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6.

AS CARTAS PAULINAS
AUTENTICAS

Francisco Niño Súa, Pbro.


ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
CURSO DE ATUALIZAÇÃ
ATUALIZAÇ O PARA O CLERO
ANO PAULINO 2008-2009

Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 1


Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 2
CARTAS PAULINAS
AUTÊNTICAS
• Primeira carta aos
Tessalonicenses
• Primeira carta aos
Coríntios
• Segunda carta aos
Coríntios
• Gálatas
• Romanos
• Filipenses
• Filemon

Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 3


GENERALIDADES DAS CARTAS
Objetivo: consolidação das comunidades fundadas (?) por
Paulo.
Seu conteúdo revela os processos de Paulo.
Gênero literário: carta - epístola.
Contexto:Tradição do judaísmo helenista (midrash – retórica).
Destinatários: usualmente pessoas simples, humildes, de
origem judia e pagano-cristã
Diversidade temática:
Doutrina
Moral
Vida comunitária e fraterna
Apologia e polêmica
Vida comunitária e eclesial
Exortação – advertência
Agradecimento - reconciliação
Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 4
1. I TS
Data: 51 d.C.
Lugar: Corinto, poucos meses depois da passagem de Paulo por
Tessalônica
Finalidade: renovar o diálogo do apóstolo com a recém fundada
comunidade. Destaca a responsabilidade testemunhal dos que
crêem.
Destinatários: cristãos de origem humilde e procedência mista
(gentil e judia).
Contexto: Tessalônica. Os temerosos de Deus são de novo os
primeiros convertidos. Outra vez os judeus provocam dificuldades
e os missionários são acusados por alguns instigadores. Têm que
pagar una fiança e fogem para Beréia (1Tes 1,7). Paulo escreverá
aos tessalonicenses defendendo sua vocação e sua missão frente
aos adversários (At 17,1ss).
Transfundo de literatura e filosofia moral popular da época.
Manifesta interesse por temas que preocupam a autores pagãos.
Problemas particulares: alguns pensam que 5, 1-11 é uma adição.
Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 5
É como uma vista epistolar. Começa com um cumprimentos
ampliada (Pablo, Silvano e Timóteo à Igreja dos tessalonicenses) e
termina com uma saudação de despedida (1 Ts 5, 26), concluída com
bênçãos (5, 23s.28).
Ao título de cabeceira segue uma certa captação de benevolência, que
toma a forma de ação de graças a Deus pelos progressos que fez
aquela comunidade (v.3ss).
No corpo da carta, e como é próprio de um texto pastoral, existem
seções narrativas, doutrinais e exortativas. Precisamente, porque
narração, instrução e exortação em geral, encontra-se nesta ordem
própria do discurso greco-latino: exordio, narratio, argumentatio,
peroratio:
Ação de graças: 1 Tes 1,2 y 2, 13.
Descrição (2, 1-12), sobre o estado da comunidade. Final do
fragmento (3, 11-13)
Ensinamento doutrinal: os distintos anúncios da vinda do Senhor
(4,13-5,11; 4,9-12).
Exortação na última seção (5, 12-22) y (4, 1-8).
Conclusão (5,23-28).

Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 6


ESTRUTURA
Encabeçamento / Fórmula introdutória (1,1)
Ação de graças 1, 2-5 ó 1, 2-10
Corpo da carta:
• 2,1 – 3,13 (ó 1,6 – 3,13): Indicativo paulino
2, 1-12: A atuação de Paulo
2, 13-16: Sofrimento dos tessalonicenses
2, 17-20: Captatio benevolentia
3,1 - 3, 10: Antecedentes da carta
3, 11-13: Desejo de amor e santidade.
• 4, 1- 5, 22: Imperativo paulino
Primeira exortação (4, 1-8) Deus quer santidade.
Primeira instrução (4, 9-12) Sobre o amor fraterno.
Segunda instrução (4, 13-18) Sobre os defuntos.
Terceira instrução (5, 1-10) Sobre o dia a hora da vinda do Senhor
Segunda exortação (5, 12-22)Visão rápida da marcha da Igreja.
Segundo final epistolar (5, 23-28) Todo seu ser tem que preparar-se
para a vinda do Senhor.
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MEGA TEMAS
• Perseguição: Paulo e os novos cristãos em Tessalônica experimentaram
perseguições por causa de sua fé em Cristo. O mesmo passa com todo
aquele que crê. Mas, é necessário permanecer firmes, sustentados pelo
Espírito. Graças a Ele pode-se manter o caráter moral em meio das
provas.
• O ministério de Paulo: Inclusive em meio das calunias Paulo se
manifesta sensível, preocupado, generoso.
• Esperança: A esperança cristã vai além da morte. Clarificar as próprias
compreensões escatológicas.
• Estar preparados: Uma das maiores insistências de Jesus é reiterada
por Paulo: Nossa vida moral deve caracterizar-se pela santidade.
Nunca descuidar as responsabilidades diárias. O evangelho não é só o
que cremos, mas também o que devemos viver.
• O ministro (2, 3-12): fala a verdade e tem motivações puras (v. 3); está
atento ao que agrada a Deus, não aos homens (v. 4); não adula nem
cobiça (v. 5); não busca a glória humana (v. 6); amável como uma mãe
com seus filhos (v. 7); ama aos crentes até dar a vida (v. 8); trabalha
duro para não ser carga, para não fazer-se servir (v. 9); se comporta
santa, justa e irrepreensivelmente (v. 10); trata a comunidade como um
bom pai trata a seus filhos (v. 11); exorta, anima, exige caminhar para a
santidade (v. 12)
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PAULO NA IGREJA DE
CORINTO
Missão: plantar a semente do
Evangelho e colocar as bases, para
edificar: “A Igreja de Deus que
está em Corinto” (1,9).
Permanece um ano e meio aqui.
Os tementes de Deus são seu
apoio frente aos problemas com
os judeus, que o acusam ante
Galião de inimigo do Estado.
Provoca-se um tumulto em que
Paulo e sua comunidade saem
livres. Depois disto, com Áquila e
Priscila vai a Éfeso, para depois
continuar só em Palestina e
Antioquia e voltar novamente a
Éfeso. Pelas Cartas que Paulo
dirige a Éfeso, se conhece a
comunidade de Corinto que ele
fundou.
Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 9
 Data: até 54-56 d.C

2. I COR Lugar: Éfeso.


 Finalidade: construir a
comunidade; grande diversidade
de temas.
 Corinto era uma cidade moderna
e florescente, centro de comércio
e comunicações por sua situação
geográfica.
 Paulo faz tendas junto com
Áquila e se hospeda em sua casa.
 Uma primeira carta foi perdida
(cf. 5, 9)
 Integridade: não existe
interpolações importantes ainda
que se discuta o cap. 13 e 14, 34-
35 (mulheres, ver nota BJ)
 Unidade: Não se discute, mas se
pensa que a epístola foi
composta por etapas e que em
meio ao processo, chegou a
Paulo nova informação desde
Corinto.
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ESTRUTURA
Saudação – fórmula introdutória. (1,1-3)
Ação de graças (1, 4-9)
Corpo da carta: 1, 10-16,8
Seção I: divisão e facções na comunidade (1,10-4,21)
Seção II: Problemas de conduta, o que Paulo escutou e o que lhe
perguntam; incesto, pleitos, comportamento sexual (5,1-6,20)
Seção III: matrimônio e vida de solteiro. (7,1-40)
Seção IV: os cristãos e a carne de sacrifícios ante os judeus. (8,1-
11,1)
Seção V: participação na assembléia cristã. (11,2-14,40)
Seção VI: A ressurreição dos mortos. (15,1-58).
Despedida (16,1-18)
Fórmula conclusiva (16,19-24)

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MEGA TEMAS
Lealdade: As lealdades humanas conduzem ao orgulho
intelectual e criam espírito de divisão
Imoralidade: o ambiente hedonista pode conduzir a
condutas equivocadas que são facilmente justificáveis. O
legal nem sempre é moral.
Liberdade: Existem ações e condutas não expressamente
proibidas na Escritura. A liberdade cristã deve
alimentar-se da sensibilidade frente aos outros.
Culto: desordem e confusão em relação com os papeis e
as práticas. O critério básico é o que constrói a
comunidade.
Ressurreição: alguns negam a ressurreição ou entendem-
na equivocadamente (reencarnação).
O significado de “a cruz de Cristo”, (1,17ss) não dá espaço
ao falso orgulho ou à atitude de “sabe tudo”.
Dons e carismas. O amor, maior don.
O futuro escatológico.
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3. II COR
Data: até 54-57 d.C.
Lugar: Éfeso, Macedônia
Destinatários: a Igreja de
Acaia.
Unidade: Pode ser
combinação de várias cartas
(de duas a cinco).
Integridade: alguns pensam
que 6, 14-7,1 (sobre os
infiéis) é uma interpolação
não paulina.

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ESTRUTURA
Saudação – fórmula introdutória. (1,1-2)
Ação de graças (1,3-11)
Corpo da carta: 1, 12-13,10
– Seção I: Relações de Paulo com os cristãos de Corinto
 Parte I: A visita posposta e a “carta das lágrimas” (1,12-2,13)
 Parte II: Ministério de Paulo (2,14-7,16)
– Seção II: Coleta para a Igreja de Jerusalém (8,1-9,15)
– Seção III: Paulo responde às dúvidas sobre sua
autoridade apostólica (10,1-13,10).
Fórmula conclusiva: saudações, bênçãos (13,11-
13)

Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 14


MEGA TEMAS
Provas: Paulo experimentou grande sofrimento, perseguições e
oposições em seu ministério; lutou também contra sua debilidade
pessoal. Apesar de tudo afirmou a fidelidade de Deus.
A Disciplina na Igreja: Paulo defendeu o caráter da disciplina eclesial.
Não se pode ignorar nem a imoralidade nem os falsos ensinamentos.
Nem negligência, nem legalismo. Aos problemas, devem-se enfrentar,
não ignorar. O propósito da disciplina é a correção, não a vingança e o
critério é o amor.
Esperança: Enfrentar as dificuldades sem desânimo. Constância.
Solidariedade: Compromisso inclusive econômico por parte de todos
os crentes, incluindo os ministros.
Ortodoxia. Os falsos mestres destroem a Igreja. A autoridade não é
para deixar que cada um faça o que quer.
Saber repreender: ser firme; defender o que é bom; ser cuidadoso e
honesto; reconhecer os atos; fazer acompanhamento depois do
confronto; ser amável e firme; ser reflexo da mensagem de Cristo, não
das próprias idéias; recorrer a castigos e penas somente quando foram
esgotadas todas as possibilidades.

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FUND-RAISING NA IGREJA
Saber pedir para poder dar (2Cor 8, 4-22)
Informar-se das necessidades (v. 4)
Entusiasmo (7-8.11)
Ser claro no propósito (4)
Persistência (2ss)
Prontidão e vontade na resposta (9,7)
Honestidade e diafaneidade (21)
Dedicação (5)
Levar e dar contas (9,3)
Liderança (7)
Dinamizadores de processos (18-22)
Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 16
ESTRUTURA
Saudação e ação de graça em forma de
bênção (1,1-14,)
I. Paulo e os Coríntios, alegrias e
tristezas (1,15-2,13)
II. O ministério da Nova Aliança (2,14-
4,6)
III. A novidade de Jesus (4,7-6,10)
IV. Conclusão da primeira parte (6,11-
7,16)
V. Coleta (8,1-9,15)
VI. Paulo Apóstolo (10,1-13,10)
Conclusão final (13,11-13).
Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 17
Data: até 55-57 d.C.
4. GL Lugar: Éfeso.
Destinatários: Igrejas em torno a
Ancira (atual Ankara) ou as
evangelizadas na primeira viagem.
Não se discute seriamente nem a
autenticidade, nem a unidade, nem a
integridade.
Os gálatas provinham da Europa,
eram agricultores e criadores de gado
supersticiosos; tinham notáveis
diferenças sociais e mantinham a
escravidão.
O contexto da polêmica era si os
gentios deviam circuncidar-se e
guardar as leis judias; contraposição
entre graça e lei. Convite recusar as
falsas mensagens.
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ESTRUTURA
 Introdução (1,1-5)
 Ação de Graças (não ha)
 Corpo da Carta(1,6-6,10)
 Admoestação: descreve o tema, os adversários e a seriedade do assunto
(1,6-10)
 Narração: Paulo descreve sua trajetória missionária para defender o
Evangelho (1,11-2,14)
 Debate com os oponentes; o evangelho de Paulo (2,15-21)
 Argumentação. Provas da justificação pela fé e não pela lei (3,1-4,31)
• A experiência da nova vida (3,1-5)
• A experiência de fé de Abraão (3,6-14)
• A promessa permanece apesar da lei (3,15-18)
• O papel da lei (3,19-24)
• Revestidos de Cristo: libertados das leis escravizantes (3,25-4,11)
• As boas recordações da amizade (4,12-20)
• Herdeiros de uma linhagem de livres (4,21-31)
 Exortação ética: caminhar de acordo com o Espírito (5,1-6,10)
• Manifestação da liberdade na prática da justiça (5,1-12)
• Vivendo a liberdade orientados pelo espírito (5,13-6,10)
 Conclusão: (6,11-18).
Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 19
MEGA TEMAS
A Lei: Paulo opõem-se aos mestres judeus
que insistiam em que os não judeus deviam
obedecer às normas e práticas judias. A lei,
que é expressão dos mínimos, foi superada
no mandamento do amor e na pessoa de
Cristo.
A Fé: Somos salvados não por nossa
iniciativa, nossas opções ou boas obras,
mas, pela iniciativa de Deus.
A liberdade: A experiência do amor de
Deus em Jesus Cristo dá-nos liberdade, não
para desobedecê-lo ou para praticar a
imoralidade, mas, para ressucitar a uma
vida nova.
O Espírito Santo: Pelo dom do Espírito
Santo, os cristãos são chamados filhos de
Deus. O Espírito Santo impulsiona e orienta
a praticar a justiça sem necessidade de uma
lei exterior.
Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 20
AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO AMOR

Copiar Gl 5, 19-26
“Ora, as obras da carne são manifestas: fornicação,
impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, rixas,
ciúmes, ira, discussões, discórdias, divisões, inveja,
bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas, a respeito
das quais eu vos previno, como já vos preveni: os que tais
coisas praticam não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto
do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio.
Contra estas coisas não existe lei. Pois os que são de Cristo
Jesus crucificaram a carne com suas paixões e seus desejos.
Se vivemos pelo Espírito, pelo Espírito pautemos também a
nossa conduta. Não sejamos cobiçosos de vanglória,
provocando-nos uns aos outros e invejando-nos uns aos
outros.” bíblia de Jerusalém.
Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 21
5. RM
 Data : inverno de 56-57/57-58 d.C.
 Lugar: Corinto
 Destinatários: cristãos de origem mista
que conformam a Igreja de Roma,
onde Paulo nunca esteve, mas que a
muitos deles os conheceu.
 Unidade: Uma minoria sustenta que a
carta é fusão de duas missivas
separadas; uma minoria mais ampla
afirma que o cap. 16 foi agregado
posteriormente.
 Integridade; Além do cap. 16, outros
rejeitam os caps. 9-11 como não
autenticamente paulinos.
 Tema: A fé em Cristo como caminho
de salvação.
 Estilo: síntese de um pensamento
maduro.

Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 22


ESTRUTURA
 Saudação e fórmula introdutória: (1,1-7).
 Ação de graças e súplica (1, 8-15).
 Corpo da carta (1,16-15, 13).
 Seção doutrinal (1, 16-11,36)
• Primeiro bloco: pecado e justificação (1,16-4,25).
• Segundo bloco: um novo caminho esta aberto. (5,112-8,39).
• Terceiro bloco: a salvação de judeus e gentios. (9,1-11-36).
 Seção parenética: grande exortação moral (12,1-15,19a)
• Primeiro bloco: Avisos vinculantes para a vida cristã (12, 1-
13,14).
• Segundo bloco: O forte deve amar ao débil (14,1-15,13)
 Epílogo (15,14-16,27)
 Planos de viagem de Paulo e bênçãos (15,14-33).
 Recomendações de Febe e saudações à gente de Roma (16, 1-23)
 Doxologia final (16,25-27).
Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 23
MEGA TEMAS
 O pecado: significa a rejeição da vontade de Deus e o fracasso no
cumprimento de Sua vontade. A vida cristã significa uma luta
constante contra o pecado com a força do Espírito Santo.
 Salvação: Sem falsos imanentismos, a salvação começa no
presente; do contrário, a religião seria verdadeiro ópio. A
salvação é para os pecadores, não para os perfeitos.
 Crescimento em graça: fortalecendo a relação com Cristo, o
Espírito Santo atua para livrar-nos do pecado na tentação.
 Soberania de Deus: A Igreja não é uma seita, pelo contrário, tem
uma vocação católica. Sua proposta é fazer visível a soberania de
Deus na vida daquele que crê.
 Serviço: O serviço unifica aos que crêem e os capacita para ser
amorosos e atentos com os demais. Os cristãos devem ser uma
sinfonia de serviço a Deus.
 Conceitos cruciais: Eleição; justificação; propiciação; redenção;
santificação; glorificação.
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A FE E AS OBRAS
No século IV deu-se a “controvérsia pelagiana”. Pelágio foi um monge de
origem inglesa que viveu entre os anos 360 e 422. Em reação contra o
maniqueísmo, corrente que havia atraído a numerosos crentes no século III,
Pelágio enfatizava a importância da liberdade e da vontade do homem e
minimizava a da graça divina, que considerava como algo não indispensável
para a salvação. Em conseqüência, seriam as obras do crente, seu esforço e
seus méritos os que lhe garantiam a salvação. Esta tendência foi refutada com
energia por Santo Agustinho, que proclamou a primazia da graça de Deus, que
capacita ao crente para evitar o mal e para fazer o bem. O Pelagianismo como
doutrina equivocada subsistiu de maneira constante na historia e na vida de
muitos cristãos com características matizadas que se denominam semi-
pelagianismo, e que, como seu nome o indica, evidenciam uma tendência,
explícita ou matizada, que crê que o mais importante é “ter méritos” aos olhos
de Deus para alcançar a salvação.

Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 25


A FÉ E AS OBRAS
A controvérsia pelagiana foi radicalizada pela doutrina de Lutero e Calvino no
século XVI e pelos jansenistas no século XVII. Um dos princípios da Reforma
protestante que serviu como bandeira para o cisma do Ocidente, foi a
proclamação da “sola fides” (“só a fé”) como caminho de salvação,
absolutizando textos paulinos, especialmente algumas passagens da Carta aos
Romanos; segundo a percepção deles, o sistema eclesial suprimia o contato
direto do homem com Deus na consciência e na fé pessoal, para fazer
depender, a salvação, das mediações sacramentais. Assim termina por
desvirtuar o ensinamento de São Paulo quando afirmava que “o justo viverá
pela fé” (Rom 1, 17), e que quando criticava as obras e a segurança nelas
depositada, referia-se às obras que davam cumprimento à lei mosaica e à
infinita quantidade de prescrições que haviam aparecido no judaísmo. Como
reação, muitos teólogos católicos passaram a enfatizar a doutrina da Carta de
Santiago quando afirma: “Mostra-me tua fé sem obras, e eu te mostrarei minha
fé pelas obras” (Sant 2, 18).

Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 26


A FE E AS OBRAS
Por isto seria necessário conhecer mais a Declaração conjunta católico-luterana
sobre a justificação, assinada em 1998, que afirma que quando se fala de que
somos salvados pela fé ou pelas obras, no fundo se trata de duas perspectivas
de uma mesma realidade: “Deus quer que todos os homens se salvem e
cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tim 2, 4), e por isto, capacita
interiormente ao crente pela força da graça, para que como fruto da fé responda
e manifeste com suas obras que aceita seu projeto salvífico e manifesta-o em
sua vida. Com este documento, que é fruto de um longo caminho de diálogos
ecumênicos sustentados na segunda metade do século passado, se articula
uma interpretação comum da justificação pela graça de Deus mediante a fé em
Cristo, e consegue-se um consenso sobre o tema, demonstrando que as
diferentes explicações que eram fonte de divisão, já não dão lugar a
condenações doutrinais. Santiago e Paulo não se opõem em seus
planteamentos, pelo contrário, complementam-se e ambos convidam a assumir
a fé e a encarnar, nas obras, a salvação que nos foi dada gratuitamente em
Cristo.
Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 27
Data e lugar: até 56 em Éfeso (ou 61-63 em
Roma ou 58-60 em Cesaréia)
Destinatários: a comunidade de Filipos,
6. FL importante centro comercial na Vía Egnatia,
evangelizado por Paulo até 50 em sua segunda
viagem missionária. At 16: Paulo inicia a
evangelização pelos tementes de Deus. Os
judeus provocam um conflito. Paulo e Silas
são açoitados e detidos. Aqui se convertem
Lídia e também o carcereiro.
Era uma colônia romana onde os veteranos
recebiam terras para se assentar depois das
batalhas
Unidade: Muitos a defendem. Outros
consideram que um redator mudou dois ou
três cartas para formar o texto atual. O
principal argumento está no fato de que a
seção (3,1b-4,1), apresenta um contraste
bastante brusco, nos temas e nos tons, (4,10-
20), fala diretamente da ajuda que lhe haviam
enviado os Filipenses em parte era o que
motivava a Paulo a enviar-lhes esta carta de
agradecimento.
Integridade e unidade: não disputam, ainda
que alguns hajam proposto o hino cristológico
(2, 6-11) como uma interpolação.
Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 28
ESTRUTURA
(1,1-2) Saudação
(1,3-11) Ação de graças.
(1,12-4,20) Corpo da carta.
(1,12-26) Paulo na prisão. Atitude ante a morte.
(1,27-30 ) Exortação a que se mantenham na fé.
(2,1-11) Hino cristológico.
(2,12-18) Exortação à concórdia e ao desinteresse
(2,19-3,1ª) Notícias pessoais
(3,1b-4,1) Advertência contra os falsos mestres
(4,2-9) Nova exortação à concórdia
(4,10-20 )Agradecimento pela oferta
(4,21-23) Despedida e fórmula conclusiva
Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 29
MEGA TEMAS
Humildade: Aquele que crê deve imitar a atitude humilde de Cristo
servindo aos outros, superando os próprios interesses e servindo com
alegria, amor e bondade.
Auto sacrifício: À imitação de Cristo e de Paulo, os líderes e os crentes
devem caracterizar-se pela capacidade de morrer para si mesmos.
Unidade: Em cada Igreja, as divisões constituem o mútuo inimigo dos
que crêem. Orgulho e prepotência devem ser vencidos pela necessidade
de construir a comunidade.
A vida cristã: A exitosa semeadura do evangelho na vida cristã exige
autodisciplina, esforço e obediência à Palavra.
Alegria: Os crentes devem caracterizar-se por ter profunda serenidade e
paz em meio das dificuldades. A alegria deve dar-se inclusive em meio
das dificuldades. A alegria é um dom do Espírito.
A vida cristã é uma carreira e estamos chamados a chegar à meta.
Ajuda mútua: deve ser dada no momento oportuno.
O afetivo é o efetivo.

Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 30


7. FLM
Data e lugar: Até 56 em Éfeso (ou 61-63 em
Roma ou 58-60 em Cesaréia).
Destinatários: Filemon, um cristão
convertido por Paulo, Apia (sua mulher?) e
Onésimo, também convertido à fé cristã por
Paulo e escravo de Filemon; centro de
polêmicas em torno à relação entre o
cristianismo nascente e o sistema escravista.
Não se discute nem sua autenticidade, nem
sua unidade, nem sua integridade.
Esta carta, ainda que muito pessoal, trata de
uma situação específica, é uma mostra das
relações cristãs e da necessidade de falar a
verdade no amor. 

Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 31


ESTRUTURA
Saudação (1-3)
A: Ação de graças (4-7): Exordium.
Corpo da carta (8-22): Confrimatio.
B: A nova relação de Paulo-Onésimo e
intercessão por Onésimo (8- 15)
C : Afirmação da fraternidade em
Cristo (16)
C”: Afirmação da relação Paulo
-Filemon (17-21) (17-21).
B”: Orações da comunidade por Paulo
e visita (22)
C”: Saudações, despedida (23-25):Peroratio

Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 32


MEGA TEMAS
• Perdão: Paulo pede para não castigar a
Onésimo mas recuperá-lo como um irmão na
fé. Toda interação na comunidade suscita
conflitos e problemas que requerem perdão.
Não é só esquecer, mas reconhecer que aquilo
que me ofereceu, vale mais que a falta
cometida.
• Igualdade: o amor cristão supera qualquer
barreira. Na Igreja não ha diferenças raciais,
econômicas ou políticas que possam separar
aos que crêem. Antes de qualquer diferença
existe uma comum dignidade de cristãos.
• Respeito: Paulo foi amigo tanto de Filemon
como de Onésimo; Paulo apela mais ao amor
fraterno que às ordens que possa dar.
Persuasão e respeito valem mais que
qualquer autoritarismo.
• Reconciliação: Tão importante como pedir
perdão é saber concedê-lo. O papel da
mediação.
Pablo, Francisco Niño Súa, Pbro. 33

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