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Aula 1 – Teoria Literária

“A Literatura nutre a
alma e a consola”
(Voltaire)
Aula 1 – Teoria Literária

Encomenda – Cecília Meireles

Desejo uma fotografia


como esta - o senhor vê? - como esta:
em que para sempre me ria
como um vestido de eterna festa.
Aula 1 – Teoria Literária

Como tenho a testa sombria,


derrame luz na minha testa.
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria.
Aula 1 – Teoria Literária

Não meta fundos de floresta


nem de arbitrária fantasia...
Não... Neste espaço que ainda resta,
ponha uma cadeira vazia.
Aula 1 – Teoria Literária

Conceito de Literatura / Linguagem


Literária

O que é Literatura? “A Arte


literária é mimese (imitação); é a arte
que imita pela palavra.” (Aristóteles,
séc.IV a.c.) – 1. Arte de compor ou
escrever trabalhos artísticos em
prosa ou verso; 2.conjunto de
trabalhos literários dum país ou duma
época, etc.
Aula 1 – Teoria Literária

Devemos entender literatura como...

* Imitação da realidade;

* Manifestação artística;

* A palavra como matéria-prima;

* Manifestação da expressividade humana.


Aula 1 – Teoria Literária

Funções da Literatura:

- Função evasiva – fuga da realidade;


- Função lúdica – jogo de experiências sonoras e de
relações surpreendentes;
- Função de “Arte pela arte” – descompromissada das
lutas sociais
- Função de literatura “engajada” – comprometida com a
defesa de certas ideias políticas.
Aula 1 – Teoria Literária

Exemplo 1:
Num matutino de ontem, num desses
matutinos que se empenham na publicidade do
crime, havia a seguinte notícia: João José
Gualberto, vulgo Sorriso, foi preso na
madrugada de ontem, no Beco da Felicidade,
por ter assaltado a Casa Garson, de onde
roubara um lote de discos.
Pobre redator, o autor da nota. Perdido
no meio de telegramas, barulhos de máquinas,
campainhas de telefones, nem sequer notou a
poesia que passou pela sua desarrumada
mesa de trabalho, e que estava contida no
simples noticiário de polícia.(...) Fosse o
repórter menos vulgar e teria escrito: “O
Sorriso roubou a música e acabou preso no
Beco da Felicidade”. (Stanislaw Ponte Preta)
Aula 1 – Teoria Literária

Exemplo 2:
A ONDA (Manuel Bandeira)

A onda anda
Aonde anda
A onda?
A onda ainda
Ainda onda
Ainda anda
Aonde?
Aonde?
A onda a onda
Aula 1 – Teoria Literária

Exemplo 3:
VASO GREGO – Alberto de Oliveira
Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que o suspendia


Então, e, ora repleta ora esvasada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.

Depois... Mas, o lavor da taça admira,


Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às
bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga lira


Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
Aula 1 – Teoria Literária

Exemplo 4:
NÃO HÁ VAGAS (Ferreira Gullar)
O preço do feijão
Não cabe no poema. O preço
Do arroz
Não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
A luz o telefone
A sonegação
Do leite
Da carne
Do açúcar
Do pão
Aula 1 – Teoria Literária

O funcionário público
Não cabe no poema
Com seu salário de fome
Sua vida fechada
Em arquivos.
Como não cabe no poema
O operário
Que esmerila seu dia de aço
E carvão
Nas oficinas escuras
- porque o poema, senhores
está fechado: “Não há vagas”
Aula 1 – Teoria Literária

Só cabem no poema
O homem sem estômago
A mulher de nuvens
A fruta sem preço

O poema, senhores,
Não fede
Nem cheira.
(Antologia Poética)
Aula 1 – Teoria Literária

Nosso interesse está na literatura dita “canonizada” – conjunto de obras


escritas e aceitas como artisticamente valiosas e representativas de nossa
herança cultural. Ex. “Dom Casmurro”, de Machado de Assis; “Vidas secas”,
de Graciliano Ramos; “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector, dentre outras.
Aula 1 – Teoria Literária

LITERATURA É A ARTE DA LINGUAGEM ESCRITA, QUE EXPLORA


TODAS AS POTENCIALIDADES DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO E É
CAPAZ DE TRANSPOR LIMITES DE TEMPO E ESPAÇO.
Aula 1 – Teoria Literária
Texto não- literário:
• ênfase no conteúdo;
• linguagem denotativa;
• linguagem mais impessoal;
• realidade apenas traduzida;
• Normalmente sem ambiguidade ou duplas interpretações.

“Uma nuvem colossal em forma de cogumelo sobre a


cidade japonesa de Hiroshima assinala a morte de 80 mil de
seus habitantes – vítimas do primeiro ataque nuclear do
mundo, em 6 de agosto de 1945. O lançamento da bomba,
uma das duas únicas do arsenal americano, foi feito para
forçar os japoneses à rendição. Como não houve resposta
imediata, os americanos lançaram outro “artefato”
remanescente sobre Nagasaqui e os russos empreenderam
a prometida invasão à Manchúria. Uma semana depois, o
governo japonês concordou com os termos da rendição e a
capitulação formal foi assinada em 2 de setembro.” (“A
sombra dos ditadores”, História dos ditadores, 1993, p.88)
Aula 1 – Teoria Literária A Rosa de Hiroshima
(Vinícius de Moraes)

Texto Literário: Pensem nas crianças


· ênfase na expressão; Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
· linguagem conotativa;
Cegas inexatas
· linguagem mais pessoal, emotiva; Pensem nas mulheres
· recriação da realidade; Rotas alteradas
· ambiguidade – recurso criativo. Pensem nas feridas
como rosas cálidas
mas oh não se esqueçam
Da rosa, da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Aula 1 – Teoria Literária

TEXTO LITERÁRIO TEXTO NÃO-LITERÁRIO


Linguagem pessoal, contaminada Linguagem impessoal, objetiva,
pelas emoções e valores de seu informativa.
emissor.
Linguagem plurissignificativa, Linguagem que tende à denotação.
conotativa.

Recriação da realidade, intenção Informação sobre a realidade.


estética.
Ênfase na expressão. Ênfase na informação, no conteúdo.
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Denotação X Conotação
Exemplo 1:

DOIS TIROS E D.MARIA QUASE PERDE A VIDA

Maria não queria viver sozinha no barraco acanhado.


Abandonada pelo companheiro, dois filhos para criar, a faxineira
desempregada conseguiu um revólver e partiu para a tentativa de suicídio.
A história, segundo a polícia, é que o companheiro de Maria, homem branco,
motorista, já era casado. E, Maria, mulher negra, no momento sem
emprego, vivia amasiada há cinco anos. No último fim de semana, o casal
se desentendeu e o homem resolveu voltar para a esposa legítima. Maria
não tolerou o abandono. Agora, está hospitalizada, em estado grave. Os
filhos estão com parentes.
Aula 1 – Teoria Literária

Denotação X Conotação
Exemplo 2: NOTÍCIA DE JORNAL

Tentou contra a existência no humilde barracão


Joana de tal, por causa de um tal João.
Depois de medicada, retirou-se pro seu lar,
Aí a notícia carece de exatidão.
O lar não mais existe, ninguém volta ao que acabou,
Joana é mais uma mulata triste que errou,
Errou na dose,
Errou no amor,
Joana errou de João.
Ninguém notou
Ninguém morou
Na dor que era seu mal,
A dor da gente não sai no jornal.
(Luís Reis e Haroldo Barbosa)
Aula 1 – Teoria Literária

DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO

Palavra com significação Palavra com significação ampla,


restrita. criada pelo contexto
Palavra com o sentido comum, Palavra com sentidos que
aquele encontrado no dicionário. carregam valores sociais,
afetivos, ideológicos etc.
Palavra utilizada de modo Palavra utilizada de modo
objetivo. criativo, artístico.
Linguagem exata e precisa. Linguagem expressiva, rica em
sentidos.
Aula 1 – Teoria Literária

TEXTO FIGURATIVO TEXTO TEMÁTICO


Ligação com a linguagem É aquele que diz de maneira
conotativa, composto de elementos objetiva, não usa figuras para
de natureza concreta, que explorar assuntos, temas; trabalha
simbolizam, representam. Os com elementos de natureza abstrata.
símbolos conduzem a ideias
abstratas que chamamos de temas.
Exemplo:

Texto figurativo: “Agua mole em pedra dura tanto bate até que fura”
Texto temático: Tema da persistência.
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Vulcões – Florbela Espanca


TEXTO FIGURATIVO:
Tudo é frio e gelado. O gume dum punhal
Elementos concretos:
Não tem a lividez sinistra da montanha
vulcões, gelado, gume, punhal,
Quando a noite a inunda dum manto sem igual
montanha, noite, fria, neve,
De neve branca e fria onde o luar se banha.
vestido, gelo, cume, alegre.
No entanto que fogo, que lavas, a montanha
Figuras centrais:
Oculta no seu seio de lividez fatal!
o frio e o quente
Tudo é quente lá dentro…e que paixão tamanha
A fria neve envolve em seu vestido ideal!

No gelo da indiferença ocultam-se as paixões


TEXTO TEMÁTICO:
Como no gelo frio do cume da montanha
Se oculta a lava quente do seio dos vulcões…
Essas figuras (frio x quente)
criam a temática:
Assim quando eu te falo alegre, friamente,
Essência x Aparência.
Sem um tremor de voz, mal sabes tu que estranha
Paixão palpita e ruge em mim doida e fremente!
Aula 1 – Teoria Literária

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