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MEDO E INSEGURANÇA: FOCO NA PERCEPÇÃO

COLETIVA COMO NORTEADORA DAS ESTRATÉGIAS DE


SEGURANÇA PÚBLICA E POLICIAMENTO COMUNITÁRIO

CAP QOC LEONARDO DE CASTRO CAVATTI

Monografia apresentada ao Curso de


Aperfeiçoamento de Oficiais da PMES da
Faculdade MULTIVIX, como requisito
parcial para a obtenção do título de
Especialista em Segurança Pública.
Orientador: Maj PM Fábio Fachetti
O desenvolvimento deste trabalho tem como objetivo
demonstrar a relevância do Policiamento de Proximidade. O
enfrentamento coparticipativo da Polícia e da comunidade,
apresenta redução de índices de criminalidade e a
maximização da sensação de segurança. Pesquisa feita de
forma descritiva e bibliográfica, analisando a tendência de se
trabalhar com Segurança Pública sob a perspectiva da
subjetividade da insegurança, conduzindo, esta vertente para
uma retomada do modelo de policiamento. Resta
demonstrado que para a Polícia Militar a grande ênfase a ser
dada é na chamada Prevenção Primária que tem como
objetivo evitar que a violência se manifeste, fortalecendo
mecanismos protetores e reduzindo a exposição de grupos
populacionais a fatores de risco sociais.
MEDO & INSEGURANÇA
Mudança De Perspectiva

 A mudança está em se levar na devida conta a dimensão


subjetiva social. A sua sensação de insegurança e medo.
 Afetação psíquica do indivíduo e da comunidade ante a
manifestações que atentem contra o gozo da PAZ e da
HARMONIA do bom viver em sociedade.
 Usufruir destes, está alojado na dimensão subjetiva humana,
que, em última análise, é dar conta da Segurança Pública
afastando da estrutura afetiva individual e coletiva a
sensação de insegurança.
 O professor e psicólogo doutor Marcus Vinícius de Oliveira
em seu artigo “Segurança Pública, Subjetividade e
desigualdade social: desafios para uma política de
Segurança Pública democrática” afirma:

“Então, o sentimento de estar protegido depende de


um espectro mais amplo de fatores da experiência
social, muito além de um quadro de normas e
instituições de segurança pública.” (Oliveira, 2009,
p. 40)

 Nesta linha o tema insegurança envolve o incremento da


produção do sentimento de proteção.
 Na análise, ainda de Oliveira (2009, p. 41), o isolamento, no
sentido de sermos mais individuais, nos torna mais
desprotegidos, já que, o que pode promover a proteção é a
possibilidade de resgate da “dimensão vincular”. Uma
dimensão coparticipativa na vida em sociedade.
COMUNIDADE NA ERA CAÓRDICA
Comunidade

 Na obra de Dee Hock – fundador do cartão de crédito VISA –


“O nascimento da Era Caórdica”, encontra-se uma
conceituação prática de comunidade e da complexa vida em
sociedade.
 Hock (1999) afirma que a convivência social é salutar, eficaz
e construtiva, demandando apenas a existência de pessoas
comuns e interessadas. Para tanto a verdadeira comunidade
exige Proximidade, Interação e a Troca Não-monetária de
Valores.
Troca não-monetária de valor

 Para Hock (1999) a essência da comunidade é a troca não-


monetária de valores.

“Como não podem ser medidas, elas não podem ser


avaliadas em dólares, ou em barris de óleo ou em
alqueires de milho – coisas como respeito, tolerância,
amor, confiança, beleza – cujo suprimento é irrestrito e
ilimitado. A troca não-monetária de valor não vem apenas
de motivos altruístas. Vem da compreensão profunda,
intuitiva, geralmente subconsciente, de que o interesse
próprio está inseparavelmente ligado ao interesse da
comunidade, de que o bem individual é inseparável do
bem geral, de que, de alguma forma, geralmente além de
nossa compreensão, todas as coisas são, ao mesmo
tempo, independentes, interdependentes e
intradependentes – de que o “um” singular é
simultaneamente o “um” plural.” (Hock, 1999, p. 51)
Troca não-monetária de valor (Polícia & Comunidade)
Relações Sociais e a Atuação da Polícia Militar

 Martins (2010) afirma que a filosofia de polícia comunitária é a melhor


estratégia para integrar a comunidade e prevenir o crime, de forma que
a polícia trabalhe em conjunto com a sociedade, pois a corporação não
é capaz de lidar sozinha, com os problemas da criminalidade.

“A participação da comunidade é fator preponderante na


ambientação dos gestores comunitários sobre as
necessidades locais e na democratização das questões de
segurança pública, exigindo programas que apresentem
providências concretas proporcionando uma qualidade de vida
e convivência social mais harmoniosa.” (Martins, 2010, p. 27)

 Relacionando a necessidade de proximidade e interação, conforme


Dee Hock, bem como a troca não monetária de valores vislumbra-se
um alinhamento conceitual onde não basta à polícia se aproximar da
sociedade para prestar-lhe a devida tutela da segurança; deve a polícia
interagir (ser interativa) e relacionar-se com a população numa
relação de cumplicidade contra a violência e à barbárie.
Proximidade e Interação

Troca não-monetária de valor (interação)


SEGURANÇA PÚBLICA NO DIREITO E
NA DOUTRINA

Art. 144. § 5º Direito Administrativo Da


Ordem Pública
Art. 144. § 5º da CFB
 De forma irretocável, a não ser que haja uma reforma no
texto Constitucional, ou uma nova Assembleia Constituinte, a
segurança pública possui papel especificado e, logo a
seguir, diz como ela é composta e qual o papel dos órgãos
que dela fazem parte.

“Art. 144. A segurança pública, dever do Estado,


direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através
dos seguintes órgãos:
[...]

V - POLÍCIAS MILITARES e corpos de bombeiros


militares.
[...]
§ 5º às polícias militares cabem a polícia ostensiva
e a preservação da ordem pública; [...]”
Art. 144. § 5º da CFB

Polícia Ostensiva Ordem


Pública
Paz e Tranquilidade Social

“É uma situação que se quer manter ou a que se quer chegar, se for alterada.”
A SEGURANÇA PÚBLICA COMUNITARIZADA
COMO RESPOSTA À INSEGURANÇA

A sede do SAC da região do Morro do Quadro.


Fonte: Campos (2010, p. 70).
O Caso “Morro do Quadro”

 No dia 5 de fevereiro de 1997, o DPM foi instalado, conforme


registro do livro de ocorrências e iniciaram-se intervenções
policiais na localidade com grande intensidade. Muitas
operações foram realizadas e vários meliantes foram presos
e retirados do bairro. O processo do policiamento interativo
começava a se construir por meio do conhecimento mútuo
entre a polícia e os moradores locais. A base fixa de
policiamento, o DPM do Morro do Quadro, teve sua
nomenclatura posteriormente modificada para Serviço de
Atendimento ao Cidadão, ou SAC do Morro do Quadro em
função das profundas mudanças que o modelo interativo
estava ocasionando.
Operações policiais repressivas

Fonte: Campos (2010, p. 68)


Mudança de Foco
 A forma de atendimento aos cidadãos passou a se tornar
foco de atenção para os policiais militares ali presentes,
contrariando a visão tradicional de fechamento da instituição
ao diálogo com a sociedade.
 Vale ressaltar alguns relatos acerca da natureza dos
serviços e atendimentos dos policiais (sargento, cabos e
soldados) que trabalharam diretamente no SAC:
“Inicialmente, foram feitas ali várias apreensões de droga,
pessoas foram presas, foi feito ali [...] o policiamento era
feito no alto do morro, onde as pessoas eram abordadas, e
foi aí depois [...] A comunidade foi passando a ter certa é,
no início é, confiabilidade no policiamento, devido eles
presenciarem ali a ação do policiamento, e passaram a ter
a confiabilidade no policiamento [...] a gente procurava
saber junto à comunidade qual seria ali, como deveria
fazer, pedindo ali apoio da comunidade, para que eles
passassem para o policiamento a maneira ideal para ser
feito ali o policiamento. Era ali feito um intercâmbio, vamos
dizer assim, entre a comunidade, e ali era passado para o
policiamento. A comunidade passava para o policiamento
as carências ali do policiamento, onde realmente precisava
ter mais efetivações no policiamento (PPM 04). (Campos,
2010, p. 72).”
A sede do SAC da região do Morro do Quadro

Fonte: Campos (2010, p. 70)


Resultados
 Como resultados obtidos de maneira positiva e satisfatória, Campos
relata, com base nas entrevistas feitas aos moradores, a percepção
da comunidade elencando o seguinte:

1) Melhoria da qualidade de vida para a comunidade local;


2) Melhorias estruturais de serviços públicos, como iluminação,
saneamento básico, colocação de corrimões nas escadarias,
instalação de orelhões, dentre outros;
3) Aumento da credibilidade e confiança das comunidades junto aos
policiais locais;
4) Melhor relacionamento entre os policiais locais, junto às
instituições presentes nas comunidades;
5) Inibição do cometimento de crimes por parte dos meliantes;
6) Forte sensação de tranquilidade e segurança por parte da
comunidade;
7) Redução gradual das bocas de fumo;
8) Melhoria do trânsito de serviços particulares para os moradores,
como os carros de gás.
Retrocesso
 O trabalho interativo desenvolvido foi digno de nota na obra do célebre autor
Marcos Rolim “A síndrome da rainha vermelha: policiamento e segurança
pública no século XXI.”
 Todavia o que a obra de Rolim não pôde apresentar foi o desserviço que a
instituição fez, no ano de 2007, por problemas de efetivo, desativando o
SAC do Morro do Quadro. Outros trabalhos de enfoque comunitário
realizados na Região Metropolitana da Grande Vitória também foram
encerrados.

“Tava gerando benefício realmente para toda


região local. Mas depois disso, realmente o
tráfico retornou, as violências voltaram, os
usuários das praças voltaram, porque eles se
sentiram à vontade pra isso. Sendo que o DPM
desativado, eles novamente tomaram conta da
área, né? E isso prejudicou bastante a nossa
região... Hoje a gente fica na dependência do
190 e a boa vontade da viatura poder estar
passando atender os moradores (IC 03).
(Campos 2010, p. 83).”
Evolução das Ocorrências de Crimes de Drogas
Ilícitas

Fonte: Campos (2010, p. 92)


O Caso “Cidade Continental”

 À semelhança do ocorrido em Vitória, verificou-se também


no município de Serra, uma história com uma sequência de
acontecimentos parecidos. Em especial na Grande Cidade
Continental, que se dividi em cinco setores – América, Ásia,
África, Europa e Oceania – sendo a sede da 5ª Companhia
do 6º Batalhão da Polícia Militar (5ª Cia) no setor América.
Por problemas de efetivo, a 5ª Cia foi fechada também no
ano de 2007, o que ocasionou um vácuo do poder público
local, onde pequenas organizações criminosas de traficantes
se arvoraram como os “donos” do bairro, trazendo um clima
de incômodo social muito grande. Insatisfeita com a violência
desenfreada, um grupo de lideranças, comerciantes e
moradores da comunidade se mobilizou pela a reativação da
5ª Cia, aos moldes do policiamento comunitário e que
diminuísse os números da violência.
Insegurança e Medo

Praça Poliesportiva do Setor Ásia


A sede da 5ª Companhia do 6º Batalhão da Polícia
Militar

Fonte: Sargenteação da 5ª Cia do 6º BPM (2010)


Vista aérea da 5ª Cia do 6º BPM e da ampla área verde
adjacente

Fonte: NOTAER (2010)


Mudança da Realidade
Restabelecimento da “Ordem Pública”

 O incômodo do medo e da insegurança mobilizou os


moradores de Cidade Continental e sensibilizou as
autoridades para uma tomada de decisão que
restabelecesse a “ordem pública”, no sentido dado por Neto
(1986, p. 99) “situação de convivência pacífica e harmoniosa
da população” com a reativação da 5ª Cia, aos moldes do
policiamento comunitário ou interativo.

“Com a reabertura da 5ª Cia a realidade do bairro melhorou


pra caramba. A praça você pode circular livremente que
você não sentir cheiro de droga. Tem muito tempo que não
tem morte na nossa área. Tomara que não tirem a
Companhia daqui de novo (LC).”
Paz e Tranquilidade Pública
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta pesquisa objetivou-se analisar a Segurança Pública pela
perspectiva da sensação de insegurança como ponto de partida
para a elaboração de Políticas Públicas, Estratégias, gestão de
recursos e da operacionalidade da atividade de policiamento
ostensivo.
Restou concluído que se faz necessário o trato do assunto por
este prisma, já que a Segurança Pública desempenha um
trabalho de notório valor social, sendo ela garantidora do bom
viver em sociedade de forma pacífica, harmoniosa e civilizada.
Concluiu-se também que tal mister só é possível dentro da
doutrina de policiamento comunitário, que legitima as ações
policiais, bem como otimiza o emprego dos recursos no dia a
dia da rotina operacional.
Pode-se detectar o quão é precioso o trabalho interativo na
percepção da comunidade. Observou-se também que o
processo interativo não se dá de forma estanque, mas quando
o cidadão ganha confiança nos agentes policiais cria-se um
vínculo praticamente indestrutível, numa troca não-monetária
de valores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dos muitos benefícios do processo comunitário, onde o caráter
subjetivo do cidadão não é menosprezado, descobriu-se que
houve melhoria da qualidade de vida para a comunidade local,
como melhorias estruturais de serviços públicos.
1. Iluminação;
2. Saneamento básico;
3. Instalação de orelhões;
4. Melhoria do trânsito de serviços Públicos;
5. Melhoria do trânsito de serviços particulares para os
moradores, como a entrega feita pelos caminhões de gás.

Houve aumento da credibilidade e confiança das comunidades


junto aos policiais locais.
Acarretou também na inibição do cometimento de crimes por
parte dos meliantes, uma forte sensação de tranquilidade e
segurança por parte da comunidade, a redução gradual das
bocas de fumo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A descontinuidade do trabalho comunitário mostrou-se um
retrocesso, de prejuízo social incalculável, trazendo grande
frustração por parte da comunidade, que assistiu, indefesa a
retomada do “poder” de organizações criminosas dentro de
seus bairros. Tal fato chama a nossa atenção para um novo
realinhamento estratégico-institucional por uma polícia que
inicie e continue o trabalho com e pela comunidade,
atentando para as demandas de caráter subjetivo da
comunidade.
 Verificou-se que a grande ênfase a ser dada é na chamada
Prevenção Primária. A polícia deve se aprofundar em evitar o
fato e não em tentar correr atrás do ladrão depois de ter
praticado o crime. Para tanto, o modelo interativo é
pertinente, pois estando o policial próximo do cidadão, sente-
se no dever de proteger aquela área de sua
responsabilidade territorial, não obstante levando o
criminoso em potencial a sentir-se desconfortável em atacar
uma localidade na qual o policial é profundo conhecedor das
pessoas e das dinâmicas daquele setor alvo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na pesquisa foi detectado, de forma breve, que um
problema a ser equacionado pelo Governo e pela pasta da
Segurança Pública é a questão do baixo efetivo policial, pois
na percepção externa da sociedade, ainda que pelo senso
comum, existe uma defasagem que não permite um
processo de continuidade no policiamento comunitário e
preventivo.
 A insegurança individual e coletiva, a violência, o
surgimento de grupos criminosos perturbadores da paz
pública são problemas dignos de maior atenção por parte
dos governos, pois sem vontade política nada será feito de
forma robusta e consistente.
“Tudo é considerado impossível, até
acontecer.”
Nelson Mandela
OBRIGADO

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