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‡ Princípio, no Direito Ambiental, é utilizado como alicerce ou
fundamento do Direito. Como ensina Gomes Canotilho ³os princípios
são normas jurídicas impositivas de uma optimização, compatíveis
com vários graus de concretização, consoante os condicionalismos
fácticos e jurídicos. Permitem o balanceamento de valores e interesses
(não obedecem, como as regras, à µlógica do tudo ou nada), consoante
o seu peso e ponderação de outros princípios eventualmente
conflitantes´. São padrões juridicamente vinculantes radicados na
exigência de ³justiça´ ou na ³idéia de dirento´.
‡ Os princípios a seguir têm apoio em declarações internacionais, o que
acarreta a crescente potencialidade de se tornarem normas
costumeiras, quando não se transformarem em normas jurídicas
oriundas de convenções
‡ Os princípios estão formando e orientando a geração e a
implementação do Direito Ambiental.
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‡ A discussão sobre os princípios do Direito Ambiental, objetiva:


± ` contemplar o maior número possível de princípios, tendo em
vista a importância destes no Direito;
±  buscar uma uniformização terminológica, considerando a
relevância da terminologia para qualquer ciência;
±  tentar separar o conteúdo essencial de cada princípio, assim
considerado o conteúdo que permite diferenciar um princípio dos
demais.

‡ A necessidade e a utilidade do presente tema prende-se ao


fato de que na doutrina nacional de Direito Ambiental os
princípios estão sendo tratados de modo muito diferenciado,
espraiando-se a diferenciação pelos aspectos da quantidade,
da denominação e da significação.
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* O sentido grego de ethos, é ³morada´, ³casa´. Morada deve ser compreendida
existencialmente como o modo de o ser humano habitar, como forma de
organizar a vida em família. Morar implica a harmonia dos que moram. No
fundo é tica significa viver humanamente.
* Viver humanamente significa atender o primeiro princípio de todo agir humano:
³não faças ao outro o que não queres que te façam a ti´, ou positivamente, ³faça
ao outro o que queres que te façam a ti´ (Mt 7,12), ou nas palavras de Jesus:
³ama o próximo como a ti mesmo´. Quem quer ser odiado?
* Significa o CUIDADO: Toda vida precisa de cuidado (recém-nascido).
* Significa a Solidariedade: solidariedade entre gerações, entre classes. A vida
sem o respeito à solidariedade seria impossível.
* Significa Perdoar: todos somos falíveis. Perdoar significa não deixar que o erro
e o ódio tenham a última palavra.
* Se ética significa a morada humana, a moral então sinaliza as formas e os
diferentes estilos de se organizar a casa, depende de cada cultura que é
sempre diferente uma da outra. Ética existe uma só para todos. Moral, existem
muitas, de acordo com as maneiras diferentes como os seres humanos
organizam a vida. (Leonardo Boff)
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± O primeiro princípio da Declaração de Estocolmo de 1972


buscou assegurar, como direito fundamental do ser humano,
o desfrute de condições de vida adequadas, em um meio
ambiente de qualidade suficiente para assegurar o bem-
estar.
± Na Conferência Rio /92 foi proclamado como Princípio 1 o
direito dos seres humanos a uma vida saudável e produtiva,
em harmonia com a natureza.
± O princípio em referência ganhou à  à constitucional no
Brasil ao ser contemplado no  do artigo 225 da C.F. de
1988.
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* O Direito Ambiental tem inegável vocação universalista, pois, em larga


medida, a poluição não respeita fronteiras nacionais.
* Normas sobre poluição do ar e lançamento de resíduos nas águas
internacionais passam a ter dimensão planetária, amoldando o direito
interno dos diversos países. Tal efeito decorre, por exemplo, da
Convenção sobre Mudança de Clima (1992).
* Até mesmo a proteção de um elemento da biodiversidade encontrável
em apenas um país passa a ser preocupação comum à humanidade,
consoante preâmbulo da Convenção sobre Diversidade Biológica.
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* O Artigo 3 da Convenção sobre Diversidade Biológica traz como
Princípio o direito soberano de cada Estado no que tange à exploração
de seus próprios recursos naturais, mas destaca a responsabilidade de
assegurar que atividades sob sua jurisdição ou controle não causem
dano ao meio ambiente de outros Estados ou das áreas além dos
limites da jurisdição nacional. Tal Princípio embora reafirme a sobe-
rania deixa claro tratar-se de uma soberania mitigada, pois condicio-
nada pelo dever de impedir que a poluição produzida em cada Estado
possa afetar outros Estados ou bens excluídos da jurisdição nacional.
* A Medida Provisória 2.186-16/2001 regulamenta, expressamente,
artigos da Convenção sobre Diversidade Biológica, sendo amostra do
Princípio do Universalismo, que, ao incidir, exigirá a conjugação de
normas internacionais e normas nacionais para que se possa chegar à
correta interpretação de uma norma jurídica nacional.
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* Demais disso, existem normas ambientais universais de amplitude tal
(o direito humano ao ambiente saudável afigura-se o melhor exemplo)
que não seria exagero dizer que, presentemente, o exame apurado do
Direito Ambiental Brasileiro exige, sempre, que se considere o
ordenamento ambiental válido universalmente.
* Na doutrina pátria, em obra de 1992, Carlos Roberto de Siqueira
Castro já salientava que ³o direito ambiental enfrenta o impacto da
irreversível internacionalização das questões do ecossistema (...)´, e,
na mesma linha, Luís Roberto Barroso destacava a ³dimensão
internacional irrefreável´ da questão ambiental.
* Sebastião Valdir Gomes arrola o ³Princípio da Universalidade ou
Ubiqüidade´, considerando, para tanto, que a preservação do meio
ambiente saudável é tutelada como um valor universal.
* De tal sorte, parece que o Princípio do Universalismo merece ser
incorporado ao Direito Ambiental Brasileiro.
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* Decorrendo, em alguma medida, do Princípio do Universalismo, o Princípio da
Multilateralidade da proteção ambiental prender-se-ia à necessidade de
considerar, sempre, que o ordenamento de proteção ambiental exige a
conjugação de normas provenientes de diversos lados.
* No âmbito da Comunidade Econômica Européia, v.g., será necessário ter em
conta normas universais, normas comunitárias e normas de cada Estado.
* O Princípio da Multilateralidade se acentua quando uma norma impõe o
respeito de outra, quando mais restritiva esta. Por outro lado, no âmbito do
Direito Ambiental Brasileiro a partilha constitucional de competências
normativas suscita a questão da proteção multilateral do meio ambiente, a
demandar solução para o caso de conflito de normas.
* Ter como princípio a aplicação da norma mais restritiva parece boa solução,
mas não se pode olvidar que, por exceção, o conflito de normas poderá
encontrar melhor resposta na aplicação do critério da especialidade, ainda que,
aplicado este critério, venha a prevalecer norma menos restritiva.
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* Paulo de Bessa Antunes afirma que o Direito Ambiental é fundamentalmente


um conhecimento interdisciplinar. De fato, muitas das mais modernas normas
do Direito Ambiental exigiram a contribuição de técnicos de variadas formações
para que pudessem ser elaboradas, e vão exigir a mesma contribuição para
que possam ser interpretadas com exatidão.O objeto e a finalidade do Direito
Ambiental tornam indispensável o concurso de especialistas de diversas áreas.
* A interdisciplinariedade é vista por Luís Roberto Barroso como marca distintiva
da temática ambiental, e esta marca é especialmente acentuada na Lei
8.974/95 (engenharia genética e Organismos Geneticamente Modificados ±
OGM) e na Medida Provisória 2.186-16/2001 (diversidade biológica, patrimônio
genético e conhecimento tradicional associado). A compreensão destas normas
exige conhecimentos de engenharia genética, de biologia, de antropologia, etc.
* Acrescentar a interdisciplinariedade entre os princípios do Direito Ambiental
parece relevante, para que se tenha a exata noção da importância do
conhecimento interdisciplinar, tanto na formação quanto na aplicação das
normas ambientais.
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* A poluição e a escassez de recursos ambientais são fontes potenciais de


conflitos, razão pela qual consta do Princípio da Declaração da RIO/92 que ³A
paz, o desenvolvimento e a proteção ambiental são interdependentes e
indivisíveis´, constando do Princípio que ³Os Estados devem solucionar todas
as suas controvérsias ambientais de forma pacífica, utilizando-se dos meios
apropriados, de conformidade com a Carta das Nações Unidas´. Na Convenção
sobre Mudança de Clima (1992) a solução de controvérsias por meio pacífico
foi prevista no Artigo 14, I.
* A C.F. /88 arrola como princípio das relações internacionais a solução pacífica
de conflitos, o que vale para conflitos decorrentes de questões ambientais.
* Assim, o Princípio da Solução Pacífica dos Conflitos Ambientais estaria a
merecer inclusão no rol dos princípios do Direito Ambiental Brasileiro, em que
pese, deve-se admitir, tratar-se de um princípio mais voltado para as relações
internacionais.
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* O Princípio do Desenvolvimento Sustentável está passando por uma
reformulação, tendo em vista que, à semelhança dos demais princípios do
Direito Ambiental, tem agora uma função instrumental quando confrontado com
o Princípio do Direito Humano Fundamental ao Meio Ambiente Sadio.
* Além disso, o Princípio do Acesso Eqüitativo aos Recursos Naturais (também
denominado Princípio do Equilíbrio) parece um aprimoramento da idéia de
desenvolvimento sustentável, fazendo prevalecer o aspecto da justa distribuição
dos recursos naturais sobre qualquer concepção que se conformasse com a
sustentabilidade ambiental.
* Todavia, a concepção mais moderna da sustentabilidade ambiental não
desconsidera a distribuição eqüitativa. Cristiane Derani, por exemplo, acentua
que o Desenvolvimento Sustentável tem por escopo a ³realização do bem-estar
generalizado de toda uma sociedade´.
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* Paulo Affonso Leme Machado trata da preocupação com o


desenvolvimento sustentável ao cuidar do Princípio da Eqüidade.
* Arrolando o Desenvolvimento Sustentável como princípio do Direito
Ambiental pode-se citar: Celso Antonio Pacheco Fiorillo; Sebastião
Valdir Gomes; Luis Paulo Sirvinskas e Edis Milaré.
* Manter o desenvolvimento sustentável como princípio geral do Direito
Ambiental afigura-se desejável, por se tratar de um princípio que já tem
uma significância sedimentada. O conteúdo do princípio poderia ficar
restrito à durabilidade do modelo de desenvolvimento, compreendida a
durabilidade como possibilidade de se manter o desenvolvimento sem
esgotar os recursos naturais ou comprometer a qualidade do meio
ambiente.
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* O princípio do desenvolvimento sustentável é expressamente referido, por
exemplo, no art. 2º, II, da Lei 9433/97 (águas) e no art. 4º, IV, da Lei 9.985/2000
(Unidades de Conservação da Natureza), e a simples referência a tal princípio é
suficiente para que se tenha em mente um conteúdo mínimo da proteção
ambiental instituída.
* Por conta de tais razões, afigura-se aconselhável manter o Princípio do
Desenvolvimento Sustentável, conferindo a ele primazia em relação aos
Princípios que ainda serão elencados, por se tratar de um Princípio que tem
embutida a finalidade de assegurar a transmissão de um planeta saudável para
as futuras gerações.
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* O princípio vem afirmar que não basta um modelo de desenvolvimento ser


passível de reprodução indefinidamente (desenvolvimento sustentável),
impondo-se, também, que os frutos do desenvolvimento sejam
equilibradamente distribuídos. Tal princípio, então, operaria em momento
posterior ao Princípio do Desenvolvimento Sustentável, para que aquele
desenvolvimento, cuja possibilidade de manutenção ao longo dos tempos
restasse afirmada, possa trazer benefícios para todos.
* Aqui se adotou para o princípio a terminologia empregada por Paulo Affonso
Leme Machado, que ao precisar o conteúdo do princípio põe em evidência a
necessidade de fruição eqüitativa dos recursos naturais, inclusive em relação
aos potenciais usuários das gerações vindouras.
* O princípio em questão encontra amparo na C.F./88, sobretudo quando são
combinados os artigos 3º, III; 23, parágrafo único; e 225, caput.
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* O Princípio 3 da Declaração da Rio/92 contempla expressamente a


eqüidade: ³O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a
permitir que sejam atendidas eqüitativamente as necessidades das
gerações presentes e futuras´.
* O Artigo 1 da Convenção de Biodiversidade também cuida da
³repartição justa e eqüitativa dos benefícios derivados da utilização dos
recursos genéticos´, no que é seguido pelo artigo 1º, III, da Medida
Provisória 2.186-16/2001.
* Desse modo, o Princípio do Acesso Eqüitativo aos Recursos Naturais
merece especial acolhida, pois a experiência brasileira bem demonstra
que pode haver desenvolvimento sem justa distribuição dos benefícios.
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* O Princípio da Preservação do Meio Ambiente, que se vincula à idéia de
proteger ou conservar a boa qualidade do meio ambiente, seria uma
decorrência lógica do dever, imposto ao Poder Público e à coletividade, de
defender o meio ambiente ecologicamente equilibrado, conforme caput do
artigo 225 da C.F..
* A noção de proteção da qualidade ambiental pode ser densificada com a
previsão constitucional de preservação dos processos ecológicos essenciais
(art. 225, § 1º, I) e preservação do patrimônio genético (art. 225, § 1º, II).
* A criação de Unidades de Conservação da Natureza é um dos modos mais
destacados de se preservar espaços territoriais de especial relevância (art. 225,
§1º, III).
* Os instrumentos de dissuasão de condutas lesivas ao meio ambiente, como as
sanções penais e administrativas referidas no § 3º do artigo 225 da C.F., são
alguns dos instrumentos da preservação ambiental.
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* Princípios citados por Luís Roberto Gomes, guardam estreita relação com o
conteúdo desejável do Princípio da Preservação, são eles: ³Princípio da Defesa
do Meio Ambiente; Princípio da Proteção da Biodiversidade; e o Princípio da
Obrigatoriedade da Intervenção Estatal (na proteção do meio ambiente)´.
* Quando se tem em mente o Princípio da Preservação cogita-se, principalmente,
do meio ambiente sadio, que precisa ser conservado. Não se esquece, todavia,
a necessidade de resguardar de mais degradação o ambiente já comprometido
em sua qualidade. No artigo 231, § 1º, da C.F./88 é contemplada norma
especial de preservação, voltada para a defesa da qualidade ambiental das
terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
* Em leis ambientais mais recentes ganha vulto a preservação da boa qualidade
do meio ambiente, podendo-se citar da Lei 9.985/00 os artigos 2º, V, e 4º, I, II e
III, que versam sobre o conceito de preservação, manutenção da diversidade
biológica, proteção das espécies ameaçadas de extinção e preservação dos
ecossistemas naturais.
* O Princípio da Preservação deve ter por finalidade resguardar a integridade de
bens ambientais ou impedir que bens ambientais já degradados tenham suas
condições agravadas.
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± O Princípio ora enunciado guarda uma relação complementar com o
Princípio da Preservação, mas com ele não se confunde. Pode-se dizer,
inclusive, que a matriz dos dois Princípios em referência é comum..
± Com efeito, do primeiro princípio enunciado na Declaração de Estocolmo
consta que o homem é portador solene da obrigação de proteger e
melhorar o meio ambiente, para as gerações presentes e futuras.
± O segundo princípio enunciado, (também da Declaração de Estocolmo)
trata da preservação, ao passo que o terceiro volta à questão da melhoria
ambiental , nos termos seguintes: ³Deve ser mantida e, sempre que
possível, restaurada ou melhorada, a capacidade da Terra de produzir
recursos renováveis vitais´.
± O Princípio 7 da Declaração da Rio/92 versou sobre a proteção e
restauração da saúde e da integridade do ecossistema terrestre.
± A previsão de restauração dos processos ecológicos essenciais seria a
matriz constitucional do Princípio do Dever de Melhorar o Meio Ambiente.
± A amplitude do Princípio em questão é grande, pois guarda relação direta
de proporcionalidade com os níveis de degradação ambiental da Terra.
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± Acentue-se que não se trata de Princípio direcionado exclusivamente ao


Poder Público. O dever de melhorar a qualidade ambiental é de todos.
± Questões de difícil solução ao abrigo do Princípio da Responsabilização
poderão encontrar solução adequada à luz deste Princípio, servindo, para
ilustrar, a questão da recomposição da área de reserva florestal legal.
± Quando uma propriedade na qual deveria haver uma área de reserva
florestal legal encontra-se, de longa data, sem nenhuma cobertura florestal,
ou com cobertura menor que a legalmente prevista, tem sido controvertida
a questão da possibilidade de se impor ao atual proprietário a obrigação de
reflorestar para atingir o mínimo legal de área florestada.
± Todavia, quando se considera o dever de todos contribuírem para a
melhoria do meio ambiente, resta fácil a conclusão no sentido de que se há
uma lei fixando um padrão mínimo de cobertura florestal cada proprietário
deve dar sua parcela de contribuição, reflorestando até atingir aquele
mínimo legalmente previsto. É íntima a relação do Princípio em causa com
a função ambiental da propriedade.
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± Deve-se considerar que na hipótese de proprietários carentes de recursos


o Poder Público deve prestar auxílio, parecendo que se pode aplicar à
espécie, O  à O à, o regramento vigente para a recuperação de
bens tombados. Tal solução permitiria afastar a morosidade da melhoria da
qualidade ambiental decorrente do prazo de trinta anos concedido pela Lei
7.803/89 para a recomposição da reserva florestal legal, pois os
proprietários que tivessem meios poderiam ser obrigados à imediata
recomposição, ao passo que os carentes de recursos seriam auxiliados
pelo Poder Público.
± Retomando a linha geral do Princípio do Dever de Melhorar o Meio
Ambiente, restaria dizer que se cogita de uma melhoria contínua, que
independe da causa da anterior degradação. De tal sorte, degradações
ambientais decorrentes de forças da própria natureza ou da ação humana
devem, com fulcro no aludido Princípio, deflagar medidas de restauração
ou recuperação.
± Acredita-se que as razões expostas justificam a adoção deste Princípio.
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± Os Princípios 9, 12, 13 e 24 da Declaração da Rio /92 contemplam o
princípio da cooperação entre Estados, para a solução de questões
relacionadas ao meio ambiente.
± A idéia de federalismo cooperativo, associada à outorga de competência a
todos os Entes Políticos para a defesa do meio ambiente (art. 23, VI, VII, IX
e XI, da C.F./88), permite assegurar que a cooperação para a defesa da
qualidade ambiental é um dever dos aludidos Entes.
± O dever, a todos imposto, de defender o meio ambiente, acarreta, por
conseqüência, a necessidade de todos cooperarem em tal defesa.
± Álvaro Luiz Valery Mirra arrola como princípio fundamental do Direito
Ambiental o ³Princípio da cooperação internacional em matéria ambiental´.
± Toshio Mukai elenca o ³princípio da cooperação´ (fulcrado em
ensinamentos de Fernando Alves Correia), quando considera merecedora
de especial ênfase a cooperação entre Estado e sociedade, através da
participação dos diferentes grupos sociais.
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± Pretende-se para o Princípio da Cooperação a abrangência suficiente para
abraçar a colaboração entre Estados, entre Entes Políticos de um Estado e
entre o Estado e a sociedade.
± Assim, sob o Princípio em causa estariam abrigadas, ° ., a cooperação
prevista em Tratados e Convenções internacionais, o repasse de recurso
de um Ente Político para outro ou a contribuição, financeira ou não, que
uma pessoa física ou jurídica preste ao Estado, sempre, é claro, que a
meta seja a melhoria da qualidade ambiental.
± Mesmo a decisão solitária de uma empresa de adotar padrões de poluição
mais restritivos que os legalmente permitidos poderia ser enquadrada na
moldura da cooperação, pois na hipótese estaria a empresa cooperando
com o ³todos´ de que fala o  do artigo 225 da C.F./88.
± O Princípio alvitrado encontra previsão legal, por exemplo, no artigo 5º, IV,
da Lei 9.985/2000 e artigo 1º D, VI, da Lei 8.974/95.
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± O Princípio da Precaução está em franca afirmação no Direito Ambiental
Brasileiro, embora comum seu embaralhamento com o P. da Prevenção.
± Paulo Affonso Leme Machado e Paulo de Bessa Antunes separam o
Princípio da Precaução do Princípio da Prevenção, sendo que o Princípio
da Precaução desponta como direcionado a evitar que se ³produzam
intervenções no meio ambiente antes de se ter a certeza de que estas não
serão adversas, para a o Meio Ambiente´, ou seja, a precaução volta-se
contra o simples risco de ser causada uma degradação ambiental.
± De tal sorte, havendo incerteza científica acerca dos efeitos ambientais
deve-se adotar uma posição de cautela, não permitindo o desenvolvimento,
pelo menos em escala comercial, da atividade.
± Cabe acrescentar que na Declaração da Rio /92 a deflagração da aplicação
do Princípio da Precaução dependeria de ameaça de danos sérios ou
irreversíveis ao meio ambiente (Princípio 15), sendo que a Convenção
sobre mudança do Clima (artigo 3, Princípio 3) também exige a mesma
seriedade ou irreversibilidade.
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± No âmbito do Direito Ambiental Brasileiro, a incidência deste Princípio não
poderá ser condicionada à exigência de seriedade ou irreversibilidade do
possível dano ambiental, pois quando a C.F./88 tratou da proteção contra o
risco (artigo 225, § 1º, V) não contemplou qualquer condicionante.
± Assim, a exigência de riscos graves contida no parágrafo único do artigo 16
da Lei 8.974/95 e a exigência de dano grave e irreversível contida no artigo
6º da Medida Provisória 2.186-16/2001 (risco de dano grave e irreversível)
deverão ser menosprezadas, pois a Lei Maior manda aplicar o princípio da
precaução contra o risco independentemente de seriedade, gravidade ou
irreversibilidade. No Preâmbulo da Convenção de Biodiversidade a ameaça
de sensível redução ou perda de diversidade biológica foi reputada
suficiente para aplicar-se o princípio da precaução.
± Destaca-se a importância da adoção do Princípio da Precaução (também
denominado prudência ou cautela e, ainda,   
à 
  ou 
 
 
), que terá o importante papel de busca da segurança
nestes tempos marcados pela velocidade do progresso científico e
tecnológico.
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± Partindo do pressuposto da adoção do Princípio da Precaução, o princípio
da prevenção fica restrito ao combate dos danos ambientais previsíveis,
porém evitáveis, se adotadas as cautelas apropriadas.
± Assim, por exemplo, se um efluente não tratado é sabidamente nocivo ao
meio ambiente o Princípio da Prevenção exigirá que se construa uma
estação de tratamento, e que sejam adotadas medidas de segurança,
visando, ° ., impedir que uma ocasional falta de energia elétrica importe
no lançamento do efluente sem tratamento.
± O licenciamento ambiental e o monitoramento são instrumentos do
Princípio da Prevenção. O Estudo de Impacto Ambiental-EIA é instrumento
do licenciamento ambiental.
± A fixação de padrões ambientais (contrário do caso a caso) é, igualmente,
instrumento do Princípio da Prevenção, sendo que tais padrões afiguram-
se relevantíssimos, pois: acarretam segurança jurídica, tanto para a defesa
do meio ambiente quanto para o administrado; asseguram o respeito ao
princípio da isonomia, pois os padrões serão iguais para todos; garantem
maior celeridade no licenciamento; e importam em redução de custos.
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± De toda sorte, na hipótese de contemplar a fixação de padrões técnicos
como princípio do Direito Ambiental, parece que enunciar tal princípio como
Princípio da Padronização seria mais apropriado, pois a padronização
ambiental não versa, necessariamente, sobre limites máximos, podendo,
por exemplo, versar sobre um roteiro de elaboração de exame de impactos
ambientais ou cuidar da classificação de bens ambientais em função da
respectiva qualidade.
± Outrossim, a elaboração de Estudo de Impacto Ambiental igualmente não
mereceria ser elevada à qualidade de princípio do Direito Ambiental, sem
embargo, é claro, da indiscutível importância de tal Estudo, que é
instrumento do Princípio da Prevenção e, também, pode ser instrumento de
outros princípios.
± O Princípio da Prevenção é consagrado na doutrina, mas justifica-se a
redefinição de seu conteúdo, como já vem ocorrendo, em função da
delimitação do espaço do Princípio da Precaução.
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± O Princípio Usuário±Pagador visto separado do P. Poluidor±Pagador.
± A definição de usuário±pagador tem em conta a necessidade de
internalização dos custos ambientais, atinentes à manutenção ou
recuperação da qualidade do bem ambiental utilizado.
± Além disso, o Princípio Usuário-Pagador tem por finalidade a
conscientização acerca do valor dos bens ambientais (utilizados no
processo produtivo ou consumidos), visando a racionalização do uso de
tais bens. O artigo 19 da Lei 9.433/97 dá aplicação ao Princípio, com as
características assinaladas.
± Paulo Affonso Leme Machado considera que ³o princípio usuário-pagador
contém também o princípio poluidor-pagador, isto é, aquele que obriga o
poluidor a pagar a poluição que pode ser causada ou que já foi causada´.
± Pretende-se demonstrar a possibilidade de separação entre os dois
Princípios ora em tela, considerando peculiaridades de um e de outro.
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± A primeira afirmação é no sentido de que na aplicação do Princípio
Usuário-Pagador não se cogitaria dispensar o pagamento, pois, como dito,
a cobrança visa: a) conscientização; b) incentivar a racionalização; e c)
custear a conservação ou recuperação do recurso ambiental utilizado.
(Limitou-se o Princípio à captação do recurso ambiental).
± Por outro lado, na aplicação do Princípio Poluidor-Pagador, em separado,
alvitra-se a dispensa do pagamento, na hipótese do lançamento do efluente
não se afigurar lesivo ao meio ambiente. (Limitou-se o Princípio ao
lançamento de efluentes no meio ambiente).
± Teoricamente a qualidade de um efluente pode até mesmo contribuir para a
melhoria da qualidade do receptor, hipótese na qual, em última análise, vai-
se constatar que, em verdade, o ³poluidor-pagador´ não é poluidor, e,
portanto, não deve ser pagador. (O inciso II do artigo 21 da Lei 9.433/97
confere alguma razoabilidade à tese da possibilidade de não pagamento,
ao prever que na fixação dos valores a serem cobrados serão consideradas
características físico-químicas, biológicas e tóxicas do afluente).
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± No que toca à finalidade, o Princípio Poluidor-Pagador também traria
embutida a idéia de conscientização e racionalização, pois quanto menor o
volume e melhor a qualidade do efluente menos se vai pagar. Em tal
Princípio igualmente é posto em relevo o custo da conservação ou
recuperação ambiental.
± O lançamento de efluente em quantidade relativamente pequena (raciona-
lização) e de excelente qualidade ambiental (conscientização) deve ser
isentado de pagamento, pois não sendo poluidor não deve ser pagador
(Não haveria isenção de pagamento tocante aos custos de licenciamento,
monitoramento e fiscalização). Tratar-se-ia de dissuasão invertida, pois
premia-se o não poluidor, o que deve estimular outros a não poluírem.
± Assim, o Princípio Usuário-pagador teria por finalidades: a conscientização
acerca do valor do bem ambiental; a racionalização do uso; e a
internalização dos custos ambientais relativos à conservação e melhoria do
bem ambiental utilizado.
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± O Princípio Poluidor-Pagador, conforme exposto,
teria por finalidades: a conscientização acerca do
valor do bem ambiental no qual os efluentes são
lançados; a racionalização do uso, através da
melhoria da qualidade e redução da quantidade
de efluentes; e a internalização dos custos
ambientais relacionados à conservação e
melhoria do bem ambiental utilizado e à
reparação dos danos ambientais eventualmente
causados, de forma lícita, pelo lançamento de
efluentes.
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± O espaço do Princípio da Responsabilização resta sobremodo reduzido
quando admitida a existência dos Princípios Usuário-Pagador e Poluidor-
Pagador, de modo que à responsabilização resta a composição dos danos
ambientais decorrentes de atos ilícitos e, por exceção, decorrentes de atos
lícitos que não tenham sido satisfatoriamente resolvidos pela aplicação
daqueles outros dois Princípios.
± Admite-se, portanto que se o acesso a um bem da natureza gerou
conseqüências danosas imprevisíveis o beneficiário da outorga pode, não
obstante tenha pago pelo acesso, ser responsabilizado pela reparação
integral do dano. Desta maneira, se a derivação de recursos hídricos
(submetida ao princípio Usuário-Pagador) ou o lançamento de efluentes
(autorizado com base no Princípio Poluidor-Pagador) causar dano
ambiental não previsto o beneficiário da outorga ou da autorização
responderá, cabalmente, pela restauração ou recuperação da natureza.
± A reparação, pondere-se, deve ser   
, admitindo-se o pagamento de
indenização somente na impossibilidade daquela.
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± Outrossim, na reparação   
 deve-se considerar uma seqüência
lógica, qual seja: a) restauração; b) recuperação; c) cumprimento de
medidas compensatórias cujos efeitos mais se aproximem da restauração
ou recuperação; e, por fim, d) cumprimento de medidas compensatórias
não relacionadas diretamente com os danos causados, exceto, ressalve-se,
no que tange à proporcionalidade.
± Demais disso, parece recomendável que na aplicação do Princípio da
Responsabilização sempre seja contemplada uma margem considerável de
segurança, de modo que se possa assegurar que, ao final, resultará uma
melhoria da qualidade ambiental.
± O Princípio é também enunciado como Princípio da Reparação ou da
Responsabilidade, ou ainda, como parte do Princípio Poluidor-Pagador.
± Impõe-se uma breve consideração sobre a responsabilidade solidária pela
reparação do dano ambiental, combinada com o ³princípio do bolso mais
fundo´. (Tal princípio conduziria à eleição do responsável solidário que tiver
maior patrimônio para responder pelo dano ambiental, ressalvado seu
direito de regresso contra os demais responsáveis).
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  ``

± O Estado, que vem sendo considerado responsável solidário pela
reparação de todos os danos ambientais, pelo princípio do ³bolso mais
fundo´ seria, em regra, o demandado para responder pelo dano, de modo
que, em última análise, a sociedade, que já sofre com o dano, acabaria,
através do Estado, sendo chamada a repará-lo.
± Portanto, parecem válidas as restrições que Toshio Mukai considera ao
cuidar da responsabilidade solidária da Administração por danos ao meio
ambiente, quando leva em conta a culpabilidade ( °  e 
O 
± A responsabilização civil pela reparação do dano ambiental não tem natu-
reza de pena, diversamente da responsabilização administrativa e penal.
± Uma diferenciação parece comportar a questão da culpabilidade na
responsabilização civil e administrativa decorrente de dano ambiental.
± A ausência de culpabilidade não afasta quer a responsabilidade de reparar
o dano, quer a responsabilidade administrativa, mas desdobramentos
distintos podem ser admitidos.
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  ``

± Ocorre que a reparação do dano não admite graduações, devendo ser
sempre integral, ao passo que na responsabilização administrativa pode e
deve haver graduação.
± O dano ambiental para o qual foi determinante caso fortuito ou força maior
enseja o dever de reparação integral (teoria do risco criado), mas a
responsabilização administrativa poderia, na espécie, ser excluída.
± A multa administrativa visa a dissuadir condutas displicentes na
preservação do meio ambiente, de modo que o grau de displicência ou
culpabilidade deve ser considerado na fixação dela, tocando ao poluidor,
para amenizar sua punição, comprovar o zelo que teve na adoção de
medidas preventivas ao dano.
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± O Princípio da Participação poderia ser tido por compreendido dentro do
Princípio da Cooperação, pois participar é um modo de cooperar. Sebastião
Valdir Gomes arrola o ³Princípio da Participação ou Cooperação.
± Entretanto, a idéia de participação diferencia-se da cooperação.
± Cooperar exige coesão de vontades, para que se possa operar juntamente,
ao passo que a participação não descarta a idéia de oposição, pois estará
participando quem se manifesta contra um projeto de recuperação
ambiental por considerá-lo insatisfatório.
± A cooperação, além disso, tem uma carga simbólica de ajuda material, ao
passo que a participação pode limitar-se, por exemplo, ao comparecimento
a uma audiência pública.
± Assim, se um grupo da sociedade civil prontifica-se a reflorestar uma área
se o Estado fornecer as mudas a hipótese será de cooperação, enquanto
se o mesmo grupo optar por fazer uma manifestação pública para que o
Estado faça, sozinho, o reflorestamento, a hipótese será de participação.
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± A participação ganha conotação especial no Direito Ambiental, impondo-se
ao Estado fomentá-la.
± Leis ambientais mais recentes contemplam generosamente a participação,
como, por exemplo: Lei 9.433/98, art. 1º, VI; Medida Provisória 2.186-
16/2001, art. 11, VI; e Lei 9.985/2000, artigo 5º, II. (O conceito de
participação efetiva do art. 5º, II, da Lei 9.985/2000 aproxima-se mais da
colaboração, como aqui considerada).
± O Princípio da Participação, assim diferenciado do Princípio da
Cooperação, merece ser mantido.
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± Princípio da Informação, também referido como Princípio da Publicidade,
recebe no Direito Ambiental uma densidade que não lhe era conferida
antes, pois o Princípio da Publicidade do Direito Administrativo diz respeito,
o mais das vezes, à inexistência de sigilo, significando que a informação
poderia ser obtida por qualquer um com relativa liberdade, mas, com uma
ou outra exceção, não se impunha a difusão da informação.
± No Direito Ambiental a meta é exatamente a difusão da informação, o que
está posto de forma cristalina no artigo 225, § 1º, VI, da C.F./88. A
educação ambiental e a conscientização pública para a preservação do
meio ambiente densificam a meta de difusão da informação.
± Do Princípio da Informação decorre o dever de gerar e prestar a
informação, conforme, °   artigo 1º - D, XVIII, da Lei 8.974/95, artigos
25/27 da Lei 9.433/97 e artigo 53 da Lei 9.985/2000.
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± O Princípio da Informação tem nítida função instrumental do Princípio da
Participação, mas tais Princípios são perfeitamente separáveis.
± A educação ambiental, por mais relevante que seja, é apenas instrumento
do Princípio da Informação. Entendendo diversamente, Luís Roberto
Gomes, que contempla o ³Princípio da Educação Ambiental.
± Não se pode deixar sem referência o fato de que os Princípios da
Participação e da Informação são encontrados sob a denominação de
Princípio Democrático, designação que parece pecar pela imprecisão, pois
o conceito de Princípio Democrático, tomado por empréstimo ao Direito
Constitucional, parece demasiadamente amplo.
± Destarte, o Princípio da Informação merece ser mantido.
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± Assenta-se o Princípio da Indisponibilidade do Direito ao Meio Ambiente
Sadio no  do artigo 225 da C.F./88, que outorga ao ambiente
ecologicamente equilibrado a natureza de bem de uso comum do povo.
± Demais disso, o Princípio do Direito Humano Fundamental ao Ambiente
Sadio, norteador da aplicação de todos os demais Princípios, também
conduz à idéia de indisponibilidade.
± O Princípio é enunciado por Álvaro Luiz Valery Mirra, como ³Princípio da
indisponibilidade do interesse público na proteção do Meio Ambiente´.
± Para ilustrar o Princípio, formula-se a hipótese de uma comunidade que,
pela unanimidade de seus membros, firme com uma empresa poluidora
contrato no qual, mediante recompensa financeira, todos aceitam que a
empresa polua ligeiramente acima dos níveis tolerados. Na hipótese,
qualquer dos contratantes poderá desistir do pactuado, e exigir o imediato
cumprimento dos níveis tolerados de emissão. Além disso, o contrato não
poderá ser oposto ao Poder Público, que não pode dispor, ou tolerar que se
disponha, do direito ao meio ambiente sadio.
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± O Princípio ora em comento diz respeito a um consenso no sentido de que
a luta contra a degradação ambiental exige instituições especializadas,
dadas as peculiaridades e relevância do bem envolvido.
± O Princípio encontra respaldo no Princípio da Declaração de Estocolmo,
que tem o seguinte teor: ³Deve ser confiada às instituições nacionais
competentes a tarefa de planificar, administrar e controlar a utilização dos
recursos ambientais dos Estados, com o fim de melhorar a qualidade do
Meio Ambiente´.
± O Princípio ganha maior vulto na medida em que se sofisticam os
processos tecnológicos, exigindo novas instituições de defesa ambiental,
além de especialização das instituições existentes.
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± Exemplificam a institucionalização: a criação de Ministério e Secretarias
Estaduais e Municipais de meio ambiente; a especialização, nos Estados,
das polícias federal, civil e militar; a especialização dentro do Ministério
Público e das Procuradorias dos Entes Públicos; a eventual especialização
dentro do Poder Judiciário; a criação de conselhos ambientais; etc;
± O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (art. 34/36 da Lei 9.433/97) e a
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (art. 1º - A, da Lei 8.947/95)
são exemplos recentes da necessidade de institucionalização para o
enfrentamento da questão ambiental.
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± Sob a designação supra, pretende-se a afirmação de Princípio cujo
conteúdo prende-se à necessidade de existência de mecanismos que
facilitem e, por conseqüência, estimulem a defesa judicial do meio
ambiente.
± O Princípio tem matriz constitucional, pois decorrente do dever de defender
o meio ambiente imposto a todos (art. 225,  , da C.F./88), conjugado
com a garantia de acesso ao Poder Judiciário (art. 5º, XXXV, da C.F./88).
± Na própria C.F./88 o Princípio encontra densificação, na previsão de ações
próprias (embora não exclusivas) para a defesa ambiental (art. 5º, LXXIII, e
art. 129, III).
± Legitimação extraordinária, rito apropriado, isenção de ônus sucumbenciais
e efeitos da sentença são alguns diferenciais das ações engendradas para
a defesa do meio ambiente.
± O Princípio pode, conforme peculiaridades de cada caso, ter função
instrumental de diversos outros Princípios, como Informação, Participação,
Precaução, Prevenção e Responsabilização.
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± O Princípio que agora se enuncia tem por finalidade valorizar a
estabilidade, relativa, da proteção conferida a bens ambientais específicos,
de sorte que seja mais fácil instituir a proteção ambiental do que retirar a
proteção concedida.
± O Princípio é inspirado no artigo 225, § 1º, III, da Lei Maior, que exige lei
em sentido formal para alteração ou supressão de espaços territoriais
especialmente protegidos. De tal modo, um parque público criado por
decreto do Chefe do Poder Executivo somente pode sofrer alterações ou
supressões previamente autorizadas por lei.
± Também mereceu especial estabilidade as garantias constitucionais
relativas às terras ocupadas pelos índios, pois nelas a exploração de
recursos hídricos ou minerais depende de autorização do Congresso
Nacional, quando, ordinariamente, dependeria apenas de consentimento do
Poder Executivo Federal.
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± O Princípio da Estabilidade da Proteção Outorgada ao Meio Ambiente
poderá desempenhar papel de relevo na conciliação dos princípios
constitucionais da legalidade e da reserva de lei com a proliferação de
órgãos colegiados dotados de poder normativo, tais como: CONAMA;
Conselho Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9433/97, art. 34, VI e X); CTN
Bio (art. 1º - D , III, VIII, XII e XIII); e Conselho de Gestão do Patrimônio
Genético (M.P. 2.186-16/2001, art. 11, II).
± A solução que se propõe, estribada no Princípio enunciado, seria a
vedação de edição por qualquer um dos referidos órgãos colegiados de
norma que arredasse proteção anteriormente instituída. Tal arredamento
ficaria na exclusiva órbita de competência do Poder Legislativo.
± Em suma, para alargar a proteção ambiental seriam válidas as
deliberações técnicas dos referidos Conselhos, mas para o estreitamento
da proteção já outorgada seriam incompetentes tais Colegiados, mesmo
que em questão a alteração de norma editada pelo próprio órgão que a
pretenda modificar.
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± A erradicação da pobreza é meta insculpida na Declaração da Rio/92
(Princípio 5), sendo também objetivo fundamental da República Federativa
do Brasil (art. 3º, III).
± A pobreza, conforme é sabido, pode ser, ao mesmo tempo, causa e efeito
da poluição ambiental, gerando um círculo vicioso que precisa ser rompido.
± Pela relevância do Princípio pode parecer estranho que ele tenha sido o
último arrolado. Mas tal fato não se deu por esquecimento ou menosprezo;
foi proposital.
± Acontece que o Princípio enfocado deve ter a marca da transitoriedade,
razão pela qual vem fechando o rol, até que, erradicada a miséria, possa
ele ser excluído, com direito a comemoração.
˜ 

± Destarte, podem ser apresentadas as seguintes conclusões:
± Os Princípios do Direito Ambiental Brasileiro recebem da Doutrina
tratamento extremamente diferenciado, sob enfoque quantitativo,
qualitativo e terminológico.
± A incerteza que paira sobre quais os Princípios que efetivamente integram
o Direito Ambiental Brasileiro é prejudicial à correta aplicação de tal ramo
do Direito, prejudicando também o ensino da disciplina nas Faculdades de
Direito.
± É necessário e urgente um esforço para a uniformização possível da
terminologia afeta aos Princípios do Direito Ambiental Brasileiro, sob pena
de distanciamento cada vez maior do ideal de precisão de uma linguagem
científica.
± A construção de novos Princípios afigura-se útil ao desenvolvimento do
Direito Ambiental Brasileiro, que, devidamente orientado por aqueles,
poderá ser melhor aplicado.

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