Faculdade de Educação Centro de Teologia e Humanidades
Graduação em Pedagogia – 8º período
Disciplina: Educação Profissional
Prof. Me. Sergio Gonçalves da Cunha
sergio.cunha@ucp.br
História da formação de professores (Parte II)
BEM-VINDOS! OBJETIVOS: Apresentação das origens ao atual cenário nacional sobre limites e possibilidades na formação de professores.
ITEM DO PROGRAMA:
II- Saber Docente e Educação
Profissional
Processo histórico de TANURI, Leonor Maria. História da formação de
professores. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro , n. 14, p. profissionalização do 61-88, Aug. 2000 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S professorado. 1413-24782000000200005&lng=en&nrm=iso>. Acessado em: 10 ago 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S1413- 24782000000200005. O quadro social, político e econômico da Primeira República pouco favoreceu a difusão do ensino.
Sem modificações na CF de 1824 (permanece o Adendo Constitucional
de 1824): Estados e Municípios responsáveis pelas escolas Normais e pouco apoio da União à educação popular.
Mudanças pedagógicas e curriculares no ensino público: influência da
filosofia cientificista e das experiências sensoriais (“lições de coisas”, do método intuitivo de Pestalozzi). A formação docente acompanhou tais mudanças?
Lei n. 374, de 03/09/1895: dualidade nas Escolas Normais para expansão
do ensino público: Escolas Normais Primárias (1911) x Secundárias. Unificação acontece em 1920. Tendências progressistas para elevação de nível. Lei n. 88, de 08/09/92, alterada pela Lei n. 169, de 07/08/1893: consubstanciam as ideias das elites republicanas paulistas para a instrução pública. “Merecem especial destaque: a criação de um ensino primário de longa duração (8 anos), dividido em dois cursos (elementar e complementar); a criação dos “grupos escolares”, mediante a reunião de escolas isoladas, com o ensino graduado e classes organizadas segundo o nível de adiantamento dos alunos; a criação de um curso superior, anexo à Escola Normal, destinado a formar professores para as escolas normais e os ginásios. Na Escola Normal, as alterações foram significativas: embora uma única cadeira continuasse responsável pela formação pedagógica do professor – Pedagogia e Direção de Escolas – destacam-se a amplitude do currículo, com ênfase nas matérias científicas, o prolongamento de seu curso para quatro anos, e a exigência de uma cultura enciclopédica, a ser avaliada através de exames, para ingresso na referida instituição.” (Tanuri, 1979; Monarcha, 1999 apud. Tanuri, 2000) • Transformações educacionais no Pós I Guerra Mundial: esforços de difusão da escola pública (entusiasmo) sob um novo modelo (otimismo).
• Aumentam as críticas ao caráter
reduzido de formação das Escolas Normais.
• Daí, o aumento dos anos de estudo,
mudanças metodológicas e curriculares, além da criação dos ciclos dentro desses cursos. Incluem-se as disciplinas de formação profissional (Didática, Metodologia...) •Tais escolas destinadas para as moças, a partir da década de 20;
•Exigência de formação mínima no secundário
a partir da década 30 (impactos das pesquisas, cursos, discussões, conferências etc.);
•Reformas propostas pela Escola Nova,
oportunizaram maior atenção à individualidade das crianças;
•Houve grande expansão do Ensino Normal e
preocupação com as escolas privadas. Em 1951, já eram 546 escolas. Já em 1970, havia quase 350 mil alunos matriculados;
•Problema: aumenta o despreparo dos
iniciantes e também cai a qualidade dos cursos. • Lei 6.024 de 1961: a única mudança para as Escolas Normais foi a equiparação ao Ensino Médio;
• Por conta da LBD, as disciplinas de formação básica
retornam ao Curso Normal;
• Surgem estímulos para a formação em nível superior
para professores do ensino primário: Parecer do Conselho Federal de Educação referente ao currículo mínimo do Curso de Pedagogia;
• Problemas persistem: desinteresse pela profissão
(egressos) e despreparo para atuação (por exemplo, até mesmo nos cursos de Pedagogia, Metodologia e Prática de Ensino eram disciplinas raras até o final da década de 60);
• A deterioração das condições de trabalho no período
militar colaboraram com essa depreciação. • Reforma universitária via Lei 5.540/68: mudanças no curso de Pedagogia (fracionamento e flexibilização de currículos para a formação de especialistas). Tendência tecnicista.
• Mudanças a partir da Lei 5.692/1971 – formação mínima exigida
(TANURI, 2000, p. 81):
a) no ensino de 1o grau, da 1a à 4a séries, habilitação específica de 2º
grau, realizada no mínimo em três séries; b) no ensino de 1o grau, da 1a à 8a séries, habilitação específica de grau superior, representada por licenciatura de curta duração; c) em todo o ensino de 1o e 2o graus, habilitação específica de nível superior, correspondente à licenciatura plena. Estudos adicionais de um ano, realizados em instituições de ensino superior, poderiam qualificar os habilitados em 2o grau ao exercício do magistério até a 6a série. Da mesma forma, os portadores de licenciatura curta, mediante estudos adicionais, poderiam exercer o magistério até a 2a série do segundo grau (art. 30). Admitiam-se ainda, em caráter suplementar e a título precário, outras possibilidades para se atender às necessidades de professores legalmente habilitados. “Essa fragmentação do curso refletia a tendência tecnicista, que acabou por conduzir a uma grande diversificação de disciplinas, específicas de cada habilitação – por exemplo, Psicologia da Criança, Psicologia do Desenvolvimento do Pré- Escolar, Problemas da Aprendizagem –, e a um evidente prejuízo no que diz respeito às questões concretas da escola de 1º grau.” (ibidem). Inúmeros trabalhos sobre o assunto são unânimes em apontar o “esvaziamento”, a “desmontagem”, a “desestruturação”, a “perda de identidade” ou a “descaracterização” sofrida pela escola normal no período, tendo-se vislumbrado inclusive sua “desativação” nos anos imediatamente posteriores à reforma, devido à queda considerável da procura, ao fechamento de inúmeros cursos, paralelamente ao descaso de políticas nacionais e estaduais (Mello et al. 1983; Mello et al. 1985; Gatti, 1987; Lelis, 1989, Santiago, 1994 apud. TANURI, p. 81) • Até a década de 70: crítica à hipertrofia dos aspectos instrumentais em detrimento à formação propedêutica;
• Após a LDB de 1971: descaracterização, insuficiência na formação
profissional;
• Propostas de mudanças: criação dos Centros de Formação e Aperfeiçoamento
do Magistério (CEFAM), em 1982;
• Entre as mudanças: processo seletivo de ingresso, pesquisa-ação, parcerias
com universidades e escolas e criação ou recuperação de Colégios de Aplicação;
• A partir da década de 80, há também reformulações no Curso de Pedagogia.
Combate ao tecnicismo e excessiva divisão do trabalho para garantia da identidade e funções claras;
• Iniciativas da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da
Educação (ANFOPE). • LDBEN de 1996 e a realidade a partir dos anos 90: Em 1996, havia 5.276 Habilitações Magistério x 337 cursos de Pedagogia (1994).
• Artigos 62 e 63 da LDBEN: formação
em nível superior, concomitante com o curso normal, além do “Normal Superior”;
• Decreto 3.276, de 6/12/99 – que
reserva exclusivamente aos cursos normais superiores a tarefa de preparar professores para a educação infantil e para as séries iniciais.
• Por fim, seguimos caminhando na
busca de profissionalização. Quais os ganhos e perdas reais?