Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Máquinas Elétricas 2
ESTRUTURA DA DISCIPLINA
Unidade 1: Introdução às máquinas rotativas de corrente contínua e de corrente
alternada. Também estudaremos os conceitos elementares das máquinas
elétricas rotativas, aprenderemos sobre o campo magnético nestas máquinas,
assim como sobre o processo de produção de tensão e conjugado
eletromagnético.;
Em 1832, Faraday mostrou que uma força eletromotriz é gerada em uma bobina
de N espiras quando esta é submetida a uma variação de fluxo magnético (∆Ф)
em seu interior.
Máquinas Elétricas 4
A intensidade da força eletromotriz (FEM) gerada, denotada por e, é
proporcional à taxa de variação do fluxo magnético que atravessa a área da
bobina;
Mas por que estamos lembrando destes conceitos que já foram vistos em
outras disciplinas? Porque a Lei de Faraday em máquinas rotativas é
fundamental para entender o princípio de funcionamento delas, uma vez que a
conversão eletromagnética de energia se dá quando surgem variações de
fluxo pela rotação das partes móveis da máquina;
Máquinas Elétricas 5
Quando a rotação desta espira é viabilizada através da entrega de uma energia
mecânica no eixo de rotação da espira, este aparato opera como gerador, pois
uma FEM é induzida através da rotação mecânica em meio a um campo
magnético existente, surgindo então uma tensão alternada nos terminais da
espira.
Máquinas Elétricas 6
A tensão alternada é recolhida nos terminais da espira e entregue à uma segunda
espira que também está alocada em meio a um campo magnético fixo. Neste caso, a
espira é percorrida por uma corrente alternada, e surgirá uma força que impulsiona os
condutores ativos, criando um movimento de rotação. Desta forma, uma energia
mecânica é retirada do eixo de rotação e o aparato funciona como um motor elétrico;
Máquinas Elétricas 7
Enrolamento de campo: é alimentado de forma a criar uma fonte primária de fluxo.
Veremos que este enrolamento só terá sentido nas máquinas CC e nas máquinas CA
síncronas. Em máquinas assíncronas, o campo é induzido no enrolamento, não
existindo assim a necessidade de uma fonte primária de fluxo. Em máquinas
pequenas, o enrolamento de campo é substituído por ímãs permanentes.
A figura mostra a localização destes enrolamentos para uma máquina CC, onde as
bobinas de campo estão montadas no estator, parte dela estando atrás da carcaça. Já a
armadura se encontra no rotor.
Máquinas Elétricas 8
Máquinas Síncronas elementares
Iniciando pelas máquinas CA, analisaremos as máquinas síncronas elementares para
entender os princípios de funcionamento delas. Nas máquinas síncronas o campo está
localizado no rotor, e a armadura está localizada no estator, conforme mostra a figura;
Esta figura ilustra uma máquina síncrona elementar de 2 polos, onde pode se verificar
o enrolamento do estator construído em pequenas ranhuras e disposto diametralmente
com relação ao eixo do rotor. Dizemos que os enrolamentos são de passo pleno, pois
as extremidades da bobina estão equidistantes de 180º.
Máquinas Elétricas 9
O enrolamento de campo está localizado no rotor. Este enrolamento possui anéis
coletores através dos quais é possível alimentar a máquina com corrente contínua em
baixa potência por meio de escovas de carvão apoiadas nestes anéis;
A ação dos anéis coletores e das escovas será explorada com maiores detalhes na
Unidade que trata de Máquinas Síncronas. Quando a máquina funciona como gerador,
o rotor é acionado por uma fonte externa de energia mecânica acoplada ao seu eixo
em uma velocidade constante;
Máquinas Elétricas 10
Note que a distribuição da indução magnética é mostrada espacialmente, enquanto o
gráfico da tensão induzida é mostrado em função do tempo. Isso porque, quando o
rotor gira, a intensidade de campo se altera na bobina do estator, criando a tensão
senoidal;
Na máquina com dois polos, um giro completo do rotor corresponde a um ciclo de
tensão completo. Desta forma, um período mecânico corresponde a um período
elétrico. Como a frequência é o inverso do período, teremos que a frequência
mecânica será igual à elétrica. Isso significa que o rotor gira na mesma velocidade que
a frequência da tensão gerada;
Para uma máquina de 4 polos, a estrutura construtiva e a disposição dos enrolamentos
de campo e de armadura são mostradas na Figura 1.6, com as bobinas de campo
ligadas de forma que os polos se alternam nas posições norte e sul.
Máquinas Elétricas 11
Neste caso, teremos a distribuição de fluxo do entreferro, conforme mostra a figura;
Assim, em uma máquina de 4 polos, em cada ciclo completo do rotor (2π radianos
mecânicos) a distribuição de fluxo apresenta dois ciclos completos (4π radianos
elétricos) e, consequentemente, a tensão gerada na armadura apresenta o mesmo
comportamento;
Desta forma, para uma máquina de 4 polos, a velocidade de giro do rotor, para se
obter uma tensão de 60Hz, não será a mesma que a frequência elétrica, pois são
necessários 1800 rpm. Podemos generalizar esta ideia para uma máquina de P polos e,
então, teremos a frequência da tensão gerada (f), dada pela equação a seguir:
Máquinas Elétricas 12
A relação entre os ângulos elétricos e mecânicos e entre a velocidade angular elétrica
e mecânica será conforme a seguir:
Máquinas Elétricas 13
Este fluxo realiza um trabalho quando arrasta enrolamento de campo, fazendo o rotor
girar. O oposto ocorre quando a máquina funciona como gerador onde o campo faz o
trabalho quando seu fluxo arrasta o da armadura;
Máquinas Elétricas 14
Máquinas de Indução elementares
As máquinas de indução são também chamadas de assíncronas e, assim como as
síncronas, são máquinas de corrente alternada. Construtivamente, as características
dos enrolamentos no estator são as mesmas nas máquinas síncronas e assíncronas;
Alguns tipos de rotores desta máquina têm uma construção no formato de barras
conectadas a anéis, formando os rotores em gaiola de esquilo. Logo, operando como
motor de indução, o enrolamento do rotor é eletricamente fechado sobre si mesmo,
não apresentando terminais externos na maioria das vezes;
Máquinas Elétricas 15
A velocidade de giro dos motores de indução é menor que a velocidade das máquinas
síncronas e, neste caso, o fluxo de armadura do motor de indução está à frente do fluxo
do rotor, produzindo um torque;
Assim, embora esta velocidade seja menor, existe um sincronismo entre as ondas de
fluxo que são produzidas pelas correntes, sendo induzidas no rotor com as ondas de
fluxo do estator;
Máquinas Elétricas 16
Máquinas CC elementares
As máquinas CC recebem este nome porque são acionadas apenas por corrente e
tensão constante. A figura mostra uma máquina CC elementar de dois polos em que o
enrolamento de armadura se situa no rotor onde ocorre a excitação da máquina por
meio de uma corrente contínua;
Máquinas Elétricas 17
Para entender o princípio de funcionamento das máquinas CC e como ocorre a
distribuição dos fluxos nesta máquina, vamos considerar a atuação da máquina como
geradora. Neste caso, o rotor recebe uma potência mecânica em seu eixo a uma
velocidade constante;
Máquinas Elétricas 18
Além disso, após uma rotação completa ( 2π radianos mecânicos), tem-se um período
de onda. Uma vez que a bobina está em rotação, tem-se uma tensão gerada no
enrolamento da armadura, de mesmo formato que a distribuição de fluxo no tempo;
Quando os comutadores passam pelas escovas após meio ciclo ( π radianos), ocorre a
comutação, e o sentido de circulação da corrente se altera nas escovas. Desta forma,
temos a tensão induzida retificada dada pela onda mostrada na figura (b).
Máquinas Elétricas 19
Determinando o número de polos pela placa de identificação
do motor
Imagine que você está trabalhando em uma empresa de bombas centrífugas e
sua tarefa é elaborar um manual técnico que contemple todas as informações do
sistema, inclusive os dados nominais dos motores elétricos. Para que seu dever
seja cumprido, é necessário que você olhe a placa de dados do motor elétrico e
transcreva as informações. Contudo, a placa de dados do motor de indução não
apresenta a informação acerca do número de polos da máquina. Na figura, é
apresentada a placa de um desses motores.
Uma vez que você precisa identificar o número de polos no manual técnico, como
procederia para resolver este problema?
Máquinas Elétricas 20
A placa de identificação de um motor nos fornece vários dados sobre ele, tais
como tensão e corrente nominal, fator de serviço, fator de potência, potência
nominal, frequência de operação, entre outros. Entretanto, na placa deste motor
não encontramos o número de polos. Estas informações, entretanto, podem ser
obtidas de outros valores nominais. No campo HZ encontra-se a frequência de
operação do motor em Hertz, e no campo RPM está a velocidade nominal do
motor em rotações por minuto. Com estas informações, podemos equacionar a
relação de velocidade e frequência do motor, conforme a seguir:
Máquinas Elétricas 21
ATIVIDADE AVALIATIVA
Resolução das questões da seção “Faça valer a pena” do Livro
Didático Digital da Seção 1.1
Entrega: Próxima aula
Máquinas Elétricas 22