• esforço maior de promover o desenvolvimento industrial-tecnológico com
vistas à superação do subdesenvolvimento e dos resquícios do secular colonialismo. • ruptura com o subdesenvolvimento através da estratégia de incentivo do nacional-desenvolvimentismo. • redução sociológica: para se chegar o desenvolvimento autônomo; consiste na adaptação de conceitos da Sociologia Clássica às especificidades da formação histórica e social do Brasil; se aplicava sobre a definição da metodologia e dos objetivos das políticas públicas em prol da transformação estrutural da sociedade no que se refere à implementação de políticas de bem estar social e de realização de obras de infra-estrutura com o objetivo de reduzir as desigualdades sociais e estruturar o país para o desenvolvimento econômico. • redução tecnológica: assimilação crítica, de acordo com as condições nacionais. Alvaro Vieira Pinto: • percebe o componente de “alienação” contido na disseminação do conceito de “era tecnológica”, buscando entender a relação entre tecnologia e dominação. • no caso das relações entre países desenvolvidos e países subdesenvolvidos, assevera que, a tecnologia demonstra o seu caráter ideológico quando “é utilizada intencionalmente como instrumento de dominação”, ou seja, “a tecnologia serve principalmente de ideologia para exportação” (2005, p. 323). • como romper o elo de dependência que submete esses países subdesenvolvidos aos centros capitalistas dominantes? Na concepção de AVP, a alternativa é o incentivo ao nacionalismo, ou mais especificamente, a opção pelo nacional-desenvolvimentismo, concebido como instrumento capaz de promover o progresso tecnológico- industrial das nações dominadas pelo imperialismo das nações desenvolvidas. Alvaro Vieira Pinto:
• princípio filosófico da consciência crítica da realidade
nacional: consiste em levar a população a refletir criticamente sobre os fatores históricos e políticos que determinam as suas condições materiais de existência a partir deste processo, o povo estaria capacitado a se tornar o principal agente do seu projeto histórico de existência. • visa o aprimoramento da democracia para o desenvolvimento e para a organização da relação entre Estado e sociedade em função do pacto nacional- desenvolvimentista. O novo desenvolvimentismo de Lula/Dilma:
• recuperação do crescimento econômico e do
investimento criam um ambiente propício ao crescimento do emprego. • o ajuste monetário e fiscal diminui a dívida líquida do setor público. • no plano externo, as reservas atingiram 290 bilhões de dólares em 2010 e a dívida externa tornou-se negativa. • este novo cenário concorreu para o estabelecimento de uma atmosfera de otimismo, reforçando a ideia de que o país estava retomando o caminho do crescimento econômico, preâmbulo para um novo ciclo “desenvolvimentista.” • adoção, especialmente a partir de do seu segundo mandato presidencial, de uma combinação de programas de inclusão social, estímulo ao consumo interno e incentivo aos setores industriais via estímulo a substituição das importações, combinada com a inserção mais vantajosa no cenário do mercado globalizado, resultou na “ampliação do mercado interno estimulando a criação de investimentos e empregos” e rompendo com o círculo vicioso anterior de uma histórica e permanente “sobrepopulação trabalhadora superempobrecida permanente” (SINGER, 2012, p. 18). • ideia de que é possível a conciliação entre um padrão dependente de desenvolvimento e a implementação de políticas distributivas (que promovam a redução das desigualdades sociais e equiparem as condições de competitividade na sociedade). • o “Lulismo” conseguiu concretizar duas importantes propostas advogadas pelo “desenvolvimentismo isebiano”, quais sejam: retirar da extrema miséria e da exclusão social camadas significativas das classes populares através do processo de inclusão no consumo e ao mesmo tempo manter a estabilidade do status quo capitalista, ou seja, sem rupturas em relação a ordem capitalista, tanto interna quanto no âmbito do capitalismo global e, ao mesmo tempo, garantindo a retomada do crescimento econômico-industrial. Conclusões:
• Assim como o desenvolvimentismo se constituiu numa
alternativa reformista e gradualista de resolução da problemática envolvendo o desenvolvimento econômico- tecnológico num quadro de inserção do Brasil na Divisão Internacional do Trabalho (DIT), sob a logica da relação centro/periferia do capitalismo do pós-guerra, o “novo desenvolvimentismo” da Era Lula-Dilma busca ser uma resposta às novas exigências de interrelação entre Brasil e o mercado globalizado, preservando à lógica dominante do capitalismo, além de reforçar o mito da “inclusão social” das massas populares, sem que se percebam os aspectos de continuidade da precarização do trabalho, da exploração dos trabalhadores e da manutenção da desigualdade social, inerentes ao modelo capitalista neoliberal e globalizado. • o desenvolvimentismo, se constituiu numa alternativa ideológica que negava o processo revolucionário imediato para a época, postergando sua necessidade para uma futura fase mais amadurecida da “consciência nacional”, bem como, privilegiava a luta pelo desenvolvimento nacional como prioridade da nação e consequentemente, das classes sociais “progressistas” em aliança: burguesia + proletariado, em contraposição aos setores retrógrados ou atrasados da sociedade brasileira. Por conseguinte, não cabiam nestas equações questões como: a) a exploração do proletariado via aumento da taxa de lucro e mais-valia; b) as condições precárias, tanto dos trabalhadores urbanos quanto dos trabalhadores rurais; c) a permanência das desigualdades regionais, resultado visível de um crescimento econômico descompassado, entre centro-sul industrializado e nordeste-norte atrasados. • Seguindo esta mesma lógica, a retomada de ideias desenvolvimentistas em uma “nova roupagem” a partir do governo de Lula, colocam novamente a perspectiva do desenvolvimentismo econômico como uma “fábrica de sonhos” capaz de conciliar o país em torno do “lulismo”, promovendo a inclusão no consumismo de setores sociais historicamente excluídos, garantindo os interesses do agronegócio, do setor financeiro e industrial e a plena integração do país no sistema econômico global. Tudo isso, pelas via reformista e de conciliação de classes.