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O Classicismo em Portugal

- obra lírica e épica de Luís Vaz de Camões -


Marco inicial: 1527 – Volta de Sá de Miranda da Itália

Soneto
Medida Nova (versos decassílabos)
Oitava Rima

Luís Vaz de Camões


( 1525? – 1580)
Frequentador da corte
Estudante de Coimbra
Serviço Militar
Viagem ao Oriente
Morte na miséria e esquecimento
Endechas a Bárbara escrava

Uma graça viva,


Que neles lhe mora,
Aquela cativa Pera ser senhora
Que me tem cativo, De quem é cativa.
Porque nela vivo Pretos os cabelos,
Já não quer que viva. Onde o povo vão
Eu nunca vi rosa Perde opinião
Em suaves molhos, Que os louros são belos.
Que pera meus olhos
Fosse mais fermosa. Pretidão de Amor,
Tão doce a figura, Presença serena
Que a neve lhe jura Que a tormenta amansa;
Nem no campo flores,
Que trocara a cor. Nela, enfim, descansa
Nem no céu estrelas
Leda mansidão, Toda a minha pena.
Me parecem belas
Que o siso acompanha; Esta é a cativa
Como os meus amores.
Bem parece estranha, Que me tem cativo;
Rosto singular,
Mas bárbara não. E. pois nela vivo,
Olhos sossegados,
É força que viva.
Pretos e cansados,
Mas não de matar.
Luís de Camões
Poemas em medida velha:

- Semelhança com o Cancioneiro Geral RIMAS – 1595


- Presença de mote e “glosas” -publicação póstuma -
- Textos mais populares
- Tom mais leve e despretensioso
- Ritmo ágil
- Dedicados a escravas e mulheres mais simples

Poemas em medida nova:

- Na maioria: sonetos
- Textos mais densos e reflexivos
- Tom mais sério e filosófico
- Ritmo lento
- Dedicados à Dinamene
- Temas universais
- Classicismo X Maneirismo
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,


Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,


Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,


Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Luís de Camões
Efemeridade
Transformações constantes
Soneto de aniversário

Passem-se dias, horas, meses, anos


Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida


Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura


À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece...


Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.

Vinícius de Moraes (Rio, 1942)


Busque Amor novas artes, novo engenho
Pera matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!


Vede que perigosas seguranças!
Agudeza:
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.
Palavra chave da poética barroca

Mas, enquanto não pode haver desgosto - sutilezas de um texto a serviço da


Onde esperança falta, lá me esconde persuasão, da argumentação ou como
Amor um mal, que mata e não se vê, simples estilzação poética -

Que dias há que na alma me tem posto Baltasar Gracián - 1642


Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê.

Luís de Camões
Soneto do maior amor

Maior amor nem mais estranho existe


Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste


O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere


E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer – e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante


Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.

Vinícius de Moraes
Máscara mortuária de Graciliano Ramos

Feito só, sua máscara paterna


Sua máscara tosca, de acre-doce
Feição, sua máscara austerizou-se
Numa preclara decisão eterna.

Feito só, feito pó, desencatou-se


Nele o íntimo arcanjo, a chama interna
Da paixão em que sempre se queimou
Seu duro corpo que hora longe inverna.

Feito pó, feito pólen, feito fibra


Feito pedra, feito o que é morto e vibra
Sua máscara enxuta de homem forte.

Isto revela em seu silêncio à escuta:


Numa severa afirmação de luta.
Uma impassível negação da morte.
A EPOPÉIA PORTUGUESA
EPOPÉIA é um poema narrativo e
heróico, geralmente de caráter
nacional.

Na Antigüidade Clássica a
epopéia incorporou também
elementos maravilhosos como a
interferência dos deuses.

Nos tempos modernos, está


ligada à construção das nações
européias - quase todos os países
escreveram epopéias,
principalmente depois do
Renascimento.

Os modelos de epopéia utilizados por Camões retomam


influências italianas e antigas.
ESTRUTURA
ESTRUTURAFORMAL
FORMALRETIRADA
RETIRADADO
DOORLANDO
ORLANDOFURIOSO
FURIOSODE
DE
ARIOSTO
ARIOSTO

Eis aqui, quase cume da cabeça A


De Europa toda, o Reino Lusitano, B
Onde a terra se acaba e o mar começa A
E onde Febo repousa no Oceano. B Oitava-
Este quis o céu justo que floreça A Rima
Nas armas contra o torpe Mauritano, B Estrofe de
deitando-o de si fora; e lá na ardente C oito versos
África estar quieto o não consente C rimados
sempre da
mesma
forma
Verso decassílabo: típico do Renascimento
EOn-de-Fe-bo-re-pou-sa-noO-ce-a-(no)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
ESTRUTURA
ESTRUTURADE
DECOMPOSIÇÃO
COMPOSIÇÃOTIRADA
TIRADADA
DAENEIDA
ENEIDADE
DE
VIRGÍLIO
VIRGÍLIO

Divisão em cinco partes:

•PROPOSIÇÃO - declaração do assunto que será tratado:


navegações, reis, heróis e história portugueses

•INVOCAÇÃO - pedido de ajuda às musas do Tejo (Tágides)

•DEDICATÓRIA - ao rei D. Sebastião

•NARRAÇÃO - A viagem de Vasco da Gama e a história portuguesa

•EPÍLOGO - Encerramento do poema


(Vou cantar) os grandes feitos de guerra
(armas) dos heróis (varões) importantes
(assinalados)

As armas e os barões assinalados


Que, da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana, Que
Em perigos e guerras esforçados abri-ram
Mais do que prometia a força humana, cami-
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram; nhos
pelos
mares

Para além do Ceilão (para a


Índia)

ASSUNTO: A navegação de Vasco


da Gama, primeira a dar a volta por mar à África
Os Reis África e Ásia são lugares que não
portugueses adotavam a religião cristã
(história do país)

E também as memórias gloriosas


D’aqueles reis que foram dilatando
A fé e o império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando.
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar Engenho e Arte

A Memó-ria
vence a
Morte
Sujeito de “As armas e os barões...”

ENGENHO - inspiração São dois dos


conceitos mais
ARTE - técnica importantes da
poesia clássica
Tágides: as musas do rio Tejo, o rio mais
importante de Portugal

E vós, Tagides minhas, pois criado


Tendes em mi um novo engenho ardente (...)
Dai-me ua fúria grande e sonorosa,
E não de agreste avena ou frauta ruda,
Mas de tuba canora e belicosa,
Que o peito acende e a cor ao gesto muda!
Dai-me igual canto aos feitos da famosa
Gente vossa, a que Marte tanto ajuda,
Que se espalhe e se cante no universo,
Se tão sublime preço cabe em verso.

Meu assunto é guerreiro, é heróico

Tão heróico quanto a “gente vossa”, das Tágides, ou


seja, os portugueses
É o rei Dom Sebastião

Vós, poderoso Rei, cujo alto império


O Sol, logo em nascendo, vê primeiro,
Vê-o também no meio do hemisfério,
E quando desce o deixa derradeiro: O reino
(...) português
Vereis amor da pátria, não movido abrange o
De prêmio vil, mas alto e quasi eterno: mundo inteiro
Que não é prêmio vil ser conhecido
Por um pregão do ninho meu paterno.
Ouvi! Vereis o nome engrandecido
D’aqueles, de quem sois senhor supremo:
E julgareis qual é mais excelente,
Se ser do mundo rei, se de tal gente.

O amor pela pátria não é vergonha

Ser rei de Portugal é melhor que ser rei do mundo


É a parte mais longa de Os Lusíadas.
Circula ao redor da viagem de Vasco da Gama através
do mar até a Índia.

Lisboa 1497

Calecut 1498
Melinde

Cabo da Boa-Esperança
A viagem torna-se pretexto para que seja contada a
história de Portugal, seus reis e seus heróis.

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