR VIGILÂNCIA DO
PROPRIETÁRIO SOBRE OS SEUS BENS.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP

• Fraude é o MEIO ardil, ARTÍFICIO, ENGANOSO EMPREGADO PELO AGENTE PARA


DIMINUIR, ILUDIR A VIGILÂNCIA DA VÍTIMA E REALIZAR A SUBTRÇÃO.

• A conduta do agente nesta espécie de furto é no sentido de subtrair os bens da


vítima iludindo-a momentaneamente, o delito é cometido sempre sobre a vigilância
da vítima.

• A qualificadora também se aplica quando a vítima não tem capacidade de


entender o caráter ilícito do fato, como o doente mental ou uma criança.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP

• Difere do estelionato, pois neste a vítima é enganada, seu


consentimento é viciado pelo erro. A própria vítima faz a entrega da
vantagem ilícita ao agente. O sujeito, mediante fraude, cria no
espírito da vítima um sentimento distorcido da realidade.
• JÁ No furto com fraude O SUJEITO PASSIVO É DISTRAÍDO E O
AGENTE SUBTRAÍ A COISA. EX. O AGENTE QUE A PRETEXTO DE
CONSERTAR O COMPUTADOR, SE PASSA COMO TÉCNICO DE
INFORMÁTICA PARA LOGRAR SUBTRAIR AS JOIAS DA DONA DA CASA.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ART.155 CP

• Escalada é a qualificadora que se caracteriza pelo


ingresso no local pretendido por via anormal demandando
um esforço incomum do agente para vencer o obstáculo
existente, como numa residência subindo uma árvore ou
um muro alto, ou ainda escavando um túnel etc.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.155 CP
• Destreza é a habilidade manual do
agente, por exemplo, o batedor de
carteira.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.155 CP
• Destreza é a habilidade manual do agente, por exemplo, o batedor de
carteira.

• A destreza é a habilidade física ou manual do agente, um meio dessa


qualificadora é a “punga” onde a subtração de dinheiro ou carteira em
locais que tem aglomeração de muitas pessoas.

• outro caso de destreza é quando a vitima esta dormindo e o agente


pratica a subtração.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.155 CP
• CHAVE FALSA

• E aqui, pode ser incluso a imitação da verdadeira e o instrumento que


pode ser utilizado pelo agente para fazer funcionar o mecanismo de
uma fechadura ou instrumento análogo.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.155 CP

• A Lei 13.654/18 (leia aqui) trouxe algumas alterações nos crimes contra o
patrimônio previstos nos arts. 155 e 157 do Código Penal, entrando em vigor
imediatamente.
Em relação ao furto (art. 155), foram acrescentados os parágrafos 4º-A e 7º:
• § 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver
emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.155 CP

• § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a


subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.155 CP

Portanto, criou-se uma nova hipótese de furto qualificado (§4º-A) com uma pena altíssima de 4 a
10 anos. Nesse caso, essa pena mais elevada decorre da forma de execução (emprego de
explosivo ou de artefato análogo) e do perigo criado.

Por sua vez, o §7º prevê uma figura qualificada que depende do objeto subtraído (e não da forma
de execução), isto é, será aplicada a pena mais elevada se a subtração for de “substâncias
explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação,
montagem ou emprego”.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.155 CP

Portanto, criou-se uma nova hipótese de furto qualificado (§4º-A) com uma pena altíssima de 4 a 10 anos.

Nesse caso, essa pena mais elevada decorre da forma de execução (emprego de explosivo ou de artefato

análogo) e do perigo criado.

Por sua vez, o §7º prevê uma figura qualificada que depende do objeto subtraído (e não da forma de execução),

isto é, será aplicada a pena mais elevada se a subtração for de “substâncias explosivas ou de acessórios que,

conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego”.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.155 CP
O § 5° disciplina ainda que a pena será de reclusão de três a oito anos,

se a subtração for de veiculo automotor que venha a ser transportado

para outro estado ou para p exterior.

E aqui inclui-se não só veículo, mas também motocicletas, caminhões,

lanchas, aeronaves etc.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.155 CP

• Fundamenta-se na maior dificuldade de recuperação do bem pela

vítima quando ocorre a transposição de fronteiras, seja com outro

Estado, seja com outro país.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.155 CP
• A pessoa contratada apenas para transportar tais veículos comete

furto qualificado (art. 155, § 5º) se o acordo houver sido celebrado

antes da subtração e ela estiver ciente de que esta ocorrerá; caso

contrário, pratica, em tese, receptação (art. 180, caput).


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.155 CP
• Qualificadora decorrente da subtração de semovente domesticável de

produção – abigeato (art. 155, § 6º).

• A pena do furto será majorada em razão da natureza da coisa subtraída,

quando se cuidar esta de abigeato, isto é, da subtração de semovente

domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no

local da subtração.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.156 CP
• Furto de coisa comum

• Art. 156. Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem

legitimamente a detém, a coisa comum: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2

(dois) anos, ou multa. § 1º Somente se procede mediante representação. § 2º Não

é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a

que tem direito o agente.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.156 CP
• VALOR PROTEGIDO (OBJETIVIDADE JURÍDICA)

• Objeto jurídico no furto de coisa comum são a posse e a propriedade

legítimas.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.156 CP
• TIPO OBJETIVO

• O comportamento nuclear é semelhante ao do art. 155 do CP e se dá

com a inversão do título da posse, aqui tomada no sentido de ter

exclusivamente para si algo que era comum a todos os condôminos,

coerdeiros ou sócios.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.156 CP
• TIPO OBJETIVO

• É necessário que o objeto seja retirado da esfera de disponibilidade e

vigilância do sujeito passivo, com ânimo de assenhoreamento

definitivo (animus rem sibi habendi ou animus furandi).


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.156 CP
• Anote-se que em se tratando de coisa comum fungível (aquela que

pode ser substituída por outra da mesma espécie, quantidade e

qualidade) e o sujeito apoderar-se de valor que não excede a quota a

que tem direito, não há crime, incidindo a causa de exclusão da

adequação típica prevista no art. 156, § 2º.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.156 CP
• Aquele que se apodera da coisa de uso comum, que já estava consigo,

comete apropriação indébita (CP, art. 168).

• Não se aplica o dispositivo ao sócio que subtrai bem pertencente a

uma sociedade da qual faça parte, porque o bem não é comum, mas

de outrem (isto é, da pessoa jurídica), devendo incidir o art. 155 do CP.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.156 CP
• AÇÃO PENAL

• A ação penal é pública condicionada à representação do ofendido

(art. 156, § 1º). Em face da pena cominada, trata-se de infração de

menor potencial ofensivo, submetendo-se, destarte, ao regime jurídico

da Lei n. 9.099, de 1995.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
• DO ROUBO E DA EXTORSÃO (ARTS. 157 A 160)

• Quais as diferenças entre tais institutos?


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
• Podem ser assinaladas as seguintes diferenças:

• a) quanto à ação nuclear: no roubo, há subtração; na extorsão, constrangimento;

• b) quanto aos meios executórios: no roubo, a lei prevê o emprego de violência ou grave

ameaça contra a pessoa e de recurso que reduza a vítima à incapacidade de

resistência (violência imprópria); na extorsão, violência ou grave ameaça contra a

pessoa;
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP

• c) quanto à imprescindibilidade do comportamento

da vítima: no roubo, diversamente da extorsão a

• atitude da vítima não é conditio sine qua non para o

êxito do desfalque patrimonial.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
• Roubo

• Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,

mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la,

por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:

• Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP

• § 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de

subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou

grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do

crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Características da conduta típica

Violência própria.

Dá-se a violência, ou vis absoluta, com o emprego de força física

contra a pessoa (titular do bem ou terceiro), consistente em

lesão corporal ou vias de fato.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
São exemplos:

a) puxar a vítima pelas vestes e derrubá-la ao chão

b) empurrões à vítima para desequilibrá-la ou derrubá-la

c) puxar os cabelos da vítima, enquanto outra pessoa retira-lhe o bem

d) a “trombada”, ou seja, o emprego de ataque súbito, mediante violência contra o

corpo do sujeito passivo (por exemplo, um empurrão de modo a desequilibrá-lo)


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Lembre-se que não há roubo quando a violência recai contra a

coisa (e não contra alguma pessoa).

Nesse caso haverá furto qualificado pelo rompimento ou

destruição de obstáculo à subtração do bem (CP, art. 155, § 4º, I).


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Grave ameaça.

A grave ameaça, ou vis compulsiva, dá-se com a promessa de

mal grave e injusto, devendo avaliar-se, caso a caso, se houve

meio executório capaz de intimidar o ofendido.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP

E nesse caso de análise concreta é relevante,

sejam levadas em conta as características pessoais

da vítima, tais como idade, compleição física, sexo

etc.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
A intimidação pode se dar por palavras, gestos ou atos.

Assim, se os agentes abordam alguém, gritando que se trata de

um “assalto”, há roubo (ainda que não exibam armas).

De forma idêntica, se a arma for apenas exibida ou se o agente

simular portá-la.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP

Violência imprópria

Cuida-se daquele que reduz o sujeito passivo à

incapacidade de resistir, por exemplo, embriaguez,

sonífero, hipnotismo, jogar areia nos olhos da pessoa etc.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP

Violência imprópria

Cuida-se daquele que reduz o sujeito passivo à

incapacidade de resistir, por exemplo, embriaguez,

sonífero, hipnotismo, jogar areia nos olhos da pessoa etc.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP

Princípio da insignificância ou da bagatela

A dupla objetividade jurídica presente no crime de

roubo afasta, por completo, a aplicação do princípio

da insignificância.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP

A conduta do agente produz risco relevante ao bem

tutelado, por se tratar de comportamento que não se

dirige somente contra o patrimônio, mas também contra

a integridade física ou psíquica do sujeito passivo.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Essa orientação é acolhida por nossa jurisprudência amplamente

majoritária. O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de

Justiça, por meio de suas turmas, consolidaram o entendimento

de que é inaplicável o princípio da insignificância ao delito de

roubo.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP

É inaplicável exatamente por se tratar de crime complexo,

visando à proteção tanto do patrimônio como também da

integridade pessoal.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
TIPO SUBJETIVO.

O roubo somente é punido na forma dolosa.

Exige-se, ainda, o elemento subjetivo específico consistente na

intenção de assenhorear-se definitivamente do objeto material.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
SUJEITOS DO CRIME

Sujeito ativo: O sujeito ativo, por se tratar de crime comum, pode ser qualquer pessoa, exceto o

próprio dono ou possuidor.

Sujeito passivo: A determinação dos sujeitos passivos baseia-se no bem jurídico tutelado.

O sujeito passivo imediato será o titular da posse e, secundariamente, o proprietário (quando forem

pessoas diferentes).
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
SUJEITOS DO CRIME.

Também será sujeito passivo, aquele que, mesmo não ostentando tais

qualidades, for alvo da violência ou da grave ameaça empregada.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
SUJEITOS DO CRIME.

A pessoa jurídica pode figurar como vítima de roubo, embora,

a toda evidência, não recaia contra ela o meio executório

empregado.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA.

O roubo por ser crime material para vim a ser consumado é

necessário que ocorra o resultado. E quando será consumado?

No tocante ao momento consumativo, há duas correntes:


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA.

1ª) o objeto subtraído deve sair da esfera de disponibilidade e

vigilância da vítima;

2ª) consuma-se no exato instante em que o agente se apodera do

bem.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Segundo o Superior Tribunal de Justiça: “Consuma-se o crime de roubo com a

inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça,

ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e

recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou

desvigiada” (Súmula 582).

Adotou-se, portanto, a teoria da amotio.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
STF TEM O MESMO ENTENDIMENTO DO STJ- Ou seja,

cessando a violência ou grave ameaça, estando o autor já

com o bem, consuma-se o roubo, independentemente da posse

vim a ser mansa e pacífica.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Tentativa

A tentativa é perfeitamente admissível quando, por

circunstâncias alheias à sua vontade, o agente não efetiva a

subtração.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Tentativa.

E se o agente voluntariamente desiste de subtrair o bem, qual

a figura jurídica que teremos?


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Tentativa.

Se o sujeito voluntariamente desiste de subtrair o bem, surge

a figura do art. 15 do CP (desistência voluntária), respondendo

somente pelos atos praticados (lesão corporal ou ameaça).


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Tentativa.

OBS. A desistência dos meios executórios DEVE SER

voluntária, ou seja, produto de sua livre e consciente vontade

(p. ex., desistir do roubo por se apiedar do sujeito passivo).


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Tentativa.

Se o autor do delito, em função de algum obstáculo, como a

aproximação de terceiros, deixa de prosseguir na execução do fato,

responde por roubo tentado, pois o encerramento do iter criminis

não foi produto de sua livre escolha.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Por esse motivo, entende-se que, se alguém decide roubar um veículo

automotor, inicia a execução do delito, mas muda de ideia em função

do alarme acionado ou porque notou que o automóvel possui dispositivo

“corta-combustível ou então a chave quebra dentro da ignição, há roubo

tentado, e não desistência voluntária.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
CONCURSO DE CRIMES .

Pluralidade de vítimas e unidade de patrimônio lesado – crime único

Se o agente emprega grave ameaça ou violência contra duas

pessoas, mas subtrai objeto de só uma, há crime único, ISSO

PORQUE APENAS UM PATRIMÔNIO FOI LESADO.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
CONCURSO DE CRIMES .

Pluralidade de vítimas e de patrimônios atingidos – concurso formal

Quando o sujeito, no mesmo contexto fático, subtrai bens de várias

pessoas, comete tantos crimes quantos forem os patrimônios

lesados, em concurso formal.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
AÇÃO PENAL.

Sempre será pública incondicionada, não importa a modalidade de roubo( SE

PRÓPRIO OU IMPRÓPRIO).

Dessa forma, a ação penal deverá ser ajuizada pelo Ministério Público, somente

podendo o ofendido fazê-lo em caráter excepcional, quando inerte o órgão

acusador (CF, art. 5º, LIX, e CPP, art. 29).


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
ART. 157, § 1º – ROUBO IMPRÓPRIO (OU “POR APROXIMAÇÃO”).

Ocorre o roubo impróprio quando o agente, “logo depois de subtraída a coisa,

emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, “a fim de assegurar a

impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro”.

A sanção penal é idêntica à do caput, ou seja, quatro a dez anos de reclusão, e

multa.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Difere, do roubo próprio, porque naquele( art.157 caput) a

violência ou grave ameaça são meios executórios para a

subtração, no roubo impróprio, ocorrem logo depois da

subtração.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
O agente entra numa casa para furtar. Antes, porém, de se

apoderar de algum bem (subtrair), é flagrado e emprega

violência visando fugir (garantir sua impunidade). Qual crime

comete?
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP

Não há roubo impróprio, pois antes da violência não houve

subtração. Há somente tentativa de furto e lesões corporais.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
O roubo impróprio somente se pune na forma dolosa, exigindo-se

consciência e vontade de concretizar os elementos objetivos do tipo.

Requer-se, neste sentido que se empregue a violência ou grave ameaça

contra a pessoa com a finalidade específica de garantir a impunidade

do crime ou a detenção da coisa, para si ou para terceiro.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
O roubo impróprio somente se pune na forma dolosa, exigindo-se

consciência e vontade de concretizar os elementos objetivos do tipo.

Requer-se, neste sentido que se empregue a violência ou grave ameaça

contra a pessoa com a finalidade específica de garantir a impunidade

do crime ou a detenção da coisa, para si ou para terceiro.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
APLICAÇÃO DAS CAUSAS DE AUMENTO E DAS QUALIFICADORAS

As causas de aumento de pena previstas no § 2º do art. 157 e as

qualificadoras descritas no § 3º têm incidência tanto no roubo próprio

quanto no impróprio.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
ANTES DE FALARMOS DAS QUALIFICADORAS É

IMPORTANTE ATENTARMOS PARA A ALTERAÇÃO TRAZIDA

PELA LEI 13.654/18, INCIDENTE SOBRE OS CRIMES DE

ROUBO E DE FURTO.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP

COM A ALTERAÇÃO O ART. 157 DO CÓDIGO PENAL PASSOU A

SER DISCIPLINADO COM A SEGUINTE TOPOGRAFIA:


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Art. 157. [...]

§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:

I – (revogado);

VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,

conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Art. 157. [...]

§ 2º-A. A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):

I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;

II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego

de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Art. 157. [...]

§ 3º Se da violência resulta:

I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito)

anos, e multa;

II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
ROUBO AGRAVADO OU CIRCUNSTANCIADO- ART. 157, § 2º.

I- Se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma.

Como se vê, o inciso I do § 2º foi revogado, sendo que ele estabelecia a necessidade de

aumentar a pena "se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma", sendo que

arma seria tanto arma de fogo ou arma branca (como faca, por exemplo).
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
ROUBO AGRAVADO OU CIRCUNSTANCIADO- ART. 157, § 2º.

Além do mais, a Lei 13.654/18 criou, dentro do § 2º, o inciso VI, que

traz a causa de aumento (de 1/3 a 1/2) "se a subtração for de

substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou

isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego".


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
ROUBO AGRAVADO OU CIRCUNSTANCIADO- ART. 157, § 2º.

Como dito, não se considera mais o uso de arma branca para fins de

aumentar a pena na terceira fase da dosimetria da pena, passando,

segundo § 2º-A, inciso I, a ser apenas arma de fogo.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
ROUBO AGRAVADO OU CIRCUNSTANCIADO- ART. 157, § 2º.

Outra alteração é possível de se verificar no novo § 2º-A, que criou duas causas

de aumento (de 2/3) "se a violência ou ameaça é exercida com emprego de

arma de fogo" e "se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o

emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum"


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
ROUBO AGRAVADO OU CIRCUNSTANCIADO- ART. 157, § 2º.

OBS. quando o agente praticar o roubo com emprego de arma, haverá crime único tão

somente se utilizar arma branca ou arma de fogo de uso permitido;

se, contudo, fizer uso de arma de fogo de uso restrito, proibido ou com numeração

alterada, responderá por dois delitos em concurso formal: o roubo simples (CP, art. 157,

caput) com a infração hedionda do art. 16 do Estatuto do Desarmamento.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Simulação de arma

Pacificou-se na doutrina e jurisprudência que o fato de o agente mentir que

está armado, quer verbalmente, quer por meio de gesto (encostando um de seus

dedos nas costas da vítima, ou colocando sua mão sob a blusa, por exemplo),

não constitui emprego de arma, pois o agente, evidentemente, não manuseou

qualquer arma.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Simulação de arma

Na situação haverá crime de roubo simples( caput), mas não

há que se falar em qualificadora. Será roubo em razão da

grave ameaça configurada na própria conduta do agente.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
ARMA DE BRINQUEDO.

Em termos jurisprudenciais, a grande maioria dos julgados era no sentido de

reconhecer o aumento no uso da arma de brinquedo, a ponto de o Superior

Tribunal de Justiça ter aprovado a Súmula n. 174 declarando que “no crime de

roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento da pena


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Em 24 de outubro de 2001, o mesmo Superior Tribunal de Justiça

cancelou referida súmula e passou a recusar o aumento nos casos

de emprego de arma de brinquedo.

O Supremo Tribunal Federal TAMBÉM passou a refutar agravamento

em tal caso.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Conclusão: Assim, embora não haja nenhuma súmula em vigor, o

cancelamento daquela antes existente e a sucessão de julgados dos

tribunais superiores rejeitando o aumento nos casos de emprego de

arma de brinquedo tornaram pacífica a não incidência da majorante.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP

O entendimento aplica-se também a outros simulacros, como

isqueiro com formato de arma de fogo, pistola de cola etc.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Após o cancelamento da súmula referente à arma de brinquedo,

foram proferidas inúmeras decisões no Superior Tribunal de Justiça

rejeitando o aumento por falta de potencialidade lesiva da arma

desmuniciada, entendimento que hoje é amplamente majoritário.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
(STJ — HC 317.337/RJ — Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca — 5ª Turma —

julgado em 09.08.2016, DJe 16.08.2016); “A jurisprudência desta Corte Superior

é sedimentada no sentido de que a utilização de arma desmuniciada, como

meio de intimidação, serve unicamente à caracterização da elementar grave

ameaça, não se admitindo o seu reconhecimento como causa de aumento da

pena em questão. Precedentes” .


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Arma não apreendida e não submetida à perícia para constatação da eficácia.

Tendo em vista o entendimento sedimentado nos tribunais superiores no sentido de que

não existe o aumento de pena quando a arma é de brinquedo ou quando está

desmuniciada ou quebrada, surgiu discussão em torno de uma situação absolutamente

corriqueira em que as vítimas dizem que os réus estavam armados, mas eles não foram

presos em flagrante — ou apenas um foi preso e o comparsa fugiu —, não havendo a

apreensão da arma.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
O tema foi submetido ao Plenário do Supremo Tribuna Federal, que, por maioria de votos, decidiu:

“Roubo qualificado pelo emprego de arma de fogo. Apreensão e perícia para a comprovação de seu

potencial ofensivo. Desnecessidade. Circunstância que pode ser evidenciada por outros meios de

prova. Ordem denegada. I — Não se mostra necessária a apreensão e perícia da arma de fogo

empregada no roubo para comprovar o seu potencial lesivo, visto que tal qualidade integra a própria

natureza do artefato. II — Lesividade do instrumento que se encontra in re ipsa.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
III — A qualificadora do art. 157, § 2º-A, Inciso I do Código Penal, pode ser

evidenciada por qualquer meio de prova, em especial pela palavra da vítima ou

pelo depoimento de testemunha presencial. IV — Se o acusado alegar o

contrário ou sustentar a ausência de potencial lesivo da arma empregada para

intimidar a vítima, será dele o ônus de produzir tal prova, nos termos do art. 156

do Código de Processo Penal.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Roubo com emprego de arma em concurso material com associação criminosa armada.

Sob a ótica de que o crime de quadrilha (modificado para associação criminosa pela Lei n.

12.850/2013) afeta a paz pública e se consuma no momento da associação, tendo a pena

aumentada até metade se o grupo é armado (art. 288, parágrafo único, do CP, com a

redação da Lei n. 12.850/2013), e que seus integrantes, ao cometerem posteriormente o

roubo, em concurso e com emprego de arma, estão violando novo bem jurídico, de caráter

individual, da vítima do assalto.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Roubo com emprego de arma em concurso material com

associação criminosa armada.

o Supremo Tribunal Federal vem admitindo o concurso material do

crime de roubo, majorado pelo concurso de agentes e emprego de

arma, com o delito de associação criminosa armada.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
“Esta Corte já firmou o entendimento de que a condenação simultânea pelos crimes de

roubo qualificado com emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º, I, do CP) e de formação de

quadrilha armada (art. 288, parágrafo único, do CP) não configura bis in idem, uma vez

que não há nenhuma relação de dependência ou subordinação entre as referidas condutas

delituosas e porque elas visam bens jurídicos diversos. Precedentes” (HC 113.413 — Rel.

Min. Ricardo Lewandowski — 2ª Turma — julgado em 16.10.2012, processo eletrônico DJe-

222 divulg. 09.11.2012, public. 12.11.2012).


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
II — se há concurso de duas ou mais pessoas.

Aplica-se o aumento ainda que o juiz condene uma só pessoa na sentença,

desde que haja prova do envolvimento de outra, que não pode ser punida, por

exemplo, por ser menor de idade, por ter morrido, por ter fugido e não ter sido

identificada etc.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
III — se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece

tal circunstância.

Obs. A doutrina interpretou a expressão “vítima em serviço de transporte de

valores” no sentido de que o aumento só tem vez quando a vítima está

carregando valores em via pública a trabalho e nunca para fins particulares.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Assim, quando alguém saca considerável quantia em dinheiro

de um banco para pagar um carro que comprou, não está em

serviço de transporte de valores.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
De acordo com o texto legal, é necessário, ainda, que o

agente tenha plena ciência de que está roubando alguém que

está em serviço de transporte de valores, sendo, portanto,

incabível o dolo eventual quanto a este aspecto.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
IV — se a subtração for de veículo automotor que venha a ser

transportado para outro Estado ou para o exterior.

V — se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo

sua liberdade;
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
O dispositivo em análise refere-se à restrição de liberdade, que não se

confunde com privação de liberdade — elementar do crime de

sequestro ou cárcere privado.

A privação de liberdade e mais duradoura, exige que a vítima seja

mantida em poder do sequestrador por tempo juridicamente relevante.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Na restrição da liberdade, por sua vez, a vítima é mantida em poder do roubador

apenas por alguns minutos.

Ex. No caso de roubo de automóvel, em que o agente, após a abordagem, fica

com a vítima dentro do veículo por breve espaço de tempo, unicamente para

que possa sair do local e atingir via de maior velocidade, em que seja facilitado

a sua fuga.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Além da restrição da liberdade, o inc. V exige que o agente mantenha a

vítima em seu poder. Assim, quando o agente rouba um bar e, no

momento de ir embora, tranca os clientes e o dono no banheiro, não se

pode dizer que ele manteve as vítimas em seu poder quando as trancou,

na medida em que o fez exatamente no momento da fuga.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Em tal caso, ou o agente responde por crime de sequestro (além do

roubo), caso as vítimas permaneçam presas no local por tempo

relevante, ou esse aspecto será considerado apenas como

circunstância judicial do art. 59, caso elas consigam se soltar ou

forem soltas logo após a fuga do ladrão.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
• VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios
que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação,
montagem ou emprego. ( INOVAÇÃO DA LEI 13.654/18)
• § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): INOVAÇÃO DA LEI
13.654/18)
• I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de
fogo;
• II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego
de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Art. 157, § 3º — Se da violência resulta lesão corporal grave, a

pena é de reclusão, de sete a DEZOITO anos, além da multa;

se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, E multa.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
OBS. Se a subtração fica na esfera da tentativa, mas o agente

efetivamente provoca lesões graves na vítima, responde pelo

crime qualificado consumado.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
SE caso ocorrer morte teremos a figura conhecida como

latrocínio, que se verifica quando a violência física empregada

pelo agente, durante e em razão do roubo, provoca a morte da

vítima.
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ART.157 A160 CP
Natureza hedionda

De acordo com o art. 1º, II, da Lei n. 8.072/90, o latrocínio,

consumado ou tentado, é crime hediondo. Já o roubo qualificado

pela lesão grave não tem essa natureza por ausência de menção em

referida lei.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Natureza hedionda.

Por ser crime hediondo, o autor do latrocínio NÃO pode obter anistia, graça ou

indulto. A progressão para regime mais brando só pode ocorrer após o

cumprimento de 2/5 da pena, se o condenado for primário, e 3/5, se reincidente.

Além disso, a obtenção do livramento condicional só é admitida se cumpridos

2/3 da pena e apenas se o agente não for reincidente específico.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Natureza hedionda.

O regime inicial deve ser o fechado, na medida em que a pena

mínima é de 20 anos.
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ART.157 A160 CP
Competência

De acordo com a Súmula n. 603 do STF, “a competência para o

processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do

Tribunal do Júri”.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Competência.

O Supremo Tribunal Federal, portanto, firmou entendimento de que o latrocínio,

ainda que decorrente de morte dolosa, por estar previsto no Título dos crimes

contra o patrimônio, não se enquadra na competência do Júri, que é apenas

para as infrações classificadas em lei como “crimes contra a vida”.


DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
ART.157 A160 CP
Latrocínio (requisitos).

São requisitos do latrocínio: a) que a morte seja decorrente da violência

empregada pelo agente; b) que a violência causadora da morte tenha sido

empregada durante o contexto fático do roubo; c) que haja nexo causal entre a

violência provocadora da morte e o roubo em andamento (violência empregada

em razão do roubo).

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