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Claude Lvi-Strauss
Disciplina Antropologia/ Curso de Histria Licenciatura Prof. Msc. Arinaldo Martins Departamento de Cincias Sociais/ UEMA
Diversidade menos funo do isolamento dos grupos do que das relaes que os unem.
Nas grandes Antilhas, alguns anos aps a descoberta da Amrica, enquanto os espanhis enviavam comisses de investigao para pesquisar se os indgenas tinham ou no uma alma, estes ltimos dedicavam-se a imergir brancos prisioneiros, a fim de verificar, aps uma viglia prolongada, se seu cadver estava ou no sujeito putrefao.
(...), mesmo no plano da tecnologia, difcil ir alm: a elaborao do material, os tipos de instrumentos, sua destinao, portanto, eram diferentes, e uns nos ensinam pouco sobre os outros a este respeito. Como, portanto, poderiam instruir-nos sobre a linguagem, as instituies sociais ou as crenas religiosas?
(...), exceo das pinturas rupestres sul-africanas (que alguns consideram como obra de indgenas recentes), as artes primitivas esto to afastadas da arte magdaleniana e aurignaciana quanto da arte europia contempornea. Pois essas artes se caracterizam por um grau muito alto de estilizao, indo at as mais extremas deformidades, enquanto a arte pr-histrica oferece um realismo surpreendente.
O Levalloisiano, que se situa entre 250 e 70 milnios a.C., atinge perfeio na tcnica da talha que s se pde reencontrar no fim do neoltico, duzentos e quarenta e cinco a sessenta mil anos aps). O homem de Neandhertal no precedeu as formas mais antigas do Homo sapiens; estas foram suas contemporneas, talvez antecedentes. No se exclui que o mais diversos tipos de homindeos tenham coexistido no tempo (pigmeus da frica do Sul, gigantes da China e Indonsia) e at no espao.
b) c)
Cumulativa seria, assim, toda cultura cujo desenvolvimento fosse dotado para ns de significao. As outras culturas nos pareceriam estacionrias. Seriam estacionrias, no necessariamente por sua natureza, mas, porque sua linha de desenvolvimento nada nos significa, no mensurvel nos termos do sistema de referncia que utilizamos.
A historicidade ou, (...), a riqueza em acontecimentos de uma cultura ou de um processo cultural, so funo, no de suas propriedades intrnsecas, mas da situao em que nos encontramos em relao a elas, do nmero e da diversidade de nossos interesses, que nelas empenhamos.