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Racionalismo de Descartes
Condições prévias:
• Porque os sentidos já nos enganaram no passado, não
devemos fundar o conhecimento na experiência.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
A dúvida cartesiana
• O primeiro passo na procura da verdade consiste em partir de um
ceticismo provisório para assegurar a inexistência de erros.
Descartes duvida:
• Dos sentidos – porque já nos iludiram no passado;
• Do conhecimento anterior – porque inúmeras vezes se mostrou
errado;
• Do mundo físico – pois, tal como os sonhos, pode ser uma ilusão.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Mesmo que duvide de tudo, há uma coisa de que não posso duvidar. Se
duvido é porque penso, e se penso existo, ainda que seja apenas uma
substância pensante.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Se duvido sou imperfeito, logo não posso ser a causa da ideia de perfeição.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
SUBSTÂNCIA
O conhecimento da existência de Deus.
DIVINA
Conclusões:
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo
Uma teoria explicativa do conhecimento
Racionalismo de Descartes
Racionalismo é a doutrina epistemológica que
defende o primado da razão.
«É a teoria das ideias inatas (...). Segundo ela,
são-nos inatos certo número de conceitos,
justamente os mais importantes, os conceitos
fundamentais do conhecimento. Estes
conceitos não procedem da experiência, mas
representam um património originário da
razão».
J. Hessen
Um dos seus mais ilustres representantes é
René Descartes (1596-1650).
Racionalismo de Descartes
René Descartes foi filósofo, físico e
matemático francês. Designado como
fundador da filosofia moderna e «pai»
da matemática moderna, foi um dos
pensadores mais influentes da história
da cultura ocidental.
Racionalismo de Descartes
Primado da razão: Descartes opta
por se apoiar na razão, e só nela, já
que os sentidos e a imaginação são
enganadores. A razão torna-se na
verdadeira e única fonte de
conhecimento seguro.
Racionalismo de Descartes
Bases a priori e irrefutáveis, isto é,
Ideias inatas premissas absolutamente verdadeiras
(ideias claras e distintas: evidentes).
• Universalmente válido.
Conhecimento • Logicamente necessário.
seguro • Objetivo.
Racionalismo de Descartes
Dúvida metódica: a primeira regra do
método cartesiano consiste em
exercer sistematicamente a dúvida, a
fim de nunca aceitar como verdadeiro
aquilo que não for claro, distinto e,
portanto, evidente.
Racionalismo de Descartes
Dúvida metódica
Primeira evidência, a partir
Eu (cogito) da qual Descartes deduz a
existência de Deus.
Racionalismo de Descartes
Mundo
físicas: extensão, forma e
movimento.
A ideia de Deus como
garante da ciência: se o
cogito é o início do
pensamento, só Deus é o seu
garante e fundamento. Só
assim a razão pode
ambicionar um conhecimento
seguro, objetivo e
universalmente válido.
Racionalismo de Descartes
Pressupostos do racionalismo:
• A razão ou entendimento é a única fonte de
conhecimento seguro.
• Os sentidos e a imaginação são enganadores.
• A razão possui, à partida, ideias inatas (claras, distintas
e evidentes).
• Só o raciocínio dedutivo (a partir de premissas
evidentes) garante a validade do conhecimento.
• A matemática deve constituir-se como modelo de
todo o conhecimento.
• A razão constrói conhecimentos universalmente
Racionalismo de Descartes
válidos e absolutamente verdadeiros.
Bibliografia
Racionalismo
Uma teoria explicativa do conhecimento
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
O que é o conhecimento?
Descrição e interpretação da atividade
cognoscitiva
Racionalismo de Descartes
Tipos de conhecimento
Podemos falar em conhecimento em três sentidos diferentes:
1. «O António sabe andar de bicicleta.»
É um conhecimento de aptidões ou saber-fazer.
2. «A Helena conhece Évora.»
Trata-se de um conhecimento por contacto.
3. «O Vítor sabe que a serra do Marão fica em Portugal.»
É o conhecimento dito proposicional.
Racionalismo de Descartes
O que é o conhecimento?
Racionalismo de Descartes
Teoria tradicional do conhecimento
O que é necessário para que um indivíduo possa afirmar
que sabe algo?
Atentemos na definição de solteiro.
Para qualquer indivíduo, alguém é solteiro se e, somente
se,:
1. For um adulto.
2. For homem.
3. Não for casado.
Racionalismo de Descartes
Teoria tradicional do conhecimento
Na definição apresentada dizemos que:
1. Se um indivíduo tem as características apontadas, então é
solteiro. Assim, dizemos que elas são condições suficientes
para que se seja solteiro.
2. Se um indivíduo é solteiro, é porque tem essas três
características, e então dizemos que cada uma delas é uma
condição necessária para se ser solteiro.
Racionalismo de Descartes
Teoria tradicional do conhecimento
Segundo a teoria tradicional do conhecimento, são necessários
três requisitos para haver conhecimento:
1. Crença - se alguém sabe que uma proposição é verdadeira,
então tem de acreditar que é verdadeira.
2. Verdade - se alguém sabe que uma proposição é
verdadeira,
então a proposição tem de ser verdadeira.
3. Justificação - para haver conhecimento têm de existir provas
que sustentem essa crença verdadeira .
Racionalismo de Descartes
Contraexemplo de Gettier
A teoria tradicional do conhecimento diz que todos os casos de
crença verdadeira justificada são casos de conhecimento.
O filósofo norte-americano
Edmund Gettier (1927-) veio
afirmar que ainda que um
indivíduo possa ter uma
crença verdadeira justificada
pode não ter conhecimento.
Racionalismo de Descartes
Contraexemplo de Gettier
Smith trabalha num escritório e sabe que alguém será promovido em
breve. O patrão, que é uma pessoa em quem se pode confiar, diz a Smith
que Jones será promovido. Smith acabou de contar as moedas no bolso
de Jones, encontrando 10 moedas. Smith tem então boas informações
para acreditar no seguinte:
Racionalismo de Descartes
Contraexemplo de Gettier
Suponha-se agora que Jones não receberá a promoção, embora Smith
não o saiba. Em vez disso, será o próprio Smith a ser promovido. E
suponha-se que Smith também tem dez moedas dentro do bolso. Smith
acredita em b e b é verdadeira. Gettier afirma que Smith acredita
justificadamente em b, dado que a deduziu de a. Apesar de a ser falsa,
Smith tem excelentes razões para pensar que é verdadeira.
Gettier conclui que Smith tem uma crença verdadeira justificada em b,
mas que Smith não sabe que b é verdadeira.
Racionalismo de Descartes
Conclusões
Pelo contraexemplo de Gettier percebemos que:
1. O sujeito tem dados para acreditar na proposição em causa,
dados estes que são altamente credíveis, mas não infalíveis.
2. O patrão está geralmente certo sobre quem vai ser promovido.
3. Todavia, geralmente não é sempre. As fontes da informação que
o sujeito explora neste exemplo são altamente credíveis, mas
não são perfeitamente credíveis. Todas as fontes de informação
são suscetíveis de erro, pelo menos até certo ponto.
Racionalismo de Descartes
Conclusões
Gettier pôs assim em causa a teoria tradicional do
conhecimento, ao afirmar que a crença verdadeira
justificada não é suficiente para haver conhecimento.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
O que é o conhecimento?
Descrição e interpretação da atividade
cognoscitiva
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
• O que é conhecer?
• Que tipos de conhecimento existem?
• Qual a estrutura do ato de conhecer?
• Quais as fontes do conhecimento?
• Será o conhecimento possível?
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Tipos de conhecimento:
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Exemplo:
“O João sabe que Portugal é um país europeu.”
CONHECIMENTO
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Como construímos conhecimento a partir de ideias?
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Como construímos conhecimento a partir de factos?
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Conclusões:
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
ESTRUTURA DO ATO DE CONHECER
CONHECIMEN
TO
Processo de captação ou
compreensão de algo.
SUJEIT OBJET
O O
Aquele que conhece. Aquele que é conhecido.
ESTRUTURA DO ATO DE CONHECER
CONHECIMEN
TO
TIPOS DE
CONHECIMENTO
CONHECIMENTO COMO
CRENÇA VERDADEIRA
JUSTIFICADA
Conhecimento distinto das meras opiniões, cuja
garantia exige que as crenças, para além de
verdadeiras tenham também de ser
fundamentadas (justificadas).
CRENÇ
A
Convicção de que algo
corresponde à realidade.
S acredita que P.
Condição necessária
mas não suficiente.
ESTRUTURA DO ATO DE CONHECER
VERDAD
E Proposição correspondente
com a realidade.
P é verdadeira.
Condição necessária mas
não suficiente.
ESTRUTURA DO ATO DE CONHECER
JUSTIFICAÇÃO
Fundamentos em que a proposição é
suportada.
S está justificado a acreditar que P.
Condição necessária e suficiente.
TEORIAS EXPLICATIVAS DO
CONHECIMENTO
PROBLEMAS DO
CONHECIMENTO
Teorias acerca da origem e possibilidade do
conhecimento procuram respostas às questões: «é
possível conhecer?» «como se conhece?»
RACIONALISMO EMPIRISMO
René Descartes (1596-1650) David Hume (1711-1776)
APRIORISMO OU CRITICISMO
Immanuel Kant (1724-1804)
TEORIAS EXPLICATIVAS DO
CONHECIMENTO
PROBLEMAS DO
CONHECIMENTO
RACIONALISMO
PROBLEMAS DO
CONHECIMENTO
EMPIRISMO
David Hume (1711-1776)
A experiência como fonte de conhecimento
(impressões e ideias).
Posição cética acerca da possibilidade do
conhecimento.
Conhecimento contingente dependendo da
experiência.
TEORIAS EXPLICATIVAS DO
CONHECIMENTO
PROBLEMAS DO
CONHECIMENTO
APRIORISMO OU CRITICISMO
Immanuel Kant (1724-1804)
A razão e a experiência como fonte de
conhecimento – intuições e conceitos
Posição crítica acerca da possibilidade do
conhecimento.
Conhecimento dos fenómenos.
1. Descrição e interpretação
da atividade cognoscitiva
1.1. Estrutura do ato de conhecer
1.1.1. Os problemas do conhecimento
GNOSIOLOGIA
TEORIA DO
CONHECIMENTO
O que é o conhecimento?
Que tipos de conhecimento existem?
Quais as fontes do conhecimento?
Qual a origem do conhecimento?
Será que o conhecimento é possível?
Qual o fundamento do conhecimento?
CONHECIMENTO
É inseparável de um contexto.
O saber-que também se
designa por conhecimento
factual, podendo ser expresso
com outras locuções: por
exemplo, «sei onde»; «sei
quando»; «sei quem», etc.
CONTEXTO
REALIDADE LINGUAGEM
Elementos indissociáveis
no conhecimento do mundo
na construção
na comunicação dos resultados do conhecimento
de uma visão
do mundo e de
uma cultura
1.1.2. Definição tradicional de conhecimento
CONHECIMENTO PROPOSICIONAL
(SABER-QUE)
O verdadeiro e o
Atitude de adesão a uma
falso de qualquer
Saber é acreditar naquilo determinada proposição,
crença dependem
que se sabe. tomando-a como
de algo exterior à
verdadeira.
própria crença.
A crença é uma condição necessária do conhecimento. Mas as crenças podem ser verdadeiras ou falsas.
DEFINIÇÃO TRADICIONAL DE CONHECIMENTO
CONDIÇÕES DO CONHECIMENTO
S dispõe de
S acredita que P. P é verdadeira. justificação ou
provas para
acreditar que P.
Todas as três
condições são Crença, verdade
necessárias e justificação:
para que haja condições
conhecimento. necessárias e
Consideradas suficientes para
isoladamente, que haja
nenhuma delas conhecimento.
é suficiente.
1.1.3. Críticas à definição tradicional de
conhecimento
EDMUND GETTIER
JUSTIFICAÇÃO DO
CONHECIMENTO
PENSAMENTO SENTIDOS
Perguntar pela fonte
OU RAZÃO do conhecimento
(EXPERIÊNCIA SENSÍVEL)
equivale, a perguntar
pela forma como é
Juízos a priori possível conhecer a Juízos a posteriori
verdade de um
Exemplo: determinado juízo ou Exemplo:
«5 + 5 = 10». pela justificação que «O Sol brilha».
apresentamos para
esse conhecimento.
Juízos cuja verdade pode ser conhecida Juízos cuja verdade só pode ser conhecida
independentemente de qualquer experiência, através da experiência sensível.
tendo, portanto, origem no pensamento ou razão.
Baseia-se em juízos a priori, tendo a sua fonte ou Baseia-se em juízos a posteriori, tendo a sua
origem apenas no pensamento ou na razão. É origem na experiência. É o conhecimento
justificado pela razão e não pela experiência. empírico, justificado pela experiência.
RACIONALISMO EMPIRISMO
(Racionalismo do século XVII) (Empirismo inglês do século XVIII)
Valorização do Valorização do
conhecimento a conhecimento a
priori (mas não se posteriori (mas não
nega a existência se nega a existência
do conhecimento a do conhecimento a
posteriori). priori).
FUNDACIONALISMO De acordo com a definição tradicional de
conhecimento, uma crença encontra-se justificada se
tivermos razões para pensar que ela é verdadeira.
permitem evitar a
SIM NÃO
DOGMATISMO CETICISMO
DOGMATISMO
Ceticismo Ceticismo
metódico sistemático
Filósofo racionalista
REGRAS DO MÉTODO
Intuição Dedução
moral
mecânica medicina
física
metafísica
DÚVIDA
Se alguma crença
resistir à dúvida,
então ela poderá
Recusar todas as crenças em que se note a ser a base ou o
mínima suspeita de incerteza. fundamento para
as restantes.
É um instrumento da luz natural ou razão, posto
ao serviço da verdade.
Por causa dos Porque os Porque não Porque alguns Porque pode
preconceitos e sentidos são dispomos de um seres humanos se existir um deus
dos juízos muitas vezes critério que nos enganaram nas enganador, ou um
precipitados que enganadores: permita discernir demonstrações génio maligno,
formulámos na convém fazer de o sonho da vigília. matemáticas. que sempre nos
infância. conta que nos engana.
enganam sempre.
FUNÇÃO DA DÚVIDA
Tem uma função catártica, já que liberta o espírito dos erros que o
podem perturbar ao longo do processo de indagação da verdade.
Afirmação da
minha
existência
CARACTERÍSTICAS DO COGITO
CLAREZA DISTINÇÃO
Separação de uma
ideia relativamente a
Presença da ideia ao EVIDÊNCIA outras: não lhe estão
espírito. associados elementos
que não lhe
pertençam.
Permite superar os
Legitima o valor da ciência argumentos dos céticos
e confere objetividade ao radicais e provar a
conhecimento. existência do mundo
exterior.
TEORIA DO ERRO
No erro intervêm:
ENTENDIMENTO VONTADE
Dá ou não o
consentimento aos
Formula juízos. juízos que o
entendimento
formula.
Qualidades subjetivas
Ser humano
(não estão presentes nos
corpos)
Fundacionalismo de Descartes
Ideias inatas
– conhecimento claro e distinto
Principais verdades:
- a existência do pensamento (alma), traduzida no cogito;
- a existência de Deus, ser perfeito, com os atributos respetivos;
- a existência de corpos extensos em comprimento, largura e altura.
Filósofo empirista
Perceções
Grau de Ideias
Impressões maior força e menor
vivacidade
(pensamentos)
São as representações
das impressões, ou as
São as perceções mais suas imagens
vívidas e fortes, como enfraquecidas.
as sensações, emoções As ideias derivam das Exemplo: a memória
e paixões. impressões, são cópias da cor de uma flor.
Exemplo: a cor de uma delas. (As ideias da memória
flor. são mais fortes e
vívidas que as da
imaginação.)
Exemplo: Exemplo:
Não admitem qualquer
sensação visual de um memória de um tom
separação ou divisão.
tom de verde. de verde.
Complexas
Ideias simples derivam de impressões simples, mas muitas ideias complexas não resultam de impressões
complexas.
A ideia de Deus, por exemplo, referindo-se a um Ser infinitamente inteligente, sábio e bom, é uma ideia complexa
que tem por base ideias simples que a mente e a vontade compõem, elevando sem limite as qualidades de bondade
e sabedoria. Nenhum objeto da experiência sensível lhe corresponde.
Tipos ou modos de
conhecimento
Não estão A sua
dependentes justificação
do confronto
RELAÇÕES DE QUESTÕES DE encontra-se na
com a IDEIAS FACTO experiência
experiência. sensível.
Conhecimento a
Conhecimento a
posteriori,
priori, traduzido
traduzido em
em proposições
São sempre proposições
necessárias.
verdadeiras, em contingentes.
quaisquer
circunstâncias. Verdades Poderiam ter
Verdades
Negá-las implica necessárias. sido falsas.
contingentes.
contradição. Exemplo: Negá-las não
Exemplo: «As
São os «2 + 4 = 6.» implica
estrelas cintilam.»
conhecimentos contradição.
da lógica e da
matemática.
Os conhecimentos a priori nada nos dizem de substancial acerca do mundo.
Exemplo:
Até hoje, sempre o calor dilatou os corpos. Logo, isso irá
igualmente verificar-se amanhã.
CONEXÃO NECESSÁRIA?
As certezas relativas
A única coisa que percecionamos é que aos factos futuros têm
entre dois fenómenos se verifica uma só um fundamento
conjunção constante. psicológico: o hábito
ou costume.
Conhecimento O conhecimento acerca dos factos futuros
a posteriori e é apenas suposição ou probabilidade,
não a priori. assentando na expectativa.
MUNDO (REALIDADE
EU EXTERIOR) DEUS
Mitigado ou
moderado: Hume
A crença na reconhece as
Só conhecemos as
existência de algo para limitações
perceções, pelo que a
lá dos fenómenos das nossas
realidade acaba por se
carece de capacidades
reduzir aos
fundamento. A cognitivas e a
fenómenos.
capacidade cognitiva nossa propensão
do entendimento para o erro.
humano limita-se ao
âmbito do provável.
DESCARTES HUME
A experiência é a fonte principal do conhecimento e
A razão é a fonte principal do conhecimento – Origem do todas as ideias têm uma origem empírica –
racionalismo. conhecimento empirismo.
Há ideias factícias, adventícias e inatas. A partir das Não há ideias inatas. As ideias associam-se por
Operações da semelhança, contiguidade no tempo e no espaço e
ideias inatas, obtém-se o conhecimento (por
mente e ideias causalidade. Sublinha-se o papel do raciocínio
intuição e dedução).
indutivo.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
INFÂNCIA – 1596
• Nasce, a 31 de março,
na cidade francesa de
La Haye (Touraine).
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
PRIMEIROS ESTUDOS
1606-1612
• Frequenta o Colégio
Jesuíta de La Flèche, onde
estuda humanidades
(gramática, retórica,
poética), matemática e
filosofia (escolástica).
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
ESTUDOS SUPERIORES
1612-1616
• Estuda direito e medicina
na Universidade de
Poitiers, onde obtém o
grau de bacharel e de
licenciado em direito.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
VIDA MILITAR – 1618
• Parte para a Holanda e alista-se
no exército de Maurício de
Nassau.
• A Holanda lutava então para se
tornar independente de
Espanha, naquela que ficou
conhecida como a Guerra dos Racionalismo de Descartes
Oitenta Anos.
• Maurício assumiu o controlo da
revolta contra os espanhóis,
organizou as tropas e venceu
várias batalhas importantes, que
levaram a uma trégua de 12
anos, terminada em 1621.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
VIDA MILITAR – 1619
• Viaja pela Europa e, na Alemanha,
alista-se nas tropas do duque
Maximiliano da Baviera.
Racionalismo de Descarte
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
VIAGENS – 1618-1627
• 1620 - Renuncia à vida “Em todos os nove anos seguintes não fiz
militar e volta a viajar outra coisa senão girar pelo mundo,
pela Europa. procurando ser mais um espectador que
um ator em todas as comédias que nele se
representam(…).
Discurso do Método
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
FILÓSOFO E ESCRITOR
1627-1649
• Fixa-se na Holanda, convivendo com
homens de ciência e filósofos.
• Publica as suas principais obras.
• Atento à condenação de Galileu em
1633, Descartes interrompe a
preparação do seu tratado de física e
publica o Discurso do Método (1637).
Racionalismo de Descarte
• Nesta obra, aborda as questões da
objetividade da razão e da autonomia
da ciência face à autoridade da religião.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
FILÓSOFO E ESCRITOR
1627-1649
“Tendo a intenção de dedicar toda a
minha vida duma ciência tão necessária
• Fixa-se na Holanda, (…), julguei não haver melhor (...) que
convivendo com comunicar fielmente ao público todo o
homens de ciência e pouco que eu houvesse encontrado e
convidar os bons engenhos a esforçar-se
filósofos. por irem mais além.
Discurso do Método
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
FILÓSOFO E ESCRITOR
1641
• Com a obra Meditações sobre a Filosofia
Primeira, Descartes afirma definitivamente
a sua vocação e a sua missão de filósofo.
• Nela expõe a sua visão do ser humano
(antropologia), a sua teoria do
conhecimento, o seu método e também as
meditações sobre Deus, a alma e o mundoRacionalismo de Descart
(metafísica).
• As ideias de brevidade da vida e de
imortalidade marcam esta obra,
provavelmente um reflexo da morte
prematura da sua filha Francine, com
apenas cinco anos de idade.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
FILÓSOFO E ESCRITOR
1644
• Os Princípios da Filosofia são uma
vasta obra dividida em quatro partes.
• Na primeira, Descartes sintetiza o
Discurso (1637) e as Meditações
(1641), expondo os princípios dos
quais é possível deduzir tudo o que Racionalismo de Descarte
podemos conhecer acerca do mundo.
• Nas restantes, reflete sobre os
princípios das coisas materiais, a
composição do universo e a
composição da Terra e seus
elementos.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
FILÓSOFO E ESCRITOR
1649
• No Tratado das Paixões da Alma,
Descartes relaciona a experiência
percetiva, as emoções e a própria
consciência com as diversas estruturas
e funções do organismo humano.
• Em particular, procura explicar essas Racionalismo de Descar
experiências a partir do funcionamento
das estruturas fisiológicas,
nomeadamente do cérebro.
• Antecipa, assim, os atuais estudos da
neurobiologia da consciência e das
emoções.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
FILÓSOFO E ESCRITOR
1649
• Muda-se para Estocolmo, a
convite da rainha Cristina, após
garantir a publicação do seu
Tratado das Paixões da Alma
(1649).
• Apesar da sua condição física Racionalismo de Descartes
débil e do rigor do clima nórdico,
aceita o repto de se encontrar
diariamente com a Rainha, às
cinco horas da manhã, para
debater assuntos filosóficos.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
MORTE DE DESCARTES
1650
• René Descartes morre em
Estocolmo, a 11 de fevereiro
de 1650.
• Durante muitos anos a sua
morte foi atribuída a uma
pneumonia.
• Investigações mais recentes Racionalismo de Descartes
apontam, porém, para a
possibilidade de Descartes
ter sido envenenado com
uma dose letal de arsénico
por causa da sua influência
sobre a rainha Cristina.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
David Hume – vida e obra
Cronologia básica
Um pensador precoce
Um pensador iluminista
• A senda mais suave e mais inócua da vida passa pelos caminhos da
ciência e do saber; e quem quer que consiga remover todos os
obstáculos deste rumo ou abrir outras perspetivas deve ser considerado
como um benfeitor da humanidade.
• A obscuridade é, sem dúvida, dolorosa para a mente como o é para os
olhos; mas trazer luz da obscuridade, seja por que trabalho for, deve
forçosamente ser agradável e jubiloso.
• O único método de libertar imediatamente o saber das questões
abstrusas é investigar com seriedade a natureza do entendimento
humano.
• A argumentação rigorosa e justa é o único remédio universal, adequado
a todas as pessoas e a todas as disposições.
Empirismo consistente
Ceticismo consequente
• Distingue dois tipos de ceticismo:
– Ceticismo antecedente: a dúvida metódica de Descartes que é radical,
universal e anterior a qualquer investigação ou filosofia.
• Atinge tanto as crenças e opiniões adquiridas desde criança como as
faculdades capazes de atingir a verdade.
– Ceticismo consequente: o “ceticismo consequente com a ciência e a
investigação” resulta da descoberta e reconhecimento das limitações
da nossa mente e do nosso conhecimento.
• Divide-se em:
– Ceticismo acerca dos sentidos;
– Ceticismo acerca da Razão.
Um pensador antimetafísica
• O único método de libertar imediatamente o saber das
questões abstrusas é investigar com seriedade a natureza do
entendimento humano e mostrar, por meio de uma análise
exata dos seus poderes e da sua capacidade, que de nenhum
modo ele serve para assuntos tão vagos e abstrusos.
• Devemos sujeitar-nos a esta fadiga para, depois, vivermos
sempre em sossego; e devemos cultivar a verdadeira
metafísica com algum cuidado, a fim de destruirmos a falsa e
adulterada.
”
David Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano, Secção II, n. 13
CONHECIMENTO
Todas as inferências a partir da experiência são um efeito do
hábito, não do raciocínio.
”
poder ou conexão necessária.
David Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano, Secção VII, n. 59
CAUSALIDADE
Pensar da causa para o efeito não deriva da Razão. Tem origem no hábito e
experiência.
INDUÇÃO
Não garante as conclusões a partir da experiência: não é processo de raciocínio e
é impossível provar a semelhança do passado com o futuro.
EU
O “Eu” como identidade permanente não existe: somos apenas cenário
ou feixe conexo de perceções.
Crítica
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Edmund Gettier:
Gettier sugeriu dois contraexemplos que pretendem mostram que podemos ter uma
crença verdadeira justificada sem que essa crença seja conhecimento. Se aceitarmos
os seus contraexemplos, ter uma crença verdadeira justificada não é condição
suficiente para o conhecimento.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Vamos supor que Smith acredita em a) e que reconhece que a) implica b).
Smith aceita b) com base em a) e justifica assim a sua crença de que b) é
verdadeira.
Por fim vamos admitir que o homem que consegue o emprego não é Jones mas
o próprio Smith, que por acaso também tem 10 moedas no bolso mas não sabe
2 disso.
Isso faz de b) uma proposição de facto verdadeira.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
A opinião de Gettier:
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
LÓGICA FORMAL
ANÁLISE DE
ARGUMENTOS
LÓGICA LÓGICA
ARISTOTÉLICA PROPOSICIONAL
LÓGICA ARISTOTÉLICA
INFERÊNCIAS
IMEDIATAS MEDIATAS
Por oposição: Silogismo
subalternas, subcontrárias, Regras do silogismo
contrárias e contraditórias. Extensão do termo médio
Por conversão: simples Extensão dos termos maior
e ou por limitação e menor
LÓGICA PROPOSICIONAL
Análise ao argumento do ponto de vista das proposições
LÓGICA LÓGICA
ARISTOTÉLICA PROPOSICIONAL
• Falácia do termo • Falácia da afirmação
médio do consequente
não distribuído • Falácia da negação
• Falácia da ilícita maior do antecedente
• Falácia da ilícita menor
Racionalismo de Descartes
Lógica formal
Distinção entre validade e verdade
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
A validade é uma propriedade dos
argumentos dedutivos
corretamente construídos.
A validade diz unicamente respeito
à forma lógica do argumento.
Racionalismo de Descartes
A verdade, pelo contrário, é uma
propriedade exclusivamente
relacionada com o conteúdo ou
matéria das proposições.
Racionalismo de Descartes
A virtude essencial de um
argumento válido não reside no
facto de as premissas serem
verdadeiras ou falsas, mas no facto
de a conclusão se seguir necessária
e logicamente das premissas.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Lógica formal
Distinção entre validade e verdade
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
VERDADE
EXEMPLO:
A proposição “O Pedro deixou cair as chaves” é verdadeira se o
Pedro tiver efetivamente deixado cair as chaves.
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
VALIDADE FORMAL
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
VALIDADE FORMAL
EXEMPLO:
No argumento:
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes
1. Argumentação e lógica
formal
1.1. Distinção validade – verdade
2. A Filosofia na cidade
1.1.1. A definição de lógica
Raciocínio ou inferência
Comunicar o raciocínio
Argumento
Existência de discordâncias:
não há uma verdade única.
Podemos discordar desta conclusão, mas temos Ainda que consideremos a conclusão verdadeira,
de reconhecer que a forma como ela é obtida é não faz sentido aceitá-la a partir das razões em
consistente, razoável e válida. que ela se baseia.
Podemos aceitar ou rejeitar a correção de uma forma de raciocínio, sem que isso implique
aceitar ou rejeitar o conteúdo das crenças de que se parte e das crenças a que se chega.
LÓGICA
Disciplina filosófica que estuda a distinção entre argumentos corretos (ou válidos) e
incorretos (ou inválidos), mediante a identificação das condições necessárias à operação
que conduz da verdade de certas crenças à verdade de outras.
Analisa
Analisa a validade essencialmente a
dos argumentos validade dos
dedutivos. argumentos não
dedutivos.
1.1.2. O argumento
ARGUMENTO
Conjunto de proposições
devidamente articuladas
Conclusão
Premissa(s)
(tese)
Indicador de
Nexo lógico
conclusão
Exemplo
Um argumento tem subjacente uma
Os rapazes são giros.
inferência ou raciocínio, uma operação
As cerejas fazem bem à saúde.
que efetua a transição lógica entre
Logo, as férias devem continuar.
proposições.
PROPOSIÇÕES FRASES
Só as frases declarativas.
PROPOSIÇÃO
Uma vez que é uma atividade física, o Proposição 1 – O desporto é atividade física.
desporto é saudável. Como se sabe, a Proposição 2 – O desporto é saudável.
atividade física é saudável. Proposição 3 – A atividade física é saudável.
Indicador de conclusão
Indicadores de premissa e de conclusão
(continuação)
Indicador de conclusão
O ENTIMEMA
ENTIMEMA
Indicador de conclusão
Porque… Logo…
Pois… Então…
Admitindo que… Por conseguinte…
Pressupondo que… Portanto…
Considerando que… Por isso…
Partindo do princípio de que… Consequentemente…
Sabendo que… Segue-se que…
Dado que… Infere-se que…
Uma vez que… Conclui-se que…
Devido a… É por essa razão que…
Como… Daí que…
Ora… Assim…
Em virtude de… Isso prova que…
1.1.3. A verdade e a validade
PROPOSIÇÕES
VERDADE FALSIDADE
VALIDADE INVALIDADE
ARGUMENTOS
VALIDADE
VALIDADE A validade traduz uma certa relação entre os valores de
verdade das premissas e o valor de verdade da conclusão.
NÃO
DEDUTIVA
DEDUTIVA
ARGUMENTOS
DEDUTIVOS
Se as premissas
forem verdadeiras e
Num argumento dedutivo válido é logicamente impossível que
a conclusão falsa,
as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. então o argumento
é inválido.
Paralogismo Sofisma
Falácias formais Falácias informais
Resultam de
Decorrem apenas aspetos que vão
da forma lógica do para lá da forma
argumento. lógica do
argumento.
ARGUMENTOS NÃO
DEDUTIVOS
INDUTIVOS OUTROS
Alguns estudantes copiam nos testes. Até hoje, todos os cavalos nasceram quadrúpedes.
Logo, todos os estudantes copiam nos testes. Logo, o próximo cavalo a nascer será quadrúpede.
Argumento Argumento
Argumento indutivo inválido Argumento indutivo válido forte
fraco
2. A Filosofia na cidade
1.2.1. Lógica silogística
Estrutura das proposições categóricas
SéP
Exemplos Proposições afirmativas
Proposições negativas
Nota:
UNIVERSAIS EXISTENCIAL há outros
quantificadores
com idêntico
significado –
«TODOS» «NENHUM» «ALGUM» por exemplo,
«Qualquer»
equivale a
«Todos».
Exemplos:
1. Todos os seres humanos são bípedes.
2. Alguns seres humanos não são altos.
COMPREENSÃO
EXTENSÃO
(INTENSÃO)
É o sentido ou a
significação de um Exemplo:
É o conjunto de conceito / termo, propriedades
seres, objetos, isto é, a propriedade comuns aos cães -
Exemplo: todos os
membros ou o conjunto de animal, mamífero,
cães.
abrangidos por um propriedades que vertebrado,
conceito / termo. determinam a quadrúpede,
extensão do ladrador, etc.
conceito.
Exemplos: Exemplos:
Os gatos vivem. Todos os gatos são viventes.
Os americanos cantam. Todos os americanos são cantores.
Os gatos que brincam na minha rua descobrem ratos nos locais mais obscuros das casas silenciosas»
equivale a «Todos os gatos que brincam na minha rua são descobridores de ratos nos locais mais
obscuros das casas silenciosas.
PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS
QUALIDADE QUANTIDADE
Uma proposição é
negativa quando ela
Uma proposição é nos indica – nuns
Uma proposição é Uma proposição é
afirmativa quando ela casos através da
considerada universal considerada particular
nos indica – através da cópula, noutros
quando o sujeito é quando o sujeito é
cópula – que o através de
tomado em toda a sua tomado apenas numa
predicado convém ao quantificadores como
extensão. parte da sua extensão.
sujeito. «Nenhum» – que o
predicado não convém
ao sujeito.
A CONTRÁRIAS
E
SUBALTERNAS CONTRADITÓRIAS SUBALTERNAS
I SUBCONTRÁRIAS
O
Exemplo: Alguns papéis Exemplo: Alguns papéis
são brancos. não são brancos.
Proposições categóricas na sua forma-padrão ou forma
canónica e outras expressões das mesmas
Argumento formado por três proposições categóricas, de tal maneira que, sendo
dadas as duas primeiras – as premissas –, se segue necessariamente a terceira –
a conclusão –, desde que o argumento seja válido.
Termos
extremos
S P Logo, todos os S
CONSEQUENTE Conclusão são P.
Logo, todos os biólogos são sábios.
64 modos
Modo Tipo de proposições (A, E, I, O)
possíveis
4
Posição do termo médio (nas
Figura premissas) figuras
possíveis
Primeira figura: o termo médio é sujeito na Segunda figura: o termo médio é predicado nas
premissa maior e predicado na premissa menor. duas premissas.
Terceira figura: o termo médio é sujeito nas duas Quarta figura: o termo médio é predicado na
premissas. premissa maior e sujeito na premissa menor.
Primeira figura
Modo: AAA
1.ª O silogismo tem apenas três termos. 5.ª A conclusão deve seguir sempre a
parte mais fraca.
2.ª O termo médio nunca pode entrar
na conclusão. 6.ª De duas premissas negativas nada se
pode concluir.
3.ª O termo médio deve ser tomado
pelo menos uma vez em toda a sua 7.ª De duas premissas particulares nada
extensão. se pode concluir.
Sempre que se desrespeitam as regras do silogismo, seja as relativas aos termos, seja
as relativas às proposições, comete-se uma falácia.
Antecedente Consequente
Exemplo
• A existência não tem sentido, a menos que haja vida após a morte.
Modos válidos
Se P, então Q.
P. Se compro a casa, então gasto muito dinheiro.
Logo, Q. Compro a casa.
Logo, gasto muito dinheiro.
Se P, então Q. Se P, então Q.
Forma lógica Q. Forma lógica Não P.
Logo, P. Logo, não Q.
Exemplos Exemplos
Se não chove, então não fico em casa. Se não chove, então não fico em casa.
Não fico em casa. Chove.
Logo, não chove. Logo, fico em casa.
Silogismo disjuntivo
Exemplo
Modos válidos
Modo cuja premissa maior é uma disjunção exclusiva, cuja premissa menor
afirma uma das alternativas e cuja conclusão nega a outra.
Ou P ou Q.
P. Ou penso ou sinto.
Logo, não Q. Penso.
Logo, não sinto.
OU:
Ou não estou desconcentrado ou estou cansado.
Ou P ou Q. Estou cansado.
Q. Logo, estou desconcentrado.
Logo, não P.
Modus tollendo ponens
Modo cuja premissa maior é uma disjunção exclusiva, cuja premissa menor
nega uma das alternativas e cuja conclusão afirma a outra.
Ou P ou Q.
Não P. Ou chove ou faz sol.
Logo, Q. Não chove.
Logo, faz sol.
OU:
Ou não fico em casa ou não vou para a rua.
Ou P ou Q. Vou para a rua.
Não Q. Logo, não fico em casa.
Logo, P.
Proposições disjuntivas
Disjunção completa ou
Disjunção inclusiva.
exclusiva.
Exemplo: Exemplo:
Ou danço ou estou quieto. Escrevo ou sorrio.
Falácia no silogismo disjuntivo Modus tollendo ponens
A premissa maior é uma disjunção inclusiva, a Modo cuja premissa maior é uma disjunção
premissa menor apresenta a afirmação de uma inclusiva, cuja premissa menor apresenta a
das alternativas (que não se excluem) e a negação de uma das alternativas (que não se
conclusão nega a outra. excluem) e cuja conclusão afirma a outra.
Exemplos Exemplos
As casas são brancas. As casas são amarelas. As casas são brancas ou as casas são amarelas.
Gertrudes é arquiteta. Paulo é engenheiro. Gertrudes é arquiteta e Paulo é engenheiro.
Deus existe. O mundo foi criado por Deus. Se Deus existe, então o mundo foi criado por ele.
Eu sou jogador de futebol. Eu não sou jogador de futebol.
Proposições
Simples Complexas
verdadeira
Operadores Proposicionais
Operadores
verofuncionais
(operadores lógicos
ou conetivas
Proposição complexa função de verdade proposicionais).
Operadores que nos permitem, uma vez conhecidos os valores de verdade das
proposições simples, determinar, apenas com base nessa informação, o valor de
verdade da proposição resultante.
Variáveis Letras P: Deus existe.
proposicionais proposicionais Q: A vida tem sentido.
Operador singular,
Aplica-se apenas a uma proposição. «Não».
unário ou monádico
P P
A negação é uma proposição com a
forma «Não P», representando-se por
« P». Se P é verdadeira, P é falsa;
V F
Coluna de referência
se P é falsa, P é verdadeira. F V
Disjuntas
Disjunção disjunção inclusiva
inclusiva Q: Locke era empirista.
P Q PQ
P Q (P ou Q) V V V
Descartes era racionalista ou V F V
Locke era empirista. F V V
F F F
A disjunção inclusiva é uma proposição com a forma «P ou Q», simbolizando-se por «P Q», a qual será
sempre verdadeira, exceto quando P e Q forem simultaneamente falsas.
Tabela de verdade da
Disjunção P: Vou ao cinema. disjunção exclusiva
exclusiva Q: Fico em casa.
P Q PQ
P Q (Ou P ou Q) V V F
V F V
Ou vou ao cinema ou fico em F V V
casa. F F F
A disjunção exclusiva é uma proposição com a forma «Ou P ou Q», simbolizando-se por «P Q», a qual é
verdadeira se P e Q possuem valores lógicos distintos e falsa se P e Q possuem o mesmo valor lógico.
Tabela de verdade da
Condicional P: Marco golos. condicional
(implicação Q: Sou desportista.
P Q P→Q
material)
P → Q (Se P, então Q) V V V
Se marco golos, então sou V F F
desportista. F V V
F F V
Expressões
Antecedente É uma condição suficiente
alternativas
(P) para o consequente.
Sou desportista, se marco golos. Consequente É uma condição necessária
Sou desportista, caso marque golos. (Q) para o antecedente.
Desde que eu marque golos, sou desportista.
Ser desportista é condição necessária para eu
marcar golos. A condicional é uma proposição
Marcar golos é condição suficiente para eu ser composta com a forma «Se P, então
desportista. Q», simbolizando-se por «P → Q», a
Se marco golos, sou desportista. qual só é falsa se P – o antecedente –
Não sou desportista, a menos que marque golos. é verdadeira e Q – o consequente – é
falsa. Em todas as restantes situações,
a nova proposição é verdadeira.
Tabela de verdade da
Bicondicional P: Sou escritor. bicondicional
(equivalência Q: Publico livros.
material) P Q P↔Q
P ↔ Q (Se, e só se) V V V
Sou escritor se, e só se, publico V F F
livros. F V F
F F V
Expressões
alternativas
Sou escritor se, e somente se, publico livros. A bicondicional é uma proposição
Sou escritor se, e apenas se, publico livros. composta com a forma «P se, e só se,
Publicar livros é condição necessária e suficiente Q», simbolizando-se por «P ↔ Q», a
para eu ser escritor. qual é verdadeira se ambas as
Se sou escritor, publico livros e vice-versa. proposições tiverem o mesmo valor
lógico e falsa se as proposições
tiverem valores lógicos distintos.
Formas proposicionais e operadores verofuncionais
Proposições
Disjunção
simples
Negação Conjunção Condicional Bicondicional
inclusiva exclusiva
Exemplo: Não sou bom aluno a Filosofia, a não ser que estude lógica.
Exemplo: O ser humano não é feliz, a não ser que o dizer-se que Deus não existe e a
vida é absurda constitua uma falsidade.
1. P Q (P → Q) 2. P Q (P → Q)
Desenhar a tabela, Colocar na tabela
colocando aí as os valores de V V
verdade das
letras
proposicionais e a proposições V F
proposição simples, esgotando
as possibilidades.
F V
complexa.
F F
3. P Q (P → Q) 4. P Q (P → Q)
Calcular os valores
de verdade das V V V Calcular os valores V V F V
proposições, de verdade da
excetuando os V F F proposição relativa V F V F
daquela que é
relativa ao
F V V ao operador
principal.
F V F V
operador principal. F F V F F F V
Para duas variáveis, são necessárias quatro filas; para
três, oito; para quatro, dezasseis, etc.
P Q R [R (P Q)] ↔ (R Q)
P Q (P Q) → P
V V V V
V F F V
F V F V
F F F V
Contradições ou
falsidades lógicas
( P Q) ↔ (P
P Q
Q)
V V F F F F V
V F F V V F F
F V V V F F F
F F V V V F F
Contingências ou proposições indeterminadas
P Q R (P Q) → R
V V V V V
V V F V F
V F V V V
V F F V F
F V V V V
F V F V F
F F V F V
F F F F V
Equivalências lógicas
Bicondicional ou equivalência
Equivalência lógica
material
Exemplo: P Q (P → Q) (Q → P)
Se trabalho, então tenho saúde e,
se tenho saúde, então trabalho. V V V V V
Forma lógica
V F F F V
F V V F F
(P → Q) (Q → P) F F V V V
P Q (P ↔ Q) ↔ [(P → Q) (Q → P)]
V V V V V V V
V F F V F F V
F V F V V F F
F F V V V V V
Tautologia
P ↔ Q (P → Q) (Q → P)
ALGUMAS EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
Símbolo de
equivalência P → Q (P Q)
lógica P→QPQ
P Q ( P Q)
P Q ( P Q)
PP
P↔QQ↔P
Tautologias e formas de inferência válida
P Q [(P → Q) P] → Q
V V V
V V
V F F F V
F V V F V
F F
V F V
P Q P → Q, P Q
A primeira linha exprime a única
circunstância em que ambas as
V V V V V premissas são verdadeiras. Ora,
dado que tal circunstância
V F F V F também torna a conclusão
F V V F V verdadeira, o argumento é
F F V F F considerado válido.
Argumento Interpretação Formalização
P Q R P → Q, Q→R P→R
V V V V V V
Estamos perante um argumento
V V F V F F válido, pois nas circunstâncias
V F V F V V em que ambas as premissas são
V F F F V F verdadeiras, a conclusão
F V V V V V também o é.
F V F V F V
F F V V V V
F F F V V V
Modus ponens: Exemplo Formalização
Algumas afirmação do
formas de antecedente na
segunda premissa Se está sol, então vou à praia. P→Q
inferência e do Está sol. P
válida consequente na Logo, vou à praia. Q
conclusão.
Exemplo Formalização
Exemplo Formalização
Exemplo Formalização
Falácia da
afirmação do Se és meu amigo, então dizes-me sempre a verdade. P→Q
consequente Dizes-me sempre a verdade. Q
Logo, és meu amigo. P
Exemplo Formalização
Falácia da
negação do Se és meu amigo, então dizes-me sempre a verdade. P→Q
antecedente Não és meu amigo. P
Logo, não me dizes sempre a verdade. Q
Exemplo 2 Formalização
Exemplo 2 Formalização
O
OU A→BB→A (A B) A B
U