Conceito Geral • Conjunto de princípios constitucionais que informa o quadro orgânico de normas fundamentais e gerais de Direito Tributário vigentes em determinado país. (ATALIBA, Geraldo. Sistema Constitucional Tributário Brasileiro. 1968) Constituição • A Constituição Federal de 1988 consagrou o Sistema Tributário Nacional como a principal diretriz do Direito Tributário, estabelecendo regras básicas regentes da relação do Estado/Fisco com o particular/contribuinte e definindo as espécies de tributos, as limitações do poder de tributar, a distribuição de competências tributárias e a repartição das receitas tributárias. Histórico • Nos termos do art. 34 do ADCT, o Sistema Tributário Nacional entrou em vigor a partir do primeiro dia do quinto mês seguinte ao da promulgação da Constituição, tendo sido mantido, até aquele momento, o sistema anterior da constituição de 1967.
ADCT: Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
Espécies Tributárias • IMPOSTO - É o tributo que tem como fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte (Art. 16 do CTN). Em outras palavras, imposto é o tributo que não está vinculado a uma contraprestação direta a quem o está pagando. As receitas de impostos não são destinadas a custear obras ou serviços em prol de quem os paga, mas sim para serem utilizadas para custear as despesas gerais do estado, visando promover o bem comum. (EX: IR) • TAXA - É o tributo que pode ser cobrado pela União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, que tem como fato gerador, o exercício do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição. (EX: Taxa de Lixo e taxa de esgoto) • CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA - É o tributo cobrado pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, com o objetivo de fazer face ao custo de obra pública de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado (Art. 81 do CTN). • CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS - Estão previstas nos artigos 149 e 149-A da Constituição Federal, são tributos cobrados para custeio de atividades paraestatais e podem ser: sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias econômicas ou profissionais. (EX: FGTS) • EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO - É o tributo que somente pode se instituído pela União, através de lei complementar, nos casos de: - Calamidade pública ou guerra externa ou sua iminência, que exijam recursos extraordinários, isto é, além dos previsto no orçamento fiscal da União. - Investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Competência Tributária • A Constituição Federal não cria tributos, apenas outorga poder para que os entes estatais instituam os tributos atribuídos no seu texto. Sendo assim, a Constituição reparte o Poder de Tributar (característico do Estado) entre os vários entes políticos. O poder de criar tributos é repartido, de modo que cada ente estatal tem competência para impor prestações tributárias, dentro dos limites assinalados na Constituição. Conceito • A competência tributária pode, então, ser conceituada como a aptidão da União, Estados, DF e Municípios para criar tributos. A competência abrange amplos poderes sobre as decisões relativas aos tributos do ente estatal, apesar de existirem limitações a tal competência no próprio texto da CF.
• OBS: Nunca é demais lembrar que: a Constituição não cria tributos,
isto é matéria de lei (ordinária ou complementar, conforme o caso), ela apenas outorga competência para que os entes estatais criem os seus tributos. • Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: • I – impostos; • II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; • III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. • § 1o Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as • atividades econômicas do contribuinte. • § 2o As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos."
OBS: Apesar de o artigo acima referir-se apenas a impostos, taxas e contribuições de
melhoria, a própria constituição faz menção a outras figuras tributárias, tais como o empréstimo compulsório (art. 148) e as contribuições sociais (art. 149). Competência tributária da União (Arts. 153 e 154 da CF) • Imposto de importação de produtos estrangeiros. • Imposto de exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados. • Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza • Imposto sobre produtos industrializados (IPI). • Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). • Imposto sobre propriedade territorial rural (ITR). • Imposto sobre grandes fortunas. • Imposto extraordinário de guerra • Empréstimos compulsórios Competência tributária dos Estados (Art.155 da CF) • Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos. • Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior (ICMS). • Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA). Competência tributária dos Municípios (Art. 156 da CF)
• Imposto sobre propriedade predial e territorial
urbana (IPTU). • Imposto sobre serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar (ISS). • Imposto sobre transmissão inter vivos, a qualquer título,, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI). Limitações do Poder de Tributar O texto constitucional enumerou as regras básicas do direito tributário, direcionadas basicamente à proteção do contribuinte e à limitação do poder de tributar. A limitação constitucional ao exercício estatal do poder de tributal é essencial para a garantia da segurança jurídica e dos direitos individuais, em especial o da propriedade evitando abusos e arbitrariedades e permitindo uma relação respeitosa entre o Fisco e o cidadão A Constituição Federal consagrou os seguintes princípios tributários: • Princípio da legalidade - significa que não pode ser exigido ou aumentado tributo sem que haja estipulação de lei. (Art.5°, II e Art.150, I da CF). • Princípio da Isonomia - tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais • Princípio da anterioridade - proíbe a União, os Estados e os Municípios de cobrar tributos no mesmo exercício de sua instituição (ou seja, os impostos só podem ser cobrados no ano seguinte de sua aprovação em lei). As exceções para esse princípio são o Imposto de Importação, o Imposto de Exportação, o IPI, o IOF e os impostos extraordinários (em caso de guerra). (Art. 150, III a, da CF). • Princípio da Irretroatividade - proíbe a lei de retroagir: ou seja, não podem ser exigidos tributos sobre fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que instituiu ou aumentou algum tributo. (Art.150, III a, da CF) • Princípio da capacidade tributária - os impostos serão graduados conforme a capacidade econômica do contribuinte. (Art.145, parágrafo I da CF) • Princípio da uniformidade - os tributos instituídos pela União serão uniformes em todo o território nacional (Art.151, I da CF) • Princípio da inconstitucionalidade - a lei tributária será inconstitucional, quando emanar contra os contribuintes faltosos, prevendo pena de prisão civil. (Art. 5°, LXII da CF) • Princípio de proteção fiscal - concessão de mandado de segurança para proteger o direito fiscal líquido e certo do contribuinte. (Art.5°, LXIX, da CF). Estudo de caso: O penoso sistema Tributário brasileiro. • A incidência de impostos indiretos existentes no Brasil tem pesadas conseqüências sobre o preço final dos produtos, sobrecarregando o usuário final. Somos campeões mundiais disparados em tributação indireta, atingindo-se 43% sobre alimentos, 47% para tecidos, aproximadamente 45% em veículos, e 32% em bens intermediários(pesquisa de Ernst & Young.) • Um outro estudo demonstrou que embora a carga tributária situe-se em torno de 35% do PIB, é insuportável para o contribuinte que efetivamente recolhe o imposto. (O Estado de S. Paulo". S. Paulo) A incidência tributária A incidência tributária Vejamos uma análise necessária do atual quadro tributário brasileiro em relação a outros grupos econômicos: • A alíquota básica do Imposto de Renda sobre as indústrias brasileiras vai a 45,8%, comparada com os 33,3% aplicados aos países da América Latina, 35,6% na América do Norte e Europa e 27,1% na Ásia e Pacífico. • No imposto sobre o valor agregado (ICMS e IPI), a alíquota é de 28,7% no Brasil, contra apenas 5,5% na Ásia e no Pacífico, 15,1% na América do Norte e Europa e 15,3% na América Latina. • Finalmente, os encargos sociais obrigatórios para as empresas também são aqui os mais elevados do mundo, atingindo 37,4% comparados a 10,3% nos blocos Asiático e Pacífico, 26,7% na América do Norte e Europa e 18,9% na América Latina. Proposta: Reforma Tributária • É uma proposta de emenda constitucional. Ela se restringe às disposições contidas no Capítulo do Sistema Tributário da Constituição e sugere mudanças muito importantes para o aprimoramento do sistema tributário brasileiro, que precisam ser implementadas o mais rápido possível. Ela não é uma reforma tributária completa; é o início do processo de reforma que o governo prometeu e deve cumprir. Conclusão Os países, da mesma forma que as empresas, devem competir para produzir o máximo com o custo mínimo. Os impostos são parte importante dos custos de produção e do custo de vida. Para ganhar mais, as pessoas têm que produzir mais. Logo, o sistema tributário que penaliza os aumentos de renda penaliza, ao mesmo tempo, os aumentos de produção. Não é importante saber se a tributação é direta ou indireta, se recai sobre empresas ou sobre pessoas. O capital e o trabalho pagam todos os impostos, quer na forma de menor rendimento, quer na forma de maior preço, qualquer país no qual o custo marginal do governo não é competitivo experimentará perda do seu capital físico (fuga de capitais) e do seu capital humano (emigração de profissionais) Referências • Direito constitucional / Alexandre de Moraes. – 19 ed. • Constituição da Repúplica Federativa do Brasil – 29 ed. • http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/o-sistema-tributa rio-brasileiro/12864/ • http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm