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CURSO DE CUIDODOR(A) DE INFÂNCIA

- Módulo II –
HISTORIA DA EDUCAÇÃO
O PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

FORMADORA: MESTRE SANDRA ALVES


Pensadores da Educação
“ Os primeiros anos de vida de uma criança são
muito importantes para o seu desenvolvimento
físico, emocional, social e mental.”

Piaget

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
FILME VIDA MARIA
DURAÇÃO 00:08:00
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INFÂNCIA E SOCIEDADE:

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INFÂNCIA E SOCIEDADE:

A criança é um ser em constante fase de crescimento capaz de agir, interagir, descobrir e transformar o
mundo, com habilidades, limitações e potencialidades.

A educação infantil tem como finalidade o desenvolvimento absoluto das crianças, sendo nesta etapa
que descobrem novos valores, sentimentos, costumes. Nesta etapa ocorre também o desenvolvimento
da sua autonomia, identidade e interação com outras pessoas.

Juntamente com os professores, o técnico de ação educativa é também um agente de


desenvolvimento das crianças desde que desempenhe o seu papel com um conhecimento claro das
responsabilidades que estão associadas às suas funções.

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INFÂNCIA E SOCIEDADE:

O Conceito de Infância

Ao longo da história da humanidade, percebemos diferentes ideias sobre a criança de 0 a 6


anos e o seu desenvolvimento.

A conceção de infância, durante muito tempo, esteve vinculada a uma visão de criança
como um adulto em miniatura, que não considerava suas características particulares, as
quais são bem diferentes dos adultos. (Falavam e se vestiam como adultos, jogavam os
seus jogos e até participavam de suas festas).

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INFÂNCIA E SOCIEDADE:

A criança era afastada muito cedo de seus pais e passava a conviver com
outros adultos, ajudando-os em suas tarefas.

Nesse contato, segundo Àries (1981), a criança passava dessa fase,


direto para a vida adulta. Nesta época havia um alto índice de mortalidade
infantil ocasionado, sobretudo, pelas precárias condições sanitárias e de
higiene.

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INFÂNCIA E SOCIEDADE:

A criança poderia ser facilmente substituída por outra devido à falta de apego
dos pais, considerando os altos índices de mortalidade infantil e as práticas
de infanticídio.

As crianças que sobreviviam, estas, tinham um valor produtivo para as


famílias, pois a partir dos sete anos de idade já eram inseridas na vida
adulta e desta forma contribuíam para a economia familiar, realizando
tarefas e imitando seus pais.

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INFÂNCIA E SOCIEDADE:

A partir do século XVI, a sociedade passou a separar as crianças dos adultos e então
surgem as primeiras instituições escolares.

A criação de escolas para crianças pequenas na Europa advém de movimentos religiosos e


do desenvolvimento tecnológico e científico que se vislumbrava nesta época.

Durante muito tempo estas Instituições, organizavam seus espaços e rotinas diárias
embasadas nas ideias assistencialistas, ou seja, a principal função da escola não era
transmitir conhecimentos por meio de informações e conteúdos didáticos, o principal
objetivo era cuidar, especialmente, de crianças de 0 a 6 anos.

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INFÂNCIA E SOCIEDADE:

As mudanças com relação ao cuidado com a criança, de fato surgem no


século XVII, devido às interferências realizadas pelos poderes públicos e com
a preocupação da Igreja, que não aceitava passivamente a prática do
infanticídio, mas antes, era secretamente tolerado.

A infância sempre existiu e a criança faz parte da humanidade, desde a


idade primitiva. Mas, a sua perceção como grupo e elemento (sujeito) da
construção social, tornou-se clara a partir dos séculos XVII e XVIII.

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INFÂNCIA E SOCIEDADE:

As crianças eram criadas por pessoas fora do contexto familiar e só


retornavam ao convívio da família aos sete anos de idade, se
sobrevivessem.

Através da mudança cultural e das transformações sociais, políticas e


econômicas que a sociedade vinha apontando, a partir do século XVII para o
século XVIII, também pode ser vista no interior da família e nas relações que
começam a se transformar, e que vão sendo estabelecidas entre pais e filhos,
numa relação de maior proximidade.
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INFÂNCIA E SOCIEDADE:

A educação da criança passa a ser realizada pela própria família e isto fez
despertar um novo sentimento por ela.

De acordo com Ariès (1981), este fato marca o início do sentimento de


infância, que será constituído por dois momentos, o de “paparicação e o
de apego”.

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INFÂNCIA E SOCIEDADE:

A criança passa a ser vista como ingênua e frágil, que necessita de maior
atenção, e a morte é vista como um momento de sofrimento. Surge
outro sentimento, ainda no século XVII, que se contrapõe a estes, o da
moralização.

Era necessário conhecer a criança para corrigir seus “defeitos”,


demonstrando uma preocupação moral com o comportamento infantil.

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INFÂNCIA E SOCIEDADE:

A criança passa a ser vista como um investimento futuro que necessita ser preservada e
protegida física e moralmente.

De acordo com Kramer (2003), “não é a família que é nova, mas, sim o sentimento de
família que surge nos séculos XVI e XVII, inseparável do sentimento de infância”. Kramer
(2003) ressalta também que a nova ideia de infância surge de acordo com as
modificações de organização social:

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INFÂNCIA E SOCIEDADE:

(...) a ideia de infância (...) aparece com a sociedade capitalista, urbano-industrial, na


medida em que mudam a sua inserção e o papel social da criança na comunidade. Se,
na sociedade feudal, a criança exercia um papel produtivo direto (“de adulto”) assim que
ultrapassava o período de alta mortalidade, na sociedade burguesa ela passa a ser
alguém que precisa ser cuidada, escolarizada e preparada para uma função futura. Este
conceito de infância é, pois, determinado historicamente pela modificação das formas
de organização da sociedade. (Kramer, 2003:19)

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INFÂNCIA E SOCIEDADE:

Diante deste novo quadro social, a família, além da preocupação com a educação da
criança, passou a se interessar pelas questões de higiene e saúde, ocasionando uma
considerável diminuição dos índices de mortalidade infantil.

Mas, estas mudanças beneficiaram as crianças da classe burguesa, enquanto os filhos


dos menos favorecidos continuaram sem acesso aos ganhos representados pela nova
conceção de infância, como por exemplo, o direito à educação e a cuidados mais
específicos.

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INFÂNCIA E SOCIEDADE:

Nos séculos XVIII e XIX, originaram-se dois tipos de atendimento as crianças


pequenas, uma de boa qualidade destinada às crianças da elite, que tinha como
característica a educação e o outro que servia de custódia e de disciplina para crianças
desfavorecidas, e assim percebe-se a diferenciação de classes.

É necessário registrar que este sentimento de infância e de família caracterizava um


padrão burguês, que aos poucos se transformou em universal.

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INFÂNCIA E SOCIEDADE:

É importante entender o processo evolutivo da conceção de infância e de


criança, como foi mudando ao longo dos tempos, sofrendo a influência
das sociedades, dos estudos teóricos e das culturas, avançando e
retrocedendo nas suas práticas.

Demorou um longo tempo para que as crianças fossem consideradas


como crianças, que apresentam características, necessidades e interesses
próprios.
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HISTORIA DA EDUCAÇÃO
HISTORIA DA EDUCAÇÃO

A história da educação confunde-se com a história da humanidade.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO

O processo de educação do homem foi fundamental para o


desenvolvimento dos grupos sociais e de suas respetivas sociedades,
razão pela qual o conhecimento de sua história e experiências passadas é
essencial para a compreensão dos rumos tomados pela educação no
presente.

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COMO É QUE O PROCESSO DE ENSINO E
APRENDIZAGEM EVOLUIU AO LONGO DA NOSSA
HISTÓRIA?

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO

Alguns historiadores acreditam que a educação sempre aconteceu ao longo do


tempo, de uma forma espontânea e dinâmica.

A interação com o mundo e com outros indivíduos sempre nos proporcionou algum
tipo de aprendizado, seja observando um integrante mais velho da tribo caçar, os
fenômenos da natureza, o comportamento religioso nos rituais, etc.

Com a formação das primeiras civilizações, o processo de ensino e aprendizagem


começa a passar por uma transformação.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO

NO EGITO
os jovens começavam a frequentar a escola por volta dos 7 anos, aprendendo a ler, a
contar histórias, escrever, entre outras coisas. Os maiores aprendiam também
astronomia, música, matemática e poesia.

NA GRÉCIA ANTIGA
o acesso ao estudo não era um direito de todas as crianças: as mulheres eram
educadas até, no máximo, os 7 anos e os meninos eram educados até os 14 anos. No
entanto, esse acesso dependia do poder aquisitivo dos pais, portanto era distribuído
de maneira desigual e privilegiada.
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HISTORIA DA EDUCAÇÃO

ENTRE OS HEBREUS
A educação era realizada em 10 anos – entre os 08 e 18 anos de idade. Nessa fase,
muitas eram as civilizações em que os pais da criança eram os responsáveis por sua
educação.

NA IDADE MÉDIA,
Os estudantes eram formados de acordo com o pensamento conservador da época e
a educação desenvolvida em consonância com os rígidos dogmas (doutrina) da Igreja
Católica.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO

COM A REFORMA PROTESTANTE E O RENASCIMENTO,


Houve um resgate dos valores atenienses nos discursos sobre os objetivos da
educação.

Com a formação dos Estados Nacionais, o conhecimento passa a ser organizado para
ser transmitido pela escola através da figura de autoridade do professor como figura
detentora do saber e garantidor da ordem e da disciplina.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO

Esse modelo de educação se propagou pelos séculos XVIII e XIX, influenciados pela
revolução industrial e pelos regimes democráticos que se propagaram desde então. O
acesso à educação passa a ser uma reivindicação enquanto direito do cidadão.
Consolida-se então, um modelo de educação conteudista, que acompanhou os ideais
da industrialização.

Em meados do século XIX, alguns pensadores já começam a questionar esse modelo


de educação. Há, a partir daí, uma ressignificação da figura do aluno e, por
consequência, da relação professor-aluno.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO

Em Cabo Verde
as atividades de ensino permaneceram sob a incumbência das ordens religiosas
durante o período colonial, entretanto a constituição de 1975 preparou o espaço para
o surgimento de um Sistema Nacional de Educação.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO EM CABO VERDE
HISTORIA DA EDUCAÇÃO EM CABO VERDE

• 1º período - 1910-1975- No período colonial


• 2º período - 1975 a 1995 - Pós Independência;
• 3º período - 1990-1996 - Pluralismo Político

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I PERÍODO
1910-1975-
NO PERÍODO COLONIAL
• I PERÍODO - 1910-1975- NO PERÍODO COLONIAL

No período colonial o sistema educativo cabo-verdiano fazia parte integrante do sistema educativo
português. Deste modo, o sistema educativo em Cabo Verde foi conhecendo variações importantes
em função das mutações politicas, sociais, económicas e culturais que se foram registando no
sistema colonial português.

Fevereiro de 1944
Criou-se no Ministério das Colónias a Direção Geral do Ensino que orientava superiormente os
serviços nas colónias que funcionava em intima relação com o Ministério da Educação Nacional.

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• I PERÍODO - 1910-1975- NO PERÍODO COLONIAL

A escola, na sociedade colonial, conjugava uma dupla função:


1. Desarreigar os nativos de sua cultura;
2. Aculturá-los a um modelo colonial preestabelecido, dedicando-se apenas ao ensino
das Artes e Ofícios.

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• I PERÍODO - 1910-1975- NO PERÍODO COLONIAL

Com a implementação da República Portuguesa veio a reforma de 1911. O ensino primário


elementar torna-se obrigatório, mantendo-se uma elevada taxa de analfabetismo, mesmo na
Metrópole, em mais de 70% da população. Estas mudanças curriculares foram também extensível
às colónias, como era o caso de Cabo Verde.

E foi assim que o ensino primário se reformulou, em 1917 estruturando-se em três níveis:
• Primário elementar (até à 3ª classe);
• Normal ;
• Secundário (compreendendo o ensino profissional)

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• I PERÍODO - 1910-1975- NO PERÍODO COLONIAL

O golpe de estado de 1926 (Estado Novo) fez com que a Igreja voltasse a recuperar o seu estatuto
hegemónico que detinha e veria reforçada a sua influência espiritual e material na sociedade
portuguesa.
O novo estatuto que a Igreja passou a ocupar na estrutura social a nível da metrópole influenciou as
colónias de uma forma geral e, particularmente, a nível do sistema educativo.

Foram aprovadas várias leis que acabaram por reforçar o papel “civilizacional” das missões religiosas
nas colónias, onde estas passaram a ter a exclusividade da educação. Entre essas leis aprovadas,
destaca-se a publicação do Estatuto Missionário das missões católicas portuguesas em África e
Timor, em 1926 e o Acto Colonial em 1930 (Tolentino, 2007)

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• I PERÍODO - 1910-1975- NO PERÍODO COLONIAL

Assinalam-se várias iniciativas dessa reforma: “[…]


 O ensino pré-escolar oficial em crianças dos 4 aos 7 anos;
 O ensino primário é estruturado em 3 graus: elementar, complementar e superior, 8 anos de
escolaridade.
 Mais tarde, numa reforma publicada em 1919, é estruturado em 2 graus: geral, com 5
anos de escolaridade, e superior, com 3; a administração das escolas primárias é
descentralizada e passa para o âmbito das câmaras municipais; […]”(Cardoso, 2007, p.
251)

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO EM CABO VERDE

Em 1960, existiam em Cabo Verde 234 estabelecimentos de ensino, dos quais cerca

de 85% correspondiam ao ensino primário. A percentagem da população

escolarizada no ensino primário (5. 392 a 9.303 alunos das quatro classes desse

grau de ensino, relativamente à população total de Cabo Verde) não ultrapassou os

4% e subiu para 5% da década de 1960.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO EM CABO VERDE

Neste sentido, com a emergência dos movimentos de libertação, nos anos de 1960,
nas colónias portuguesas de África, Amílcar Cabral considerava a educação colonial
inadequada à realidade e expectativas dos cabo-verdianos, por que era altamente
seletiva e discriminatória, pois, “o número de alunos inscritos na instrução primária
correspondia a cerca de 1/5 (um quinto) do número de crianças em idade escolar

[-] Toda a educação portuguesa deprecia a cultura e a civilização do africano. As línguas africanas
são proibidas nas escolas. [-] As crianças africanas [-] aprendem a temer o homem branco e a ter
vergonha de serem africanos. A geografia, a história e a cultura de África não são mencionados, ou
adulterados, e a criança é obrigada a estudar a geografia e a história portuguesas.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO EM CABO VERDE

Foi nessa altura que se começou a verificar o alargamento da escolaridade


obrigatória para os 6 anos, em Portugal, implicando-se, também, alguma mudança
em Cabo Verde, com o aparecimento do ciclo preparatório (de dois anos), a
obrigatoriedade e gratuitidade do ensino primário elementar (de quatro anos),
destinada às crianças a partir dos sete anos, o aumento da rede escolar e do
número de professores.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO EM CABO VERDE

Esse ciclo preparatório estava estruturado em dois anos de estudos, e para ter acesso a
este nível era necessário aprovar-se no exame do ciclo elementar e ter idade inferior a 14
anos.

Assim sendo, poucas eram as crianças que satisfaziam tais requisitos porque, por um
lado, a maioria das crianças entravam tardiamente no sistema de instrução e, por outro,
devido a elevada taxa de reprovação verificada no ensino primário.

Como consequência, houve um aumento da exclusão educativa de um sistema que era já


per si débil, excludente e seletivo.
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HISTORIA DA EDUCAÇÃO EM CABO VERDE

1533
• Criação do bispado de Cabo Verde (Diocese de Santiago), o primeiro em Africa, sedeada na
Ribeira Grande;

1935
• Foi criada a primeira escola da Ribeira
Grande (Hoje cidade velha).
• Nessa escola lecionava-se apenas a Moral e
a Gramática Latina,

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO EM CABO VERDE

1856
Foi criado o seminário eclesiástico da diocese de Cabo
Verde (funcionou por meio seculo) - Seminário-Liceu de
São Nicolau

1917-1926
Foi extinto o Seminário-Liceu de São Nicolau, e cria-se o
Liceu Nacional de Cabo Verde em São Vicente .

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO EM CABO VERDE

1926-1937
Liceu Central Infante Dom Henrique
Em Janeiro de 1926, alterou-se o nome do liceu para Liceu Central Infante Dom Henrique, vindo a ser
encerrado a 26 de Outubro de 1937.

Anunciada a extinção dois dias depois, através da Rádio Colonial Portuguesa, em poucos minutos São
Vicente ficou a conhecer essa notícia e Cabo Verde ficou de luto, chegando o jornal Notícias de Cabo
Verde a sair no dia 1 de Novembro, véspera do dia de finados, com uma tarjeta negra ”Cabo Verde de
Luto!”.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO EM CABO VERDE

Na sequência, a Câmara Municipal reuniu-se em sessão extraordinária e decidiu expedir um


telegrama ao Governador da Colônia solicitando empregar todo o seu esforço no sentido da
manutenção do liceu, e desenvolveu-se uma cruzada para salvar o Liceu, que envolveu a
Associação Industrial, Comercial e Agrícola de Barlavento, a Associação de Pais, a União Nacional,
os Sokols de Cabo Verde, professores e alunos e população de todas as categorias.

Face a essa grande e intensa movimentação, doze dias após o seu encerramento, chegou a
notícia de que o Ministro do Ultramar havia comunicado que o liceu iria reiniciar as aulas
imediatamente.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO EM CABO VERDE

Liceu Gil Eanes (1937-1975)


A 9 de Novembro, o liceu de São Vicente foi reaberto com a designação de Liceu Gil Eanes, com a justificação de se ter
atribuído o Infante Dom Henrique como novo patrono ao Liceu de Macau.

Até 1960 o Liceu de São Vicente foi o único estabelecimento de ensino secundário a funcionar em todo o arquipélago,
não sendo de estranhar a sua assinalável influência no perfil da elite cabo-verdiana de então que se evidenciava pelo
seu carácter intelectual e ideológico e pela sua integração numa ilha cosmopolita e de gênese urbana.

Entretanto, na sequência da visita do Presidente da República General Craveiro Lopes, em 1955, foi criado na cidade
da Praia a Secção do Liceu Gil Eanes, com um vice-reitor, Dr. Aníbal da Cunha Leal, sendo reitor do liceu o Dr. Baltasar
Lopes da Silva.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO EM CABO VERDE

Liceu Nacional da Praia (1960-1975)

Em 1960 foi criado um liceu autônomo na


capital da província de Cabo Verde, o Liceu
Nacional da Praia.

Dois anos após, na sequência da visita do


Ministro do Ultramar a Cabo Verde, esse
liceu passou a designar-se Liceu Adriano
Moreira (Liceu Domingos Ramos – Depois
da Independência)

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO EM CABO VERDE

” Durante muito tempo, até ao fim dos anos 50, o ensino destinava-se a um
pequeno número de privilegiados das cidades e do campo: filhos e filhas da
burguesia comerciante, dos proprietários agrícolas e filhos de uma classe média em
crescimento lento dos empregados e dos intelectuais (…)

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2º PERÍODO
-1975 A 1995 –
PÓS INDEPENDÊNCIA
• 2º PERÍODO-1975 A 1995 –PÓS INDEPENDÊNCIA
• INDEPENDÊNCIA DE CABO VERDE
Cabo Verde procedeu, a uma reforma na educação que refletisse os interesses e aspirações
nacionais. O sistema de ensino, inicialmente implantado, apresentava uma estrutura em
que se evidenciam, fundamentalmente:

 O ensino primário, de 4 anos, da 1ª à 4ª classes, precedido de uma incipiente


educação pré-escolar, que sucede à outrora chamada classe pré-primária;
 O ensino liceal ou secundário de 7 anos, sendo que os dois primeiros constituem
o chamado ciclo preparatório, a que se seguiam o curso geral dos liceus (três
anos)
 O curso complementar dos liceus (dois anos)
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• 2º PERÍODO-1975 A 1995 –PÓS INDEPENDÊNCIA

• O ensino da época colonial tinha um legado elitista, extremamente “seletivo,


discriminatório, inadaptado às necessidades do país e aos interesses das
populações” (PEREIRA apud VARELA, 2013, p. 19).

• Dessa forma, era necessário que se pensasse uma educação que fosse menos
seletiva do que a anterior e voltada para a realidade nacional.

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• 2º PERÍODO-1975 A 1995 –PÓS INDEPENDÊNCIA

• A educação depois da independência tinha um papel crucial: fazer com que o


cabo-verdiano se identificasse com o seu país, com a sua cultura.

• Assim, na era pós-colonial - sobretudo com o processo de democratização do


país - era imprescindível que se tentasse colocar em prática uma educação que
criasse no consciente do cabo-verdiano um sentimento de pertencimento para
com a sua terra, assim como uma tentativa de se estabelecer uma sociedade
mais justa.

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• 2º PERÍODO-1975 A 1995 –PÓS INDEPENDÊNCIA
 Lei de Bases do Sistema Educativo: Lei nº 103/III/90 de 29 de Dezembro

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História da
HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

O reconhecimento no passado da infância é diferente nos dias de hoje.


A infância é o período onde a criança se desenvolve, é a fase de
descobertas do mundo, ver, ouvir, sentir, tocar.

Mas nem sempre foi assim, antigamente não existia uma valorização da
criança como individuo, havia criança, mas não existia o conceito de
infância.

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HISTORIA
HISTORIA
DA EDUCAÇÃO
D EDUCAÇÃO
INFANTIL

A história mostra-nos o surgimento de varias conceções de infância. A


criança era vista como um adulto em escala reduzida, sua educação e
cuidados eram de responsabilidade da mãe.

“[...] mal adquiria algum embaraço físico, era misturada aos adultos e
partilhava de seus trabalhos e jogos”.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

A infância não era vista como uma fase de fragilidade, tendo em vista que
a criança tinha uma atenção especial somente no início da vida.

Era vista diferente do adulto apenas no tamanho e na força e o


importante era que crescesse para enfrentar a vida adulta.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Durante muito tempo, entre os séculos XVII e XVIII, a educação da criança


foi considerada uma competência unicamente familiar (particularmente
da mãe).

Com a convivência familiar as crianças aprendiam a se tornar membro


deste grupo, a realizar tarefas que eram necessárias para sua
sobrevivência e a participar de tradições culturais .

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Na Idade Média, encontramos uma sociedade feudal, onde os senhores


de terra possuíam um poder quase que monárquico nos seus domínios,
construindo suas leis, sua cultura, suas moedas, seus valores etc.

A Igreja e o Estado serviam para legitimação política e limitação dos


poderes dos senhores feudais.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Nesta época, a criança era considerada um pequeno adulto, que


executava as mesmas atividades dos mais velhos. As mesmas possuíam
pequena expectativa de vida por causa das precárias formas de vida.

O importante era a criança crescer rápido para entrar na vida adulta. Aos
sete anos, a criança (tanto rica quanto pobre) era colocada em outra
família para aprender os trabalhos domésticos e valores humanos,
através de aquisição de conhecimento e experiências práticas.
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HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Essa ida para outra casa fazia com que a criança saísse do controle da
família genitora, não possibilitando a criação do sentimento entre pais e
filhos.

Os colégios existentes nesta época, dirigidos pela Igreja, estavam


reservados para um pequeno grupo de clérigos (principalmente do sexo
masculino), de todas as idades.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Na Idade Moderna, a Revolução Industrial, a constituição de Estados


laicos trouxeram modificações sociais e intelectuais, modificando a visão
que se tinha da criança.

A criança nobre era tratada diferentemente da criança pobre. Tinha-se


amor, piedade e dor por essa criança. Lamentava-se a morte de dela,
guardando retratos para torna-la imortal. A criança da plebe não tinha
esse tratamento.
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HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Surgem as primeiras propostas de educação e moralização infantil. Se na


sociedade feudal, a criança começava a trabalhar como adulto logo que
passa a faixa da mortalidade, na sociedade burguesa ela passa a ser
alguém que precisa ser cuidada, escolarizada e preparada para uma
atuação futura.

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Essa missão é incumbidas aos colégios, muitos leigos, abrindo portas


para os leigos, nobres, burgueses e classes populares (não misturando as
classes – surge a discriminação entre o ensino de rico e de pobre).O
ensino é, primeiramente, para os meninos (meninas, só a partir do século
XVIII).

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 67


HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

A educação se torna mais pedagógica, menos empírica. Nessa época


surge o castigo corporal como forma de educação (disciplinar), por
considerar a criança frágil e incompleta.

É utilizado tanto pelas famílias quanto pelas escolas. Isso legitimava o


poder do adulto sob criança. Com a educação e com os castigos, crianças
e adolescentes foram se unindo cada vez mais devido ao mesmo
tratamento, passando a se distanciar da vida adulta.
05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 68
HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Também surgem as primeiras creches para abrigarem filhos das mães


que trabalhavam na indústria.

As crianças da burguesia passam a ter trajes diferenciados. As crianças


das classes baixas continuam com os trajes iguais dos adultos.

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 69


HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

A partir da segunda metade do século XVII, a política escolar retardou a


entrada das crianças nas escolas para os dez anos.

A justificativa para isso era que a criança era considerada fraca, e incapaz.

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 70


HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Na educação, cria-se o primário para as classes populares, de pequena


duração, com ensino prático para formação de mão-de-obra;

e o ensino secundário para a burguesia e para a aristocracia, de longa


duração, com o objetivo de formar eruditos, pensantes e mandantes.

No final do século XIX, difunde o ensino superior na classe burguesa.

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 71


HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

E por causa da fragmentação social, a escola popular se tornou deficiente


em muitos aspetos.

O padrão de criança era a criança burguesa, mas nem todas eram


burguesas, nem todas possuíam uma bagagem familiar que aproveitada
pelo sistema educacional. E para resolver esse problema, criou-se os
programas de cunho compensatório para suprir as deficiências de saúde,
nutrição, educação e as do meio sócio cultural.
05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 72
HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Essa educação compensatória começou no século XIX com Pestalozzi,


Froebel, Montessori e McMillan.

A pré-escola era encarada por esses pensadores como uma forma de


superar a miséria, a pobreza, a negligência das famílias. Mas sua
aplicação ocorreu efetivamente no século XX, depois muitos movimentos
que indicavam o precário trabalho desenvolvido nesse nível de ensino,
prejudicando a escola elementar.
05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 73
HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

E somente depois da Segunda Guerra Mundial é que o atendimento pré-


escolar tomou novo impulso, pois a demanda das mães que começaram
a trabalhar nas indústrias bélicas ou naquelas que substituíam o trabalho
masculino aumentou.

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 74


HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Houve uma preocupação assistencialista-social, onde se tinha a


preocupação com as necessidades emocionais e sociais da criança.

Crescia o interesse de estudiosos pelo desenvolvimento da criança, a


evolução da linguagem e a interferência dos primeiros anos em atuações
futuras. A preocupação com o método de ensino reaparecia.

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 75


05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 76
PIONEIROS DA EDUCAÇÃO
INFANTIL
PIONEIROS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Nos séc XV e XVI, novos modelos educacionais foram criados para


responder aos desafios estabelecidos pela maneira como a sociedade
europeia então desenvolvia.

Desenvolvimento científico, a expansão comercial no período do


Renascimento estimularam surgimento de novas visões sobre a criança e
sobre como ela deveria ser educada.( Erasmo(1465-1530) e Montaigne
( 1483-1553))
05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 80
PIONEIROS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Transformação , nos países europeus, de uma sociedade


agrário-mercantil em urbano-manufatureira, gerava conflitos e
guerras, produzindo condições sociais adversas para sociedade
especialmente no segmento infantil.(abandono, maus-tratos)

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 81


PIONEIROS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Gradativamente surgiram arranjos mais formais para


atendimento de crianças fora da família em instituições de
especialmente delineadas para esse objetivo e que organizavam
as condições para o desenvolvimento infantil

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 82


PIONEIROS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 83


PIONEIROS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Acreditavam que como as crianças nasciam sob o pecado, cabia à família


e, na falta dela, à sociedade corrigi-las desde pequenas.

Eles defendiam um rigoroso planeamento do tempo nas escolas, mesmo


nas que atendiam crianças pequenas, gerando uma rotina de atividades a
ser observadas diariamente e fundada na ideia de autodisciplina.

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 84


PIONEIROS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Leitura e escrita eram ensinadas a partir de 6 anos, embora ainda dentro


de um objetivo religioso.

Outras iniciativas levaram a criação de instituições para atender crianças


acima de 3 anos, filhos de mulheres operárias. Eram os asilos e as
infantis schools, surgidas em Londres com a preocupação de combater as
péssimas condições de saúde das crianças de grupos desfavorecidos
daquela cidade.
05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 85
PENSADORES DA EDUCAÇÃO

Pensadores com ROUSSEAU, PESTALOZZI, DECROLY, FROEBEL E MONTESSORI


configuram as novas bases para a educação das crianças. Embora eles tivessem focos diferentes,
todos reconheciam que as crianças possuíam características diferentes dos adultos, com
necessidades próprias (Oliveira, 2002).

Estes pensadores e estudiosos contribuíram para que a sociedade começasse a enxergar a criança
pequena como criança, que necessita de atenção e cuidados para desenvolve-se e que é necessário
que esta criança viva a infância.

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PENSADORES DA EDUCAÇÃO

JEAN-JAQUES ROUSSEAU
(1712 – 1778) • Filósofo nascido em Genebra.
• Criou uma proposta educacional que combatia preconceitos e
autoritarismos.
• Afirmava que a infância não era apenas uma via de acesso à vida
adulta e tinha valor em si mesma.
• Defendia uma educação não orientada pelos adultos, mas que
fosse resultado do livre exercício das capacidades infantis e
enfatizasse não o que a criança tem permissão para saber, mas o
que é capaz de saber..

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 87


PENSADORES DA EDUCAÇÃO

JEAN-JAQUES ROUSSEAU
Este teórico, constituiu um marco na pedagogia contemporânea, centralizando os interesses
pedagógicos no estudante, não mais no professor. Para a criação de um novo homem e de uma nova
sociedade, seria preciso educar a criança de acordo com a natureza, desenvolvendo progressivamente
seus sentidos e a razão com vistas à liberdade e à capacidade de julgar.

Rousseau “revolucionou a educação de seu tempo ao afirmar que a infância não era apenas uma
via de acesso, um período de preparação para vida adulta, mas tinha valor em si mesma”.

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PENSADORES DA EDUCAÇÃO

Pestalozzi (1746 – 1827)

• Suíço, defendia que a força vital da educação está na bondade, no amor e


na família. A educação deveria cuidar do desenvolvimento afetivo desde o
nascimento das crianças.
• Destacou o valor educativo do trabalho manual, do desenvolvimento da
destreza prática e de atitudes morais.
• Adaptou métodos de ensino ao nível dos alunos através de atividades de
música, arte, geo., aritmética, ling. oral e de contato com a natureza.

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PENSADORES DA EDUCAÇÃO

JOHANN PESTALOZZI
Para Pestalozzi a função principal do ensino é levar as crianças a desenvolver suas habilidades naturais e inatas.

A escola idealizada por Pestalozzi deveria ser não só uma extensão do lar, como inspirar-se no ambiente familiar
para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto. A criança, na visão de Pestalozzi, se desenvolve de dentro para
fora.

Para o pensador suíço, um dos cuidados principais do professor deveria ser respeitar os estágios de
desenvolvimento pelos quais a criança passa. É a ideia do “aprender fazendo”, amplamente incorporada pela
maioria das escolas pedagógicas posteriores. O que importava não era tanto o conteúdo, mas o desenvolvimento
das habilidades e dos valores. Percebe-se nas ideias de Pestalozzi a preocupação com o desenvolvimento da criança
e o seu aprendizado.

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PENSADORES DA EDUCAÇÃO

Froebel (1782 – 1852) - FUNDADOR DOS JARDINS DE INFÂNCIA


(kindengarten) em 1837
• Educador alemão, que levou adiante as ideias de Pestalozzi.
• Sua proposta incluía atividades de cooperação e o jogo, que
possibilitavam o desenvolvimento intelectual, moral e físico.
• Elaborou canções e jogos para educar sensações e emoções, enfatizou o
valor educativo da atividade manual, confecionou brinquedos para a
aprendizagem da aritmética e da geometria, além de propor a inclusão de
conversas, poesias e o cultivo da horta pelas crianças.
• Dividiu os recursos pedagógicos em prendas (materiais que não
mudavam de forma- cubos, cilindros, bastões) e ocupações (materiais
modificáveis-argila, areia e papel).

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PENSADORES DA EDUCAÇÃO

FRIEDRICH FROEBEL
O fundador dos jardins de infância, destinados aos menores de oito anos, o alemão Friedrich Froebel foi um dos
primeiros educadores a considerar o início da infância como uma fase de importância decisiva na formação das
pessoas.

Ele formulou suas próprias ideias e princípios educacionais. Para ele, a criança se expressaria através das atividades
de perceção sensorial, da linguagem e do brinquedo, dando ênfase a liberdade da criança.

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PENSADORES DA EDUCAÇÃO

FRIEDRICH FROEBEL

Froebel vê as brincadeiras como o primeiro recurso no caminho da aprendizagem, um modo de a criar


representações do mundo concreto com a finalidade de entendê-lo. Com base na observação das atividades das
crianças com jogos e brinquedos, Froebel foi um dos primeiros pedagogos a falar em autoeducação.

Froebel teve uma infância muito infeliz, o que, provavelmente terá contribuído para surgir seu génio
e possibilitado um duplo resultado: a afeição pela natureza e, ainda muito jovem, tornou-se
consciente de sua própria vida interior.

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PENSADORES DA EDUCAÇÃO

DECROLY
Entre os pensadores da educação que, na virada do século 19 para o século 20, contestaram o modelo de
escola que existia até então e propusera uma nova conceção de ensino, o belga Decroly foi, provavelmente, o
mais combativo. Ele foi um dos precursores dos métodos ativos, fundamentados na possibilidade do estudante
conduzir o próprio aprendizado e, assim, aprender a aprender.

Os centros de interesse são marcantes na escola idealizada por Decroly, em que os estudantes escolhem o que
querem aprender, através das observações do cotidiano. Estes centros são grupos de aprendizados organizados
segundo as faixas de idade dos estudantes e concebidos com base nas etapas da evolução neurológica infantil.

A criança entra na escola dotada de condições biológicas suficientes para procurar e desenvolver os
conhecimentos de acordo com seus interesses. (Apud Ferrari, 2008).

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PENSADORES DA EDUCAÇÃO

MARIA MONTESSORI
• Médica psiquiatra italiana que trabalhava com crianças portadoras de deficiência mental.
• Elaborou materiais adequados à exploração sensorial pelas crianças e ao alcance dos objetivos educacionais.
• Criou instrumentos especialmente elaborados para a educação motora (ligados aos cuidados pessoais) e
para a ed. dos sentidos e da inteligência (letras móveis, contadores, etc.).
• Propôs a diminuição do mobiliário usado pelas crianças e dos objetos domésticos cotidianos, para a
brincadeira de casinha.

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 95


PENSADORES DA EDUCAÇÃO

MARIA MONTESSORI (1879 – 1952)


Em sua conceção, como os estímulos externos formam o espírito infantil, eles precisam ser determinados.
Dessa forma além de propor que, em sala de aula, a criança fosse livre para agir sobre os objetos, sujeitos a sua
ação, desenvolveu jogos e outros materiais didáticos que passaram a ter um papel predominante no trabalho
educativo.

A utilização destes materiais valorizava a educação motora, a educação dos sentidos e a inteligência. A
pedagogia montessoriana dá destaque ao ambiente, adequando-o ao tamanho das crianças. (Apud Ferrari,
2008)

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EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR
NO CONTEXTO CABOVERDIANO
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR EM CABO VERDE

Em Cabo Verde, a educação pré-escolar surge, integrada na escolaridade obrigatória, nos últimos anos da época
colonial, mais precisamente no início da década de setenta, com a denominação de ensino pré-primário, tendo
como fonte legal o Regulamento do Ensino Primário Elementar aprovado em 1968.

Parte integrante do ensino primário obrigatório de cinco anos, o ensino pré-primário era então ministrado nas
escolas e nos postos escolares de ensino primário, com a duração de um ano, por docentes do ensino primário, a
maioria dos quais sem qualificação específica, e em condições de graves carências em termos de instalações e
recursos educativos minimamente adequados às exigências deste nível educativo, factos que estiveram na origem
da sua extinção em 1975, com a ascensão do arquipélago à Independência.
.

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 98


EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL EM CABO VERDE

A extinção do ensino pré-primário, embora compreensível naquele contexto, privava as crianças cabo-verdianas
de uma oportunidade de preparação para o ingresso no ensino primário.

Assim, logo após a tomada de tal medida, foram lançados os primeiros estabelecimentos específicos de educação
pré-escolar geridos pelo então Instituto Cabo-verdiano de Solidariedade (ICS), organização não-governamental
fortemente apoiada pelo Estado, bem como por parceiros internacionais, sendo uma das formas de apoio estatal
a afetação àquele instituto de monitores de infância, previamente formados, os quais faziam parte do quadro de
pessoal docente do Estado.

De notar que, no âmbito do Instituto Cabo-verdiano de Solidariedade, contava-se, já em 1977, com “jardins-
escola” implantados em cinco ilhas e previa-se o seu alargamento a todas as ilhas.

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 99


EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL EM CABO VERDE

A par das iniciativas do ICS na área da educação de infância, assiste-se à intervenção de outras entidades, de
entre as quais a Organização das Mulheres de Cabo Verde e a Cruz Vermelha, igualmente apoiadas pelo Estado,
a que se segue a intervenção progressiva de municípios, entidades privadas, organizações comunitárias e de
solidariedade social, ao longo da década de oitenta e, sobretudo, a partir da aprovação da primeira lei de bases
do sistema educativo, em finais de 1990, e do primeiro estatuto do ensino privado, em 1996 .

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 100


O QUADRO LEGAL VIGENTE
EM CABO VERDE
SOBRE A EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR
O QUADRO LEGAL VIGENTE EM CABO VERDE SOBRE A EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR

CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA DE CABO VERDE

A Constituição de Cabo Verde consagra, no seu ARTIGO 78º, que “todos têm direito à educação”, estabelecendo
que esta deve ser “realizada através da escola, da família e de outros agentes e, designadamente:

• Ser integral e contribuir para a promoção humana, moral, social, cultural e económica dos cidadãos”;
• Contribuir para a igualdade de oportunidade no acesso a bens materiais, sociais e culturais”;
• Estimular o desenvolvimento da personalidade, da autonomia, do espírito de empreendimento e da
criatividade,
• Promover os valores da democracia, o espírito de tolerância, de solidariedade, de responsabilidade e
de participação”.

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL EM CABO VERDE

LEI DE BASES DO SISTEMA EDUCATIVO (LBSE) - Decreto-Legislativo nº 2/2010, de 7 de Maio

Reconhece a educação como direito/dever de todo o cidadão, bem como o direito/dever das famílias, das
comunidades e das autarquias locais nas diversas ações de promoção e realização da educação, relevando o
papel do Estado na dinamização das diversas formas de participação dos cidadãos e suas organizações na
concretização dos objetivos da Educação, na promoção progressiva da igualdade de possibilidades de acesso
de todos os cidadãos aos diversos graus de ensino e a igualdade de oportunidades no sucesso escolar (nºs 1
a 4 do artigo 4º).

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 103


OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR

Em conformidade com a Lei de Bases do Sistema Educativo (artigo 17º), a educação pré-escolar prossegue os
seguintes objetivos essenciais:

 Apoiar o desenvolvimento equilibrado das potencialidades da criança;


 Possibilitar à criança a observação e a compreensão do meio que a cerca;
 Contribuir para a estabilidade e segurança afetiva da criança;
 Facilitar o processo de socialização da criança;
 Promover a aprendizagem das línguas oficiais e, de pelo menos, a uma língua estrangeira;
 Favorecer a revelação de características específicas da criança e garantir uma eficiente orientação
das suas capacidades”.

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 107


EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL EM CABO VERDE

Da análise do percurso da educação pré-escolar em Cabo Verde e do quadro legal vigente resulta evidente o
potencial do desenvolvimento deste sistema mediante uma ação combinada das famílias, do Estado, das
autarquias e, em geral da sociedade civil.

Sem que o Estado tivesse assumido a responsabilidade de assumir a oferta direta da educação pré-escolar, a
intervenção das autarquias locais, de entidades privadas e de outras organizações da sociedade civil, com o
concurso das famílias, permitiu uma expansão significativa da rede da educação pré-escolar.

A par dos avanços registados, persistem constrangimentos de diversa ordem, patenteados em outros estudos,
sendo de se realçar, a par da precaridade de instalações, meios logísticos e recursos pedagógicos, a insuficiente
qualificação do pessoal docente afeto aos estabelecimentos de educação pré -escolar.

Reconhecendo-se a relevância da educação pré-escolar para o desenvolvimento dos demais subsistemas


educativos, em particular o de ensino básico, importa que esse potencial seja maximizado através de política
05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 109
PAPEL DO
TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA
Dinâmica de Grupo
“O MENININHO”
DRAMATIZAÇÃO (SKETCH):
Criar uma situação, ou através de situações já
vivenciadas, demostrar a importância do papel do
educador e/ou o cuidador de infância.
“Cuidar e educar se realizam num gesto indissociável de atenção integral.
Cuidando, se educa. Educando, se cuida. Impossível um sem o outro.”

Vital Didonet,

Cuidar e educar são ações indissociáveis no cotidiano de instituições de educação infantil. Toda a ação
realizada junto à criança e com a criança tem dimensões de cuidados e educação.
EDUCAR VS CUIDAR
A educação de infância compreende a educação das crianças entre os 0 e os 6 anos de idade, ou seja,
desde o seu nascimento até à entrada no 1º Ciclo do Ensino Básico.

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A Educação Infantil é a base para o desenvolvimento integral da criança. É nela que a criança tem a
oportunidade de desenvolver e iniciar suas habilidades e competências para uma vida no seio da
família e na sociedade.

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05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 118
PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

Sendo assim, o que deve ser priorizado nesta fase é a formação da identidade com a valorização da história
individual de cada criança. Promover sociabilidade, a linguagem, a interação. Adequar os meios de se
comunicar, se atentando para diálogo que traduza segurança e afetividade. Assim, possibilitar o prazer de iniciar
novas descobertas através de um olhar ao mundo e ao outro com a aprendizagem de diferentes linguagens:
movimento, música, artes visuais, linguagem oral e escrita, natureza, sociedade e matemática.

Para que este objetivo seja algo atingível, o professor da educação infantil precisa e deve ser um pesquisador e
sempre estar atualizando seu conhecimento, suas técnicas, etc.

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 119


PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

Segundo estudos realizados em 1994 (RCNEI, p.39) aponta que muitos profissionais que atuam na Educação
Infantil ainda não possuem formação adequada, trabalham em situações precárias e com salários bem baixos.

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PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA


• Cuida de crianças com idade até aos 6 anos, incluindo crianças com necessidades específicas de
educação, durante as suas atividades quotidianas e de tempos livres, garantindo a sua segurança e
bem-estar e promovendo o seu desenvolvimento adequado.

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PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

A Educação Infantil diante dessa grande responsabilidade que possui necessita de uma atenção especial do
educador. É na primeira infância que podemos propiciar oportunidades para formar um ser humano mais
consciente, crítico, comunicador, confiante, reflexivo, pró-ativo, social e apto para aprender e desvendar o
mundo ao seu redor e ao mesmo tempo em que se descobre.

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PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

E a grande questão que professor o deve se fazer é: Como proporcionar todo este aprendizado de uma forma
que a criança viva o momento dela, que é ser criança?

O RCN deixa claro que todas as experiências das crianças precisam ser vivenciadas com prazer e alegria.
Portanto, o professor tem a necessidade de ver a criança com um olhar voltado para o que ela é, quais suas
necessidades, o que ela pode e consegue aprender no momento, o que ela tem potencial de aprender,
identificar oportunidades para provocar o interesse e usa-lo a favor de uma educação ativa e progressiva.

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PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

Na Educação Infantil não se pode ficar atrelado a conceitos prontos e fórmulas, há de ser considerado o
contexto da criança e o seu momento, sua fase de desenvolvimento, suas características sócioeconômicas,
afetivas, etnias, religião, etc. O educar precisa ser permeado de afetividade e atenção a esse mundo a ser
descoberto. A criança precisa ser, precisa ter espaço para aprender e se comunicar, precisa se sentir segura e
acima de tudo compreender que a escola é uma extensão de um cuidado e proteção destinada a ela.

Portanto, o educador que atua em Educação Infantil deve conhecer todos os estágios de desenvolvimento,
conhecer a psicologia infantil, compreender sobre afetividade, ludicidade, psicomotricidade, a importância do
faz de conta, a história e a cultura em que a criança está inserida e ser apaixonado pelo que faz

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PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

Outro ponto importante que não poderia deixar de mencionar é a fala do professor, a maneira que usa para se
comunicar com a criança. Essa fala precisa ter todo um cuidado e intenção em educar e proporcionar
oportunidades para o desenvolvimento infantil. Assim, como também o professor deve ser conhecedor de sua
enorme responsabilidade, pois num diálogo com uma criança você pode se tornar uma referência ou um
trauma para o resto daquela vida. Nosso comportamento e atitude, queiramos ou não vai deixar marcas.

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PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

Conforme dito nos capítulos anteriores a educação infantil é primordial na formação de qualquer indivíduo, já
que é nesta fase que se realiza não somente aprendizagem de conteúdos didáticos, mas sim é realizada os
primeiros contatos em relação ao amor, fraternidade, dignidade, solidariedade, responsabilidade, ética e os
demais valores que irão permear por toda a vida da criança.

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PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

O educador infantil tem um papel muito importante no desenvolvimento de uma criança. Entre suas
atribuições, esse profissional é responsável por propiciar experiências que ajudem a criança a desenvolver suas
capacidades cognitivas (atenção, memória, raciocínio, entre outras). Trata-se de um processo longo,
desenvolvido de forma contínua e dinâmica a partir dos primeiros anos de vida.

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PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

Dessa forma, qualquer professor, em todas as etapas educacionais, sempre será uma figura fundamental na
vida das crianças, no entanto aqueles que atuam na educação infantil são os que constroem a base para o
desenvolvimento infantil.

Assim, o papel do professor dentro da educação infantil vai muito além do que somente transmitir
conhecimento, mas o mesmo possui a responsabilidade de transmitir ou estimular condutas e atitudes dentro
das crianças, como por exemplo: o respeito e a empatia, que são posturas que se espera não somente dentro
da escola, mas que serão levadas para fora do ambiente escolar e que é fundamental na formação de cidadãos
mais coerentes.

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PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

Dentro da Educação Infantil, o educador também é responsável por desenvolver as capacidades cognitivas da
criança, como atenção, memória e o raciocínio. Além disso, nesta fase é quando a criança desenvolve sua
própria identidade, por esses motivos cabe ao professor de educação infantil criar ferramentas para que essa
construção ocorra. Para tanto, o educador irá basear-se na exploração do meio a qual está inserido, na
construção dos relacionamentos interpessoais, e na obtenção dos conhecimentos e valores, que são muitas
vezes transmitidas pelas brincadeiras, que são a forma mais produtiva e prazerosa de ensinar crianças de
educação infantil.

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“Cuidar e educar se realizam num gesto indissociável de atenção integral.
Cuidando, se educa. Educando, se cuida. Impossível um sem o outro.”

Vital Didonet,

Cuidar e educar são ações indissociáveis no cotidiano de instituições de educação infantil. Toda a ação
realizada junto à criança e com a criança tem dimensões de cuidados e educação.
PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

A criança pequena é reconhecida como sujeito histórico e de direitos que deve ter a sua integridade física,
moral e social preservada, respeitando-se cada fase do seu desenvolvimento.

Considerando a complexidade do desenvolvimento infantil e a importância desta fase na formação do cidadão


é possível afirmar a necessidade de indivíduos competentes e conhecedores desta complexidade para atuarem
junto à criança.

É reconhecer que toda criança tem direito a um desenvolvimento saudável que deve ser propiciado e
proporcionado pelo adulto na família, na instituição de educação infantil e na sociedade.

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PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

Em Cabo Verde, LBSE foi responsável por mudanças importantes na legislação que regulamenta o atendimento
de crianças de 0 a 6 anos, de uma visão assistencialista e higienista, para uma concepção educativa, que
entrelaça o cuidar e o educar.

Mas, para que realmente exista um atendimento de qualidade dentro das instituições de educação infantil, que
as ações realizadas sejam voltadas para o desenvolvimento integral da criança, é necessário que haja
educadores infantis com conhecimentos pedagógicos sobre as diversas fases do desenvolvimento da criança.
Para Pascal e Bertron citados por Sanches (2003):

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 133


PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

Para Pascal e Bertron citados por Sanches (2003):

“Há clara evidência de que a qualidade do professor é um determinante


central na qualidade e eficiência dos programas de Educação Infantil [...] se
quisermos melhorar a qualidade da educação de crianças pequenas
devemos nos preocupar com a qualidade de seus professores.”

05/12/2019 História da Educação - Papel do Técnico de Ação Educativa 134


PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

Entendemos que “profissionais da Educação Infantil” são todos os profissionais que atuam diretamente com a
criança. O professor e/ou o auxiliar (auxiliar de desenvolvimento infantil, professor auxiliar, auxiliar de creche,
auxiliar de recreação,...) estão diariamente junto às crianças desenvolvendo atividades pedagógicas dentro das
creches e centros infantis, e na ausência do professor, o auxiliar assume o trabalho pedagógico sozinho.

Mas, em muitas instituições infantis, acaba ocorrendo à divisão de tarefas, onde o professor se responsabiliza
pela parte pedagógica e o auxiliar (funcionário e/ou estagiário) fica responsável pelos cuidados (alimentação,
higiene e outros) com as crianças.

Esta situação ocorre em decorrência das atribuições dadas a cada profissional e como o próprio nome diz, o
auxiliar auxilia.

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A formação e a valorização dos profissionais que trabalham com a Educação Infantil,
especialmente na creche, apresenta-se hoje, como um grande desafio e um elemento
essencial para a melhoria da qualidade do atendimento à criança pequena. Faz-se
necessário a presença de um profissional que entenda a Pedagogia da Infância, as
fases de desenvolvimento das crianças e suas especificidades.

(Barreto e Oliveira, 1994 [?])


PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

Tomando as palavras das autoras acima as instituições de educação infantil devem ter profissionais com
conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil, sobre uma Pedagogia da Infância. É perceber a necessidade
eminente de uma Educação Infantil de qualidade, com profissionais qualificados para atender as crianças
pequenas e poder proporcionar a estas crianças um desenvolvimento adequado à infância.

Na trajetória da Educação Infantil brasileira percebemos avanços em alguns aspectos, como: estrutura física dos
espaços das creches e centros infantis, na concepção destes espaços como espaços educativos, numa
pedagogia voltada para a infância, na legislação que traz a garantia do direito a educação para a criança
pequena e na presença do professor (a) na educação das crianças de 0 a 3 anos (creches).

Mas, as instituições infantis continuam a ter em seus quadros, profissionais que não são professores, mas que
estão dentro das salas dos grupos infantis realizando atividades pedagógicas, sem formação para tal.

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PAPEL DO TÉCNICO DE AÇÃO EDUCATIVA

São admitidos nos sistemas de ensino, sobretudo, a nível municipal, e exercem suas atividades com uma carga
horária maior que a do professor, percebendo baixos salários, além de não participarem de um programa
efetivo de formação continuada.

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Papel do Educador e Relações Criança-Adulto : O processo de construção do
conhecimento ocorre na medida em que o educador busca favorecer o
desenvolvimento da criança, incentivando sua atividade frente a problemas que
fazem parte de seus interesses e necessidades, promovendo situações que
incentivem a curiosidade, possibilitando a troca de informações entre os alunos e
permitindo o aprendizado das fontes de acesso que levam ao conhecimento. Por
isso, cabe ao educador planejar, organizar, apresentar situações desafiadoras e que
levem a criança a pensar, levantar hipóteses, refletir e procurar respostas. É através
de interação com a criança que o educador vai descobrir em que momentos a sua
intervenção será realmente fundamental no processo de construção do
conhecimento. À medida que, na sua ação, o educador vai decidindo, executando,
registrando, revendo, sistematizando, também vai sendo realizada a avaliação do
seu fazer pedagógico e da aprendizagem e do desenvolvimento das crianças. É
fundamental que o educador, como um adulto diante da criança, possa estabelecer
uma relação de afeto, confiança, respeito mútuo e cooperação, que será a base do
trabalho a ser desenvolvido.
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175.078 crianças com idades inferiores a 17 anos existentes no país, 83.980 (48%)
são rapazes e 91.098 (52%) são raparigas. Indo ao detalhe, o desdobrável mostra
que 44.583, ou seja 25,5%, têm entre 0-4 anos; 48.502 (27,7%) 5-9 anos; 50.634
(28,9%) estão na faixa dos 10 aos 14 anos e 31.359 (17,9%) situam-se entre os 15 e
17 anos.
. A nível da educação, 23.633 estão inscritas no pré-escolar – 49,9% rapazes e 51,1%
raparigas -, 63.336 estão matriculadas no Ensino Básico (52% do sexo masculino e
48% feminino). O levantamento constacta que as práticas familiares em Cabo Verde
são transmitidas pelas mães (49,4%) e pelos avós (24,9%). Diz ainda a brochura que
56,5% das crianças dos 0-6 anos são açoitadas por cuidadores, em caso de
desobediência. Ou seja, aqui no país ainda a “educação” faz-se com recurso a
castigos físicos, como no tempo dos nossos avós.

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Filme Vida Maria
Filme – Como Uma Estrela na Terra

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