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Prática não calcada na reflexão.

Necessidade de formação continuada.


Personagens:
Humphrey Van Weyden e Lobo Larsen
A trama é escrita em primeira pessoa,
narrador-personagem, o romance é fechado,
tempo de narrativa anacrônico – havendo
desencontro entre o tempo da diegese (que
pode ser medido) e o tempo narrativo. Tempo
psicológico.
Deitei-me e pus-me a refletir sobre a situação. Era na verdade
absurda. Eu, Humphrey Van Weyden, estudioso e diletante da vida,
amigo da arte e da literatura, ali – jogado ali como um fardo,
naquela terrível escuna de caça e pesca! Criado de bordo, eu que
jamais soube o que fosse serviço braçal! Sempre vivi a vida calma e
sedentária do estudioso, sob a garantia de uma renda apreciável;
nunca me atraíram os esportes atléticos, nem a vida violenta e
aventurosa. Fui sempre um caruncho dos livros (...). Eu não era de
constituição robusta. Os médicos sempre acharam boa a minha
constituição, mas pouco desenvolvida por falta de treino. Meus
músculos poderiam equiparar-se aos duma mulher sadia. Mas
sempre me recusei ao uso sistemático da ginástica, preferindo
desenvolver o cérebro a engrossar os músculos.
Passeando por ali de lá para cá, a morder com ar
selvagem uma ponta de charuto, vi o homem que
ocasionalmente me avistara boiando sobre as
ondas e, pois, me salvara. Alto. (...) mas o que nele
mais impressionava era a força. Não força maciça,
mas nervosa, flexível, embora numa constituição
de gorila. Força como a que associamos aos
animais selvagens e aos seres que temos como os
nossos ancestrais protótipos – força feroz,
elástica, cuja essência vital reside na própria
potencialidade do movimento,(...); em suma, a
energia que ainda vibra no corpo da cobra depois
que lhe cortamos a cabeça.
Foi a impressão que tive daquele homem, (...) cada
movimento de músculos, (...) era decisivo e
denunciador duma pujança esmagadora. (...)
capaz de rugir incoercível como a cólera do leão ou
a fúria da tempestade.
- Quem o sustenta? Insistiu. Quem conquistou essa renda? Seu
pai, com certeza, e você vive sobre as pernas dum homem já
falecido. Nunca obteve nada pelo esforço próprio. Não sabe cavar
a vida, se o largarem só. (...)
- As mãos do morto (referia-se a meu pai) conservaram as suas
macias. Você só serve para lavar pratos e ajudar na cozinha. (...)
- Para o bem da sua alma, tenho uma contra-proposta a fazer,
disse ele. Meu contra-mestre foi-se e já promovi outro marinheiro
para o lugar. Você tomará o posto desse marinheiro, recebendo
vinte dólares por mês. E acabou-se. Que me diz agora? Note que
é para bem da sua alma. Será o início da sua reconstrução.
Aprenderá a caminhar sobre as próprias pernas, embora
cambaleie um pouco no começo...
Ia desaparecendo o Humphrey Van Weyden.
Começava a nascer Hump, moço da cabina da
escuna ‘Ghost’, com Lobo Larsen por chefe. Thomas
Mugridge e o resto por companheiros. Aquela malta
brutal estava a recunhar-me a personalidade.

A ‘Ghost’ ensinara-me tudo. Ensinara-me a arcar com


responsabilidades.
“A lição valeu num ponto. Saberei daqui por diante avaliar a vida dos que
trabalham. Nunca, nem por sombras, havia eu sonhado que o trabalho fosse
coisa tão penosa”.
Também eu e você somos a mesma coisa. Não vejo diferença, a não
ser que temos comido mais e melhor. Eu estou a devorá-los agora – e
a você também. Mas no passado você devorou mais e melhor que eu.
Dormiu em macias camas, usou roupas finas e regalou-se de
manjares. Quem fez essas camas, essas roupas e esses manjares? Não
foi você. Você nada fez, nunca, com o suor do seu rosto. Sempre viveu
duma renda conseguida por seu pai. Tal qual uma fragata, das que
atacam outras aves marinhas para lhes roubar o peixe. Você faz parte
do bando que organizou o que se chama governo e que depreda o que
os outros conseguem para si. Você usa roupas agradáveis. Outros
teceram e coseram essas roupas – mas lá estão andrajosos, a tiritar
de frio, implorando de você, ou do seu advogado, ou do seu
procurador, um miserável emprego.
Não vê que em matéria de oferta e procura a vida é a
mercadoria mais barata que existe? Tudo tem limitações,
menos a vida. Existe tanto de ar, tanto de água, tanto de terra.
Quantidades limitadas. Mas a vida que procura brotar não tem
limites. (...) Vida! Bah! Não tem valor. Entre as coisas baratas é
a mais barata. (...)
O único valor que a vida tem é o que ela atribui a si mesma. E
esse valor é duvidoso por ser valorização em causa própria.
Tome, por exemplo, o rapaz que subiu no mastro. Agarrava-se
lá como se sua pessoa fosse algo precioso, um tesouro mais
rico que uma arca de diamantes. Precioso pra você? Não. Para
mim? Não. Para ele apenas. (...) Um indivíduo nada vale para o
mundo. O suprimento é grande demais.
E também para o norte seguimos, destruindo-as, lançando
as carcaças aos tubarões e salgando as peles que iriam mais
tarde abrigar os ombros alvos das nossas damas.
Era matança desenfreada, e tudo para regalo de mulher.
Nenhum homem se utilizava da carne ou gordura das foca.
Após um bom dia de matança, o convés enchia-se de peles
sangrentas e carcaças, tornando-se escorregadio de gordura
e sangue, com os esgotos a verterem constantemente
enxurro vermelho. Mastros, cordame, corrimãos, tudo
avermelhava. Os homens encarregados da tarefa, quais
açougueiros nus borrados de sangue, trabalhavam sem
descanso com as suas facas de abrir e escorchar as lindas
criaturas brutalmente mortas.
Lobo Larsen (Ghost) e seu irmão
Morte (Macedônia): “É mais feliz
do que eu [o irmão] porque deixa
a vida em paz. Vive muito
ocupado em viver para que pense
na vida. Meu erro foi ter aberto
uns livros...” (p.96) disse ele,
com tristeza.
Nietzsche. Para ele, assim como para Larsen, a imortalidade
é algo irracional, já que cremos em um mundo ilusório. A fé
nesse mundo pós-morte seria ignorar aquilo que de fato é
verdade.
- Não é da natureza da vida ser de outra maneira. A vida sempre se
rebela diante da morte. Não pode evitá-lo. O pregador [Salomão] diz
que tudo na vida é vaidade e mortificação de espírito – um mal,
portanto: mas a morte, a interrupção desta vaidade e mortificação de
espírito ele achou que mal ainda maior. Através de todos os capítulos
ele mostra-se amargo contra a única coisa que nos vem a todos nós, os
vivos. (...) sim, também você rebelou-se contra a morte quando a viu
no fio da faca do cozinheiro. Você tem medo de morrer; a vida que
reside em você, que compõe você, não quer morrer. Falou-me já por
vezes no instinto da imortalidade. Eu falo no instinto da vida, que é
viver, e que quando a morte se aproxima sufoca o tal instinto da
imortalidade. (...) Está duvidando da imortalidade, amigo? Ah, ah!...
Não está mais seguro dela. Não arrisca...Só tem certeza de uma coisa –
da vida, não é?
No existencialismo nietzchiano a morte é real e,
não há nada de eterno após a vida, devemos
aprender a ver a vida como um eterno retorno.

Uma outra influência de Nietzche em O Lobo do Mar


é a personagem Lobo Larsen. Jack London o criou
baseado no super-homem nietzchiano, um homem
de pura energia vital, dotado de impressionante
vigor físico e mente genial. Não trazia consigo idéias
igualitárias, humanísticas e democráticas, mas sim,
a vontade do poder da energia vital. O super-
homem tratava de olhar a vida como ela é: sem
ilusões, com conflitos, sem certeza, apenas a
valorização da força, numa constante luta pela vida
e pelo poder

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